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Gestão Escolar Integradora modolo 1

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Gestão Escolar Integradora: Supervisão, Orientação e Inspeção Educacional - Módulo I
Importância da Metodologia para o Pesquisador
O que é Metodologia? Que relação há entre Ciência e Metodologia Científica? Qual a sua importância e utilidade para o pesquisador?
Partindo da definição etimológica do termo temos que a palavra Metodologia vem do grego “meta” = ao largo; “odos” = caminho; “logos” = discurso, estudo.
A Metodologia seria a aplicação do método através de técnicas. Constitui o procedimento que deve seguir todo conhecimento científico para comprovar sua verdade e ensiná-la.
O método é o caminho ordenado e sistemático, a orientação básica para se chegar a um fim e técnica é a forma de aplicação do método. Representa a maneira de atingir um propósito bem definido. Têm-se então o método como estratégia e as técnicas como táticas necessárias para se operacionalizar a estratégia. Assim, o método estabelece de modo geral o que fazer e a técnica nos dá o como fazer, isto é, a maneira mais hábil, mais perfeita de fazer uma atividade.
A Metodologia não procura soluções, mas escolhe as maneiras de encontrá-las, integrando os conhecimentos a respeito dos métodos em vigor nas diferentes disciplinas científicas ou filosóficas.
A metodologia científica está dentro de duas grandes áreas que se completam. São elas: a Epistemologia e a Metodologia Aplicada
A Metodologia auxilia e, portanto, orienta o pesquisador no processo de investigação para tomar decisões oportunas na busca do saber e na formação do estado de espírito crítico e hábitos correspondentes necessários ao processo de investigação científica. O uso de processos metodológicos permitirá ao estudante o desenvolvimento de seu raciocínio lógico e de sua criatividade.
Metodologia Científica não é um amontoado de técnicas, embora elas devam existir, mas sim uma disciplina que deve estar sempre em relacionamento e a serviço de uma proposta nova de Universidade e de conhecimento.
A Metodologia Científica estrutura-se, portanto, de forma a contribuir para que a Universidade desenvolva as funções que lhe são impostas frente às necessidades culturais, sociais e econômicas emergentes.
A metodologia ajuda você a melhorar a aperfeiçoar suas estratégias, suas táticas e técnicas de aprendizagem e estudo para assimilar melhor e de forma mais eficaz tudo aquilo que precisa ser aprendido para o seu sucesso profissional.
Considerando-se a Universidade como centro do saber, como uma instituição preocupada com a qualificação do ensino, com o rigor da aprendizagem e com o progresso da ciência, ela terá na Metodologia um valioso auxílio quanto ao desenvolvimento de capacidades e habilidades do pesquisador. Vem, portanto, fornecer os pressupostos do trabalho científico, ou seja, normas técnicas e métodos reconhecidos pelo uso entre cientistas, no que se refere ao planejamento da investigação científica, à estrutura e à aplicação, apresentação e comunicação dos seus resultados.
Aprendendo a pensar, a pesquisar e formando o seu espírito científico, o pesquisador estará obtendo conhecimentos novos e ao mesmo tempo construindo-se como sujeito ativo e participante da História.
Metodologia Acadêmica
A primeira questão é Organização
Quando você começa a estudar, pode parecer difícil simplesmente porque o estudo não tem “forma” para você. Enquanto não desenvolver algum tipo de método para estudar – enquanto não conseguir um entendimento geral do que precisa ser feito e quando – você despende muito tempo dispersivamente, começando uma coisa e em seguida outra e se perguntando se vai chegar a algum lugar. É preciso ter objetivo um plano cuidadoso. Um dos principais problemas dos estudantes é como administrar o tempo de estudo.
Administrando o tempo
Na verdade, há dois tipos de problema com o tempo: achar tempo suficiente e usá-lo com eficiência.
As pessoas têm compromissos sociais, compromissos com trabalho (começar cedo no dia seguinte) e interesses de lazer (assistir ao filme de espionagem). Tudo isso é importante. Há espaço suficiente nos intervalos para estudar? Estudantes adultos sempre têm que fazer escolhas difíceis relacionadas a sua disponibilidade de tempo. Quando estudar, começa a fazer parte da sua vida, geralmente alguma outra coisa deve ser deixada de lado. E, contudo, todos nós sabemos o que acontece quando só trabalhamos e não nos divertimos. Até mesmo os estudantes precisam ter alguma diversão. Desse modo, esse é um dos primeiros problemas que você tem que enfrentar – o malabarismo que tem que aprender, a fim de lidar com mais uma bola em sua vida. O estudo eficiente frequentemente exige muito tempo e em porções de bom tamanho. Assim você tem que se tornar um especialista em criar tempo. Uma maneira de tentar fazer isso é esquematizar um quadro de horários da sua semana “típica” e ver onde há espaço para manobra.
Desenhe para si próprio um quadro semelhante ao modelo mostrado na acima. Calcule o tempo de estudo total do qual você pode razoavelmente dispor e sua localização na semana. Tente identificar onde poderão ocorrer choques de horário e onde talvez tenha que reduzir o tempo de algumas outras coisas.
Não se assuste se achou essa atividade quase impossível. Ela é. A vida é, geralmente, extremamente complicada. Além do mais, depois de fazer um planejamento é ainda mais difícil segui-lo. Mas segui-lo não é necessariamente a questão. Mesmo que ache que precisa mudar constantemente seus planos, ainda vale a pena, porque as decisões que você toma para mudá-los forçam-no a pensar sobre o que está fazendo e por quê. Planejar faz com que você pense estrategicamente ao invés de ficar divagando.
Usando o tempo
Temos dificuldades não só em encontrar tempo suficiente, mas também em usá-lo com eficiência. Às vezes não conseguimos decidir quais tarefas realizar nas horas que temos disponíveis. Para evitar isso, você deve aprender a determinar quanto tempo precisa para certas tarefas e quanto tempo ficar trabalhando nelas quando seu tempo está se esgotando. Você verá que pode fazer algumas tarefas (tais como a leitura de um trecho difícil ou escrever uma parte de um ensaio) somente quando estiver razoavelmente descansado e tiver ainda um período bastante razoável de tempo à sua frente, enquanto outras (como organizar suas anotações, ou rever uma versão de um ensaio) podem ser encaixadas em momentos ocasionais, ou deixadas para quando você estiver mais cansado. As pessoas variam muito nas suas maneiras de trabalhar, assim essas sugestões podem não ser adequadas para você. A questão é que para conseguir o melhor de si próprio no seu tempo disponível, você precisa parar ocasionalmente para considerar se poderia distribuir seu tempo de estudo de forma diferente, a fim de conseguir melhores resultados. Não labute apenas esperando pelo melhor. Você precisa agir com mais dinamismo.
Concluindo a tarefa
Minhas considerações até agora abordaram o ato de estudar como se fosse dividido em tarefas bem delimitadas. Infelizmente, muito do que você faz como estudante não é claramente definido. Na verdade, uma parte crucial do seu trabalho é a forma e a extensão das tarefas que você tem que fazer. Sendo um estudante adulto você tem que definir as tarefas sozinho.
Definindo tarefas
A primeira coisa é ter uma ideia geral do que espera realizar numa determinada semana. Mas você também precisa definir tarefas menores, tais como “ler as próximas dez páginas do capítulo”, de modo que possa decidir quanto tempo dedicar a cada uma e para que possa se organizar, isto é, começar, prosseguir e decidir quando parar e iniciar outra tarefa.
Quando você estabelece para si mesmo uma tarefa definida, é mais fácil concentrar sua atenção na mesma e continuar trabalhando com ela, resistindo a algumas das distrações.
Porque é tão fácil distrair-se quando você está estudando?
É o sentimento de estar perdido num mar de incompreensão que faz você tão vulnerável à mínima possibilidade de distração. Quando realmente não entende o texto e não tem certeza do que precisa fazer, você fica inquieto e impaciente.As distrações lhe oferecem uma chance de voltar sua atenção para aspectos conhecidos e significativos de sua vida, fugindo assim das incertezas que frequentemente acompanham o estudo. A vontade de evitar as incertezas é muito forte. Por isso é tão importante definir tarefas claras para você mesmo, a fim de dar forma e significado ao seu trabalho.
Se você perceber que está sempre interrompendo o seu trabalho, tente estabelecer uma tarefa menor e mais claramente definida, que tenha nela um componente ativo. Por exemplo, se você se distrai com frequência enquanto lê, use um marcador e procure uma palavra-chave ou uma expressão na primeira sentença de cada parágrafo. Dessa forma terá uma tarefa mais concreta na qual fixar sua atenção.
Algumas tarefas típicas de estudo que você pode definir para si mesmo são:
· Ler as duas seções seguintes do texto que está estudando;
· Fazer anotações de um artigo que leu recentemente;
· Selecionar e arquivar as anotações que fez nas ultimas duas semanas;
· Planejar seu próximo ensaio;
· Vasculhar a biblioteca, procurando artigos e livros úteis;
· Reunir anotações e ideias para seu ensaio;
· Escrever uma primeira versão da parte inicial do ensaio;
· Entrar em contato com seus colegas;
· Frequentar as aulas;
· Examinar seus planos de estudo para a semana seguinte.
Você terá uma visão mais completa das várias tarefas que pode definir para si próprio à medida que trabalhar com o resto do livro.
Tendo dado alguma forma a seus estudos pela identificação de algumas tarefas a serem feitas, você então precisa distribuir seu tempo disponível entre essas tarefas. Acho muito difícil que consiga fazer isso de forma exata e permaneça exatamente dentro de seu planejamento. O estudo é imprevisível demais para isso. Mas você pode estabelecer objetivos amplos que o ajudarão a decidir quando interromper uma tarefa e começar a próxima.
