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Metodologia Científica Livro Texto

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Mogi das Cruzes - SP
2016
Metodologia Científica
1ª edição
Armando de Melo Servo Constante 
Edson Demetrio Leal 
Ismael Cristo
Reitor: Prof. Maurício Chermann
EQUIPE PRODUÇÃO CORPORATIVA
Gerência: Adriane Aparecida Carvalho
Coordenação de Produção: Diego de Castro Alvim
Coordenação Pedagógica: Karen de Campos Shinoda
Equipe Pedagógica: Alessandra Matos, Graziela Franco, Vania Ferreira
Coordenação Material Didático: Michelle Carrete
Revisão de Textos: Adrielly Rodrigues, Aline Gonçalves, 
Claudio Nascimento, Telma Santos
Diagramação: Amanda Holanda, Fábio Francisco, Nilton Alves,
Priscila Noberto
Ilustração: Everton Arcanjo, Noel Gonçalves
Impressão: Grupo VLS / Jet Cópias
Imagens: Fotolia / Acervo próprio
Os autores dos textos presentes neste material didático assumem total 
responsabilidade sobre os conteúdos e originalidade.
Proibida a reprodução total e/ou parcial.
© Copyright UBC 2016
Av. Francisco Rodrigues Filho, 1233 - Mogilar 
CEP 08773-380 - Mogi das Cruzes - SP
Sumário
Sumário 
Apresentação 5
Os Professores 7
Introdução 9
1Unidade I
Compreendendo a Metodologia Científica 11
1.1 Tipos de Conhecimento 11
1.1.1 Religioso 12
1.1.2 Mítico 13
1.1.3 Filosófico 14
1.1.4 Senso Comum 15
1.1.5 Científico 15
1.2 Técnicas de Pesquisa 17
1.2.1 Ex Post Facto 18
1.2.2 Sociometria 18
1.2.3 Análise de conteúdo 19
1.2.4 Histórica 19
1.2.5 Pesquisa Participante 19
1.2.6 Pesquisa Ação 20
1.2.7 Experimental 20
1.2.8 Documental 20
1.2.9 Estudo de caso 21
1.2.10 Bibliográfica 21
1.3 Tipos de Dados 22
1.3.1 Dados Primários e Secundários 22
1.4 Pesquisas Qualitativas e Quantitativas 23
1.5 Instrumentos de Pesquisa 24
1.6 Ética na Pesquisa 24
Referências da Unidade I 26
2Unidade II
Compreendendo as Diferenças entre os Trabalhos Científicos 27
2.1 Apontamentos de Trabalhos Científicos 27
2.1.1 Fichamento 27
2.1.2 Resenha 30
2.1.3 Resumo 30
2.2 Tipos de Trabalhos Científicos 32
2.2.1 Artigo 32
2.2.2 Monografia 34
2.2.3 Dissertação 35
2.2.4 Tese 35
2.2.5 Paper 36
Referências da Unidade II 37
3Unidade III
Estrutura da Produção Escrita 39
Sumário
3.1 Construindo um Projeto de Pesquisa 39
3.2 Iniciando um Projeto de Pesquisa 41
3.2.1 Definição do Tema 42
3.3 Estruturando um Projeto de Pesquisa 44
3.3.1 Evidenciando o porquê da pesquisa 44
3.3.2 Finalizando o Projeto de Pesquisa 47
Referências da Unidade III 50
4Unidade IV
Monografia e Artigo Científico 51
4.1 Monografia 51
4.1.1 Por que aprender a elaborar uma Monografia é importante? 52
4.1.2 Regras de Monografia e a ABNT 53
4.1.3 A escolha do tema de sua monografia 55
4.1.4 Uma visão geral da Estrutura do Trabalho 56
4.1.5 Estrutura externa do Trabalho - Capa e Lombada 57
4.1.6 Estrutura Interna do Trabalho 58
4.2 Artigo Científico 60
4.2.1 Diferenças e Semelhanças entre o Artigo Científico e a Monografia 60
4.2.2 Tipos diferentes de Artigos Científicos 61
4.2.3 A Estrutura de um Artigo Científico 61
Referências da Unidade IV 64
Apresentação
5
Apresentação
Olá Caro(a) Aluno(a)!
Seja bem-vindo(a) aos estudos da disciplina de Metodologia Científica. Espera-
mos que possamos aprender muito durante o período de estudo que dedicaremos 
para tratar sobre essa disciplina. Você sabia que estudar a metodologia científica, 
além dos benefícios acadêmicos, poderá melhorar a qualidade dos relatórios e pes-
quisas em seu trabalho? Pois é isso mesmo, você aprenderá algumas técnicas que 
lhe auxiliará no processo de desenvolvimento de pesquisa, coleta de dados e elabo-
ração de relatórios para apresentação dos resultados obtidos.
O objetivo desse estudo é proporcionar-lhe a capacidade de elaborar uma pes-
quisa e apresentar os resultados obtidos de forma compreensível aos leitores, para 
isso você aprenderá os conceitos e tipos de pesquisas existentes, aprenderá, tam-
bém, a produzir uma estrutura que lhe direcione ao desenvolvimento da pesquisa 
e por fim, porém com a mesma importância, aprenderá a padronizar essa estrutura 
da sua pesquisa em um padrão internacional, o padrão ABNT (Associação Brasileira 
de Normas Técnicas).
Objetivos da Disciplina:
•	 Compreender	a	aplicação	dos	métodos	científicos;
•	 Identificar	a	compatibilidade	entre	a	pesquisa	desejada	e	o	método	
a	ser	adotado;
•	 Aplicar	os	resultados	obtidos	da	pesquisa	em	um	relatório	final.
Competências e Habilidades da Disciplina:
•	 Compreensão	 da	 importância	 da	 Metodologia	 Científica	 na	 vida	
acadêmica	e	profissional;
•	 Desenvolvimento	 de	 um	 projeto	 de	 pesquisa,	 proporcionando	 a	
base	para	o	desenvolvimento	de	um	trabalho	final	de	curso.
O Professor
7
Os Professores
Prof. Edson Demetrio Leal 
Formado em Administração, pós-graduado em Mar-
keting, Gestão Empresarial e Implementação e Ges-
tão do Ensino a Distância. É mestre em Administração, 
Comunicação e Educação e graduando em Direito. 
Administra sua terceira empresa, além de atuar como 
professor.
Prof. Armando de Melo Servo Constante 
Possui mestrado em História Social pela Pontifícia 
Universidade Católica de São Paulo (2006). Atualmen-
te é professor da Universidade Braz Cubas em cursos 
presenciais e a distância em tempo integral, atuando 
também como pesquisador e tendo atuado na pro-
dução de material didático para a instituição. Tem ex-
periência em pesquisa em História social, com ênfase 
nos temas: Mogi das Cruzes, século XIX, escravidão. 
Atualmente se dedica à pesquisa em Patrimônio e 
Educação Patrimonial e Arquivística.
Prof. Ismael Cristo
É mestre em Direito das Relaçãos Sociais pela PUC de 
São Paulo, professor na Graduação da Universidade 
Braz Cubas e no programa de Pós-Graduação da ESA 
– Escola Superior de Advocacia de São Paulo.
Introdução
9
Introdução
Você já reparou como as coisas estão mudando rapidamente no mundo? As co-
midas, as roupas, os carros, o comportamento das pessoas, as estruturas de nossas 
cidades, os nossos equipamentos eletrônicos, tudo tem mudado. Mas, será que es-
sas mudanças são planejadas? Será que existe algum tipo de instumento que possa 
controlar as necessidades dessas mudanças ou ainda um instrumento que justifique 
o motivo que leva essas mudanças acontecerem?
As respostas para essas perguntas podem ser alcançadas por meio do estudo 
sobre a metodologia científica, uma ferramenta que auxilia no processo de com-
preensão dos acontecimentos, que aqui chamaremos de fenômenos. Essa com-
preensão pode auxiliar as empresas, assim como qualquer indíviduo, para que possa 
melhorar ou compreender o que tem ocorrido ao seu redor, também permite uma 
melhor preparação para o futuro, além da possibilidade de melhorar os erros do 
passado.
É para isso que serve o estudo da metodologia científica, uma ferramenta para 
auxiliar no processo de compreensão e melhoria dos fenômenos, de tal modo que 
seja possível identificar causas e efeitos desses fenômenos, em outras palavras sig-
nifica dizer que compreender a metodologia científica permitirá que você consiga 
pesquisar o que ocorre, ocorreu ou está prestes a ocorrer em um ambiente e por 
conta dessa informação você poderá planejar as ações necessárias para esses acon-
tecimentos.
Unidade 1Compreendendo a Metodologia Científica
11
1Unidade I
Compreendendo a Metodologia Científica
1.1 Tipos de Conhecimento
Quando pensamos em conhecimento, muitas vezes vinculamos esse termo à 
sabedoria, pois todo sábio adquire ao longo de sua vida diversos conhecimentos, ora 
porque recebeu a informação de alguém, outrora porque realizou a descoberta de 
alguma informação.
Neste mesmo sentido é que você precisa compreender que o conhecimento 
representa a identificação ou descoberta sobre algumacoisa, algo que esteja sendo 
compreendido, seja através da observação ou da experiência com o mesmo, isso é o 
que chamamos de identificação de um fenômeno. 
Que tal utilizarmos exemplos para que possa compreender ainda melhor? En-
tão vamos lá...
Você estava caminhando em direção ao seu 
trabalho, encontrou uma peça na rua, mas não sa-
bia que peça era aquela, então decidiu investigar. 
Chegando ao seu emprego realizou uma postagem 
em sua rede social perguntando se alguém conhecia 
aquela peça e por fim descobriu que aquela era uma 
bateria portátil para carga de celular. Viu? Essa é uma 
forma de produção de conhecimento.
Unidade 1 Compreendendo a Metodologia Científica
12
Outra situação ocorre quando você está no tra-
balho, realiza o atendimento de um cliente e ele pede 
para que você envie junto com o produto a apólice, 
para que o mesmo tenha certeza de que a merca-
doria está assegurada. Você, por não saber do que 
se trata, pede orientação para seu chefe em relação à 
identificação do que é uma apólice. Neste caso, mais 
uma vez, você estará produzindo o conhecimento.
