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Obstrução de vias aéreas ♦ Corpos estranhos nas vias aéreas Lactentes e crianças pequenas usam a boca para explorar o meio ao seu redor. Crianças com menos de 3 anos de idade constituem 73% dos casos. A maioria dos objetos aspirados são pequenos grãos (objetos alimentares/ou não - globulares ou redondos), como feijões secos, pipoca, sementes, uvas, doces, amendoim, entre outros. A maioria dos corpos estranhos nas vias aéreas se aloja em um brônquio (brônquio direito em aproximadamente 58% dos casos). Um corpo estranho no esôfago pode comprimir a traqueia e ser erroneamente considerado como um corpo estranho na via aérea. O paciente é assintomático e a radiografia normal em 15%-30% dos casos (importância da TC ou RM). Manifestações clínicas - Obstrução completa das vias aéreas: angústia respiratória súbita acompanhada da incapacidade de falar ou tossir. - Obstrução parcial – 3 estágios de sintomas: • Evento inicial – crises violentas de tosse, engasgamento, pigarro e possivelmente obstrução das vias aéreas ocorrem de imediato quando o corpo estranho é aspirado. • Intervalo assintomático – o corpo estranho fica alojado, reflete uma fadiga e os sintomas irritativos imediatos diminuem. • Complicações – obstrução, erosão ou infecção. Febre, hemoptise, tosse, pneumonia e atelectasia podem ocorrer. * Episódios de sufocamento ou tosse acompanhada por sibilância (que geralmente é UNILATERAL) são altamente sugestivos da presença de corpo estranho nas vias aéreas. ◘ Corpos estranhos na laringe: obstrução completa asfixia a criança ( manobra de Heimlich (alívio imediato). Objetos que obstruam parcialmente a laringe, em geral são planos e finos, causando sintomas de crupe, rouquidão, estridor e dispneia. ◘ Corpos estranhos na traqueia: sufocamento (90% dos casos), estridor e sibilância. Radiografias póstero-anterior e lateral dos tecidos moles do pescoço e radiografias de tórax. { ** Corpos estranhos que se localizem nas partes mais superiores do TR (como na laringe e na traqueia), geralmente causam uma sufocação imediata pois promovem uma obstrução total ao fluxo aéreo.} ◘ Corpos estranhos nos brônquios: CONDUTA: 1) - História clínica e exame físico sugestivos; 2) - Radiografias póstero-anterior e lateral do tórax (o abdome é incluído ao campo); __Uma boa radiografia póstero-anterior do tórax expiratória é útil ( pode-se detectar o enfisema obstrutivo – insuflação persistente do pulmão afetado e o desvio do mediastino para o lado oposto. **Pode-se fazer uso de TC ou RM que podem ajudar a definir corpos estranhos radiotransparentes (corpos opacos em apenas 10-25% dos casos). 3) - Broncoscopia – remoção endoscópica imediata. Realização de estudos pré-operatórios e a preparação do paciente (hidratação adequada e esvaziamento do conteúdo gástrico). ♦ Obstrução inflamatória aguda das vias aéreas superiores Termos: ( Crupe – ou obstrução aguda da laringe. Tosse tipo latido ou estridente e pode estar associado à rouquidão, estridor inspiratório e angústia respiratória. ( Estridor – som respiratório áspero de alta intensidade, geralmente inspiratório. Geralmente afeta a laringe, traqueia e brônquios. Sinaliza uma obstrução das vias aéreas superiores. - Os agentes virais são responsáveis pela maioria das obstruções infecciosas agudas das VAS. As exceções são difteria, traqueíte bacteriana e epiglotite. As recorrências são frequentes entre os 3 e 6 anos de idade, diminuindo com o crescimento das vias aéreas. ◘ Crupe (laringotraqueobronquite): a maioria apresenta uma infecção prévia do TRS (rinorreia, faringite, tosse leve e febre de baixo grau) – 1 a 3 dias antes dos sintomas de obstrução das vias aéreas superiores se tornarem evidentes. Sintomas piores à noite. Afebril ou a febre baixa pode persistir durante o decorrer do quadro, que em geral, sofre resolução em cerca de 5 a 7 dias. O diagnóstico é clinico, não exigindo radiografias de pescoço. Outros membros da família também podem apresentar doenças respiratórias leves como laringite. ◘ Epiglotite aguda (Supraglotite): é uma emergência pediátrica. Curso agudo e fulminante de febre alta, irritação da orofaringe, dispneia e obstrução respiratória de rápida progressão (angústia respiratória). Sialorreia, geralmente presente e o paciente mantém o pescoço em hiperextensão (pode assumir a posição do tripé – inclinando o tronco para frente, com o queixo para cima e a boca aberta, apoiando-se com os braços). CONDUTA: - Radiografias laterais do pescoço – “sinal do polegar”; - Deve-se priorizar a manutenção das vias aéreas da criança (entubação nasotraqueal ou traqueostomia); - Instalação de um acesso intravenoso; - Laringoscopia – diagnostico definitivo – visualização de uma grande epiglote “vermelho-cereja” edemaciada. RESUMO: Bruna Souza – 2010.2
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