Tempo x Tarefa
O controle do tempo e o controle das tarefas estão intimamente interligados. Deve haver um equilíbrio entre eles. Se ficar obcecado demais com o tempo (como Michael ficou), você ficará propenso a pensar em termos de “horas gastas” ao invés de pensar no que realizou. Talvez descubra que está “preenchendo” o tempo com tarefas relativamente sem importância, só para chegar ao final de seu período de estudo sem se sentir culpado. Para que isso não aconteça, você precisa programar-se para terminar uma certa tarefa, ou tarefas (mesmo que nem sempre se saia bem). Por outro lado, se você se concentrar demais em sua tarefa, é possível que ela se arraste por muito tempo. É por isso que precisa dividir sua atenção entre o controle da tarefa e do tempo, para conseguir um equilíbrio razoável.
Organizando um lugar para estudar
Muitas pessoas acham importante determinar um local onde possam estudar regularmente. O ideal seria que você pudesse trabalhar sem ser perturbado, com espaço para espalhar seus livros e papéis, com fácil acesso a seus arquivos, num ambiente bem iluminado e arejado. Talvez você não consiga reunir tudo isso, mas é importante tentar conseguir o máximo possível, se deseja dar a si próprio boas condições.
Se você não conseguir organizar um local de estudo onde possa ficar sem distrações frequentes, achará esta atividade frustrante.
Equipamento
Você precisa possuir um bom computador com acesso a Internet, blocos para anotações, um bom dicionário com as novas reformas ortográficas e livros para leitura complementar.
Onde guardar as suas coisas
Se você estudar por um certo período de tempo, logo começará a acumular grandes quantidades de material impresso, apostilas, suas próprias anotações, ensaios, artigos, e assim por diante, tanto físico, quanto virtual. É importante começar a ser sistemático e saber armazenar todo esse material no estágio inicial de seu estudo. Como disse um aluno - “É essencial desenvolver um bom sistema de empilhar”. Melhor ainda, use pastas, caixas e etiquetas. Crie pastas específicas e bem nomeadas em seu computador para salvar textos virtuais. No final, você perceberá que como estudante, o que conta não é tanto o que você pode lembrar, mas o que consegue encontrar quando precisa.
Livrarias e Bibliotecas
Quando começar seus estudos, vale a pena investigar quais são as melhores livrarias e bibliotecas da sua região, e o que elas têm disponível sobre o assunto que você está estudando. Pode parecer um tanto desanimador entrar numa grande biblioteca ou livraria e tentar localizar a seção específica de que precisa, especialmente se não sabe a sua designação. Mas os funcionários geralmente podem ajudar, se você se der ao trabalho de perguntar. Talvez você se surpreenda com a quantidade de material relevante que existe. Por outro lado, poderá ficar decepcionado e concluir que precisará aprender como mandar buscar livros através da biblioteca ou como participar dos esquemas de troca de livros com outros estudantes.
Amizades
As outras pessoas frequentemente não entendem que você precisa realmente se concentrar quando está estudando; ou simplesmente adoram bater papo com você. A não ser que consiga ficar sozinho enquanto estuda, enfrentará sérias dificuldades. Já é muito difícil refletir com a intensidade necessária de modo a entender os assuntos que são novos para você. Se for interrompido frequentemente, precisará ter a paciência de um santo. Em outras palavras, tenha certeza de que as pessoas ao seu redor entendam seus planos de estudo e saibam quando deixar você trabalhar.
Mídias Sociais
A Leitura e a Aquisição de Conhecimentos
A humanidade se desenvolveu em termos de ciência, tecnologia, direito, moral, costumes etc., através do conhecimento. É por intermédio do conhecimento que apreendemos o mundo e o compreendemos, e esse conhecimento é produzido através do processo de apropriação do mundo pela mente. Assim sendo há um sujeito que deseja conhecer e um objeto a ser conhecido. Essa apropriação do mundo pela mente poder ser feita de várias formas.
Podemos conhecer o mundo a partir das experiências cotidianas, que geram um conhecimento irrefletido, imediato, ametódico, chamado de senso comum ou conhecimento popular, baseado na experiência pessoal, nos sentidos.
O conhecimento pode ser elaborado a partir também dos desejos e necessidades de explicações simples para problemas complexos, visando a um melhor equilíbrio e encantamento do sujeito pelo mundo, o conhecimento mítico, cujas explicações para os fenômenos muitas vezes são baseadas no sobrenatural.
O conhecimento pode ser elaborado através do rigor lógico racional, que sistematiza através de uma metodologia crítica, os fenômenos do mundo, o conhecimento filosófico. Assim, a filosofia tem a finalidade de compreender a realidade e fornecer os conteúdos reflexivos e lógicos das mudanças e transformações dessa realidade.
Desta forma, filosofar é fazer uma reflexão crítica da sociedade, da política, da educação, da ciência e da tecnologia, etc. Filosofar é interrogar.
O conhecimento pode ser produzido ou adquirido através de experimentações, que enquadram o real e o sistematizam a partir do uso de instrumentos de manipulação os mais variados possíveis e de diferentes métodos, além é claro, do uso da razão, o conhecimento científico.  No conhecimento científico há a exigência da definição dos problemas que se tem em mente solucionar. Para se alcançar o objetivo de dar respostas ou soluções para tais problemas é necessário responder a vários questionamentos, tais como: O que conhecer? Por que conhecer? Para que conhecer? Como conhecer? Com que conhecer? Onde conhecer? Tais procedimentos caracterizam uma ação metodológica, que direciona o conhecimento do pesquisador.
Algumas questões devem ficar claras:
· O que nos interessa aqui é o conhecimento científico;
· Só conhece quem produz conhecimento, portanto o pesquisador? Não, podemos conhecer através das pesquisas que outras pessoas fizeram, pois o conhecimento chega a nós através dos relatos escritos desses conhecimentos, daí a importância da leitura nos cursos de especialização.
Nós somos capazes de herdar, incorporare modificar o que conhecemos, por isso que o conhecimento é marcado pelo progresso. Todo esse cabedal de conhecimento, ciência e técnica não foram conquistadas individualmente por nós. Esse acúmulo de conhecimentos é inerente à raça humana e foi produzido em um longo processo histórico. E se hoje usufruímos o conhecimento resultante desse processo, é porque há uma preocupação constante em transmitir aos outros o próprio conhecimento sobre o homem e o mundo. E cada um reelabora esse conhecimento, pensa sobre ele, o transforma e o transcende.
Daí a importância da leitura, pois podemos conhecer o mundo de forma indireta, ou seja, quando recebemos o conhecimento da realidade através de outras pessoas que já tenham efetuado o ato direto de estudá-la. No processo da leitura podemos tomar duas posturas, a crítica e acrítica.
A postura acrítica toma como verdade absoluta aquilo que esta sendo lido, não há uma preocupação de crítica e julgamento. Aceitar passivamente a mensagem do texto é a mesma atitude do colonizado que admite que  quem possui a verdade é o colonizador, originário de uma civilização mais adiantada.
Por outro lado podemos considerar válido ou não aquilo que lemos, em função da nossa experiência de vida, do conhecimento que já adquirimos sobre aquele assunto. Ao analisamos a mensagem que o autor nos passa, utilizando como critério os dados de sua argumentação e a metodologia que o mesmo utilizou para a obtenção dos dados, estamos adotando uma postura crítica.
Portanto, o que entendemos por leitura não é apenas a decifração de símbolos. A leitura é um ato reflexivo, inteligente e crítico de compreensão do mundo que nos cerca.
Portanto cabe ao pesquisador ser um sujeito da leitura.  E o que é  ser sujeito da leitura? Sujeito da leitura é o leitor que, ao invés de só reter informações, fizer o esforço de compreensão da mensagem, verificando se a mesma é capaz de elucidar a realidade, de suas proposições responderem com objetividade a determinado problema que se propõe a resolver.
Pontos fundamentais do sujeito da leitura:
· Ter o objetivo de compreender e não memorizar a mensagem, procurando compreender o que o autor quis dizer.
· Adotar, como atitude básica, a postura de avaliar o que lê. Não se pode ter uma atitude de avaliação adequada sem que se tenha, previamente, executado uma compreensão adequada da mensagem. A avaliação só pode ocorrer sobre dados e esses necessitam ser explícitos. Muitas vezes o leitor julga, inadequadamente, uma mensagem devido ao fato de má compreensão da temática abordada.
· Ter uma atitude de constante questionamento, de pergunta, de busca, de diálogo com o autor do texto. É preciso ler observando, de um lado, aquilo que é relevante para o autor, tendo em vista compreender a sua mensagem global; mas também ler, observando aquilo que é relevante para nós,  é o que mais nos interessa. Só a partir  desse diálogo com o autor, compreendendo sua mensagem, avaliando-a, questionando-a, é que podemos caminhar para a criação de novas mensagens.
Procedimentos que o Pesquisador deve Adotar na Leitura de um Texto
Leitura Exploratória
· Conhecer a referência bibliográfica do texto e a extensão da leitura a ser feita.
· Conhecimento dos dados biográficos do autor do texto. O texto não é um elemento fora do tempo, ele é contextualizado. Assim, é preciso situar também o autor do texto no tempo, no espaço e na história. Importa saber quando o autor nasceu, a que corrente de pensamento pertence, que livros escreveu. Essas informações auxiliarão a contextualizar o texto que está sendo lido e a avaliá-lo.
· Estudo dos componentes desconhecidos do texto: podem ser referentes ao vocabulário (conceitos), correntes doutrinárias, fatos históricos que desconhecemos. Isso a primeira leitura nos mostrará. Para isso podemos consultar especialistas, outros livros, dicionários especializados, enciclopédias, etc.
Estes elementos são subsidiários à leitura e auxiliam a preparação para a leitura efetiva do texto, ou seja, auxiliam no estudo da temática do texto, podemos chamar esta fase de leitura exploratória. Deste modo, se quisermos descobrir a mensagem de um texto, de modo abrangente, temos de nos submeter a uma séria disciplina de trabalho.
Leitura Analítica
Após a leitura exploratória, é que passamos para o exame do texto propriamente dito. Nesta etapa é necessário deixar o autor falar para tentar perceber como ele apresenta o assunto. Mas como trabalhar nesta fase da leitura? A partir de unidades bem delimitadas (parágrafos) tendo sempre à frente o tema-problema, que é o fio condutor de todo o texto. O que caracteriza a unidade de leitura é a apresentação do sentido de modo global. Só após o entendimento dessa unidade de leitura é possível prosseguir na investigação de novas unidades de leitura.