É necessário sempre afirmar que “o que era ontem, não será igual hoje e muito 
menos será igual amanhã”, logo, se o mundo muda, os conhecimentos novos preci-
sam surgir para que tudo possa se adaptar a essas mudanças.
Agora que tal conhecermos as classificações existentes de conhecimento? 
Vamos lá!
1.1.1 Religioso
Antes de tudo, saiba que a intenção na apresentação desse tópico não é discu-
tir religião, fé, doutrinas ou qualquer outro elemento que demonstre as diferenças e 
semelhanças religiosas. Este tópico servirá para que possamos compreender como 
é possível produzir um conhecimento religioso sem distinção de qualquer religião.
O conhecimento religioso tem como base a compreensão do sobrenatural, con-
dições que não podem ser comprovadas cientificamente, mas que a fé de cada indiví-
duo fará com que aquele acontecimento seja compreendido, pois um Deus (algum ser 
supremo) revela no íntimo deste indivíduo o fenômeno que acaba de acontecer.
Unidade 1Compreendendo a Metodologia Científica
13
(Fonte: https://sol2611.wordpress.
com/2014/11/20/ora-tem-fe-nao-te-preocupes-
padre-pio/. Acesso em 08/01/2016.)
Imagine, por exemplo, um doente 
em um leito de hospital, em fase terminal, 
os médicos já não acreditam mais em sua 
recuperação, afinal os exames e até mes-
mo as experiências anteriores de outros 
pacientes indicam que aquela pessoa não 
irá sobreviver por mais um dia. No dia se-
guinte, após longas orações de amigos e 
parentes, aquele paciente que era dado 
como morto em poucas horas é encontra-
do vivo e sem nenhum sinal da doença, 
totalmente recuperado.
Para algumas pessoas isso poderá parecer que foi coincidência ou alguma re-
cuperação incomum do organismo, porém para aquele que pediu e teve fé, essa é a 
realização de um milagre, esta pessoa pode até não compreender como de fato isso 
aconteceu, mas a fé que ela tem permitirá que acredite no poder sobrenatural de 
um Deus. 
Na maioria das vezes o conhecimento religioso tem como base uma doutrina, 
que pode ser ensinada pela experiência vivenciada por outras pessoas ou ainda pe-
las doutrinas registradas em livros.
1.1.2 Mítico
Quando somos convidados a compreender um mito, somos chamados a en-
tender uma crença ou tradição popular sobre algo ou alguém, isto significa dizer que 
o mito é algo que não aconteceu de fato, mas que é utilizado para representar uma 
situação da qual uma população acredita ser verdade e, normalmente, utiliza um 
personagem para isso. 
Apesar de conter fato fantasioso, o mito pode representar uma verdade 
instituída em uma sociedade e o mais importante é que não precisa de provas, 
pois as pessoas o aceitam assim como ele é contado.
Unidade 1 Compreendendo a Metodologia Científica
14
Veja, por exemplo, a história de Hércules, que passou por vários desafios du-
rante sua vida e, na maioria das vezes, correu risco de morte. Ao final sempre sobre-
vivia e acabou se tornando um grande herói. 
Essa mitologia serviu para dizer que aquele que não foge a batalha e perseve-
ra, mesmo diante as dificuldades, sempre alcançará grandes feitos. Muitas pessoas 
adotaram esse exemplo para si, pois se isso aconteceu com Hércules também acon-
teceria com quem seguisse seus caminhos.
1.1.3 Filosófico
Este é um tipo de conhecimento que busca a lógica de teorias para comprovar 
a natureza dos indivíduos, sejam seus valores, ou a realidade de vida dos indivíduos, 
buscando encontrar fundamento na origem das coisas. 
Apesar de seguir algum tipo de lógica para comprovação, o conhecimento 
filosófico não pode ser submetido à experimentação para que seja possível com-
provar se de fato a teoria está certa, pois essa experimentação não se aplica neste 
tipo de conhecimento, afinal este conhecimento tem compromisso com as possí-
veis verdades (hipóteses) encontradas pelo pesquisador, uma forma de especular 
o mundo real. 
É possível que pesquisas de cunho filosófico sobre o mesmo tema, com bases 
iguais, produzam resultados diferentes em virtude das divergências entre autores 
que não produzirão informação consensual, isto é, cada um chegará a uma definição 
diferente sobre o objeto do estudo.
Unidade 1Compreendendo a Metodologia Científica
15
1.1.4 Senso Comum
O senso comum, também chamado de conhecimento popular, é aquele no qual 
as pessoas aprendem durante suas rotinas, no desenvolvimento de suas atividades 
cotidianas. Nesse caso não há um objetivo do que se pretende aprender, um plane-
jamento complexo ou grandes pretensões em relação ao objeto a ser compreendido.
O contato do indivíduo com este conhecimento ocorre em decorrência da per-
cepção das pessoas com os objetos que possuem contato, mas isso é superficial, 
pois não há qualquer interesse desse indivíduo em se aprofundar no estudo desse 
fenômeno, ou seja, não há motivos que levem o indivíduo a querer conhecer, ainda 
mais, sobre aquele conhecimento adquirido porque tudo parece normal, sem gran-
de relevância, pois as coisas simplesmente acontecem.
Para que sua compreensão sobre esse tipo de 
conhecimento se torne mais simples, imagine que 
esse conhecimento tem como base a experiência e 
as observações (empírico) diárias de um indivíduo 
em relação a um objeto, uma forma espontânea de 
aprender, por exemplo, quando o indivíduo apren-
de que ao tomar banho de chuva é necessário, em 
seguida, tomar banho de chuveiro com água quente 
para não adoecer de gripe.
1.1.5 Científico
Quando pensamos no modelo científico temos como base desse conhecimen-
to a relação esquematizada de um mecanismo para comprovação do objeto de es-
tudo, isto é, o conhecimento científico é aquele que exige o esforço do indivíduo em 
interpretá-lo, o indivíduo possui a intenção de desvendar a informação até então 
desconhecida.
Normalmente esse tipo de conhecimento surge em detrimento das necessida-
des de responder às perguntas de um problema que ainda não foram respondidas, 
uma inquietação do indivíduo para que possa conhecer um fenômeno. 
Unidade 1 Compreendendo a Metodologia Científica
16
Este tipo de conhecimento deve sofrer experiências e pesquisas para que 
de fato se descubra porque o fenômeno ocorreu ou está ocorrendo. Veja, por 
exemplo, o surgimento de uma nova doença, para conse-
guir a vacina que solucione o problema é necessário reali-
zar diversas pesquisas até que se chegue ao conhecimento 
do que é preciso fazer para combater essa doença. Para 
chegar ao resultado deste conhecimento é necessário utili-
zar instrumentos de pesquisas que propiciam o direciona-
mento das respostas que se pretendealcançar.
A tabela abaixo irá facilitar a compreensão e comparação desses tipos de co-
nhecimentos que foram apresentados.
Tabela 1.1 – Tipos de Conhecimento
TIPO CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
Religioso
Compreensão do sobrenatural, sem 
comprovação científica, revelada por 
um ser supremo (DEUS).
Doente terminal curado 
sem explicação científica 
(milagre).
Mítico
Crença ou tradição popular de fato 
fantasioso, mas que pode embasar 
uma verdade instituída em uma 
sociedade.
Hércules passou dificulda-
des e risco de morte, mas 
por perseverar virou herói.
Filosófico
Origem histórica das coisas para pro-
var o comportamento ou aconteci-
mento na vida de um indivíduo.
Busca do sentido da vida: a) 
o homem existe para repro-
dução; b) o homem existe 
para cumprir a função social 
de suporte mútuo.
Senso 
Comum
Conhecimento popular adquirido no 
dia a dia decorrente da percepção e 
experiência de cada indivíduo.
Após um banho de chuva é 
necessário um banho quen-
te de chuveiro para não 
adoecer por gripe.
Científico
Necessidades de respostas a questio-
namentos que exige a construção de 
procedimentos estruturados para co-
leta de dados.
Pesquisa sobre uma nova 
doença para se produzir a 
cura.
Fonte: elaborado pelo autor
Unidade 1Compreendendo a Metodologia Científica
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1.2 Técnicas de Pesquisa
Quando pensamos em técnica de pesquisa imaginamos os passos que serão 
utilizados para alcançar as informações esperadas e é isso mesmo que você alu-
no precisa imaginar nessa parte de nosso conteúdo. Seu questionamento para uma 
pesquisa deve ser: “e agora, como eu faço para descobrir essa informação?” Você 
perceberá que a resposta vai indicar o caminho a seguir e esse caminho é o que cha-
mamos de técnica de pesquisa.
Que tal se explorarmos ainda mais o que significa essa técnica de pesquisa 
aprendendo alguns tipos existentes? 
Além disso, podemos compreender, sem a riqueza dos detalhes, essas pesqui-
sas através da tabela abaixo. Então vamos lá!
Tabela 1.2 – Técnicas de Pesquisa
TIPO CARACTERÍSTICAS EXEMPLO
Ex Post Facto
Depois que o fenômeno 
ocorreu.
Investigação de um Homicídio. 
Sociometria Medição de índices sociais.
Investigação da relação dos indiví-
duos no ambiente de trabalho.
Análise de 
Conteúdo
Compreensão das 
informações contidas em uma 
comunicação (verbal, escrita 
ou gestual).
Pronunciamento em um discurso. 
Histórica
Mudanças das coisas ao longo 
do tempo, permitindo compa-
ração e projeção de fatos.
Análise da árvore genealógica 
indicando o grau de parentesco 
com os antepassados.
Participante
O pesquisador se “veste” de 
pesquisado para “sentir na 
pele” o impacto do fenômeno.
Pesquisador se transformando 
em índio, por determinado tempo, 
para avaliar os rituais da tribo.
Pesquisa Ação
Pesquisador e pesquisados 
atuam juntos para solucionar 
o problema da pesquisa.
Atuação dos psicólogos para auxi-
liar no tratamento dos pacientes.
Unidade 1 Compreendendo a Metodologia Científica
18
Experimental
O pesquisador altera o objeto 
da pesquisa para avaliar o que 
irá acontecer em relação aos 
resultados.
Pesquisas em plantações onde as 
sementes são alteradas para pro-
dução de melhorias no plantio.
