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AULAS ORIENTACAO EDUCACIONAL

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AULA 01 
Aula 1: Princípios e Práticas em Orientação Educacional 
O conceito etimológico de educação vem dos vocábulos latinos educare e educere. O primeiro apresenta-nos o 
sentido de guiar, nortear, orientar o indivíduo. O segundo, o buscar as potencialidades do indivíduo no sentido de 
fazê-las vir de dentro para fora. 
A orientação educacional tem sua trajetória iniciada pela área de orientação vocacional, voltada para a escolha de 
uma profissão, tem como seu precursor Frank Parsons, em 1908, Boston, EUA. Tinha como configuração o 
aconselhamento. Em relação às escolas, ela surge em 1912, Detroit, EUA, com Jesse Davis. Sob a influência 
americana, em especial o counseling, o Brasil viveu suas primeiras experiências em orientação na década de 20, 
iniciadas com os trabalhos de Robert Mange, engenheiro suíço, que iniciou em 1924, no Liceu de Artes e Ofícios, em 
São Paulo, os primeiros trabalhos para criação de um serviço de seleção e orientação profissional para os alunos 
do curso de mecânica. Em 1931, Lourenço Filho criou o primeiro serviço público de orientação profissional no 
Brasil. Ainda muito voltado aos desejos da época, uma vez que focava nas aptidões naturais como forma de endosso 
e valorização das atividades sociais. Outro dado marcante é o Manifesto dos Pioneiros, de 1932. Ele representa as 
causas e princípios educacionais face ao momento vigente que, se por um lado tinha um ideário dos pressupostos 
liberais e, portanto, a busca de uma educação integral com base nas aptidões naturais, por outro, buscava um 
trabalho mais dinâmico e mais ativo para seus alunos. Dois anos após o manifesto, a Associação Brasileira de 
Educação oferece o primeiro curso de extensão sobre orientação educacional. 
Na década de 80, continua o trabalho da busca de uma identidade para o orientador, assim como de um 
referencial que atendesse às reais necessidades, dentro de um contexto mais democrático que o país começava a 
viver, deixando de lado as questões do ajustamento para refletir questões desta realidade. 
Assim, a Orientação Educacional passou por vários períodos que podem ser assim sintetizados: 
Período Implementar: compreende o período de 1920 a 1941 e está associada à orientação profissional, 
preponderando a seleção e escolha profissional. 
Período Institucional: de 1942 a 1961: caracterizado pela exigência legal da Orientação Educacional nos 
estabelecimentos de ensino e nos cursos de formação dos orientadores educacionais. Nesse período, há a divisão 
funcional e institucional. Surge a escola pública; 
Período Transformador: de 1961 a 1970: pela Lei 4.024/61, a Orientação Educacional é caracterizada como 
educativa, ressaltando a formação do orientador e fixando as Diretrizes e Bases da educação nacional. 
Período Disciplinador: de 1971 a 1980: conforme a Lei 5.692/71, a Orientação Educacional é obrigatória nas escolas, 
incluindo o aconselhamento educacional. O Decreto 72.846/73, regulamentando a Lei 5.564/68, sobre o exercício da 
profissão de orientador educacional, disciplina os passos a serem seguidos. 
Período Questionador: de 1980 a 1990: o orientador discute suas práticas, seus valores, a questão do aluno 
trabalhador, enfim a sua realidade no meio social. A prática da orientação volta-se para a concepção de educação 
como ato político. 
Período Orientador: a partir de 1990: a orientação volta-se para a "construção" do cidadão comprometido com seu 
tempo e sua gente, trabalhando a subjetividade e a intersubjetividade, obtidas através do diálogo. 
A orientação educacional, hoje, caracteriza-se por um trabalho muito mais abrangente no sentido de sua 
dimensão pedagógica. Possui caráter mediador junto aos demais educadores, atuando com todos os 
protagonistas da escola no resgate de uma ação mais efetiva e de qualidade. 
A presença do Orientador Educacional, como qualidade pedagógica da escola, fundamenta-se na condução de 
processos de liberdade, quando este profissional entende que seu papel é de proporcionar práticas intersubjetivas 
em que a diferença seja vista como possibilidade de crescimento pessoal, social e de libertação. Podemos citar 
Atividades a serem planejadas, pelo OE, com propósitos bem definidos: 1- Palestras com Profissionais sobre a 
Sexualidade, como tema transversal ao Currículo Escolar 2- Visitas à Instituições de atendimento a portadores de 
deficiências, para novo olhar as possibilidade de Inclusão 3- Debate sobre a Maioridade Penal, a partir de entrevista 
esclarecedora , com Advogados. Visando os propósitos de liberdade e desenvolvimento, refletidos acima, podemos 
considerar coerentes as atividades apresentadas. 
 
AULA 02 
Aula 2: A Orientação Educacional e a Legislação Educacional 
 
O estudo da orientação associado ao conhecimento da legislação educacional brasileira torna-se importante para os 
profissionais da área em formação como instrumento de compreensão do desenvolvimento e evolução da própria 
Orientação Educacional. A partir da leitura de documentos legais, tais como; a Constituição, as Leis Orgânicas de 
Ensino, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, é possível perceber como a Orientação Educacional é vista 
pelos legisladores. 
Como forma de cumprimento dos dispositivos educacionais assinalados na Constituição de 1937, o então Ministro 
da Educação, Gustavo Capanema, institui um conjunto de reformas chamadas de Leis Orgânicas: 
 
• Lei Orgânica do Ensino Industrial em 1942 (Decreto-lei 4073) 
 
• Lei Orgânica do Ensino Secundário em 1942 (Decreto-lei 4244) 
 
• Lei Orgânica do Ensino Comercial em 1943 (Decreto-lei 6141) 
Em seguida, no governo de José Linhares, o então Ministro da Educação, Leitão Cunha, institui novas leis Orgânicas 
que complementam as anteriores: 
 