Para deixar claras a ideia central e as ideias secundárias do texto é fundamental a técnica de sublinhar, que basicamente se resume em: a) nunca sublinhar na primeira leitura; b) só sublinhar as ideias principais e os pormenores significativos; c) elaborar um código a fim de estabelecer os sinais que indiquem o seu modo pessoal de apreender a leitura, por exemplo, um sinal de interrogação para pontos obscuros dos parágrafos; d) reconstruir o texto a partir das palavras sublinhadas em cada parágrafo.
A leitura analítica serve de base para a elaboração do resumo ou síntese do texto. Em resumo, neste momento se lê para procurar os significados, ideias correlatas, conceitos, para destacar os trechos significativos e as informações complementares à ideia central. Deve-se sublinhar e destacar tais trechos no texto.
Uma dica é ler repetidas vezes o mesmo texto para certificar-se do alcance da compreensão verdadeira do assunto em pauta, grifando as ideias principais de cada parágrafo, ao lado na margem, escrevendo uma frase resumo.
Como observamos, nessa etapa em que o leitor fundamentalmente “ouve” a palavra do autor é necessário verificar se a compreensão das ideias está sendo atingida. Para isso o leitor pode se dirigir ao texto perguntando:
· Qual é o assunto tratado? Para responder a essa pergunta é necessário apontar o tema abordado no texto.
· Qual é o problema central levantado pelo autor? Considerando que o autor questiona, problematiza o seu mundo, trata-se de verificar a pergunta central levantada pelo texto em estudo.
· Diante do problema levantado, qual a posição assumida pelo autor? O autor, a partir do questionamento, apresenta uma resposta, que se constituí no seu modo de encarar o problema levantado, isto é o seu ponto de vista.
· Quais os argumentos apresentados que justificam a posição assumida pelo autor? É necessário indicar todos os argumentos apresentados, as ideias que confirmam a tese, que é a posição do autor diante do problema levantado.
· Quais os argumentos secundários apresentados pelo autor? Além dos argumentos centrais, o autor pode desenvolver outros que se constituem em reforço das justificativas apresentadas.
Leitura Interpretativa
O ato de compreender se afirma no processo de interpretação, que afinal expressa a nossa capacidade de assimilação e crítica do texto. Nessa etapa estamos nos posicionando face o que o autor diz. Esta fase exige uma consciência de nossos pressupostos de análise diante dos pressupostos do autor. O esforço de autocrítica nos permite perceber os limites da certeza da nossa interpretação, como também possibilita prestar mais atenção aos argumentos apresentados pelo autor.
Neste momento a leitura avança no sentido de construir uma interpretação autônoma onde se compreende criticamente o autor lido ou a realidade observada. Ao analisar um texto podemos levantar alguns questionamentos: O que o autor afirma? Qual o significado da afirmação do autor? Onde se verifica tal problema? Quais as ideias essenciais? Qual o valor lógico da ideias? Como pensar ou agir frente ao conhecimento adquirido?
Julgamos a validade do conteúdo no sentido de verificar se é verdadeira a interpretação que o autor nos apresenta da realidade. Para julgar isso temos como elementosdisponíveis: a nossa experiência com a realidade, outras leituras que já tenhamos feito, discussões que desenvolvemos com outras pessoas, especialistas ou não no assunto.
Podemos também nos posicionar politicamente sobre um texto. Somos cidadãos e, necessariamente, seres políticos. Dessa forma, um posicionamento sobre o significado social e político da mensagem do autor torna-se fundamental.
O pesquisador adquire conhecimento primeiramente através do estudo e da leitura. Posteriormente, por meio de análise, reflexão e crítica ele poderá produzir um conhecimento novo por meio da realização de uma pesquisa acadêmica.
Paulo Freire no seu texto “Considerações em torno do ato de estudar” nos chama a atenção para os seguintes itens indispensáveis ao ato de estudar:
· O estudante deve assumir o papel de sujeito do ato de estudar;
· O ato de estudar é uma atitude frente ao mundo;
· O estudo de um tema específico deve colocar o estudioso a par da bibliografia em questão;
· O ato de estudar depende de uma atitude de humildade face ao saber;
· O ato de estudar significa compreender e criticar
· Estudar significa assumir uma misteriosa relação dialógica com o autor de texto, cujo mediador é o tema;
· O ato de estudar, como reflexão crítica, exige do sujeito uma reflexão sobre o próprio significado de estudar.
A leitura acadêmica é uma atividade metódica que engloba percepção, decodificação e compreensão intelectual, exercitada sobre um texto escrito que transmite novos conhecimentos. Apresentando-se assim como o elemento central do processo global de aprendizagem, onde o sujeito cognoscente, de certo modo se apropria do objeto conhecido.
Dando sequência a construção do conhecimento sobre Metodologia leia os artigos:
· “Por que escrever uma monografia?”
· “Aprendendo sobre como elaborar um resumo”
Elaboração de Resenha e Fichamento
Resenha
É um tipo de resumo crítico mais abrangente que permite: comentários, opiniões, julgamento de valor e comparações com outras obras do mesmo gênero. 
Para que Serve? Sintetizar, interpretar e criticar. 
Estrutura 
· Nome do autor
· Título e subtítulo da obra
· Nome da editora
· Lugar e data da publicação
· Número de páginas
· Nome do autor da resenha
Análise Temática 
· De que se trata o texto?
· Sob que perspectiva o autor tratou o tema?
· Qual o problema localizado?
· Como o autor soluciona, resolve?
· Como o autor demonstra seu raciocínio?
· Há outros assuntos paralelos a ideia central?
Análise Textual 
· Vocabulário
· Verificar as ideias fatos apresentados
· Autoridade dos autores
· Esquematização das ideias expostas
Análise Crítica 
· Texto coerente?
· Qual o alcance do texto?
· Qual a validade das ideias?
· Que contribuições apresenta?
· O autor atingiu os objetivos propostos?
· A conclusão está apoiada em fatos?
· Que questões o texto levanta?
Esquema Explicando como Elaborar uma Resenha 
TEIXEIRA, Elizabeth. As três metodologias: acadêmica, da ciência e da pesquisa. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2007. p. 40-41.
Fichamento
O PROCESSO DE FICHAMENTO AJUDA O ESTUDANTE A ASSIMILAR A MATÉRIA E LEVANTAR AS IDEIAS DO TEXTO, ANALISANDO-O E ORDENANDO O CONTEÚDO.
CRUZ; RIBEIRO, 2004, P.91
· Ficha Bibliográfica por Autor 
Anota-se: o nome do autor (na chamada), o título da obra, edição, local de publicação, editora, ano da publicação, número do volume se houver mais de um e número de páginas. Exemplo:
Referência:
MARCONI, M.A; LACKATOS, E.M. Metodologia do trabalho científico. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1995. 214 p. 
· Ficha Bibliográfica por Assunto 
Esse tipo de fichamento é mais fácil de trabalhar. As instruções indicadas no item anterior repetem-se aqui, sendo que desta vez o assunto deve estar encabeçando a ficha (na chamada).
Mota apud Cruz; Ribeiro, 2004, p.92. Exemplo:
· Conhecimento científico
Referência:
MARCONI, M.A; LACKATOS,E.M. Metodologia do trabalho científico. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1995. 214 p. 
Ficha de Transcrição ( ou citação )
ESTE TIPO DE FICHAMENTO SERVE PARA QUE O PESQUISADOR SELECIONE AS PASSAGENS QUE ACHAR MAIS INTERESSANTES NO DECORRER DA OBRA. É NECESSÁRIO QUE SEJA REPRODUZIDO FIELMENTE O TEXTO DO AUTOR (CÓPIA LITERAL). APÓS A TRANSCRIÇÃO, INDICA-SE A REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA CABÍVEL, OU ENTÃO ENCABEÇA-SE A FICHA COM A REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA COMPLETA DA OBRA E APÓS A(S) CITAÇÃO(ÕES), COLOCA(M)-SE O(S) NÚMERO(S) DA(S) PÁGINA(S) DE ORIGEM. SE O TRECHO FOR CITADO ENTRE ASPAS DUPLAS E NO SEU CURSO HOUVER UMA PALAVRA OU EXPRESSÃO COM ASPAS, ESTAS DEVERÃO APARECER SOB A FORMA DE ASPAS SIMPLES (').
MOTA APUD CRUZ; RIBEIRO, 2004, P. 92.
Se houver erros de grafia ou gramaticais, copia-se como está no original e escreve-se entre parênteses (sic). 
A supressão de palavras é indicada com três pontos entre parênteses [...]. 
Supressão de um ou mais parágrafos intermediários é indicado por uma linha pontilhada. Exemplo:
· Título: Metodologia Científica
Título do texto: Ciência e conhecimento Científico
Referência:
MARCONI, M.A; LACKATOS, E.M. Metodologia do trabalho científico. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1995.
 
O conhecimento popular e o científico possui objetivo comum, mas o que os diferencia é a forma, o modo e os instrumentos do 'conhecer'. Uma das diferenças é quanto à condição ou possibilidade de se comprovar o conhecimento que se adquire no trato direto com as coisas e o ser humano.
Ficha de Resumo ou Comentário
Você pode utilizar esse tipo de ficha para expor, abreviadamente, as principais ideias do autor ou também para sintetizar as ideias principais de um texto ou de uma aula. A ficha de resumo deve ser breve e redigida com as próprias palavras, não precisando obedecer a estrutura da obra. 
· Título: Metodologia Científica
Título do texto: Ciência e conhecimento Científico
Subtítulo: Conhecimento científico
Referência:
MARCONI, M.A; LACKATOS, E.M. Metodologia do trabalho científico. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1995.
O conhecimento científico se caracteriza pela possibilidade de se comprovar os dados obtidos nas investigações acerca dos objetos.
Ideação: Após a leitura da obra em referência chega-se ao posicionamento...
Observação: falar de algum apêndice, gráfico, tabela, que são importantes e que compõem a obra.