Documental
Tem como base qualquer do-
cumento não científico.
Gravações, relatórios de empre-
sas, manuscritos etc.
Estudo de 
Caso
Investigar um único objeto, 
ainda que haja outros simila-
res.
Investigar a cura de uma doença 
em um hospital específico.
Bibliográfica
Pesquisas em fontes já regis-
tradas e disponíveis para con-
sulta.
Livros, artigos, revistas, disserta-
ção, tese etc.
Fonte: elaborado pelo autor
1.2.1 Ex Post Facto
Esse termo indica após a ocorrência do fato, isso quer dizer que a pesquisa 
ex	post	 facto é aquela que produzirá informações sobre um fenômeno após a sua 
ocorrência, isso normalmente ocorre para que seja possível identificar as causas que 
levaram a aquela ocorrência, por exemplo, o trabalho investigativo da polícia após 
a ocorrência de um homicídio (a morte de uma pessoa por outrem), nesse caso a 
investigação acontecerá após a ocorrência do fenômeno (morte).
1.2.2 Sociometria
É uma das formas utilizadas para medir índices sociais em determinados gru-
pos, por exemplo, medir o nível da relação entre os indivíduos dentro de um ambien-
te de trabalho.
Unidade 1Compreendendo a Metodologia Científica
19
1.2.3 Análise de conteúdo
Essa é uma das técnicas utilizadas para compreensão das comunicações trans-
mitidas através de mensagens, sejam elas escritas, verbais ou gestuais. O que se 
espera nessa técnica é a compreensão do que se pretende passar como informação 
em uma mensagem, veja, por exemplo, em um pronunciamento, muitas vezes, a 
mensagem a ser lida transmite uma informação, a postura corporal transmite outra, 
e ainda é possível que a entonação da voz possa produzir outra mensagem diferente 
das que foram produzidas no texto e na entonação da voz.
1.2.4 Histórica
Toda informação tem sua origem, assim como há a constante mutação das coi-
sas, por isso é que se torna importante a pesquisa histórica, pois as informações se-
guem uma linha informativa (apenas transmitem o que aconteceu) ou comparativa 
(verifica as mudanças do fenômeno ao longo do tempo) dos acontecimentos em rela-
ção a um fenômeno. Neste processo é possível identificar as influências do passado 
nos dias atuais, veja que este tipo de pesquisa pode ser aplicado em uma pesquisa 
que tem como objetivo identificar uma árvore genealógica (linha de parentesco).
1.2.5 Pesquisa Participante
Como o próprio nome sugere, este é o tipo de pesquisa que para levantar as in-
formações o pesquisador participa como integrante de todas as atividades do fenô-
meno, seu objetivo é observar o que ocorre e descrever sua experiência, bem como 
a percepção dos indivíduos que vivenciam o fato pesquisado. Para que você entenda 
melhor, imagine que um pesquisador quer compreender qual o funcionamento de 
um dia festivo em uma tribo indígena, então ele assume provisoriamente a função de 
um índio e passa a conviver na tribo durante todo o tempo em que houver o festejo 
que ele pretende investigar, realizando todas as atividades que outro índio da tribo 
desenvolveria.
Unidade 1 Compreendendo a Metodologia Científica
20
1.2.6 Pesquisa Ação
A pesquisa ação é aquela em que o pesquisador atua junto com os pesquisa-
dos, na qual o objetivo é a promoção de solução ou esclarecimento do objeto pes-
quisado, em outras palavras significa dizer que o pesquisador não tem a exclusiva 
função de coleta das informações, ele auxilia no processo de condução dos resulta-
dos que se espera coletar nas pesquisas, onde o mais importante é que haja a parti-
cipação conjunta entre pesquisador e pesquisados.
É possível apresentar como exemplo da pesquisa ação a atuação dos psicó-
logos, pois o objetivo principal de sua pesquisa é identificar o que causa incômodo 
a vida do paciente, além disso, ele deve auxiliar no processo de direcionamento da 
solução desses problemas.
1.2.7 Experimental
A pesquisa experimental é aquela em que o pesquisador altera o objeto da 
pesquisa para identificar os impactos que podem ser verificados em decorrência 
dessa alteração, ela possui uma relação de causa e efeito, isto é, procura-se produzir 
alterações nas amostras para identificar os resultados que são possíveis obter dessa 
modificação. Neste tipo de pesquisa, além da condição de alteração da amostra é im-
portante o processo de observação dos efeitos produzidos pela modificação realiza-
da pelo pesquisador. É comum esse tipo de pesquisa em laboratórios de agronomia 
onde se busca uma alteração de sementes paramelhoria da qualidade do plantio.
1.2.8 Documental
A pesquisa documental é aquela que tem como base documentos em geral, 
impressos, digitais, gravações ou outros, mas que não passaram por uma produção 
científica, como é o caso dos livros. Esse tipo de pesquisa é muito comum nas empre-
sas quando estudados os relatórios, planilhas e notas fiscais para a realização de um 
estudo de viabilidade de investimento em um negócio.
Unidade 1Compreendendo a Metodologia Científica
21
1.2.9 Estudo de caso
O estudo de caso é sempre mais específico, o que se pretende é investigar um 
único objeto, ainda que outros objetos com características similares possam produ-
zir resultados diferentes. Além disso, é necessário que o investigador vá até o local 
onde os fenômenos ocorreram para que possa identificar com o máximo de detalhes 
todos os fatos que poderão ser verificados.
Para que seja possível realizar um estudo de caso é necessário que o pesquisa-
dor disponha de informações suficientes e que possam ser verificáveis, pois somente 
assim é que será possível compreender o fenômeno.
Para que você possa compreender melhor, imagine que um hospital cujo nome 
seja “Cura Nossa Dor”, na cidade de Prudente, está apresentando um alto índice de 
recuperação de pacientes com doenças de Câncer, para compreender o fato um pes-
quisador vai até o hospital e avalia todos os exames e os atendimentos dos pacien-
tes, se for preciso pede acesso a outros documentos para identificar o que ocorreu 
para que houvesse alto índice de cura.
1.2.10 Bibliográfica
A pesquisa bibliográfica é aquela realizada em fontes de pesquisa já disponí-
veis em registros anteriores como livro, revistas, artigos, monografias, dissertação, 
tese e jornais, entre outras existentes. Nesse caso utiliza-se como base o que outros 
pesquisadores já identificaram acerca do fenômeno. 
Para este tipo de pesquisa é importante que as fontes sejam confiáveis para 
garantir a eficiência da pesquisa, pois é comum a disponibilização de fontes sem a 
devida veracidade dos fatos, assim como comumente podemos avistar na internet.
Unidade 1 Compreendendo a Metodologia Científica
22
1.3 Tipos de Dados
Imagine que você foi à feira e o feirante disse que 
o tomate havia aumentado de preço, em seguida, 
ao retornar para sua casa assistiu uma reportagem 
que dizia que uma forte chuva assolou a região mais 
produtiva de tomate do lugar onde mora.
Essas duas mensagens (aumento do preço e forte chuva) repre-
sentam os dados, que em separados não lhe permite chegar a 
uma conclusão, porém quando unidos lhe permite compreender 
o porquê do aumento do preço do tomate.
$ $
$
$
$
Essa compreensão é o que chamamos de informação, logo, a informação é represen-
tada por um conjunto de dados que permite a compreensão acerca de um objeto.
Representa um pedaço de uma informação, ou ainda uma informação 
não tratada.
Dado
Estudar os dados, principalmente as formas de obtê-los é muito importante 
porque permitirá a você, bem como a qualquer pesquisador, compreender um fenô-
meno do qual se realiza uma investigação, mas para isso é necessário compreender 
que esses dados já poderão ou não estar disponíveis para realização de um estudo e 
é exatamente isso que classifica os tipos de dados, estar ou não disponíveis.
1.3.1 Dados Primários e Secundários
Os dados primários são aqueles 
inéditos, que ainda não haviam sido 
pesquisados e que servirão para o 
objeto da pesquisa que está em an-
damento, pois ainda não foram dis-
ponibilizados para que outras pes-
soas possam realizar seus estudos. 
Sendo assim, ao pensar em dados 
primários imagine que estamos tra-
tando de algo inédito.
Por outro lado temos os dados secundá-
rios, que são opostos aos primários em re-
lação ao fator de ineditismo, isso porque os 
secundários são os dados disponíveis em 
alguma fonte de pesquisa, isto é, são dados 
oriundos de pesquisas realizadas outrora e 
que são disponibilizadas em livros, revistas, 
artigos, internet, além de outros meios, e 
que ficam disponíveis para quem delas qui-
ser se servir.
Unidade 1Compreendendo a Metodologia Científica
23
Exemplificando...
Imagine que em período de eleições para presidente da república no Brasil 
um partido contrata um instituto de pesquisa, como o IBOPE, para verificar 
o desempenho do seu candidato, neste caso a produção des-
ses dados será primária, pois a pesquisa naquelas condições 
(condições de data, horário, população, região etc.) é inédi-
ta. Se após a publicação desses dados um cientista político 
resolver comparar essa pesquisa com outras desenvolvidas 
em outros períodos esses dados serão secundários, pois já 
estavam disponíveis em fontes de consulta.
1.4 Pesquisas Qualitativas e Quantitativas
Além dessa relação de dados primários e secundários a pesquisa assume outra 
classificação em relação ao tipo de resultado produzido, ou seja, o resultado desses 
dados (primário ou secundário) postula uma classificação em relação ao seu objeti-
vo, seja ele para demonstrar uma qualidade indicando uma característica do objeto 
pesquisado ou apenas para quantificar um fator que se repete ao longo da pesquisa.
As pesquisas qualitativas são aquelas em que não é importante transmitir a 
quantidade de vezes que um fenômeno se repete, mas sim as suas causas e efeitos.
Imagine que em um hotel internacional vários trabalhado-
res estão se afastando do trabalho por problemas de saú-
de, nessa pesquisa o objetivo é descobrir o motivo (causa) 
que leva a essa condição, que poderia ser, por exemplo, 
uma bactéria trazida por um hóspede a qual o organismo 
dos funcionários não está preparado para combater.
Imagine nesse mesmo exemplo 
se a causa do afastamento já 
fosse conhecida, mas o impor-
tante seria identificar os impac-
tos causados a lucratividade da 
empresa, neste caso a pesquisa 
seria quantitativa.