• Lei Orgânica do Ensino Primário em 1946 (Decreto-lei 8259) 
 
• Lei Orgânica do Ensino Normal em 1946 (Decreto--lei 8530) 
 
• Lei Orgânica do Ensino Agrícola em 1946 (Decreto-lei 9613) 
 
Na Lei Orgânica do Ensino Industrial de 1942, pela Reforma Capanema, é instituído oficialmente o Serviço de 
Orientação Educacional no Brasil, tendo o objetivo de correção e encaminhamento dos alunos-problemas. 
“É instituído o Serviço de orientação Educacional, com a finalidade de correção e encaminhamento dos alunos-
problemas e de elevação das qualidades morais, através de um regime de autonomia que facilita a educação social 
dos escolares. Referiu-se, ainda, a Lei, à facilitação da escolha profissional, esclarecendo e aconselhando, em 
cooperação com a família”. (MAIA; GARCIA, 1995, p. 15). Nesta perspectiva, observa-se seu caráter adaptador, 
visando à inserção e adaptação do indivíduo às necessidades da sociedade, mediante a sua incorporação de 
valores morais. 
 
Na Lei Orgânica do Ensino Secundário de 1942, temos como destaque a apresentação da função da Orientação 
Educacional como apoio ao ensino e orientação profissional e de lazer a partir de aconselhamentos. Demonstra um 
caráter vocacional voltado para a escolha do Ensino Superior. 
Na Lei Orgânica do Ensino Comercial de 1943 temos como destaque a apresentação da orientação com o caráter 
preventivo atuando também nas questões de ensino, saúde, ajustamento do indivíduo às normas estabelecidas na 
sociedade e orientação na escolha profissional, compreendendo a sua ação como meio de solução de problemas do 
aluno. 
Na Lei Orgânica do Ensino Agrícola de 1946, a Orientação apresenta-se a partir do caráter preventivo, sendo a 
orientação profissional um ajustamento do indivíduo à profissão estabelecida pelo mercado de trabalho. Nesse 
decreto verificamos principalmente o aparecimento da expressão “Orientação Profissional”, a estipulação das 
funções do orientador e a indicação de articulação com o corpo docente. 
 
Segundo Grinspun (2006), a Orientação Educacional revela-se como um mecanismo dos legisladores para ajustar a 
populaçãono campo educacional às demandas do mercado de trabalho e da sociedade quanto à estratificação das 
classes sociais. Outro aspecto relevante na evolução histórica da Orientação Educacional no Brasil refere-se à própria 
legitimação do papel do orientador mediante a legislação brasileira, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação da 
Educação Nacional e outras relacionadas ao tema, seguindo os modelos americano e francês. 
Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1961 (Lei 4024/61) verifica-se um capítulo destinado à 
Orientação Educacional fixando a formação de orientadores para os cursos primários e secundários, porém com 
ênfase dela para o Ensino Médio. É instituída a Orientação Educativa e Vocacional, em cooperação com a família, 
com a preocupação de ajustamento do indivíduo ao ambiente da escola, do trabalho e à própria sociedade. No 
tocante à formação do orientador, sua fundamentação baseava-se em conteúdos psicológicos como forma de 
construção de uma prática voltada para uma ideologia liberal do desenvolvimento da individualidade e de aptidões. 
Logo, o orientador ocupa papel central dentro do ambiente escolar para a aplicabilidade da diretriz educacional do 
país. 
 
Em 1968 tem-se a regulação do exercício da profissão de Orientação Educacional a partir da Lei 5564/68, 
proporcionando a sua profissionalização baseada numa perspectiva psicológica e preventiva e tendo a finalidade 
não apenas de orientação profissional, mas também de auxiliador do desenvolvimento integral do indivíduo. 
Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1971 (Lei 5692/71), que possui como eixo norteador a 
qualificação para o trabalho, é declarada a obrigatoriedade da Orientação Educacional nos estabelecimentos de 
ensino de 1° e 2° graus em cooperação com professores, a família e a comunidade, visando um aconselhamento 
vocacional que favoreça a escolha profissional conforme as necessidades do mercado de trabalho. 
 
Nesse contexto, Grinspun (2006) acrescenta que: 
 
“O Decreto-lei 69.450/71 e a Res. 2/72 fixaram outras atividades para a Orientação Educacional; o Parecer 339/72 
ressaltou a importância da sondagem de aptidões, com isso reforçando o uso de técnicas apropriadas para o 
conhecimento das “vocações” dos alunos” (BRASIL, Parecer 339/72, p.146). 
Em seu corpo textual não encontramos menção objetiva sobre a Orientação Educacional como na lei anterior, exceto 
a abordagem dada para a formação deste profissional: “Art. 64. A formação de profissionais de educação para 
administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em 
cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, 
nesta formação, a base comum nacional.” (BRASIL, Lei 9394, 1996). 
Outro aspecto relevante refere-se à instituição da gestão democrática no ensino público, que em sua concepção 
preconiza a participação dos profissionais da educação na elaboração do Projeto Político Pedagógico da escola, 
possibilitando ao orientador uma prática educativa mais política no ambiente escolar. 
 
A Orientação Educacional foi durante muito tempo associado a um caráter preventivo e ajustamento do indivíduo 
tanto aos problemas detectados nas áreas de ensino, saúde e moral, às normas preestabelecidas pela a sociedade 
como também aos de orientação profissional, a partir de uma ideologia de individualidade e aptidões 
fundamentada em teorias psicológicas. 
 
Isso demonstra que sua presença no ambiente escolar não se institui a partir de uma necessidade da escola, mas sim 
como uma necessidade dos legisladores de implementar seus ideais e sua concepção de educação. 
Hoje, percebemos que a prática da Orientação Educacional faz-se presente no cotidiano escolar perante as 
necessidades desta como agente de transformação e mediação do fazer pedagógico e do processo de aprendizagem. 
 