· Ficha de Documentação Geral 
A função dessas fichas consiste em coletar e guardar materiais úteis, retirados de ís perecíveis como: artigos de jornais, revistas, textos, roteiros de seminários, trabalhos didáticos, etc. 
Exemplo:
Título
Texto colado
Fonte/data/página
Local
· Ficha de vocabulário Técnico-Linguístico 
É uma espécie de glossário que guarda os conceitos e categorias específicos de cada área do saber ou disciplina. Servem para esclarecer os conceitos fundamentais de cada tema estudado. 
Exemplo:
· Título: Metodologia Científica
Título do texto: Ciência e conhecimento Científico
Referência:
MARCONI, M.A; LACKATOS,E.M. Metodologia do trabalho científico. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1995. 
Gestão Escolar Integradora: Supervisão, Orientação e Inspeção Educacional - Módulo I
Organização dos Trabalhos Científicos
“TRABALHOS CIENTÍFICOS OU ACADÊMICOS CONSISTEM EM ESCRITOS QUE RESULTAM DO DESENVOLVIMENTO DE PESQUISAS REALIZADAS TANTO EM CURSO DE GRADUAÇÃO QUANTO DE PÓS-GRADUAÇÃO.
SALVADOR, 1982, P. 11
Trabalhos Científicos nos Cursos de Pós-Graduação
A necessidade de prosseguir os estudos além da graduação, com o objetivo de aprimorar o conhecimento ou concluir o processo de formação educacional, leva os graduandos a iniciarem estudos em nível de pós-graduação. Esta compreende os cursos de lato sensu e stricto sensu.
“OS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU COMPREENDEM OS DE ESPECIALIZAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO E OS CURSOS DE STRICTO SENSU COMPREENDEM OS DE MESTRADO E DOUTORADO” .
SALVADOR, 1982, P. 31
“OS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU REALIZADOS COM A FINALIDADE DE OBTENÇÃO DE TÍTULO DE MESTRADO, NO PRIMEIRO NÍVEL E DEPOIS DOUTORADO, EXIGEM, NO BRASIL, ALÉM DA FREQUÊNCIA A CURSOS E DA APROVAÇÃO NAS RESPECTIVAS DISCIPLINAS, ATIVIDADES DE PESQUISA, ELABORAÇÃO E DEFESA DE TRABALHOS MONOGRÁFICOS DE DISSERTAÇÃO E DE TESES”.
MARCANTONIO;SANTOS; LEHFELD, 1993, P. 68
O que se tem em vista nestes cursos é o desenvolvimento da capacidade criadora e juízo crítico do aluno, levando-o a exercer a atividade de pesquisa científica, evitando assim que absorva, passivamente, os conhecimentos já feitos. Desta forma os trabalhos monográficos desenvolvidos nestes cursos caracterizam-se pelo domínio do assunto, pela capacidade de sistematização e de pesquisa e pelo poder criador, além de serem mais sofisticados e exigentes, quer quanto à elaboração, à redação quanto ao aparato técnico.
“O TERMO MONOGRAFIA CARACTERIZA-SE PELA ABORDAGEM DE UM TEMA ÚNICO, ESPECÍFICO (MONOS = UM SÓ E GRAPHEIN = ESCREVER), RESULTANTE DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA COM A FINALIDADE DE APRESENTAR UMA CONTRIBUIÇÃO IMPORTANTE, ORIGINAL E PESSOAL À CIÊNCIA”.
SALOMON, 1999, P. 218
É conveniente distinguir as monografias escolares das monografias científicas, exigidas em cursos de mestrado e doutorado.
As monografias escolares são usadas nos cursos de graduação e especialização como iniciação à pesquisa. Já as monografias científicas (dissertação e teses) usadas no mestrado e doutorado são consideradas como autênticos trabalhos de investigação científica, pois seguem rigorosamente a metodologia própria de cada ciência.
EMBORA AS MONOGRAFIAS ESCOLARES E AS CIENTÍFICAS TENHAM EM COMUM O CARÁTER DE TRATAMENTO CIENTÍFICO DE UM TEMA BEM DELIMITADO, DISTINGUE-SE, BASICAMENTE, PELA QUALIDADE DA TAREFA, PELO NÍVEL E PROFUNDIDADE DA PESQUISA, PELA ORIGINALIDADE DAS CONCLUSÕES, BEM COMO A EXIGÊNCIA DE DEFESA PÚBLICA PRINCIPALMENTE NO MESTRADO E DOUTORADO.
SALVADOR, 1982, P. 35
Tanto as monografias escolares quanto as científicas podem resultar de leituras, observações, investigações, reflexões e críticas realizadas nos cursos de graduação e pós-graduação.
“A DISSERTAÇÃO É UM DOS TIPOS DE TRABALHOS CIENTÍFICOS UTILIZADA NOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO, MAIS ESPECIFICAMENTE NO MESTRADO. RESULTA DE UM ESTUDO TEÓRICO, DE NATUREZA REFLEXIVA, QUE CONSISTE NA ORDENAÇÃO DE IDEIAS SOBRE DETERMINADO TEMA. CONSISTE EM UM ESTUDO FORMAL E NÃO UM COMENTÁRIO LIVRE, EXIGINDO SER ACOMPANHADO DE TODO APARATO TÉCNICO, PRÓPRIO DOS TRABALHOS CIENTÍFICOS”.
SALVADOR, 1982, P. 37
“DEPENDENDO DA FORMA DE APRESENTAÇÃO DO ESTUDO, A DISSERTAÇÃO PODE CARACTERIZAR-SE COMO UM TRABALHO CIENTÍFICO MAIS EXPOSITIVO (DESCRITIVO) OU ARGUMENTATIVO”. .
MARCANTONIO; SANTOS; LEHFELD, 1993, P. 69
“A DISSERTAÇÃO EXPOSITIVA É USADA QUANDO FOR NECESSÁRIO REUNIR E RELACIONAR MATERIAL OBTIDO DE VÁRIAS FONTES, EXPONDO O ASSUNTO DE MANEIRA EXPLICATIVA E COMPREENSIVA, A PARTIR DO QUE JÁ FOI DITO SOBRE ELE. NESTE TRABALHO, O AUTOR DEVE DEMONSTRAR SUA HABILIDADE DE COLETAR E ORGANIZAR AS INFORMAÇÕES” .
SALVADOR, 1982, P. 37
“A DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA APRESENTA E DESCREVE AS IDEIAS E OS DADOS COLETADOS, INCLUINDO A INTERPRETAÇÃO DOS MESMOS E A POSIÇÃO PESSOAL DO AUTOR. ENVOLVE A APRESENTAÇÃO DE RAZÕES E EVIDÊNCIAS, DE ACORDO COM OS PRINCÍPIOS E TÉCNICAS DA ARGUMENTAÇÃO” .
SILVA,1974 APUD SALVADOR, 1982, P. 33
“A TESE CONSISTE NUM TRABALHO CIENTÍFICO REALIZADO EM CURSO DE DOUTORADO QUE TEM COMO OBJETIVO PRINCIPAL ARGUMENTAR PARA JUSTIFICAR, CONVENCER, PERSUADIR E INFLUENCIAR, LEVANDO À PRODUÇÃO DE NOVOS CONHECIMENTOS, E CONSEQUENTEMENTE, CONTRIBUINDO PARA A AMPLIAÇÃO DE ÁREAS CIENTÍFICAS. A TESE PODE RESULTAR DE UM ESTUDO TEÓRICO, BEM COMO PESQUISAS DE CAMPO OU DE EXPERIMENTAÇÃO”.
SALVADOR, 1982, P. 35
“NA TESE PROCURA-SE FORMAR A OPINIÃO DO LEITOR À RESPEITO DA VERDADE OU FALSIDADE DE UMA IDEIA, OBJETIVANDO CONVENCE-LO POR MEIO DE RAZÕES EM FACE DAS EVIDÊNCIAS DAS PROVAS E À LUZ DE UM RACIOCÍNIO COERENTE E CONSISTENTE”.
GARCIA, 1973 APUD SALVADOR, 1982, P. 39
“A DIFERENÇA ENTRE TESE E DISSERTAÇÃO REFERE-SE AO GRAU DE PROFUNDIDADE E ORIGINALIDADE EXIGIDO NA TESE, ESPERANDO-SE DELA, UMA NOVA DESCOBERTA OU UMA NOVA CONSIDERAÇÃO DE UM TEMA VELHO: UMA REAL CONTRIBUIÇÃO PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA. JÁ NA DISSERTAÇÃO NÃO SE EXIGE O MESMO NÍVEL DE ORIGINALIDADE E NEM O MESMO ALCANCE DE CONTRIBUIÇÃO AO PROGRESSO E DESENVOLVIMENTO DA CIÊNCIA EM QUESTÃO. ASSIM, A CONTRIBUIÇÃO QUE SE ESPERA DA DISSERTAÇÃO É A SISTEMATIZAÇÃO DOS CONHECIMENTOS” (SALVADOR, 1982, P. 38-39).
SALVADOR, 1982, P. 38-39
A Produção da Pesquisa
Existem várias formas de definir pesquisa, porém, todas devem levar a compreensão da pesquisa como atividade científica que busca a resolução de problemas existentes e/ou produção de conhecimentos ou a veracidade dos mesmos (teorias). Portanto, quando se deseja ser um pesquisador, é necessário que haja disciplina, comprometimento, dedicação e criatividade.
Sendo assim, podemos definir pesquisa como o processo formal, racional e sistematizado que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas propostos, requerendo um tratamento científico, que será o caminho para o conhecimento da realidade e comprovação de verdades parcialmente existentes.
Modalidades de Pesquisa
Quaisquer que sejam os métodos e técnicas utilizados, a pesquisa passará obrigatoriamente por dois processos:
· Documentação direta – levantamento de dados “in loco” (pesquisa de campo, laboratório), que utilizam técnicas como: observação, entrevista, questionários;
· Documentação indireta – dados coletados por terceiros (pesquisa documental, bibliográfica).