Também é possível que haja 
uma pesquisa que necessite 
tanto de dados quantitativos, 
quanto dados qualitativos, 
nesse caso a pesquisa será 
classificada como qualitativa 
e quantitativa (Quali/ Quanti).
Unidade 1 Compreendendo a Metodologia Científica
24
1.5 Instrumentos de Pesquisa
Quando pensamos em instrumentos de pesquisa é necessário saber que es-
tamos tratando das ferramentas que permitirão a construção da informação, essas 
ferramentas são classificadas em:
É aquela em que o pesquisador conduz uma 
conversa através de perguntas, suposições ou 
afirmações, para que o respondente apresente 
as informações que se pretende obter.
Muito parecido com a entrevista, porém as perguntas po-
dem ser abertas ou fechadas e são pré-formuladas e o 
pesquisador não exerce nenhuma interferência, ou ele se 
limita a ler as perguntas, ou apenas as entrega para que o 
respondente apresente suas respostas.
ENTREVISTA
QUESTIONÁRIO
1.6 Ética na Pesquisa
Toda pesquisa deve respeitar aquilo que moralmente é aceitável tanto para 
quem será pesquisado, quanto para quem receberá aquela informação, por isso é 
necessário que ao realizar uma pesquisa o pesquisador tome cuidado em relação ao 
que é permitido ou não fazer. Em cada área existe uma especificidade a ser conside-
rada, mas para que possa compreender veja alguns exemplos do que é necessário 
considerar em uma pesquisa:
Em uma pesquisa o ideal, 
caso seja possível, é que 
não seja exposto o nome 
do entrevistado para não 
produzir constrangimen-
to com a exposição dos 
dados do indivíduo.
Em casos de crianças 
o ideal é nunca citar os 
nomes, caso seja impor-
tante identificá-la utilizar 
nomes fictícios ou apenas 
as letras iniciais de seu 
nome.
Nunca fazer perguntas que 
possam constranger o en-
trevistado, pois isso pode 
fazer com que o mesmo 
apresente uma resposta di-
ferenteda verdadeira, por 
exemplo, perguntar a uma 
pessoa se ela já praticou al-
gum crime.
Unidade 1Compreendendo a Metodologia Científica
25
Não	podemos	esquecer	que	plágio	é	crime,	nunca	deixe	de	dar	crédito	aos	
autores	que	desenvolveram	um	determinado	conteúdo.
Conheça mais:
Para	 compreender	melhor	 a	 pesquisa	 participante	 acesse	 vídeos	 na	 in-
ternet	 sobre	o	Reality	 Show	 “Perdidos	na	 Tribo”.	 Este	material	mostra	a	
interação	e	experiência	de	 famílias	que	passaram	alguns	dias	em	tribos	
indígenas	para	compreender	a	vida	daquela	sociedade.	
Aprendemos que:
A	pesquisa,	seja	científica	ou	não,	é	muito	importante	e	está	inserida	no	dia	
a	dia	de	todas	as	pessoas,	por	isso	é	que	é	muito	importante	a	compreen-
são	dos	procedimentos,	bem	como	os	tipos	existentes	de	pesquisas,	para	
que	adequando-as	ao	objetivo	se	consiga	resultados	mais	eficientes.
O	material	 no	 livro	 didático	 representa	 apenas	uma	parte	 do	 conteúdo	
que	você	precisa	compreender	para	o	estudo	dessa	disciplina,	então	não	
se	esqueça	de	acessar	ao	AVA	e	assistir	às	videoaulas,	além	de	estudar	os	
materiais	que	estão	em	nossa	midiateca,	e	pesquisar	as	referências	que	
utilizamos.
Dica de Leitura:
Para	aumentar	a	profundidade	do	que	você	estudou	nesse	capítulo	consul-
te	os	livros	de	metodologia	disponíveis	em	nossa	biblioteca	virtual,	lá	você	
encontrará	diversos	livros...
-	 BARROS,	 Aidil	 Jesus	 da	 Silveira;	 LEHFELD,	Neide	 Aparecida	de	 Souza.	
Fundamentos	de	Metodologia	Científica.	 3ª	 Edição.	 São	Paulo:	 Editora	
Pearson	Prentice	Hall,	2007.	
-	MAGALHÃES,	Gildo.	Introdução	à	Metodologia	de	Pesquisa.	São	Paulo:	
Editora	Ática,	2005.
Unidade 1 Compreendendo a Metodologia Científica
26
Referências da Unidade I
BARROS, Aidil Jesus da Silveira; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Fundamentos 
de Metodologia Científica: Um guia para iniciação científica. 2ª. Edição Ampliada. 
São Paulo: Pearson Education, 2000.
MARCONI, Mariana de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos da Metodologia 
Científica. 6ª. Edição. São Paulo: Editora Atlas, 2005.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 23ª. Edição, 
revista e atualizada. São Paulo: Editora Cortez, 2007.
A Braz CubasUnidade 2Compreendendo as Diferenças entre os Trabalhos Científicos
27
2Unidade II
Compreendendo as Diferenças entre os Trabalhos 
Científicos
2.1 Apontamentos de Trabalhos Científicos
Os trabalhos científicos são desenvolvimentos complexos que exigem certa 
atenção do pesquisador, pois a quantidade de informação pode fazer com que du-
rante a elaboração do trabalho algumas informações se percam ou então que as 
referências sejam deixadas para trás, por isso o ideal é que seja realizado um apon-
tamento eficiente sobre todo o material que está sendo desenvolvido, mas como 
isso não é uma tarefa fácil, vamos auxiliar você em relação à facilitação do desen-
volvimento da sua pesquisa e para isso vamos aprender juntos sobre fichamento, 
resenha e resumo. Vamos lá?
2.1.1 Fichamento
O fichamento é o ato de registrar em uma ficha tudo o que encontra sobre o 
objeto de estudo, isto é, de anotar os dados relevantes para seu trabalho, de forma 
que quando necessário você consiga fazer a utilização eficiente deste material, con-
siga encontrar a fonte onde foi pesquisado, compare a referência de um autor com a 
de outro. Em suma, o objetivo é deixar todo o material pesquisado organizado para 
que seja possível construir a sua pesquisa.
A Braz CubasUnidade 2 Compreendendo as Diferenças entre os Trabalhos Científicos
28
De forma geral as fichas precisam permitir que o pesquisador consiga:
Fonte: Elaborado pelo autor
Partindo dessas informações é possível imaginar o que deve ser construído em 
um fichamento, os itens que comporão as fichas são:
As fichas podem conter mais ou menos informações conforme a necessida-
de do autor, por exemplo, podem não conter resumo, apenas as citações do autor, 
assim como também podem não conter comentário ou crítica, também poderão ir 
além contendo indicativo de qual parte do trabalho aquela informação será inserida 
e assim por diante. Logo, significa dizer que o fichamento pode ser adaptado para 
atender melhor a pesquisa que se pretende elaborar.
A tabela abaixo representa um exemplo de fichamento.
A Braz CubasUnidade 2Compreendendo as Diferenças entre os Trabalhos Científicos
29
Tabela 2.1 – Exemplo de Fichamento
FICHAMENTO
REFERÊNCIA	
LEAL, Edson Demetrio. Tópicos Avançados de Administra-
ção. Mogi das Cruzes, SP: Universidade Braz Cubas, 2013.
LOCAL	DE	CONSULTA Biblioteca Física Universidade Braz Cubas.
DATA	DE	CONSULTA 10/12/2015.
CITAÇÃO
A teoria da firma se preocupa em estudar o comportamen-
to da empresa e apresenta um conceito no qual a firma 
representa uma produtora de bens que se baseia na de-
manda de mercado (LEAL, 2013, p. 13).
RESUMO
Esse estudo traduz a relação da missão das organizações 
em geral sob a ótica da relação de consumo, conceito no 
qual se conhece como Teoria da Firma, onde a empresa 
serve para a produção de bens em virtude de uma deman-
da do público alvo. 
COMENTÁRIO
Este material pode ser aproveitado para utilização da cons-
trução da introdução do artigo.
 
Fonte: Elaborado pelo autor
Veja que os fichamentos são compostos por informações bastante objetivas e 
fáceis de ser interpretadas para uma utilização futura da construção de sua pesqui-
sa, além disso eles poderão ser feitos impressos ou digital, o importante é que este-
jam seguros para que no momento necessário possam ser encontrados e utilizados 
em sua pesquisa.
A Braz CubasUnidade 2 Compreendendo as Diferenças entre os Trabalhos Científicos
30
2.1.2 Resenha
2.1.3 Resumo
O resumo é tão importante quanto a resenha e poderá auxiliá-lo no desenvol-
vimento de sua pesquisa quando precisar avaliar a aplicabilidade do material pesqui-
sado em seu trabalho de pesquisa. 
Ao produzir um resumo, quem o faz não pode imprimir suas ideias, pois ali 
deve conter somente o que o autor transmite em sua obra, sem que haja interfe-
rência do desenvolvedor do resumo, sendo assim somente é possível o desenvol-
A Braz CubasUnidade 2Compreendendo as Diferenças entre os Trabalhos Científicos
31
vimento após a compreensão de toda a mensagem transmitida no texto, também 
é necessário respeitar a ordem com que as informações aparecem no texto, pois o 
autor pode ter criado uma linha de raciocínio que só é possível compreender seguin-
do o fluxo de informação que ele projetou, como se fosse pré-requisito para que seja 
possível compreender o tópico seguinte. 
Fonte: Elaborado pelo autor
Nos quadros abaixo é possível, através do exemplo, compreender o resumo 
de um texto:
CADEIA LOGÍSTICA NO MERCADO INTERNACIONAL 
Trecho retirado do livro didático de Logística Internacional da Universidade Braz 
Cubas.
LEAL, Edson Demetrio. Logística Internacional. Mogi das Cruzes: Universidade Braz 
Cubas, 2012.
A cadeia logística, também tratada por cadeia de suprimentos, possui relação direta 
com a logística, no entanto, ao tratar a cadeia de logística você será induzido a pensar 
no abastecimento da matéria-prima até que o produto chegue ao seu destino final. 