Nesse aspecto, Grinspum (2006) diz que: 
 
“A Educação é uma prática social, e a orientação deve ser vista como uma prática que ocorre dentro da escola, mas 
cujas atividades podem e devem ultrapassar seus muros; uma prática que caminha no sentido da objetividade, da 
subjetividade da Educação” (GRINSPUM, 2006, p. 20). 
Sendo assim, destacamos que, atualmente, a Orientação não se limita a uma atuação burocrática, mas sim a uma 
atuação pedagógica com a finalidade de promover uma educação de qualidade pautada na cidadania e no 
desenvolvimento integral do aluno. 
O "Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova" lançado em 1932, por educadores comprometidos com um 
movimento de renovação da educação brasileira, representou as causas e princípios educacionais face ao momento 
vigente que, se por um lado tinha um ideário dos pressupostos liberais e, portanto, a busca de uma educação 
integral com base nas aptidões naturais, por outro, buscava um trabalho mais dinâmico e mais ativo para seus 
alunos. 
 
O Manifesto defendeu uma educação pública, gratuita, laica e obrigatória. Dois anos após o manifesto, a 
Associação Brasileira de Educação ofereceu o primeiro curso de extensão de Orientação Educacional. 
Leia o fragmento a seguir: "é declarada a obrigatoriedade da Orientação Educacional nos estabelecimentos de 
ensino de 1° e 2° graus em cooperação com professores, a família e a comunidade, visando um aconselhamento 
vocacional que favoreça a escolha profissional conforme as necessidades do mercado de trabalho". Este trecho 
pertence à: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1971 (Lei 5692/71). 
 
AULA 03 
Aula 3: A Orientação Educacional e as Relações Interpessoais no Cotidiano da 
Escola 
A família e seu processo de participação na escola: 
A escola precisa encontrar caminhos para atender às expectativas da sociedade a respeito da sua atuação. A família 
aparece como grande parceira nesta busca de uma educação de qualidade, para tanto a escola precisa estabelecer 
relações mais flexíveis e menos autoritárias entre educadores e sua clientela escolar. Esta mudança de ação 
estabelece situações de aprendizagem de mão dupla: ora a escola estende sua função pedagógica para fora, ora a 
comunidade influencia os destinos da escola. 
A presença dos responsáveis e comunidade no interior da escola não é nenhuma novidade. Historicamente, tem sido 
estimulado por vários interesses, dentre eles pedagógicos e políticos. 
No Brasil, nos anos a partir de 1920, as teses reformistas defenderam a abertura da escola para os pais e famílias que 
foram denominados comunidades, atingindo as classes populares já que as elites tinham condições sociais 
privilegiadas. A partir de 1970, no regime autoritário, a participação dos pais passou a ser compulsória mediante 
regulamentação e a obrigatoriedade da criação de alguns canais de comunicação, com regras burocráticas 
estabelecendo uma condição de “cidadania sob controle” (SPÓSITO ,1990, p. 52-56). Assim, foram marcadas estas 
propostas de aproximação ao longo do tempo, geralmente com a mesma intenção, voltadas para questões sanitárias 
ou assistencialistas, como cortina de fundo para interesses políticos. 
Atualmente, buscamos uma escola de qualidade e diante de tantos entraves na educação, evasão escolar, falta de 
recursos, fracasso escolar, a escola percebe que não pode mais ficar fechada ao mundo exterior e isolada de suas 
influências. Chega-se à ideia que a educação é um empreendimento social coletivo e que, embora tenha sua própria 
realidade, ela não pode se manter à margem do contexto na qual se insere. É necessário estreitar a parceria entre 
escola/família/comunidade. 
A estrutura da família mudou de paradigma cuja escola custa para abrir os olhos. A família não é mais da década 
passada onde comumente víamos a estrutura: pai, mãe e filhos. Hoje temos diversas estruturas de famílias: em 
processo de separação, famílias monoparentais, famílias reconstituídas, famílias construídas por casais 
homossexuaise muitos outros modelos que surgem todos os dias. 
Outro fato marcante é a saída da mulher para o mercado de trabalho para garantir a entrada de recursos financeiros 
necessários à manutenção e à sobrevivência das famílias. A tendência, portanto, é a família, diante de tantas 
variações, continuar apresentando esse processo dinâmico de transformações que todavia ocorre em todas as 
instâncias da sociedade. Enquanto fenômeno social, o processo educativo não pode estar desvinculado de tudo que 
ocorre fora da escola, em especial o ambiente familiar. Porém, as maiores dificuldades estão relacionadas à falta de 
atitudes dialógicas, de convivência, verdadeiramente humana. Em suma, da participação efetiva na vida escolar. 
 
A comunicação como caminho para a eficácia nas relações: 
 
A escola, por muitas vezes, age de maneira autoritária, distanciando sua prática dos reais anseios de todos os 
envolvidos. A resposta para melhoria da estrutura de comunicação está no afeto onde a escola estabelece um 
relacionamento solidário, vivo, respeitando, como diz Wallon, a dimensão afetiva. A partir do afeto, os canais de 
comunicação tornam-se meios para um melhor relacionamento. A escola, então, compreende melhor o significado 
humano em todas as dimensões. Com esta visão, o Orientador Educacional estabelece um espaço de convivência e 
socialização tão importante para a democratização do ensino e minimização dos espaços de conflito. 
Essa multiplicidade de fatores exige um trabalho de articulação e integração para que ações individuais contribuam 
efetivamente na consecução dos objetivos pedagógicos da escola. O orientador educacional é corresponsável pelo 
sucesso ou o fracasso de uma boa comunicação e, consequentemente, por uma relação interpessoal de 
qualidade, pois trabalha incentivando e articulando o trabalho coletivo. Ao iniciar o processo de coordenação de 
um grupo, ele precisa: dar informações claras, organizar o tempo, o espaço, a rotina, as tarefas para facilitar o 
processo de inclusão das pessoas na equipe. As relações pedagógicas, bem como seus objetivos, não podem ser 
entendidas separadamente das relações interpessoais, já que estas se imbricam e se implicam mutuamente. 
AULA 04 
Aula 4: A Orientação Educacional e os Desafios Presentes no Contexto Escolar 
 