As pesquisas podem ser agrupadas segundo as áreas de conhecimento, local onde se desenvolvem, a sua utilização, o caráter dos dados coletados, a forma de raciocínio. Quanto ao tipo, se classificam em:
· Pesquisa bibliográfica – quando se utilizam documentos para leitura, análise e discussão;
· Pesquisa de campo – coleta de dados na comunidade para análise;
· Pesquisa de laboratório – realizada com materiais e em locais específicos, para efetuar determinados fenômenos;
· Pesquisa mista – utiliza-se a pesquisa bibliográfica com a de campo, ou de laboratório com a de campo, ou todos os tipos numa única pesquisa.
Quanto à metodologia, classificam-se em:
· Pesquisa descritiva – procura explicar a relação de causa e efeito dos fenômenos ocorridos, analisando as variáveis, abrangendo aspectos gerais e amplos de um novo contexto social;
· Pesquisa experimental – cria situação de controle e interferência na realidade. O investigador deve manipular e controlar variáveis independentes;
· Pesquisa quantitativa – procura quantificar dados nas formas de coletas de informações e no emprego de recursos de técnicas estatísticas;
· Pesquisa qualitativa – descreve a complexidade de um problema, analisando a interação de certas variáveis.
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Projeto de Pesquisa
O desenvolvimento satisfatório de uma pesquisa é garantido através do conhecimento, por parte de quem pesquisa, da estrutura interna ou  etapas mediante as quais transcorre o processo da pesquisa.
Etapas da Pesquisa
Preparação da pesquisa – o processo da pesquisa científica não se inicia com a aplicação dos métodos empíricos. Muitas vezes, os que se iniciam na pesquisa preocupam-se somente com a determinação das vias para se obter os resultados, dando pouca importância a alguns aspectos, tais como: determinação do objeto de estudo específico, hipóteses ou ideia a defender, os objetivos que deverão alcançar, as tarefas que são necessárias programar e executar para pôr à prova as hipóteses ou ideias, a solução do problema de pesquisa e o alcance dos objetivos propostos. Isso ocorre geralmente pelo desconhecimento de que o trabalho de pesquisa deve constituir-se num sistema em que todos os seus elementos se enlacem de maneira lógica, permitindo assim que o trabalho se realize com êxito. Essa etapa pode ser dividida nas seguintes fases:
· Delimitação do tema ou problema – pesquisadores que se iniciam no mundo da pesquisa frequentemente elegem temas demasiadamente amplos e ambiciosos. Entretanto, os mais experientes, sabendo que o processo de pesquisa necessita de muito tempo e dedicação, elegem temas mais objetivos, porque reconhecem que uma pesquisa se processa de forma lenta.
DELIMITAR UM TEMASIGNIFICA DETERMINAR O ASSUNTO QUE SE DESEJA DESENVOLVER OU PROVAR; “É UMA DIFICULDADE, AINDA SEM SOLUÇÃO, QUE É MISTER DETERMINAR COM PRECISÃO, PARA INTENTAR, EM SEGUIDA, SEU EXAME, AVALIAÇÃO CRÍTICA E SOLUÇÃO” .
ASTI VERA, 1976, P. 97
· Revisão da literatura - diante do tema, os pesquisadores devem familiarizar-se com materiais que tenham relação com o mesmo. A revisão da literatura permite fazer mais claras as próprias ideias e estimular o trabalho. As revisões prévias incluem as pesquisas anteriormente realizadas, os artigos publicados em revistas científicas, as referências existentes sobre o tema, consultas a “experts”.
A busca bibliográfica é imprescindível em todas as etapas da pesquisa, mas nessa é fundamental.
· Determinação do desenho teórico e metodológico – a pesquisa científica é uma atividade dirigida para solucionar problemas. O problema científico é uma forma especial de conhecimento que reflete a compreensão, a tomada de consciência por parte do pesquisador, de uma esfera da realidade cujas propriedades e leis resultam desconhecidas e que é necessário e possível indagar.
Após a formulação do problema, cabe ao pesquisador expressar com clareza o(s) objetivo(s) que pretende alcançar em seu trabalho e estabelecer aqueles resultados que ele espera obter com a pesquisa. A seguir, deverá ser levantada uma hipótese ou ideia a defender, que consiste numa suposição fundamentada teoricamente e comprovável de maneira empírica, que responde ou soluciona de forma antecipada um problema e pode ser confirmada ou refutada pelo resultado da pesquisa. A função principal desse elemento é o de orientação da pesquisa.
Vale ressaltar ainda a importância da definição bem elaborada dos termos utilizados em todas as etapas da pesquisa.
Podemos dizer que no desenho teórico estão incluídos: o problema, o(s) objetivo(s), a(s) hipótese(s) ou ideia(s) a defender e a definição dos termos principais que darão sustentação ao trabalho.
Para a formulação do desenho metodológico é necessário o conhecimento dos vários tipos de métodos para determinar quais serão utilizados pelo pesquisador, pois se trata daqueles procedimentos que permitirão dar soluções ao problema em pauta.
Ao decidir sobre a utilização dos métodos, procedimentos, técnicas e instrumentos a serem utilizados no estudo, o pesquisador deverá ter em conta as vantagens e limitações de cada um e optar por aquele conjunto de métodos necessários e suficientes para atingir os objetivos da pesquisa.
· Elaboração do projeto de pesquisa – o projeto de pesquisa é o resultado final da primeira etapa. A princípio se esboça e posteriormente se concretiza. Sugerimos os seguintes elementos para a realização do projeto de pesquisa:
1. Desenho Teórico (tema, problema científico ou delimitação, objetivo(s), hipótese(s) ou ideia(s) a defender.
2. Desenho metodológico – métodos e técnicas utilizadas
3. Cronograma (quando? O melhor é elaborar em forma de quadro)
4.  Referências
· Execução da Pesquisa – nesta etapa se aplicam os diferentes métodos, com vistas a recompilar os dados que permitiriam pôr à prova a(s) hipótese(s) ou ideia(s) a defender.
É importante ter presente nessa etapa as condições em que se recolhe a informação, pois de nada vale que se selecione um conjunto muito apropriado de métodos, se não se cumprem os requisitos para a sua aplicação.
Os métodos empíricos mais utilizados nas investigações são os seguintes: experimento, observação, entrevista, questionário e outros. Aconselha-se a utilização de mais de um método para compensar as deficiências que cada um apresenta.
· Processamento da Informação – essa etapa tem como objetivo obter a integração e valoração da informação. O enfoque de partida e o tipo de método aplicado na fase de execução determinam as suas características.
O enfoque clássico da pesquisa caracteriza-se pela quantificação (tabulação, aplicação de questionários, elaboração de gráficos e tabelas), enquanto no enfoque humanista e sociocrítico predominam o tratamento qualitativo da informação, as interpretações e as valorações.
Realizam-se, ainda, aqui, análises qualitativas e quantitativas da informação recompilada na etapa de execução.
Nessa etapa ter conhecimento da ABNT é de suma importância.
· Redação do Informe da Pesquisa – elaboração do documento, informando por escrito todo o trabalho efetuado no processo de pesquisa. Deve possuir determinadas características, tais como: redação precisa, lógica na consecutividade da exposição, argumentação convincente, brevidade e exatidão em sua apresentação.
O informe da pesquisa cumpre importante papel de comunicar a informação e é por esse motivo que se recomenda tudo que contribua para que o processo seja facilitado.
O projeto de Pesquisa deflagra a investigação científica. Apresenta-se como documento escrito, portador de todos os elementos de planejamento da pesquisa científica a ser realizada. Estabelece a visão e a missão do investigador, indicando os caminhos de como a visão se transformará em ação na busca e análise das informações.
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Trabalhos Acadêmicos
Para a realização de uma pesquisa alguns cuidados são fundamentais para que ela apresente caráter científico. É importante relembrar que se a atividade que estamos realizando tenha  natureza científica é necessário que seja destacado o sistema e o método que utilizaremos, portanto, toda e qualquer pesquisa científica se caracteriza por ser sistêmica e metódica.
Dizemos que uma pesquisa científica é sistêmica quando ao realizarmos tal estudo destacaremos através de seu planejamento o que deverá ser feito (projeto de pesquisa) e que é metódica porque apresenta o passo-a-passo de cada tarefa proposta (metodologia).
O trabalho acadêmico ou científico estrutura-se em: Introdução, Desenvolvimento e Conclusão.
Introdução
A introdução é a parte inicial de um trabalho científico, mas deverá ser a última a ser definitivamente redigida. Deixando para o fim, tem-se certeza de que todos os aspectos pertinentes à mesma foram considerados, tais como: tema, problema, justificativa da escolha, objetivos, definição dos termos, localização no tempo e no espaço e metodologia.
É de fundamental importância nesta parte do trabalho que se apresente pelo menos uma definição do tema estudado e os caminhos seguidos para a realização da mesma.
· Definição do tema
Citar de modo claro, objetivo e preciso o tema do trabalho, indicando o ponto de vista sob o qual será enfocado no desenvolvimento do mesmo.
O tema pode ser apresentado sob forma de problema ou indagação, levantando-se uma ou mais questões cuja resposta deverá ser respondida no decorrer da exposição.
· Justificativa da escolha
“EXPLICAR AS RAZÕES DE ORDEM TEÓRICA E OS MOTIVOS DE ORDEM PRÁTICA QUE LEVARAM O AUTOR DO TRABALHO A ESTUDAR TAL TEMA ESPECÍFICO E NÃO OUTRO QUALQUER; OU QUE TORNARAM IMPORTANTE A REALIZAÇÃO DO MESMO”.
MARCONI, 2000, P. 40-41
Portanto, deve-se mostrar a importância e a relevância do estudo deste tema para a ciência e para o próprio autor do trabalho, com criatividade e capacidade de convencer sobre a importância do mesmo no campo da teoria existente.
Deve-se mostrar também qual a contribuição que tal estudo pretende proporcionar para o problema abordado.