Talvez você esteja se perguntando qual a diferença entre a cadeia logística e a lo-
gística, é bem simples, a cadeia logística possui uma preocupação com a aquisição 
de matéria-prima para a fabricação do produto final, para que posteriormente seja 
pensado nos métodos de transporte do produto até que chegue ao consumidor final, 
estruturando a aceitação desses clientes pelo produto (pós-venda). Por outro lado, o 
objetivo principal da logística consiste na movimentação do produto para que este 
chegue ao seu destinofinal.
Resumo do trecho do Livro: Logística Internacional
A cadeia Logística, que também assume o nome de cadeia de suprimentos, é o pro-
cesso que se inicia com o abastecimento de matéria-prima dentro da indústria até a 
chegada do produto pronto nas mãos do consumidor final, enquanto isso, a logística 
se limita a movimentação da matéria-prima e do produto.
A Braz CubasUnidade 2 Compreendendo as Diferenças entre os Trabalhos Científicos
32
Veja que este resumo não se propôs a fazer cópia literal ou parcial do material 
disponível no texto, mas teve como função apresentar as principais ideias contidas 
no texto desenvolvido pelo autor e é assim que os resumos precisam ser feitos.
2.2 Tipos de Trabalhos Científicos
São diversos os tipos de trabalhos científicos, alguns mais acadêmicos e outros 
menos, mas de qualquer forma todos com o mesmo objetivo, produzir ciência. Que 
tal se compreendêssemos aqueles que são mais utilizados por nós aqui na Universi-
dade Braz Cubas?
2.2.1 Artigo
Os artigos são desenvolvidos com o objetivo de publicação em revistas e ar-
tigos científicos, também são utilizados para apresentação em congressos, quase 
sempre direcionado para um público especializado no tema que norteia o artigo. O 
que mais nos importa é sua estrutura, pois ele é formado por:
a) Introdução: É a ação de inserir o leitor
 no 
ambiente do material que ele irá ler. Faz
 com 
que possa aproximar-se daquele mundo
 que 
será pesquisado, também pode ser utili
zado 
como ato preparatório para que o leitor t
enha 
os conhecimentos mínimos dos pré-req
uisi-
tos para entendimento do trabalho.
b) Resumo/	 Abstract:	 Conforme já vi-
mos, o resumo é uma descrição do 
que irá conter no trabalho, com deta-
lhamento necessário para que o leitor 
compreenda o que está por vir em sua 
leitura. O abstract é a tradução do re-
sumo para o inglês.
c) Palavras-Chave: São algumas (em média 
entre 3 e 5) palavras que auxiliam o processo 
de busca quando necessário. Essas palavras 
são termos importantes no trabalho.
e) Resultado da Pesquisa: É a apresentação, propriamente dita, do que foi percebido na pesquisa de campo, do que se conseguiu de resposta da aplicação de questionários, entre-vistas, roteiros e até mesmo da observação realizada pelo autor. 
d) Referencial Teórico: Nesta parte 
será colocado todo o material apresen-
tado pelos diversos autores pesquisa-
dos e que dão base para a comprova-
ção do problema estudado.
A Braz CubasUnidade 2Compreendendo as Diferenças entre os Trabalhos Científicos
33
i) Referências: É parte em que se apresenta 
a bibliografia que foi utilizada na produção 
do estudo.
j) Anexo ou Apêndice (quando houver): São documentos, normalmente apresentad
os na ín-
tegra, que complementam o entendimento de alguma fase do trabalho e que p
or ter sido 
citado e ser relevante passa a ser adicionado para que o leitor possa pesquisar 
com maior 
profundidade.
Não se preocupe com esses termos que agora parecem técnicos, pois iremos tra
tar des-
ses assuntos, um a um, nas unidades seguintes de forma muito mais deta
lhada.
h) Considerações Finais: Nessa fase é que se 
apresentam as limitações do trabalho e as 
propostas de continuidade daquela pesqui-
sa, outras informações que poderão conter 
nesta fase devem se limitar a não adentrar 
na discussão dos resultados, a não ser que 
este item não tenha no trabalho e que você o 
faça junto às considerações finais.
f) Metodologia: Indica o método que foi 
utilizado para desenvolver a pesquisa.
g) Discussão dos Resultados: Nesta fase o que se espera é que seja possí-vel relacionar o que os autores disse-ram sobre aquele assunto (referencial teórico), com o que foi descoberto no resultado da pesquisa, pois essa ação permitirá que o trabalho seja confirma-do ou contestado em relação ao que se pretendia descobrir.
Normalmente o local de publicação determina as regras de formatação e quan-
tidade de páginas, quando este não o fizer o recomendado é que seja seguido o 
padrão ABNT, normas que também estudaremos nas próximas unidades. O padrão 
ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) não apresenta o número de pági-
nas, mas é comum que os locais de publicação aceitem artigos de 10 a 20 páginas.
O artigo é um trabalho reduzido como se percebe pela quantidade de páginas, 
porém ele é bastante específico e preciso, é necessário que o tema e o problema do 
artigo sejam bastante precisos (delimitados) para garantir que o material produzido 
atenda a esse critério de quantidade. Além disso, deve ter relevância e trazer alguma 
solução para um problema que seja vivenciado de fato por alguém.
Na imagem que segue é apresentada uma capa de um artigo científico publi-
cado no ano de 2015 na Universidade Braz Cubas. Caso queira conhecer mais os 
artigos científicos acesse a nossa plataforma do ENCIBRAC (Encontro Científico da 
Universidade Braz Cubas) e baixe alguns artigos para que possa compará-los ao seu 
estudo. Caso você não encontre o artigo apresentado na capa que foi publicado na 
edição de 2015 da revista, busque por artigos em outros anos, pois assim você terá 
um melhor entendimento de como produzir seu artigo.
A Braz CubasUnidade 2 Compreendendo as Diferenças entre os Trabalhos Científicos
34
O endereço do site do ENCIBRAC é http://www.encibrac.com.br/
Consumidor Feminino de Cerveja: Interferências do 
Investimento na Qualidade do Atendimento
RESUMO
O presente artigo analisa a evolução do marketing e a transição das relações entre 
clientes e fornecedores, com o bojetivo de conhecer os resultados no investimento na 
qualidade do atendimento ao consumidor, onde será direcionado o foco na análise 
dos consumidores do sexo feminino, a fim de detectar o que atrai este perfil de cliente 
para o consumo de cerveja na região da Grande São Paulo.
Palavras-chave: Consumidor; Consumidor GFeminino; Marketing Relacionamen-
to; Qualidade do atendimento; Cerveja.
2.2.2 Monografia
Produz certa semelhança com um artigo científico, porém é possível aumen-
tar a profundidade do estudo em relação ao nível de delimitação, pois permite que 
sejam abordados outros fatores um pouco menos específicos do que o artigo, isso 
porque a monografia é um trabalho especificamente acadêmico, que possui como 
função estruturar em um único trabalho todo o conhecimento adquirido ao longo 
do curso, através da realização de pesquisas científicas. Sendo assim, ele comporta 
várias áreas do conhecimento.
As monografias são utilizadas para outorgar a titulação de graduação ou pós-
graduação Lato Sensu, enquanto o artigo não tem essa função. As monografias tam-
bém não precisam tratar de assuntos inéditos, tampouco precisam propor soluções 
para problemas reais, pois a intenção desse trabalho é demonstrar a capacidade 
do aluno em sintetizar os conhecimentos, transpondo-os através de texto para que 
qualquer leitor consiga compreender aquela ideia.
A Braz CubasUnidade 2Compreendendo as Diferenças entre os Trabalhos Científicos
35
A estrutura de uma monografia, normalmente, segue o padrão da instituição 
que requer este trabalho, mas ainda assim é similar àquela apresentada para um 
artigo, com a diferença de que será acrescentado um sumário, poderão ser acres-
cidos agradecimentos e epígrafe e para alguns casos é acrescentado o pré-projeto 
(estudaremos em nossa próxima unidade).
2.2.3 Dissertação
A dissertação também é um trabalho de conclusão de curso, porém para con-
ferir o título de mestrado a um aluno. Na dissertação não há a obrigatoriedade de 
construção de algo inédito, assim como é o caso das monografias. O objetivo é tratar 
em profundidade acerca de um tema, porém com uma extensão de conteúdo mais 
ampla do que no caso das monografias, que selimitam aos conhecimentos adquiri-
dos ao longo do curso de graduação.
Também não há regras quanto ao número de páginas, porém é comum en-
contrar trabalhos composto por 100 a 120 páginas. O seu foco é a construção de um 
estudo que permita a solução de um problema real existente em alguma área, ainda 
que sua aplicação prática não aconteça de fato.
2.2.4 Tese
A tese é desenvolvida para obtenção de grau de doutorado ou livre docente. 
Ela deve apresentar o desenvolvimento de um conhecimento inédito, algo que per-
mita a criação de uma teoria, ou ainda a contestação de uma teoria existente. Ela 
deve apresentar solução para problemas relevantes e de grande importância social, 
com a obrigatoriedade da comprovação de seus resultados, seja pela exaustão da 
pesquisa bibliográfica, seja pela exaustão da pesquisa de campo.
O convencimento dos leitores acerca da solução do problema se dá com a cons-
trução e apresentação das razões, fundadas em evidências, fatos e raciocínio lógico que 
demonstrem que realmente é possível e viável a solução de determinado problema.
Quanto ao seu tamanho, assim como os outros trabalhos científicos, não há 
uma regra em específico, mas normalmente as apresentações contém entre 150 e 
190 páginas de estudo.
A Braz CubasUnidade 2 Compreendendo as Diferenças entre os Trabalhos Científicos
36
2.2.5 Paper
O paper é a representação de um pequeno artigo, porém com a apresentação 
de um posicionamento pessoal de especialistas no assunto, onde será apresentado 
apenas o que realmente é importante e descarta-se o que é irrelevante ao problema 
do estudo. Na maioria das vezes ele apresentará apenas os resultados obtidos do 
desenvolvimento das pesquisas, sendo a principal função estudar resultados sobre 
assuntos novos ou inovadores, ou ainda um novo olhar sobre algo já publicado.
Não há impedimentos quanto à produção de teoria em um paper, porém essa 
deverá ter uma objetividade ainda maior do que nos outros trabalhos científicos, 
sem esquecer que de fato o pesquisador que desenvolve o paper deverá apresentar 
suas reflexões acerca do problema, no sentido de resolvê-lo. 