Segundo Grinspun (2006), proporcionar o debate e a reflexão sobre a questão cultural poderá auxiliar o aluno no 
desvelamento de sua história cultural e social a partir do desenvolvimento de projetos, pesquisas e planos de ação 
que promovam o conhecimento e a reflexão sobre a cultura da comunidade escolar. Assim, mediante o 
envolvimento do aluno com a sua própria cultura desencadeará a compreensão dos valores e tradições, como 
também o desenvolvimento da visão da realidade que está em seu entorno. Percebemos a necessidade de a escola 
possuir uma proposta política pedagógica que contemple e valorize o aspecto cultural, sendo eixo norteador de um 
currículo. 
A promoção de uma educação pautada no desenvolvimento da cidadania exige também o reconhecimento que a 
comunidade escolar é plural e diversificada, sendo necessário a oferta de oportunidades igualmente para todos os 
alunos e o rompimento com a prática de reprodução da diferença e desigualdade social. 
Segundo Grinspun (2006), compete aos sistemas de ensino o estímulo do exercício da cidadania, preocupando-se 
com a formação de sujeitos participativos e conscientes de seu papel na formação e transformação da sociedade. 
Logo, urge a concepção e desenvolvimento de um currículo que englobe conhecimentos ligados ao campo racional, 
mas também sentimentos e valores ligados ao campo emocional. 
A formação do indivíduo de forma integral com base numa educação inclusiva com princípios democráticos e de 
qualidade está associada a uma visão da comunidade escolar de forma plural. Esta concepção de certa forma é 
recente e ainda está em processo. 
“A cultura escolar predominante nas nossas escolas se revela como “engessada”, pouco permeável ao contexto em 
que se insere, aos universos culturais das crianças e jovens a que se dirige e a multiculturalidade das nossas 
sociedades” (CANDAU, 2010, p. 53) 
Atualmente, já desponta um novo olhar sobre a temática: a interculturalidade. Essa corrente amplia a percepção 
referente à cultura, pois propõe não somente o reconhecimento da diversidade cultural e sim o diálogo e a 
interrelação entre as diversas culturas, como nos destaca Candau: “Nesse sentido, trata-se de um processo 
permanente, sempre inacabado, marcado por uma deliberada intenção de promover uma relação dialógica e 
democrática entre as culturas e os grupos involucrados e não unicamente de uma coexistência pacífica num mesmo 
território. Esta seria a condição fundamental para qualquer processo ser qualificado de intercultural.” (CANDAU, 
2010, p. 56) Conforme assinalado, há no espaço escolar a manifestação de conflitos no seu cotidiano como forma de 
resistência ou de intolerância ao outro e ao diferente. Uma dessas manifestações que frequentemente solicitam a 
presença da Orientação Educacional é a questão da indisciplina dos alunos. 
Devemos destacar que o papel da Orientação Educacional ao longo da sua trajetória evolutiva sempre esteve 
associado ao atendimento individual com caráter preventivo a partir de uma perspectiva psicológica, o qual tinha 
como objetivo o ajustamento do aluno ao meio social e, consecutivamente, às normas estabelecidas. 
Hoje, para Grinspun (2006), a Orientação Educacional possui uma ação mais abrangente e política, não se 
limitando à prática assinalada anteriormente. Sua atividade possui um aspecto mediador juntamente com os 
outros educadores e membros do contexto escolar na busca da compreensão dos fenômenos ocorridos e solução 
conjunta pautada na criticidade, nos direitos humanos e na ética profissional. 
Verificamos que o tratamento da escola, no tocante à indisciplina, deve ser refletido de forma coletiva por toda a 
comunidade escolar englobando ações não somente relacionadas a posturas, como também em sua organização 
estrutural quanto ao projeto político pedagógico valorizando a pluralidade. 
Como visto, as instituições de ensino possuem estruturas rígidas que muitas vezes ficam alheias às questões do 
contexto social e principalmente quanto ao fator da diversidade cultural. 
A valorização da formação do indivíduo de forma integral, incluindo o aspecto cognitivo e o aspecto emocional, 
torna-se uma necessidade para que este vivencie experiências para a constituição de sua identidade e a 
compreensão da sua realidade. Nessa perspectiva, o orientador é visto como agente de mediação desse processo 
no tocante ao estímulo do resgate da cultura brasileira no ato educativo, mediante o desenvolvimento de projetos 
de caráter interdisciplinar que favoreçam o conhecimento das variadas manifestações culturais existentes. 
Segundo Grinspun (2006), em relação às transformações do contexto social, compete à Orientação Educacional 
auxiliar o aluno em três pontos básicos: perguntar, pesquisar e criar, sendo esses pilares para uma educação que 
garanta a sua emancipação e vivência no mundo. 
De acordo com o dicionário Aurélio temos a seguinte definição: "Tendência a considerar as normas e valores da 
própria sociedade ou cultura como critério de avaliação de todas as demais". Esta definição se aplica à: 
ETNOCENTRISMO. 
Analise as assertivas e assinale a(s) alternativa(s) que aponta(m) as ações corretas do Orientador Educacional no seu 
fazer pedagógico. I. Na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, a entrada do orientador em sala 
pode ser o momento da rotina para tratar de temas sensíveis ao grupo: como a chegada ou a despedida de um 
colega, a substituição do professor ou a preparação para uma atividade extraescolar, como um passeioao zoológico 
ou a visita a um museu. II. Realizar rodas de conversa com os alunos e o professor, a fim de escutar as demandas da 
turma, analisá-las e resolver coletivamente os conflitos que surgem. III. Nos anos finais do Ensino Fundamental e no 
Médio, a presença do orientador pode se destinar a atividades que auxiliem os alunos a fazer o uso adequado do 
tempo, do caderno, da agenda e dos livros, além de promover discussões sobre a realização da lição de casa e as 
estratégias de estudo. Essas aulas visam estimular a prática dos conteúdos procedimentais - aqueles que favorecem 
a apropriação do conhecimento conceitual. IV. Contribuir com a formação do aluno em sala de aula, discutindo a 
gestão dos conflitos do dia a dia, os chamados conteúdos atitudinais, tais como as brigas do intervalo, o descuido 
com os espaços coletivos e o desrespeito entre os alunos. 
AULA 05 
Aula 5: A Orientação Educacional e a dificuldade de aprendizagem 
O estudo da aprendizagem centrou-se em aspectos diferentes, de acordo com as diversas correntes da Psicologia e 
com as diferentes perspectivas que cada uma defendia. Dessas teorias, as que adquiriram maior relevo foram: 
 