· Objetivos
“A FORMULAÇÃO DOS OBJETIVOS SIGNIFICA DEFINIR COM PRECISÃO O QUE PRETENDE COM ESTE TRABALHO, O QUE PROPÕE FAZER, QUE ASPECTOS PRETENDE ANALISAR NO DESENVOLVIMENTO DO ASSUNTO”.
MARCONI, 2000, P. 80
OS OBJETIVOS “REFEREM-SE AO PROPÓSITO DO ESTUDO, DANDO INFORMAÇÕES CLARAS SOBRE O QUE PRETENDE ALCANÇAR COM A REALIZAÇÃO DA PESQUISA”.
MARCANTONIO; SANTOS; LEHFELD, 1993, P. 75
· Definição dos termos
Trata-se de esclarecer os termos ou conceitos utilizados no trabalho, dando a definição correta ou o ponto de vista adotado, para maior clareza e entendimento (dar uma visão geral da temática que será desenvolvida).
· Delimitação no tempo e no espaço
“É IMPORTANTE LEMBRAR QUE, AO FAZER TRABALHOS, TANTO TEÓRICOS QUANTO VOLTADOS PARA ATIVIDADESPRÁTICAS, SE ESTABELEÇA LIMITES NO TEMPO E NO ESPAÇO. ASSIM, DEVE-SE DELIMITAR O TEMPO E ESPAÇO EM QUE O TEMA SERÁ ESTUDADO PORQUE SE TORNA IMPOSSÍVEL CONHECER E ANALISAR DADOS REFERENTES A UM PERÍODO MUITO LONGO OU ÁREA MUITO EXTENSA” (MARCONI, 2000, P. 80).
MARCONI, 2000, P. 80
· Metodologia
Trata-se de esclarecer a forma que foi utilizada para a análise do tema ou do problema proposto.
“EM PESQUISAS DESCRITIVAS E EXPERIMENTAL SE DETALHA OS PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS, TÉCNICAS E INSTRUMENTOS UTILIZADOS NA COLETA DE DADOS, DE TAL MANEIRA QUE SE TENHA UMA VISÃO DOS ELEMENTOS NECESSÁRIOS PARA PODER COMPREENDER, IDENTIFICAR E AVALIAR OS PROCEDIMENTOS UTILIZADOS NO TRABALHO”.
KOCHE, 1977, P. 145
Desenvolvimento
O desenvolvimento é a parte principal e mais extensa do trabalho ou corpo do mesmo. “Consiste na fundamentação lógica do tema cuja finalidade é expor, explicar, demonstrar as suas principais ideias, com objetividade, clareza e impessoalidade”. (RUIZ, 1996, p. 75)
De acordo com o tema, o desenvolvimento pode ser dividido em partes (seções) conforme permite o assunto, sendo numeradas progressivamente, com a finalidade de melhor compreensão do mesmo.
Ruiz (1996, p. 75), afirma que não existe uma divisão única para todo tipo de trabalho. A divisão mais própria e adequada para cada trabalho deve surgir “de sua própria natureza, de sua contextura ou de sua maior ou menor complexidade”.
Sugere-se dividir o assunto no menor número possível de partes e subdividir cada parte no menor número de elementos.
Os títulos das partes devem exprimir de forma clara, direta e precisa o tema nelas contido. E todas as partes devem estar articuladas logicamente, a partir da temática que gera a divisão harmoniosa e equilibrada do todo.
No desenvolvimento, é importante que o autor do trabalho mostre que obras foram consultadas, fazendo as devidas referências, de acordo com as normas de citação direta e indireta, da ABNT. O mais indicado é que a fundamentação teórica fique aglutinada numa única parte ou capítulo.
Conclusão
A conclusão, segundo CERVO e BERVIAN (1976, p. 103), corresponde à parte que arremata o trabalho. Consiste em uma resposta ao tema anunciado na introdução, sendo uma síntese dos principais argumentos dispersos pelo trabalho, de forma breve, concisa, firme e exata, revendo assim, as principais contribuições que trouxe tal estudo.
“A CONCLUSÃO APRESENTA O RESULTADO FINAL DO ESTUDO, AVALIANDO SEUS PONTOS FRACOS OU POSITIVOS, ATRAVÉS DA REUNIÃO SINTÉTICA DAS PRINCIPAIS IDEIAS DESENVOLVIDAS OU CONCLUSÕES PARCIAIS OBTIDAS”.
KOCHE, 1997, P. 147
AO FAZER A CONCLUSÃO DEVE-SE TER O CUIDADO DE NUNCA EXTRAPOLAR, ISTO É, IR ALÉM DOS RESULTADOS DO DESENVOLVIMENTO. “O RESULTADO FINAL DEVE SER DECORRÊNCIA NATURAL DO QUE JÁ FOI DEMONSTRADO”.
KOCHE, 1997, P. 147
Para Cervo e Bervian (1976, p. 104), a conclusão também poderá apresentar recomendações e sugestões para se atuar sobre os fatos estudados e/ou prosseguir nos estudos e apontar relações do assunto com outros ramos do conhecimento.
Ao fazer um trabalho científico deve-se lembrar que uma boa introdução e uma boa conclusão geralmente indicam que o autor tem clareza e consciência do que fez.
Muito Importante: Seguindo as etapas do processo investigativo você terá maior consistência em suas ações e nenhuma etapa perderá a sua real importância.
Acredito no seu sucesso e estaremos aqui a sua disposição para quaisquer problemas em seu percurso.
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Apresentação Gráfica
· Papel: papel branco, formato A4 (21,0 cm x 29,7 cm).
· Fonte: Arial 12 (texto).
· Citação: até 3,5 linhas é inserida no texto e destacada entre aspas, mantendo Arial 12.
· Citação: a partir de 4 linhas é destacada no texto em parágrafo independente, com a redução do tamanho da letra para Arial 11, espaço entrelinhas simples, e alinhamento de duplo início de parágrafo (4 cm).
· Parágrafo: totalmente justificado.
· Alinhamento: justificado.
· Espaçamento: entre título e texto, 2 espaços. Entrelinhas, 1,5 cm.
· Indicação dos títulos: apresentados em Arial 12, maiúsculas com negrito e justificado.
· Indicação dos subtítulos: apresentados em Arial 12, maiúsculas, sem negrito e justificado.
· Indicação de tabelas, gráficos e figuras: devem conter títulos e fontes. As fontes devem ser colocadas na parte inferior da tabela e apresentadas em Arial 10, referenciando AUTOR, ANO, PÁGINA.
· Indicação dos capítulos: os capítulos são indicados em algarismos arábicos na parte superior direita da página.
· Paginação: A numeração é em algarismos arábicos, indicados na parte superior direita da página. A contagem inicia na folha de rosto, mas os números são aparentes apenas a partir da Introdução.
· Referências: em ordem alfabética, crescente, organizada de acordo com a NBR 6023/2002.
Pré-projeto de Monografia
A atividade avaliativa desta disciplina será a elaboração do pré-projeto de sua futura monografia.
Para elaborá-lo, siga as orientações abaixo.
Há que se perguntar:
· O quê? (objeto/problema)
· Por quê? (justificativa)
· Para quê? (objetivos)
· Como? (Metodologia)
· Quando? (cronograma)
 
O pré-projeto é composto das seguintes partes: Tema (e delimitação do tema), Problema e questão de pesquisa, Justificativa, Objetivos (geral e específicos), Metodologia, Cronograma e Referências.
1. Tema. O tema deve estar totalmente relacionado ao seu curso. O que pretendo abordar? O tema é um aspecto ou uma área de interesse de um assunto que se deseja provar ou desenvolver. A definição do tema pode surgir com base na sua observação do cotidiano, na vida profissional, em programas de pesquisa, em contato e relacionamento com especialistas, no feedback de pesquisas já realizadas e em estudo da literatura especializada
· Delimitação do Tema. Delimite o tema, estabeleça limites ou restrições para o desenvolvimento da pesquisa. Por exemplo, se vai falar sobre a avaliação do ensino fundamental, delimite seu campo de pesquisa, ou seja, defina se será feita a pesquisa nos anos iniciais ou nos anos finais do ensino fundamental. Assim, seu trabalho não ficará amplo demais.
2. Problema e questão de pesquisa. É o mais importante do projeto, é ponto vital na construção do projeto de pesquisa. Deve ser composto de uma pergunta que começa com “Como”, “Qual a relação”, “De que forma” ou expressões semelhantes. Ex: Qual é o impacto do efeito estufa no aquecimento global? Sempre será uma pergunta!
3. Justificativa: Reflete o porquê da realização da pesquisa, buscando identificar os motivos da preferência pelo tema escolhido e sua importância relevância social, científica ou acadêmica. Nada muito extenso, cerca de quatro a cinco parágrafos que deixem claro porque você escolheu este tema.
4. Objetivos
· Objetivo geral: O que se pretende alcançar com a pesquisa;
· Objetivos Específicos – Parte/ações para se alcançar o objetivo geral.
5. Metodologia – Procedimentos/métodos utilizados para realizar a pesquisa. Deixe claro se você fará apenas pesquisa bibliográfica ou se será também pesquisa quantitativa, se haverá aplicação de questionário, observações in loco, entrevistas etc.
6. Cronograma – Veja o modelo e adeque ao seu período do curso.
7. Referências - liste algumas referências que pesquisou para fazer a justificativa e algumas que pretende pesquisar quando for elaborar sua futura monografia.
 
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Monografia
O que é monografia?
O primeiro passo é entender o que é uma monografia.
A monografia é um tipo de trabalho que tem como objetivo estudar um assunto específico, a partir de leituras, observações, investigações, reflexões e críticas.
De forma geral, a monografia é um requisito para obtenção de algum grau, na conclusão de cursos de graduação e pós-graduação. Então, é uma dissertação, uma tese ou um TCC.
A principal característica da monografia é abordar um único tema. Daí porque se chama assim: “mónos” = um só e “graphein” = escrever.
Isto é, relaciona-se a um único problema de pesquisae em um único contexto sobre uma área do conhecimento.
Existe diferença entre monografia e TCC?
É bastante comum confundir os termos e os conceitos desses tipos de trabalhos acadêmicos. Mas, sim, existe uma diferença entre TCC e monografia. Só que a diferença é apenas conceitual, não estrutural.