Quanto ao seu tamanho pode ser definido pela instituição que o recebe, mas 
normalmente são aceitos trabalhos contendo entre 2 e 5 páginas, sendo essa a prin-
cipal diferença entre os outros trabalhos de produção científica.
Conheça mais:
Nos	cursos	de	graduação	acadêmica	em	primeiro	nível	(tecnologias,	licen-
ciaturas	e	bacharelados)	os	trabalhos	mais	comuns	são	monografias	e	ar-
tigos,	que	muitas	vezes	são	chamados	de	TCC	(Trabalho	de	Conclusão	de	
Curso)	ou	TC	(Trabalho	de	Curso).	Vá	até	a	biblioteca	ou	mesmo	no	site	do	
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ditismo,	mas	de	toda	forma	o	mais	importante	é	que	esses	trabalhos	pro-
duzam	relevância	para	a	sociedade.
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você	precisa	 compreender	para	o	 estudo	dessa	disciplina,	 então	não	 se	
esqueça	de	assistir	as	videoaulas,	pesquisar	as	nossas	Dicas	e	Complemen-
tos,	além	de	pesquisar	as	referências	bibliográficas	que	utilizamos.
A Braz CubasUnidade 2Compreendendo as Diferenças entre os Trabalhos Científicos
37
Dica:
Para	aprofundar		o	que	você	estudou	nessa	unidade	consulte	os	livros	de	
metodologia	disponíveis	em	nossa	biblioteca	virtual.
Referências da Unidade II
BARROS, Aidil Jesus da Silveira; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Fundamentos 
de Metodologia Científica: Um guia para iniciação científica. 2ª. Edição Ampliada. 
São Paulo: Pearson Education, 2000.
MARCONI, Mariana de Andrade; LAKATOS Eva Maria. Fundamentos da Metodologia 
Científica. 6ª. Edição. São Paulo: Editora Atlas, 2005. 
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 23ª. Edição, 
revista e atualizada. São Paulo: Editora Cortez, 2007.
A Braz CubasUnidade 3Estrutura da Produção Escrita
39
3Unidade III
Estrutura da Produção Escrita
3.1 Construindo um Projeto de Pesquisa
Vamos pensar a construção de um projeto de pesquisa. Para isso, vamos refle-
tir sobre algumas questões básicas:
Antes de qualquer coisa, é necessário compreender que um projeto de pesqui-
sa é uma etapa indispensável da construção do conhecimento científico. Portanto, 
embora seja óbvio, é uma importante parte para o conhecimento acadêmico/cientí-
fico. Em outras palavras, o que deve motivar a construção de um projeto de pesquisa 
é o conhecimento.
A Braz CubasUnidade 3 Estrutura da Produção Escrita
40
Respondendo à primeira questão: 
Por que fazer um projeto de pesquisa?
Você vai precisar começar a se preocupar com um projeto de 
pesquisa toda vez que necessitar construir um trabalho aca-
dêmico de maior porte, como um Trabalho de Curso (TC), um 
trabalho de Iniciação Científica (IC), um trabalho de pós-gra-
duação (tanto lato	sensu	quanto	stricto	sensu). E, acredite, não 
é apenas pela formalidade acadêmica, mas pela necessidade 
de organização para a construção de um trabalho acadêmico 
em todas as áreas do conhecimento.
E isso nos leva à segunda questão: 
Para que serve um projeto de pesquisa?
Serve para organizar a construção de um trabalho acadêmico, e, em todos os 
níveis, da graduação a pós, os projetos são requisitados. Além disso, quando se 
compreende como se faz um projeto corretamente, percebe-se que este serve 
para orientar o pesquisador e não deixá-lo perder o foco do seu trabalho.
Qual a importância da estrutura do projeto de pesquisa?
Um projeto é estruturado de forma lógica, de forma a facilitar a montagem de um 
trabalho. Imagine construir uma casa contando com todo material de construção, 
equipe de construtores, mas sem projeto. Como começar? Quantos imprevistos 
não ocorreriam?
Um projeto de pesquisa tem o mesmo princípio. Um pesquisador pode achar que 
um projeto não é necessário, pois ele é capaz de trabalhar com os dados cole-
tados, ler e fichar a bibliografia e escrever o texto final. Fazer tudo isso sem um 
projeto é sujeitar-se a uma série de riscos, além da possibilidade de sair do foco, 
o que pode custar uma reprovação num TC ou IC, ou mesmo numa disciplina 
regular. Não queremos correr esse risco, certo?
A Braz CubasUnidade 3Estrutura da Produção Escrita
41
Antônio Joaquim Severino, professor que trabalha há muitos anos na área de 
metodologia científica, produziu um interessante fluxograma da elaboração do tra-
balho científico que será útil para compreendermos as etapas de construção deste 
tipo de trabalho. Vejamos: 
Fluxograma 3.1- Processo de elaboração de um trabalho científico a partir do projeto
Pesquisa 
Técnica
Pesquisa empírica
Processo 
dedutivo
Processo indutivo
redação 
do texto/
relatório
Análise dos dados e 
construção lógica do ra-
ciocínio demonstrativo
Atividades de 
pesquisa e 
documentação
Levantamento das 
fontes
Elaboração 
do projeto de 
pesquisa
(FONTE: SEVERINO, 2009: 128)
De acordo com o fluxograma exposto, a elaboração do projeto de pesquisa é o 
início do processo que culminará na elaboração do texto final (seja uma monografia, 
um artigo ou um relatório). Tudo isso porque o pesquisador deve conseguir demons-
trar os resultados de sua pesquisa de forma lógica e clara. 
Vamos agora ao processo de elaboração e formatação do projeto de pesquisa.
3.2 Iniciando um Projeto de Pesquisa
Nesta etapa iremos tratar de uma parte fundamental (literalmente) da elabo-
ração de um projeto de pesquisa. Trata-se do momento mais importante na cons-
trução de um projeto, pois seráo alicerce do trabalho. Definir o tema e o problema 
da pesquisa tomará boa parte do tempo da elaboração do projeto, mas também já 
responderá de antemão futuras questões que você terá de responder em outros 
itens do projeto.
Vale dar uma atenção especial a esta fase, pois, ela estando clara as chances de 
uma falha posterior diminuem consideravelmente.
A Braz CubasUnidade 3 Estrutura da Produção Escrita
42
3.2.1 Definição do Tema
Não há um projeto sem que se tenha um tema. E a escolha do tema não é das 
coisas mais fáceis de se fazer. 
O tema pode surgir de um interesse particular ou profissional, 
de algum estudo ou leitura. Às vezes, o professor indica o tema, 
deixando o aluno escolher um de seus aspectos. Teórico ou prá-
tico, o tema deve corresponder ao gosto do pesquisador, além 
de proporcionar-lhe experiências de valor e contribuir para o 
progresso das ciências. Devem ser evitados assuntos fáceis e 
sem interesse, que não compensam o esforço exigido. O tema 
deve, naturalmente, ser adequado à capacidade e à formação do 
pesquisador e corresponder às suas possibilidades, quanto ao 
tempo e aos recursos econômicos. Na escolha do tema deve-se 
levar em conta o material bibliográfico, que deve ser suficiente e 
estar disponível. Evite, finalmente, fixar a escolha sobre temas a 
respeito dos quais já existem estudos exaustivos: a quantidade 
de assuntos novos à espera de pesquisadores torna injustificá-
vel a duplicação de estudos. (CERVO; BERVIAN & SILVA, 2006: 72)
A citação que acabamos de ler sugere que o tema esteja de acordo com os 
interesses do pesquisador, mas que também se justifique não sendo apenas uma 
repetição do que já foi exaustivamente estudado. Observe o esquema abaixo:
Tema
- Interesse do pesquisador
É fundamental se interessar 
pelo tema proposto.
É necessário certificar-se se o tema 
escolhido já não foi exaustivamente 
estudado.
Depois de escolhido o tema, sua de-
limitação é a parte mais importante 
para o início da pesquisa.
- Leituras preliminares: 
verificação da viabilidade
- Delimitação do tema
A Braz CubasUnidade 3Estrutura da Produção Escrita
43
 9 O interesse (seja ele motivado por questões intelectuais 
ou profissionais), 
 9 A verificação da viabilidade e, por fim, 
 9 A delimitação do tema.
Podemos apoiar o 
tema nestes três 
pilares:
É muito comum que pesquisadores novos tentem escrever sobre temas gerais, 
mas quando se faz uma reflexão um pouco mais detida, percebe-se que a pesquisa 
não dará conta de responder a tudo o que é necessário para fechá-la. Geralmente, 
um tema que começa pela importância de alguma coisa, não é viável para o estudo. 
Por exemplo: A importância da alfabetização na idade certa. 
Note que o tema proposto, por mais que pareça relevante, dá várias possi-
bilidades de interpretação e encaminhamento. Simplesmente responder à questão 
por que tal tema é importante não justifica por si só uma pesquisa. Você vivenciará 
esse processo de delimitação de tema na elaboração de trabalhos nas disciplinas, de 
modo que, ao chegar ao final do curso, será capaz de delimitar um tema sem gran-
des dificuldades. A elaboração de um projeto requer muito treino e leitura.
Como decorrência da delimitação do tema, deve-se elaborar o problema da 
pesquisa. 
O problema é sempre formulado na forma de pergunta, pois esta pergunta 
será respondida ao longo da pesquisa. Não há um formato padrão para a elabora-
ção da questão, pois esta deve ser adequada ao tipo de pesquisa que se pretende 
fazer. Chegando a esta etapa com clareza, fica relativamente fácil estabelecer as 
etapas posteriores.
Vamos retomar o que vimos até o presente: 
A Braz CubasUnidade 3 Estrutura da Produção Escrita
44
3.3 Estruturando um Projeto de Pesquisa
Agora que já discutimos os fundamentos do projeto, vamos falar da estrutura 
do projeto. Observe o esquema abaixo:
Esquema 3.1 - Estrutura básica de um projeto de pesquisa
Título
Tema
Problema da pesquisa
Objetivos
Justificativa
Hipótese
Quadro teórico
Fontes, procedimentos e etapas
Cronograma
Referências bibliográficas
O título não é o tema do projeto.