- As comportamentalistas (behavioristas) - a aprendizagem é 
vista como a aquisição de comportamentos expressos através 
de relações mais ou menos mecânicas entre um estímulo e 
uma resposta, sendo o sujeito relativamente passivo neste 
processo. 
- As cognitivistas – a aprendizagem é entendida como um processo 
dinâmico de codificação, processamento e recodificação da 
informação. O estudo da aprendizagem centra-se nos processos 
cognitivos que permitem estas operações e nas condições 
contextuais que as facilitam. O indivíduo é visto como um ser que 
interage com o meio e é graças a essa interação que ele aprende. 
 
- As humanistas - a aprendizagem baseia-se essencialmente no 
caráter único e pessoal do sujeito que aprende em função das suas 
experiências únicas e pessoais. O sujeito que aprende tem um papel 
ativo neste processo, mas a aprendizagem é vista muitas vezes 
como algo espontâneo. 
PIAGET: 
A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o 
que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da 
educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe. 
- O desenvolvimento intelectual partiu da ideia que os atos biológicos são atos de adaptação ao meio físico e 
organizações do meio ambiente, sempre procurando manter um equilíbrio. 
 
- O desenvolvimento intelectual age do mesmo modo que o desenvolvimento biológico. 
 
- A atividade intelectual não pode ser separada do funcionamento "total" dos organismos. 
 