O conceito de TCC é um trabalho de conclusão de curso. De forma geral, os trabalhos de conclusão de cursos de graduação são monografias. Por isso, muitas pessoas utilizam termos de monografia e de TCC como sinônimos.
Mas, não confunda. Também existem outros tipos de TCC. O formato pode ser diferente em cada universidade ou curso. O TCC de um curso de arquitetura, por exemplo, pode ser um projeto urbanístico ou arquitetônico.
A monografia é, de forma geral, a análise de alguma teoria de outro autor, que vai ser reforçada ou refutada, a partir do desenvolvimento da pesquisa. Ou seja, se discute apenas um tema.
A monografia é um formato de TCC. O TCC de um curso de direito, por exemplo, é uma monografia.
Em resumo, toda monografia é um TCC, mas nem todo TCC é uma monografia.
Passos Importantes Para fazer uma Monografia
Bom, já vimos que a monografia é requisito para finalizar o curso.
Mas o percurso de escrita da pesquisa depende de uma soma de fatores, que não são só práticos e técnicos, mas também são emocionais.
E sentimentos de confusão e insegurança são absolutamente comuns durante esse processo.
Mas existem alguns atalhos que podem te ajudar. Relacionamos aqui 13 passos.
1. Comece de algum lugar
Em primeiro lugar, saiba que muitos clichês passam a fazer sentido durante a escrita, inclusive o “comece do começo”.
Você vai precisar começar de algum lugar, não tem como fugir da tela em branco. Daí a necessidade de se pensar em um planejamento realista.
Você vai precisar ter uma visão clara de todas as atividades que serão necessárias. É muito importante trabalhar de forma organizada e eficiente. Isso vai ajudar muito o começo.
Você vai economizar tempo e evitar estresse desnecessário.
Para tornar tudo mais simples, você pode adotar algumas técnicas que facilitam a produtividade acadêmica.
Outra dica é colocar atenção em alguns hábitos que podem prejudicar o processo, como, por exemplo, a procrastinação.
2. Estabeleça prazos e metas possíveis
Um dos aspectos mais importantes para conseguir ganhar tempo escrevendo o TCC é estipular prazos.
Mas, vamos lá. Não basta apenas estipulá-los. Você deve cumprir os prazos.
Deste modo, o ideal é criar um cronograma detalhado para a sua monografia desde o início.
Você pode fazer uma tabela simples com a ordem de execução, o nome da tarefa, a data de início e a data de entrega. Divida as tarefas no maior número possível e evite prazos muito longos.
Considere que a pesquisa bibliográfica e a análise dos dados tendem a ocupar mais tempo. Por isso, divida essas etapas em mais tarefas. Por exemplo, dividir a pesquisa por assuntos principais e dividir a análise de dados em cada objetivo específico.
Tome cuidado para estabelecer prazos que sejam possíveis de cumprir. Um prazo inexequível também é inútil.
3. Defina um tema que você tenha afinidade para sua monografia
Após estabelecer um planejamento e cronograma de atividades, está na hora de focar a sua atenção no seu tema.
O objetivo principal da monografia é reunir informações, análises e interpretações científicas que contribuam ao tema geral.
Então, ao escolher seu tema, foque em critérios como afinidade e interesse, relevância para a sociedade e para os fins científicos.
Deixe a sua imaginação fluir, faça uma lista extensa com todas as opções de tema que aparecerem, depois vá lapidando as ideias.
4. Não ignore a formatação da monografia
A monografia deve obedecer às normas da ABNT.
Existem diversas formas de fazer com que a formatação do seu trabalho não seja um problema.
A primeira delas é: não deixe para formatar ao final. Desde o começo configure um arquivo dentro dos padrões.
5. Construa a justificativa com atenção
Após selecionar um tema para seu trabalho acadêmico, você deve justificar sua escolha.
Por isso, a justificativa é importante para mostrar a relevância do tema e defender a continuidade da sua pesquisa.
Portanto, a justificativa deve apresentar as razões, acadêmicas e pessoais, que te fizeram escolher esse tema.
Entretanto, a justificativa deve ser assertiva e breve. Apenas pontue as principais características do tema e a sua relevância para a produção de conhecimento científico na área.
6. Escolha o orientador ou orientadora com cuidado
A orientação é de fundamental importância para a monografia.
A pessoa que vai te orientar nesta trajetória tem um papel muito importante, inclusive na fase de definição do tema.
Você pode conversar abertamente para receber feedbacks, ponderações e recomendações importantes de leituras e bibliografias. Além do mais, durante o processo de escrita, a orientação fará correções também.
Se você tiver a oportunidade de escolher quem será essa pessoa, pense em professores com os quais você tem certa afinidade e abertura. Mas, a escolha também deve se basear em afinidade com o tema e área de pesquisa.
7. Defina os objetivos da monografia de forma clara
Os objetivos são elementos essenciais de qualquer monografia, pois eles apresentam a finalidade do trabalho e a direção que a pesquisa deve seguir.
O objetivo geral e os objetivos específicos auxiliam a estabelecer o escopo de investigação do trabalho.
Uma dica é: definir os objetivos irá ajudar com a divisão de capítulos e, mais tarde, na conclusão do trabalho acadêmico.
O objetivo geral apresenta a ideia central do trabalho acadêmico, enquanto os objetivos específicos aprofundam o objeto, podendo ser um ou mais por capítulo.
8. Saiba os métodos e metodologia de pesquisa
Depois que você já definiu seu tema, sua justificativa e seus objetivos, é preciso definir a metodologia de pesquisa que vai utilizar. (Já falamos sobre isso no início desse curso).
Para tanto, você deve optar por um dos tantos tipos de pesquisa científica.
9. Delimitação e delineamento
Na sequência, você deve fazer o delineamento da pesquisa, para formular a esquema e o modelo de coleta de dados do trabalho.
O delineamento deve levar em consideração cinco elementos principais:
· O tipo de pesquisa;
· Os instrumentos de coleta de dados;
· A amostragem;
· Os procedimentos da coleta dos dados;
· Os procedimentos para análise e interpretação dos dados.
Existe diferença entre delineamento e delimitação. Enquanto o delineamento está relacionado à forma pela qual o trabalho vai ser feito e qual será a metodologia, a delimitação tem a função de estabelecer limites para a pesquisa.
A delimitação deve seguir dois fatores:
· O assunto, selecionando um tópico específico a fim de impedir que o tema se torne muito extenso ou muito complexo;
· A extensão, porque nem sempre se pode abranger todo o âmbito no qual o problema se aplica.
10. Coleta de dados
Você deve realizar a coleta de dados de forma criteriosa.
Isso evita que se reúnam informações inconsistentes, o que pode conduzir a conclusões que comprometem a qualidade e cientificidade da monografia.
Para isso, você pode seguir esses quatro passos:
1- Defina se a pesquisa será exploratória, descritiva ou explicativa.
2- Defina qual vai ser a natureza e o grau de detalhamento da pesquisa e se a abordagem será quantitativa ou qualitativa.
3- O passo seguinte é definir a amostragem da pesquisa, isto é, qual será o objeto do estudo.
4- E, finalmente, deve-se selecionar as técnicas e os procedimentos de coleta de dados.
11. Análise de dados da monografia
A próxima etapa é a análise de dados. É o momento que se deve processar toda a informação, para validar as hipóteses.
O método de análise é diferente em cada tipo de pesquisa e em cada abordagem da coleta de dados.
O objetivo é compreender o significado dos dados e facilitar o entendimento dos conteúdos, através de alguma classificação sistematizada.
12. Adote uma rotina de escrita
As monografias costumam ter muitas páginas. Então, pensa comigo. Como escrever com todo cuidado tantaspáginas em poucos dias? Parece bem difícil, não é mesmo?
Para evitar isso, organize-se para escrever um pouco todos os dias. Você vai criar o hábito de escrever e a produção do conteúdo vai aumentando aos poucos.
Alguns dias você não vai conseguir escrever três linhas e outros dias que vai escrever muitas páginas sem nem perceber.
O mais interessante dessa dica é justamente conseguir respeitar seu fluxo de escrita, porque você vai ter bastante tempo
Além do mais, isso vai ajudar na revisão do texto e no desenvolvimento das ideias.
13. Se prepare para a banca de defesa
Fazer uma monografia não é apenas pesquisar, escrever, imprimir e entregar. Você também vai precisar defender suas ideias e sua metodologia na banca de defesa.
A apresentação deve ser breve. Se prepare para resumir seu trabalho em uma apresentação de 15 ou 20 minutos. Inclusive, cada instituição de ensino estabelece um tempo específico. Se certifique qual é o tempo da sua universidade.
Na defesa da banca, em primeiro lugar, apresente o tema e o problema de pesquisa. Depois, contextualize e explique os argumentos do trabalho. Também é importante apresentar a metodologia, de forma breve. Ao final, exponha as conclusões.
É possível que, depois de sua apresentação, os professores da banca façam perguntas e comentários sobre o trabalho.
Gestão Escolar Integradora: Supervisão, Orientação e Inspeção Educacional - Módulo I
Artigo Científico
Como escrever um artigo científico é uma dúvida muito comum entre estudantes de graduação e de pós-graduação. Afinal, a publicação de artigos faz parte do cotidiano de quem trabalha com Ciência, e tem sido motivo de muita pressão para estudantes e pesquisadores.
Para escrever um artigo científico de qualidade é preciso ter primeiro um bom conhecimento sobre o método científico. Ao estudar determinado tema, você encontrou um problema interessante. Fez uma revisão bibliográfica e não encontrou a solução para este problema. Assim, você decidiu encontrar uma resposta.
Elaborou um projeto de pesquisa, realizou a pesquisa e acredita ter encontrado uma solução adequada. Por fim, é preciso divulgar sua descoberta à comunidade acadêmica, para ser discutida e avaliada por outros cientistas (Barros e Lehfeld, 2007).
Esta última etapa é realizada por meio da publicação de artigos científicos, e constitui o principal motivo para escrever um artigo científico.