É importante saber diferenciar o 
título do tema.
Objetivos gerais.
Objetivos específicos
Projeto
(Fonte: Elaborado pelo autor)
O esquema exposto pode sofrer algumas pequenas modificações na apresen-
tação de acordo com a natureza da pesquisa ou das exigências do curso ou do pro-
grama de pesquisa. No entanto, todos os componentes apresentados, estruturados 
de acordo com o manual de metodologia de Antônio Joaquim Severino (2009: 129-
131), farão parte de qualquer projeto. 
3.3.1 Evidenciando o porquê da pesquisa
Aqui falaremos de três componentes do projeto: os objetivos, a justificativa e 
a hipótese. 
Por que enfatizar estes três elementos?
A Braz CubasUnidade 3Estrutura da Produção Escrita
45
Um projeto, como todo texto produzido, tem um leitor específico. No caso do 
projeto, é muito importante que o seu leitor, geralmente um professor ou orienta-
dor, consiga compreender com máxima clareza não só os objetivos da pesquisa, mas 
também se o pesquisador tem noção do que está fazendo.
Ao ler os objetivos, a justificativa e a hipótese, fica claro se o pesquisador con-
seguiu elaborar um projeto com coerência e se será possível levar o projeto até o 
final a partir da consistência do que foi proposto.
Pode ter certeza que as etapas da delimitação do tema e a formulação do pro-
blema da pesquisa já garantiu grande parte do trabalho. Muitas vezes é mais difícil 
a elaboração do tema do que as etapas posteriores, uma vez que, um tema bem 
elaborado facilita muito a produção de todas as etapas posteriores. Já o contrário 
dificulta muito, isso quando não impossibilita, a elaboração das etapas posteriores.
Em relação aos objetivos, vejamos o conteúdo abaixo:
Objetivos gerais: procura-se determinar, com clareza e objetivi-
dade, o propósito do estudante com a realização da pesquisa. 
(...) em pesquisa bibliográfica em nível de graduação, os propósi-
tos são essencialmente acadêmico, como mapear, identificar, le-
vantar, diagnosticar ou historiar determinado assunto específico 
(ou traçar o perfil dele) dentro de um tema.
Objetivos específicos: (...) significa aprofundar as intenções ex-
pressas nos objetivos gerais. Com que propósito o estudante se 
propõe a mapear, identificar, levantar, diagnosticar ou historiar 
determinado assunto específico (ou traçar o perfil dele) dentro 
de um tema? Ele pode querer mostrar novas relações para o 
mesmo problema, (...) (CERVO; BERVIAN & SILVA, 2006: 75)
Os exemplos dizem respeito a pesquisas bibliográficas, pois estas são as mais 
comuns entre graduandos. No entanto, os objetivos da pesquisa serão adaptados de 
acordo com a natureza da pesquisa.
A apresentação textual dos objetivos num projeto se dão por meio de verbos 
no infinitivo. Alguns exemplos comumente utilizados, fora os do exemplo, são: 
demonstrar, avaliar, analisar, entre outros que variam de acordo com as áreas de 
estudo.
A Braz CubasUnidade 3 Estrutura da Produção Escrita
46
?
Se exponho nos objetivos do projeto onde pretendo chegar com 
a pesquisa, por que preciso fazer uma justificativa do trabalho?
A justificativa é um dos elementos do projeto que mostrará ao professor ou 
orientador se o pesquisador tem condições de seguir adiante ou não. Por quê?
Porque na justificativa deve-se referir a estudos anteriores e uma revisão bi-
bliográfica, o que mostra a maturidade do pesquisador em relação ao que ele 
pretende estudar. Além disso, na justificativa deve constar, após demonstrar o 
que foi estudado até então, porque continuar estes estudos. 
Por fim, aúltima parte que demonstra porque sua pesquisa deve ser feita são 
as hipóteses. Obviamente, uma hipótese não é uma verdade absoluta e nem sequer 
tem a obrigatoriedade de confirmação. Isso porque a hipótese corresponde aos ob-
jetivos da pesquisa, porém, a realização da pesquisa pode confirmar ou modificar a 
hipótese apresentada. (Se a hipótese fosse sempre verdadeira não haveria necessi-
dade de pesquisa, certo?)
No caso de pesquisas realizadas durante a graduação, as hipóteses devem ser 
simples. Escolher hipóteses muito complexas pode inviabilizar a pesquisa.
As hipóteses têm a função prática, quando orientam o pesquisa-
dor, colocando-o na direção da causa provável ou da lei que se 
procura, ou função teórica, quando coordenam e completam os 
resultados já obtidos, agrupando-os em conjunto completo de 
fatos e fenômenos, a fim de facilitar sua inteligibilidade e estudo. 
(CERVO; BERVIAN & SILVA, 2006: 78)
As hipóteses encerram um esforço que teve início na escolha do tema. Para 
compreendermos em termos práticos, a hipótese deve ser entendida como uma res-
posta provisória ao problema da pesquisa. Ao pesquisar, por exemplo, os índices de 
leitura de livros por alunos do ensino superior, pode-se levantar a seguinte hipótese: 
os alunos lêem pouco por causa de defasagens na educação básica. Tal hipótese 
pode vir a se confirmar ou ser demonstrada falsa a depender dos resultados obtidos 
na pesquisa.
A Braz CubasUnidade 3Estrutura da Produção Escrita
47
Mentalmente, a construção destes elementos se dá quase que simultanea-
mente. Só ganham esse caráter de etapas quando da construção escrita do projeto, 
e este acaba tendo a função de organizar a pesquisa.
3.3.2 Finalizando o Projeto de Pesquisa
Depois de finalizada a construção do projeto até as hipóteses, ou seja, o por-
quê da pesquisa, cabe explicar como a pesquisa será realizada. Primeiro deve-se ex-
por o quadro teórico, ou seja, em quais quadros teóricos a pesquisa se apoiará. Esta 
etapa não é difícil, uma vez que, para a construção da hipótese já foi necessário ter 
tido contato com teorias e explicações gerais e já consolidadas a respeito do tema.
Como toda pesquisa demanda que se demonstre de onde serão retiradas 
as informações ou dados com os quais pretende-se trabalhar, cabe deixar claro 
as fontes, procedimentos e etapas da pesquisa. Neste momento deve-se tomar o 
cuidado de apontar as fontes que possam ser pesquisadas, pois isto implica no 
desenvolvimento da pesquisa. Do mesmo modo, deve-se apontar como será de-
senvolvida metodologicamente a pesquisa. 
Quando for escrever a metodologia da pesquisa, deve deixar claro como irá 
proceder. Esclarecendo isso, tornará claro ao leitor se você irá conseguir chegar ao fi-
nal da pesquisa satisfatoriamente. Ainda deixará claro a você mesmo se será possível 
concluir a pesquisa. Imagine se você tem uma bela hipótese, mas para comprová-la 
seria preciso uma equipe de pesquisa? Por melhor que seja a hipótese, o tema e o 
problema da pesquisa, grandes obstáculos na metodologia da pesquisa pode repre-
sentar o fim do trabalho (no mau sentido). Muitas vezes o clichê “menos é mais” deve 
estar em mente.
Já que foi possível escrever as etapas da realização da pesquisa, faz-se neces-
sário estabelecer um cronograma da realização das atividades. 
Por que fazer cronograma?
Todas as pesquisas realizadas institucionalmente estão atreladas a prazos. O 
cronograma pode parecer um elemento pequeno no final do projeto, mas é ele que 
organiza a realização das etapas da pesquisa. Veja um modelo de cronograma:
A Braz CubasUnidade 3 Estrutura da Produção Escrita
48
Ações/Atividades
Mês 
01 
Mês 
02
Mês 
03
Mês 
04
Mês 
05 
Mês 
06 
Mês 
07 
Pesquisa bibliográfica  X            
Coleta dos dados  X X  X  X       
Análise dos dados    X X  X  X     
Redação e revisão do relatório           X  X 
O exemplo baseia-se no padrão de cronogramas. Todos são feitos como um 
calendário e têm a função de orientar o tempo de realização da pesquisa. É impor-
tante notar que o cronograma deve ser flexível, pois imprevistos acontecem e inter-
ferem na realização das etapas.
Por fim, mesmo um projeto tem bibliografia e, ao final deve-se constar o con-
junto de livros, sites e artigos consultados. Assim como, caso existam, devem ser 
colocados documentos anexos.
Para concluir, duas observações. Primeira: Um projeto pode ser modificado? A 
resposta é sim. E, aliás, muitas vezes deve ser modificado, pois o desenvolvimento da 
pesquisa revela inúmeras possibilidades que nos levam a precisar modificar o proje-
to. O que não é possível realizar é uma mudança radical de tema, pois isto implica na 
total mudança do projeto e não apenas uma modificação.
Segunda: Umberto Eco escreveu um livro de metodologia que se tornou clássi-
co na academia – Como se faz uma tese. Ele dá 4 regras para a escolha do tema que 
devemos seguir se quisermos realizar uma pesquisa bem-sucedida. Vamos a elas:
1. Que o tema responda aos interesses do candidato (ligado 
tanto ao tipo de exame quanto às suas leituras, sua atitude 
política, cultural ou religiosa);
2. Que as fontes de consulta sejam acessíveis, isto é, estejam 
ao alcance material do candidato;
3. Que as fontes de consulta sejam manejáveis, ou seja, este-
jam ao alcance cultural do candidato;
4. Que o quadro metodológico da pesquisa esteja ao alcance 
da experiência do candidato.
(ECO, 2000: 4)
A Braz CubasUnidade 3Estrutura da Produção Escrita
49
O que o grande pesquisador está dizendo, é: faça o que está ao seu alcance e 
o que gosta. Não existe pesquisa pela pesquisa ou só por título. Quando fazemos o 
que nos interessa os resultados são sempre bons.
Conheça mais:
Há	diversas	obras	de	metodologia	científica	na	Biblioteca	Virtual.	Um	guia	
muito	interessante	sobre	projeto	científico,	e	que	vale	a	pena	ler	pela	cla-
reza	com	que	trata	do	tema	é	o	livro	Guia do trabalho científico: Do pro-
jeto à redação final - Monografia, dissertação e tese,	de	Celso	Ferrarezi	
Júnior,	publicado	pela	editora	Contexto	em	2011.	Este	livro	será	um	bom	
complemento	para	seus	estudos	e	ajudará	muito	na	elaboração	e	redação	
de	um	projeto	e	um	trabalho	científico.