- É uma teoria de etapas, que pressupõe que os seres humanos passam por uma série de mudanças ordenadas e 
previsíveis. 
WALON: 
- Foi o primeiro a levar não só o corpo da criança, mas também suas emoções para dentro da sala de aula. 
Fundamentou suas ideias em quatro elementos básicos que se comunicam o tempo todo: a afetividade, o 
movimento, a inteligência e a formação do eu como pessoa. 
- Valorizou o aprendizado integral (intelectual, afetiva, social). 
- As emoções têm um papel preponderante no desenvolvimento da pessoa. É por meio delas que o aluno exterioriza 
seus desejos e suas vontades. Em geral são manifestações que expressam um universo importante e perceptível, 
mas pouco estimulado pelos modelos tradicionais de ensino. 
PAULO FREIRE: 
- A aprendizagem deve levar os alunos a entender sua situação de oprimidos e agir em favor da própria libertação. 
- Deve desenvolver a criticidade dos alunos e propor a educação como forma para despertar a consciência dos 
oprimidos. 
- Pretende habilitar o aluno a "ler o mundo", trata-se de aprender a ler a realidade (conhecê-la) para em seguida 
poder reescrever essa realidade (transformá-la). 
Quatro FUNÇÕES DA EDUCAÇÃO: 
Função mantenedora: a continuidade da conduta humana se realiza através da aprendizagem. 
Função socializadora: o indivíduo, à medida que se sujeita à educação, transforma-se em um ser social, identifica-se 
com o seu grupo, com as suas regras e seus códigos. 
Função repressora: permite a continuidade do homem histórico, garante também a sobrevivência do sistema 
específico que rege a sociedade. 
Função transformadora: a educação revela formas peculiares de expressão revolucionária. 
Paín (2007), no livro Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem, também divide a aprendizagem em 
dimensões. São elas: 
- Dimensão biológica do processo de aprendizagem; 
- Dimensão cognitiva do processo de aprendizagem; 
- Dimensão social do processo de aprendizagem. 
Para finalizar, a aprendizagem sofre ainda a influência de condições internas e externas da aprendizagem, que 
dialogam o tempo inteiro e, assim, não permitem a dicotomia da noção do esquema estímulo--resposta. Apenas 
para melhor observação, as externas são definidas a partir do campo do estímulo e as internas que definem o 
sujeito. Assim como é difícil definir aprendizagem, a definição do conceito de dificuldade na aprendizagem também 
é complexa. Raramente as dificuldades de aprendizagem têm origens apenas cognitivas e que comumente eram 
testadas a partir dos testes de QI. Tínhamos, então, o aluno-problema e rotineiramente lhe era atribuído a razão do 
fracasso, pois se considera apenas que existia algum comprometimento no seu desenvolvimento psicomotor, 
cognitivo, linguístico ou emocional, que são observados na escola, através de dificuldades significativas na aquisição 
e uso da audição, da fala, da leitura, da escrita, do raciocínio ou das habilidades matemáticas. Porém, há outros tipos 
de fatores que se relacionam a essa problemática: desde a desestruturação familiar, sem poder desconsiderar as 
condições de aprendizagem que a escola oferece a esse aluno, até os outros fatores intra-escolares que favorecem a 
não aprendizagem. 
Existem problemas de aprendizagem que são produzidos nas relações e no marco da instituição escolar. São alguns 
exemplos: 
- Resistência às normas disciplinares 
- Problemas de integração 
- Desqualificação do professor 
- Inibição 
Diferente dos problemas de aprendizagem que supõem baixo nível intelectual, não permitindo ao sujeito aproveitar 
suas possibilidades. Ambos os casos levam ao fracasso escolar, mas necessitam de intervenções diferenciadas que 
podem ser: médica, psicológica, pedagógica, entre outras. 
Cabe ao orientador preocupar-se principalmente em construir situações de ensino que possibilitem aprendizagem, 
buscar os meios, as técnicas e as instruções adequadas para favorecer a aprendizagem. 
O fracasso escolar está associado às dificuldades de aprendizagem escolar, as quais se manifestam principalmente 
entre crianças do segmento popular. É um tema que desperta interesse desde o final do século XVIII, quando 
médicos já se preocupavam em estudar o tema. Assim, o fracasso escolar teria como causa a anormalidade orgânica. 
Grinspun (2006) destaca algumas concepções relevantes quanto à explicação do fracasso escolar, as quais são 
apresentadas como estudos sobre o tema ao longo dos anos. Com a corrente psicopedagógica, o fracasso escolar era 
explicado a partir da medição da inteligência, destacando-se os estudos de Binet e Claparède, sendo o primeiro o 
criador da escala métrica da inteligência infantil. Com a influência das teorias psicanalíticas, o fracasso escolar estava 
relacionado ao problema de ajustamento ou de aprendizagem escolar, na qual o aluno com anormalidade escolar 
era considerado “criança-problema”, sendo tal anormalidade oriunda do ambiente sócio-familiar. 
Segundo Grinspun (2006), a evolução histórica da análisedo fracasso escolar pode ser definida pelas seguintes 
teorias: 
Teoria psicológica, na qual o fracasso escolar é devido às características individuais do aluno, sendo ele incapaz de 
adaptar-se à escola. 
Teoria da carência cultural, na qual o fracasso escolar é decorrente das influências de fatores extraescolares, 
levando o aluno a uma deficiência cultural. 
Teoria das diferenças culturais, na qual o fracasso escolar é explicado a partir da padronização da escola que não 
reconhece as diferenças culturais, promovendo a marginalização das camadas populares no ambiente escolar. 
Teoria crítico reprodutivista, na qual o fracasso escolar é motivado à desigualdade social exercida por 
condicionantes sociais. 
Fatores intraescolares, nos quais o fracasso escolar é explicado pela própria organização do sistema escolar e a 
promoção da seletividade. 
Teorias estruturais, na qual o fracasso escolar é visto como responsabilidade de todos os membros do processo 
educacional. 
O papel do Orientador Educacional, na dimensão contextualizada, diz respeito, basicamente, ao estudo da 
realidade do aluno, trazendo-a para dentro da escola, no sentido da melhor promoção do seu desenvolvimento. A 
Orientação Educacional não existe para padronizar os alunos nos paradigmas escolhidos como ajustados, 
disciplinados ou responsáveis. 
AULA 06 
Aula 6: O planejamento em Orientação Educacional 
O planejamento é um processo contínuo que auxilia e orienta a tomada de decisão sobre determinada situação ou 
realidade, visando à eficiência e à eficácia da prática pedagógica. O planejamento é um instrumento fundamental 
para a sistematização de ações significativas sobre uma determinada realidade, pois possibilita uma visão mais 
objetiva e integral quanto à real necessidade da execução da ação e a sua finalidade. O planejamento constitui-se 
numa estratégia para a superação do improviso. 
• Planejamento – ação de planejar, processo. 
• Plano e Projeto – são as descrições resultantes do planejamento e especificadoras das decisões tomadas e do curso 
de ação a seguir (LÜCK, 1991, p.33). 
Podemos destacar alguns aspectos importantes na concepção do planejamento, os quais se relacionam entre si: 
Racionalidade: emprego do raciocínio para solução de problemas, a partir do estabelecimento de relações entre 
dados elementos; 
Tomada de decisão: estabelecimento de um compromisso de ação efetiva e transformadora embasada numa 
visão crítica da realidade; 
Futurismo: orientador para o futuro, considerando dados do passado e do presente. 
O planejamento em Orientação Educacional possibilita uma significação de sua prática dentro do contexto escolar. É 
a partir dele que verificamos o seu sentido e perspectiva frente às necessidades de dada instituição. Logo, 
percebemos que a sua organização está vinculada à concepção de educação da própria unidade escolar. Segundo 
Lücke (1991), na década de 80, percebe-se uma crise no sentido da Orientação Educacional. Com o estabelecimento 
da antiorientação, surge uma visão negativa que desconsidera o papel do orientador nas escolas, devido à 
associação dele a uma atuação limitada e tecnicista. Sendo assim, fez-se necessário uma revisão das ações da 
Orientação Educacional, a qual sucedeu a partir do desenvolvimento de uma visão mais política sobre a sua própria 
atuação. Hoje, vivenciamos um período de reconstrução da Orientação Educacional que visa à reflexão do seu papel 
na escola mediante a fixação de sua identidade, da afirmação da importância de sua prática no contexto 
educacional, sendo extremamente importante a prática de um planejamento integrado ao fazer pedagógico da 
escola. Nesse contexto, Lücke (1991) destaca que a organização da Orientação Educacional deve contemplar uma 
prática dinâmica e interativa no ato educativo, já que se transforma devido à interação de variados aspectos que 
surgem na prática pedagógica. Assim, classifica as funções da Orientação em dois grupos que interagem entre si: 
funções de organização e funções de implementação. As funções de organização são definidas como todas as 
atividades desenvolvidas que visam à preparação, ordenação e sistematização quanto às ações de auxílio e de 
transformação desejada, nas quais estão incluídas a pesquisa de dados, o planejamento e avaliação. As funções de 
implementação são definidas como as atividades elaboradas que visam impulsionar uma transformação no meio, 
nas quais estão incluídas o aconselhamento, o acompanhamento, a coordenação, a consultoria, o encaminhamento, 
e a orientação em grupo. Conforme já salientado, o planejamento em Orientação Educacional não pode ser 
organizado de forma isolada, sendo necessária sua integração à concepção de educação proposta pela unidade 
escolar, ou seja, sua dimensão filosófica, política, social e pedagógica. Tais dimensões, apesar de serem enumeradas 
isoladamente, no contexto manifestam-se de forma articulada. 
Nessa perspectiva, compete ao Orientador Educacional o planejamento de ações que tenham a finalidade de 
discussão e reflexão sobre as dimensões da escola para a construção de um projeto político-pedagógico que 
valorize o aluno como ser ativo e sujeito do seu processo de ensino-aprendizagem. 
Vale lembrar que o projeto político-pedagógico da escola trata-se de um planejamento que orienta as ações da 
escola em sua totalidade, ou seja, é a própria identidade da escola. É a partir da construção do projeto político-
pedagógico que a escola constrói a sua autonomia, sendo um espaço onde todos se tornam responsáveis pelo 
processo de ensino-aprendizagem, canalizando atitudes para uma educação plena e de qualidade. 
PLANO ANUAL DE AÇÃO: 
Levantamento e descrição da realidade: Revela o conhecimento e a descrição do contexto que é destinada a ação 
como a caracterização dos alunos (quantidade, turma, faixa etária, realidade socioeconômica entre outros) e a 
caracterização da escola (localidade, proposta pedagógica, recursos humanos e estruturais entre outros). 
Análise da realidade: Revela o estabelecimento de prioridade e alternativa de ação a partir da demanda da realidade 
de dado contexto para que sejam validados os objetivos e a própria elaboração do plano. 
Estipulação de objetivos: Revela que toda ação tem intencionalidade visando à produção de resultados eficazes e a 
transformação de uma realidade. 
Especificação da ação: Revela as estratégias de desenvolvimento do plano, inclusive a previsão de cronograma do 
mesmo. 
Avaliação: Revela a transformação de dada realidade devido ao desenvolvimento do plano e a própria reflexão sobre 
ação para uma nova tomada de decisão. 
“o principal papel da Orientação será ajudar o aluno na formação de uma cidadania crítica, e a escola na 
organização e realização de seu projeto pedagógico” (GRINSPUN, 2006, p. 33). 
Assinale, dentre os itens que seguem quais os movimentos que deram início a educação para a massa trabalhadora: 
Revolução Francesa e no século das luzes (iluminismo). 
AULA 07 
Aula 7: A Orientação Educacional e o Trabalho Integrado no Contexto Escolar 
Primeiros passos para a democratização do ensino, foi há 200 anos com a revolução francesa e a independência 
dos estados unidos, aí começaram a pensar em educação para a massa trabalhadora. No brasil, foi com o 
processo de industrialização que a escola tomou mais importância. Outro fato marcante no processo de 
democratização da escola foi o Movimento dos pioneiros da educação nova, em que defendiam a escola publica, 
gratuita e laica. A gestão participativa é também chamada de democrática ou colegiada. O administrador, o 
supervisor escolar e o orientador compõem a equipe técnico-administrativa. Portanto, a ação do Orientador 
Educacional deve estar em conformidade com o Projeto Político-Pedagógico da escola, sendotambém um sujeito 
ativo no processo de ensino--aprendizagem, facilitando e promovendo, junto com os demais educadores, a 
construção ou ampliação de conceitos dos alunos através da reflexão e da interação com os seus pares e sua 
realidade. 
 