É importante ressaltar que o “enriquecimento” do seu currículo na Plataforma Lattes, a melhor classificação do seu Programa de Pós-Graduação na Avaliação da Capes e uma eventual progressão funcional, só para citar alguns exemplos, são apenas consequências naturais da prática da Ciência de alto nível. Estes não são, portanto, bons motivos para escrever um artigo científico.
Agora que você já sabe os motivos para escrever um artigo científico, vamos às dicas.
Como Escrever
A sequência da redação não precisa ser a mesma das seções do artigo, embora a maioria dos artigos obedeçam a uma sequência padrão (Introdução, Material e Métodos, Resultados, Discussão, Conclusões e Referências Bibliográficas), a redação do artigo não precisa necessariamente seguir essa mesma ordem.
Alguns autores sugerem que você comece a escrever um artigo científico pelos objetivos e pelas conclusões do trabalho, de acordo com a análise crítica dos resultados encontrados. Desta forma, é possível ter uma visão clara da pergunta que você gostaria de responder com a sua pesquisa (objetivos) e quais respostas você encontrou (conclusões).
As conclusões são o ponto forte do seu estudo e o guia para a estruturação do texto. Com as conclusões em mente, será mais fácil identificar e discutir os resultados que sustentam essas conclusões (Medeiros e Tomasi, 2008).
Já outros autores acreditam que seja melhor começar a escrever um artigo científico pelo seu resumo. Com isso, você não iniciaria a redação de um artigo científico antes de ter uma noção clara do que pretende escrever (Aquino, 2012).
Mas a forma mais produtiva de escrever um artigo científico é começar pelas partes com as quais você se sente mais confortável. E você pode escrever outras partes do artigo à medida em que pensa nelas.
Em algum momento, você estará escrevendo em várias sessões. Desta maneira, você baseia sua construção naqueles aspectos do seu estudo que lhe parecem mais interessantes. Ou seja, pense naquilo que interessa a você, comece escrevendo sobre isso e então prossiga construindo a partir daí.
Para não perder a sequência lógica entre os assuntos de uma seção do artigo, faça em uma folha à parte um roteiro prévio, elencando as informações e discussões que aquela seção deverá conter, e a ondem em que elas aparecerão no texto.
A Redação do Artigo Científico
Introdução
A introdução, como o próprio nome sugere, serve para introduzir o leitor ao tema da pesquisa, ao problema estudado, aos principais conceitos envolvidos e aos trabalhos já realizados até o momento. É aquela seção em você “vende o seu peixe“, esclarece a importância da pesquisa e a relevância para a área. Faça uma descrição sucinta de pesquisas anteriores. No último parágrafo, comece por ressaltar o ineditismo da pesquisa e descreva claramente o objetivo proposto para a pesquisa (Santos, 2015).
Embora esteja disposta nas páginas iniciais de um artigo científico, a introdução é mais facilmente elaborada quando a discussão e as conclusões já tiverem sido redigidas, ou seja, quando já se tem uma visão do conjunto do trabalho. O texto de introdução, além de bem escrito, deverá se constituir em um convite atrativo para a continuidade da leitura do artigo. Alguns poucos parágrafos serão suficientes (Matias, 2012).
Uma maneira prática de saber se a introdução de um artigo científico ficou bem redigida é apagar a parte dos objetivos da pesquisa e entregar o texto de introdução para outra pessoa que também seja da área ler. Se ao ler apenas a introdução, a pessoa conseguir acertar qual problema de pesquisa foi estudado, parabéns! Você fez um excelente trabalho!
Estrutura básica:
– Antecedentes do problema.
– Descrição do problema.
– Trabalhos já realizados.
– Aplicabilidade e originalidade da pesquisa.
– Objetivo (problema de pesquisa).
Erros comuns:
– Orientação mais empírica que teórica.
– Introdução muito longa, incluindo trechos que poderiam ser melhor utilizados na discussão.
– Detalhes excessivos na descrição de estudos prévios.
– “Reinvenção da roda”, especialmente na primeira sentença ou parágrafo.
– Omissão de estudos diretamente relevantes.
– Terminologia confusa.
– Citações incorretas.
Material e métodos
Se você preparou um projeto de pesquisa detalhado, agora será recompensado! Pegue o projeto e comece a conferir a seção “material e métodos”. Troque o tempo do verbo, do futuro para o passado, e então faça as inclusões ou mudanças de maneira que essa seção reflita verdadeiramente aquilo que você realizou em sua pesquisa.
A seção “material e métodos” deve possibilitar ao leitor avaliar o delineamento da pesquisa, o tamanho da amostra e como ela foi determinada, os materiais e procedimentos utilizados, as variáveis analisadas e as análises estatísticas realizadas.
Questões éticas ou de consentimento, quando necessárias, também devem ser informadas. As informações dessa seção são fundamentais para compreender os resultados encontrados, pois revelam a forma como eles foram obtidos, e possibilitam a replicabilidade da pesquisa (Lakatos e Marconi, 2010).
Estrutura básica:
– Local e condições experimentais.
– Delineamento e tratamentos.
– Controle das condições experimentais.
– Variáveis (avaliações).
– Análise estatística.
Erros comuns:
– Informação inadequada para avaliação ou replicação.
– Descrições detalhadas de métodos padronizados e publicados.
– Deixar de explicar análises estatísticas não usuais.
– Participantes muito heterogêneos.
– Medidas não validadas; de confiabilidade fraca ou desconhecida.
Resultados
Na apresentação dos resultados, gráficos e figuras geralmente facilitam a observação dos efeitos, se comparados com as tabelas. Entretanto, as tabelaslevam vantagem quando valores numéricos específicos são importantes. Nestes casos, artigos com tabelas irão obter um maior número de citações, porque outros pesquisadores podem usar seus dados como base de comparação (Vianna, 2001).
Procure promover descrições claras e organizadas dos resultados, sem repetir no texto os dados já expostos em gráficos e tabelas. Ao escrever um artigo científico, inclua na redação final apenas os resultados que são necessários para a corroboração de suas conclusões (Andrade, 2014).
Estrutura básica:
– Resultados da análise estatística.
– Estatísticas descritivas (médias, desvio padrão e correlações)
– Estatísticas inferenciais
– Relatar a significância e a amplitude dos dados.
– Análises adicionais (usualmente post hoc).
Erros comuns:
– Tabelas e figuras complexas, incompreensíveis.
– Repetição dos dados no texto, nas tabelas e nas figuras.
– Não utilizar o mesmo estilo de redação da introdução e do material e métodos.
– Não apresentar os dados prometidos na seção material e métodos.
– Análise estatística inadequada ou inapropriada.
Discussão
A discussão é a parte mais complexa e mais difícil de escrever em um artigo científico. Deve ser redigida com a finalidade de apresentar e interpretar conclusões, enfatizar os resultados mais importantes e comparar os resultados obtidos na sua pesquisa com os resultados obtidos por outros pesquisadores (Medeiros e Tomasi, 2008).
Estrutura básica:
– Relacionar os resultados com as hipóteses.
– Interpretações: esperadas versus alternativas.
– Implicações teóricas, para a pesquisa e para a prática.
– Limitações do estudo: aproximação com o estudo ideal.
– Confiança estimada das conclusões.
– Explicitação de possíveis restrições para as conclusões.
– Identificação de procedimentos metodológicos pertinentes aos resultados.
– Recomendações para pesquisas futuras.
Erros comuns:
– Repetição da introdução.
– Repetição dos resultados.
– Discussão não baseada nos propósitos do estudo.
– Não esclarecer as implicações teóricas e práticas dos resultados.
– Discussão não baseada nos resultados.
– Hipóteses não discutidas explicitamente.
– Apresentação de novos dados.
– Repetição da revisão da literatura.
– Especulações não fundamentadas.
– Recomendações não baseadas nos resultados.
Conclusões
Ao escrever as conclusões da sua pesquisa, certifique-se de apresentar realmente apenas conclusões. Pode parecer um pouco óbvio, mas essa seção muitas vezes é utilizada, de maneira equivocada, para meramente reafirmar os resultados da pesquisa. Não faça o leitor perder tempo: ele já leu os resultados e a discussão. Agora, nas conclusões, quer entender de forma clara a solução do seu problema de pesquisa.
Após elaborar as conclusões, critique-as e procure derrubá-las. As conclusões que você não conseguir derrubar serão a base de seu artigo. Limite-se às conclusões que têm embasamento nos resultados que você obteve e que respondem às questões da pesquisa, ou seja, que estão de acordo com os objetivos (Vianna, 2001).
Não se pode esquecer que as conclusões, como produto final de uma pesquisa, devem ser consideradas provisórias e aproximativas. Por mais brilhantes que sejam, em se tratando de Ciência, as conclusões podem superar o conhecimento prévio e, por sua vez, também podem ser superadas com o avanço do conhecimento (Aquino, 2012).
Últimas sugestões
– Faça um título curto, que chame a atenção e que, além de tudo, reflita o tema principal do artigo. Lembre–se que muitos artigos não são lidos porque os leitores não se interessaram pelo título.
– Procure utilizar a fórmula “sujeito + verbo + predicado” (SVP) para construir suas frases. Utilizar esta fórmula simples para escrever um artigo científico torna o texto mais claro, encurta as sentenças e diminui a possibilidade de cometer erros de concordância, entre outras vantagens.
– Mantenha suas sentenças curtas. Para isso, a solução é simples: abuse dos pontos finais, pois eles são gratuitos, não estão ameaçados de extinção e organizam seu texto. Sentenças longas exigem o uso excessivo de recursos como vírgulas, dois pontos, pontos e virgulas, travessões e parênteses, além de tornar a leitura cansativa.
– Ao escrever um artigo científico, cada palavra deve traduzir exatamente o pensamento que se deseja transmitir, ou seja, não deve haver margem para interpretações. Evite utilizar linguagem muito rebuscada ou termos desnecessários.
– Um bom artigo científico deve ter quantas páginas? Apenas as necessárias! Prefira qualidade ao invés de quantidade. De maneira geral, os editores de revistas científicas preferem artigos inovadores e concisos.

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