Aprendemos que:
Um	projeto	de	pesquisa	serve	para	organizar	e	dar	bases	à	realização	da	
pesquisa	e	é	escrito	para	um	leitor	muito	específico:	geralmente	um	pro-
fessor	ou	orientador.	A	base	de	um	projeto	de	pesquisa	está	na	escolha	do	
tema,	que	norteará	todo	o	restante.	O	tema	deve	ser	delimitado	por	uma	
série	de	motivos,	incluindo	os	prazos,	geralmente	muito	estreitos	para	se	
cobrir	um	tema	muito	amplo.	Uma	vez	delimitado	o	tema	o	pesquisador	
deve	se	preocupar	com	os	objetivos	e	com	o	problema	da	pesquisa,	ou	seja,	
qual	questão	pretende	responder	com	a	pesquisa.	Realizadas	estas	etapas	
fundamentais,	parte-se	para	demonstrar	o	porquê	da	pesquisa,	com	a	jus-
tificativa	e	as	hipóteses.	Por	fim,	deve-se	demonstrar	como	a	pesquisa	será	
realizada,	com	as	etapas	e	metodologia	descritas	detalhadamente.	Reali-
zadas	todas	as	etapas,	espera-se	que	fique	claro	tanto	o	que	o	pesquisador	
pretende	quanto	que	será	possível	realizá-lo.
Este	livro	não	é	o	único	material	do	seu	aprendizado	de	Metodologia	Cientí-
fica.	Lembre-se	de	assistir	às	videoaulas	no	AVA,	assim	como	aproveitar	os	
materiais	disponibilizados	que	enriquecerão	ainda	mais	seu	aprendizado.
A Braz CubasUnidade 3 Estrutura da Produção Escrita
50
Dicas:
Dicas	de	sites	para	pesquisadores
•	 http://www.scielo.org
•	 http://www.cnpq.gov.br
•	 http://www.capes.gov.br
•	 http://www.fapesp.br
Referências da Unidade III
CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A. & SILVA, Roberto da. Metodologia Científica.SP, Pearson. 2006
ECO, Umberto. Como se faz uma tese. SP, Perspectiva. 2000
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. SP, Cortez Editora. 
2009
A Braz CubasUnidade 4Monografia e Artigo Científico
51
4Unidade IV
Monografia e Artigo Científico
4.1 Monografia
O próprio nome já diz muito sobre este tipo de trabalho acadêmico, afinal, 
Monografia provém das palavras gregas 
Houass	a define como 
trabalho escrito a 
respeito de determinado 
assunto, sobre 
determinado ponto 
da história, da arte, da 
ciência, ou sobre uma 
pessoa ou uma região. 
Que significa 
um só
Sinônimo de 
escrever, ou em 
outras palavras, 
trabalho sobre 
um único 
assunto.
mónos grapheine
A Braz CubasUnidade 4 Monografia e Artigo Científico
52
Note você, por favor, a ideia de unicidade, pois é exatamente isto que se espera 
de uma monografia: escolher e concentrar-se em um único tema, aprofundando-o 
ao máximo. Quanto maior a concentração sobre o tema, maior será a possibilidade 
de abordá-lo com propriedade. Para melhor compreender a monografia, compare-a 
ao funcionamento do laser: quanto mais um aparelho consegue canalizar o feixe de 
luz, mais eficaz e poderoso será o raio laser e mais amplas as possibilidades de sua 
utilização em cirurgias, em empresas e na indústria espacial.
4.1.1 Por que aprender a elaborar uma Monografia é importante?
Bastaria dizer para você que a elaboração de uma monografia será exigida na 
conclusão de seu curso e se você não elaborá-la e apresentá-la com um mínimo de 
eficácia, não poderá colar grau, ainda que suas notas e seu aproveitamento em todas 
as disciplinas e atividades da Universidade sejam espetaculares.
Outra das razões pelas quais você deve dedicar especial atenção a este apren-
dizado é a lembrança de que a monografia será exigida de você em toda a sua traje-
tória acadêmica, isto é, pós-graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado. 
Mas, sabemos que você não está frequentando este curso apenas para ser 
aprovado, por este motivo estamos certos de que é importante dizer para você que 
através da elaboração da monografia você ampliará imensamente sua capacidade 
de pesquisa, análise, organização de suas ideias e, como consequência, sua capaci-
dade de expressar seu pensamento. 
E, neste sentido, não tenha nenhuma dúvida, pois os melhores professores, ad-
vogados, médicos, administradores, jornalistas não são, necessariamente, aqueles 
que sabem mais, mas aqueles que, além de saberem muito, conseguem se expres-
sar e se comunicar melhor com seus alunos, jurados, pacientes, clientes, leitores ou 
interlocutores.
A Braz CubasUnidade 4Monografia e Artigo Científico
53
Esta é a razão pela qual o professor Dau Bastos nos lembra que 
em situações sociais você consegue atenção das pessoas com 
um papo agradável e inteligente. Numa entrevista de emprego 
é fundamental falar de maneira articulada. Nos projetos para 
melhorar seu bairro ou sua faculdade, é preciso combinar con-
sistência e clareza. Ao escrever uma monografia, você exercitará 
tudo isto. Portanto, ao invés de vê-la como obrigação penosa, 
encare-a como trabalho capaz de enriquecer sobremaneira sua 
formação. (BASTOS, 2010, p. 13) 
Assim, convidamos você a examinar este estudo como o “manual de instru-
ções” de uma ferramenta que o habilitará abrir as portas e as janelas de uma vida 
plena de aprendizados e conhecimentos que o levarão muito longe.
4.1.2 Regras de Monografia e a ABNT
Na elaboração de sua monografia você, necessariamente, deverá obedecer a 
algumas regras, que vão desde a redação à forma como será apresentado o seu 
trabalho, passando por uma cuidadosa forma de indicar os livros e artigos que você 
consultou, e a forma como seu trabalho será dividido.
Isto ocorrerá porque não se trata de um trabalho qualquer, mas de um traba-
lho científico, ou, em outras palavras, uma atividade realizada de maneira organizada 
e rigorosa.
 
E que regr
as são esta
s? Para que servem?
Para responder a esta pergunta permita-nos apresentar para você a famosa 
ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas.
A Braz CubasUnidade 4 Monografia e Artigo Científico
54
A ABNT é uma associação sem fins lucrativos, criada em 1940, ligada à UNESCO, 
e que tem, no Brasil, a incumbência de regular e divulgar as normas de formatação 
de trabalhos acadêmicos, normas estas reconhecidas em todo o mundo. Podemos 
dizer, portanto, que se você observar as regras da ABNT e o seu trabalho for divulga-
do na França, em Mônaco ou na Turquia, será considerado confiável e seguro.
Sobre o nosso trabalho, especificamente, importa saber que a norma que dita 
as regras sobre monografias é a NBR 14724, de 2011.
A propósito, observe, no quadro 4.1, algumas das principais regras que deve-
remos considerar na elaboração da monografia, sintetizadas pelas pesquisadoras 
Alvarenga e Couto Rosa: 
Quadro 4.1 – Regras de Redação da Monografia
01
Saber o que se vai escrever e com que objetivo, lembrando sempre que o objetivo 
é expressar e não impressionar.
02 Escrever sempre sobre um assunto que pode ser levado à exaustão.
03 Concatenar as ideias e informar de maneira lógica.
04 Respeitar as normas gramaticais.
05 Evitar argumentações demasiadamente abstratas.
06 Usar vocabulário técnico de acordo com a área.
07 Evitar repetição de detalhes supérfluos.
08 Manter a unidade e o equilíbrio das partes.
09 Fazer revisão constante do que está sendo escrito.
10
Fazer uso de linguagem direta, precisa e acessível, clara e objetiva, isenta de am-
biguidade.
11 Frases curtas, concisas, evitando o estilo prolixo, ou confuso.
12 Vocabulário adequado ao tema.
13
Caráter impessoal, redação em terceira pessoa ou uso do plural de modéstia, 
evitando fazer referências pessoais.
14 Tratamento cortês para com os resultados de pesquisas anteriores.
15
Cada ciência possui uma terminologia técnica própria, que acompanha sua evolu-
ção, aperfeiçoando-se e enriquecendo-se com os seus resultados.
(Fonte: ALVARENGA, 2001.)
A Braz CubasUnidade 4Monografia e Artigo Científico
55
4.1.3 A escolha do tema de sua monografia
Na terceira unidade o assunto da escolha do tema já foi abordado com bas-
tante profundidade, mas o assunto é relevante e irresistível demais para não ser 
mencionado nesta etapa de sua jornada.
Gosto de associar a escolha do tema da 
monografia ao casamento: entenda, por favor, 
que, como ocorre no casamento, sua escolha 
o acompanhará por toda a jornada e, mesmo 
com o fim do casamento (mesmo após a con-
clusão da monografia) sua escolha continuará 
impactando sua vida. 
Provavelmente é por isto que o Professor Rizzatto Nunes (2014, p. 13) nos 
lembra que:
Uma monografia tem grande chance de dar certo se o tema es-
colhido estiver de acordo com as características intelectuais do 
aluno, sua atração pelo assunto, o interesse despertado tendo 
em vista sua posição ideológica, sua atitude diante das circuns-
tâncias que o assunto revela. Quanto mais simpatia o tema des-
pertar, quanto mais atração exercer, mais motivação você terá 
para desenvolver o trabalho.
E o que acontece com aqueles que foram infelizes na escolha? O próprio Rizza- 
tto Nunes responde a esta pergunta explicando que 
pode se afirmar, sem medo de errar, que produções científicas 
desmotivadas são, geralmente, pobres e monótonas e que o in-
vestigador sem inspiração assemelha-se mais a um autômato 
repetidor que a um criador (e a produção científica é criação!) 
(2014, p. 14).
A Braz CubasUnidade 4 Monografia e Artigo Científico
56
Se você me permitir uma sugestão, para a escolha de seu tema convido-o a 
pensar em um assunto em termos de “solução de um problema”. Escolha um

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