AULA 08 
Aula 8: A Orientação Educacional e o mundo do trabalho 
A partir de 1902, o histórico da Orientação Profissional mundial inicia-se com a criação do centro de orientação 
profissional de Munique. Entre 1907 e 1909 acontece o marco oficial da orientação profissional com a criação do 
centro de orientação norte-americano e a publicação do livro de frank parsons. As décadas de 1920 e 1950 foram 
marcadas por fortes expressões no campo da OP tais como a psicologia diferencial e a psicometria – testes de 
inteligência, aptidões, habilidades, interesses e personalidade (teoria do traço e fator); a terapia centrada no cliente 
(rogers); teoria do desenvolvimento e as teorias psicodinâmicas. O histórico da OP no brasil ocorreu por volta da 
década de 20, em 1924 com a criação do serviço de seleção e OP – alunos do liceu de artes e ofícios de SP. 
 
TEORIA PSICOLÓGICAS: ANALISAM OS FATORES INTERNOS QUE EXPLICAM A ESCOLHA PROFISSIONAL 
- TEORIA TRAÇO E FATOR: - Inicia a área da orientação profissional, fundamentando sua prática em testes 
vocacionais, pois acredita que as aptidões, interesses e características da personalidade do indivíduo são inatos. 
 
- Usa instrumentos para medir as aptidões, inventariar ou testar os interesses e descrever a personalidade do 
indivíduo. 
 
TEORIAS PSICODINÂMICAS: - Têm o objetivo de explicar a formação da personalidade e a escolha profissional do 
indivíduo. 
 
- São fundamentadas na psicanálise, ou seja, no desenvolvimento afetivo sexual do indivíduo, pois acreditam que a 
constituição da personalidade ocorre a partir das relações dos impulsos da mesma com o meio. 
 
TEORIAS DESENVOLVENTISTAS: - Surgem em 1950 como crítica à teoria traço e fator. 
 
- Acreditam na concepção de desenvolvimento vocacional, o qual se processa durante toda a vida do indivíduo por 
meio de etapas evolutivas. 
 
TEORIAS DECISIONAIS: - São fundamentadas nos pressupostos da administração de empresas e da economia. 
 
- Têm o objetivo de dar racionalidade à escolha profissional, que se dá a partir de análise (preditiva, avaliativa e 
decisória) dos elementos que intervêm na mesma. 
 
- Definem que o orientador profissional deve colaborar com o indivíduo durante a análise dos elementos que 
intervêm na escolha profissional. 
 
TEORIAS GERAIS: entendem que a escolha profissional é determinada ora por fatores psicológicos ora por fatores 
socioeconômicos, justapondo as teorias anteriores. 
Em oposição a essas teorias, propõe-se uma nova classificação, observando mais de uma variante, determinante na 
escolha profissional sem o perigo de cair na classificação de Crites, que obrigaria um posicionamento cuja variável é 
mais importante (individual ou socioeconômica). São 3 grupos: 
 
Teorias tradicionais (abordagem liberal): 
 
 
Teorias críticas: 
 
 
Teorias para além da crítica: 
 
 
AULA 09 
Aula 9: A Orientação Educacional e a Formação Continuada do Professor 
 
Em relação à formação do educador, destaca-se a Lei de diretrizes e bases da educação nacional (Lei nº 9.394/1996), 
na qual temos a especificação de um dos fundamentos da formação dos profissionais da educação: “a presença de 
sólida formação básica, que propicie o conhecimento dos fundamentos científicos e sociais de suas competências de 
trabalho” (Art. 61, Parágrafo único, Inciso I) e ainda a valorização dos profissionais da educação mediante 
“aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fim” (Art. 
67, Inciso II) entre outros. OBJETIVO: “propiciar aos professores o aprofundamento das temáticas educacionais, o 
que lhes servirá de apoio numa reflexão sobre a prática educativa, promovendo assim a construção contínua de 
competências profissionais.” (p.30) 
Nesse sentido, como visto, destaca-se a formação continuada, também conhecida como educação continuada. Esta 
pode ser compreendida como um processo de reflexão sobre as práticas cotidianas a partir de uma fundamentação 
teórica que possibilite ao professor uma melhor percepção e compreensão do seu fazer pedagógico. 
A concepção de participação coletiva no meio escolar é uma prática recente na realidade da educação brasileira, a 
qual é legitimada pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 que determina como um dos seus 
princípios a gestão democrática nos estabelecimentos de ensino da esfera pública, como é visto no art. 206, inciso 
VI. A ação da Orientação Educacional deverá ter ênfase na compreensão do aluno como um ser global e o processo 
educativo de forma crítica. Para isso, é fundamental que em sua ação fique estabelecida a garantia de um 
tempo/espaço no meio escolar para a formação continuada do professor como forma de reflexão do processo de 
ensino e aprendizagem. 
A formação continuada do professor, como processo de reflexão crítica, possibilita a fundamentação teórica de 
sua dinâmica da sala de aula ou de seu cotidiano escolar. Essa fundamentação teórica facilita a própria 
compreensão do educador de sua função no processo de ensino e aprendizagem no tocante ao objetivo da efetiva 
aprendizagem do aluno e, consecutivamente, nos meios utilizados para este objetivo. 
AULA 10 
Aula 10: A Orientação Educacional e Formas Alternativas de Educação 
Com a regulamentação da profissão do Orientador Educacional a partir do Decreto n° 72.846, de 26 de setembro 
de 1973, tivemos a instituição de seu objeto: “Constitui o objeto da Orientação Educacional a assistência ao 
educando, individualmente ou em grupo, no âmbito do ensino de 1º e 2º graus, visando o desenvolvimento integral 
e harmonioso de sua personalidade, ordenando e integrando os elementos que exercem influência em sua formação 
e preparando-o para o exercício das opções básicas” (Art. 1°) A formação do Orientador Educacional é concebida 
pelos cursos de Pedagogia, mediante os níveis de graduação e de pós-graduação. Com a instituição das Diretrizes 
Curriculares Nacionais para o curso de graduação (licenciatura) em Pedagogia pela Resolução CNE/CP nº1, de 15 de 
maio de 2006, verificamos que a atividade profissional do Pedagogo amplia-se para espaços diferenciados, conforme 
o trecho destacado: trabalhar, em espaços escolares e não-escolares, na promoção da aprendizagem de sujeitos em 
diferentes fases do desenvolvimento humano, em diversos níveis e modalidades do processo educativo (Art. 5, inciso 
IV). Isso proporciona ao Orientador Educacional novas possibilidades de atuação e demonstra sua relevância para o 
desenvolvimento de processos educativo dentro ou fora das escolas, em ambientes como: 
 
 associações; 
 empresas; 
 hospitais; 
 igrejas; 
 organizações não governamentais e outros. 
 
Segundo Holtz (2006), o pedagogo, atualmente, como especialista da ciência da educação, é responsável por 
orientar o comportamento e a aprendizagem das pessoas visando à sua formação e transformação, atuando como 
mediador dos processos educativos em qualquer ambiente onde estes se deem. 
As formas alternativas da educação são compreendidas como as atividades educativas desenvolvidas em 
estabelecimentos de ensino ou não, as quais possuem autonomia em sua organização e funcionamento. As formas 
alternativas de educação têm sua origem nos movimentos sociais, principalmente da década de 80, que inspirados 
em ideais democráticos promoveram práticas educativas populares em espaços variados e não exclusivamente na 
escola formal. 
No entanto, é na década de 90 que a educação não-formal atinge um destaque maior no campo educacional e nas 
políticas públicas, mediante as transformações na sociedade e no mundo do trabalho que exigem aconstrução de 
novas habilidades além da dimensão escolar. É nesse período que se destaca a atuação das organizações não 
governamentais (ONGs) na área da educação comunitária como instrumento de promoção de educação 
permanente. São classificadas como Educação a distancia e Educação comunitária. 
 
O Orientador Educacional destaca-se como um profissional que tem sua prática fundamentada na relação de 
auxílio ao ato educativo, independente da forma como este é concebido, a partir de variados procedimentos que 
garantam sua efetividade e significação para uma determinada realidade.

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