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Hemostasia Primária Alteração de hemostasia primária: relacionada à produção de plaquetas – quando há uma lesão endotelial, quem vai fazer a primeira ancoragem no subendotélio exposto são as plaquetas. Quando elas estão em baixa quantidade, o subendotélio exposto não vai ter um trombo e vai permitir o sangramento imediato, bem visíveis na pele e nas mucosas. Grande quantidade de sangramento de mucosa. Ex. PTI. Alteração de hemostasia secundária: alteração dos fatores de coagulação – como nas hemofilias, doença hereditária vinculada ao X, pacientes em sepse ou com grande consumo de fatores. Isso é importante porque todas as intervenções que são feitas e que geram inflamações vão alterar os fatores de coagulação. Formação de hematomas devido a falta de fatores de coagulação. Não há sangramento de mucosas e peles, pois as plaquetas estão normais para tamponar o ferimento, porém em articulações, cavidades e músculos, é necessária a formação do trombo de forma contínua e completa. Se não houver fatores de coagulação, o tampão plaquetário se desfaz e o sangramento ocorre. Plaquetas Possuem um sistema que permite a liberação de grânulos compostos por proteínas dos megacariócitos e das plaquetas. • Estruturas da plaqueta importantes na hemostasia: Membrana e fosfolípides: três sistemas de glicoproteínas expostas na membrana e que possuem grande importância no processo de hemostasia, tanto no desempenho da hemostasia e na modulação dela. • GP IIb-‐IIIa (CD41/CD61, integrina αIIbβ3): receptor de fibrinogênio, crítico para agregação plaquetária, mais abundante, serve de ponte entre as plaquetas e o fibrinogênio, formando o processo de agregação. • GP Ib-‐IX-‐V (CD42b/CD42a/CD42d): receptor do fator de von Willebrand, crítico para adesão inicial da plaqueta ao subendotélio (primeiro evento da hemostasia), a plaqueta não precisa estar ativada (ao contrário da IIbIIIa), já é exposta. • Ausência congênita da Ib: Síndrome de Bernard Soulier, muito rara • Aumento congênito da Ib: age muito intensamente com o fator de von Willebrand. • GP Ia-‐IIa (CD49/CD29, integrina α2β1 ou VLA-‐2), GPVI: receptor de colágeno, não requer ativação plaquetária, envolvido na adesão plaquetária inicial (primeiro passo da hemostasia), quando o colágeno é exposto no subendotélio, a Ib se expõe ao fator de von Willebrand, que se liga à plaqueta. Quando a plaqueta entra em contato com o colágeno, a glicoproteína 6 faz uma pequena adesão com a Ia-‐IIa. • Fosfolípides aniônicos: toda a reação de coagulação envolve um ambiente em que os fatores de coagulação se instalam e formam os trombos. Os fosfolípides aniônicos fornecem a superfície para a ativação dos fatores de coagulação dependentes de vitamina K (complexo protrombínico), que vai permitir a formação de mais fibrina e de um trombo de melhor qualidade. Agonistas plaquetários: tromboxano A2, prostaglandinas – produtos do ácido aracdônico. A plaqueta ativa com seus agonistas, muda sua conformação, libera mais grânulos e abrange uma área maior. Via de ativação na plaqueta: a exposição Ac. Aracdônico ativa as COX’s da plaquetas que o convertem em endoperóxidos. A Tromboxano sintetase converte os endoperóxidos em Tromboxano A2, que diminui o AMPc, aumenta o cálcio na plaqueta, estimulando a adesão e a agregação. Via de ativação na célula endotelial: a exposição Ac. Aracdônico ativa as COX’s que o convertem em endoperóxidos, que sob a ação da prostaciclina sintase, produz PGI2, que aumenta o AMPc, reduz o Cálcio na plaqueta e evita a agregação e a adesão A baixa quantidade de cálcio está relacionada à um trombo de baixa qualidade, com agregação e adesão ruins. AAS: bloqueio irreversível da COX plaquetária, diminuindo a produção de TBXA2 Invaginações profundas = “sistema canalicular aberto”: grande superfície reativa na qual podem ser absorvidas seletivamente as proteínas plasmáticas da coagulação. Durante a reação de liberação, o conteúdo dos grânulos é liberado nesse sistema. Fluidez Transporte ativo de proteínas plasmáticas ligadas ao receptor desde a superfície plaquetária para dentro do sistema canalicular aberto, da mesma forma movendo proteínas de secreção do grânulo ligadas à superfície desde as profundezas do sistema canalicular aberto para a superfície da plaqueta = regulação da atividade pró-‐coagulante da plaqueta Grânulos plaquetários • Grânulos-‐α: contêm proteínas que contribuem para a adesão plaquetária, agregação e atividade coagulante, grande quantidade de fator de von Willebrand, fator plaquetário 4, fibrinogênio, fator de crescimento derivado de plaquetas e outros estimuladores de resposta inflamatória. Eles são os grandes responsáveis por desencadear processos para amplificar a adesão e a agregação, junto aos grânulos densos. • Grânulosdensos: contêm ADP (recrutador plaquetário para o pool, o receptor de ADP é alvo de medicamentos) e cálcio (principal conteúdo), que contribuem para agregação plaquetária e atividade coagulante • Lisossomos: contêm hidrolases ácidas que podem participar da degradação dos trombos -‐ função pouco clara. Antígenos nas superfícies das plaquetas: Antígeno plaquetário humano (APH): São importantes em constantes transfusões, pois o paciente pode desenvolver anticorpos anti-‐APH, inibindo a função das plaquetas (uma alternativa é dar análogos da TPO). Antígenos do sistema ABO As plaquetas variam de acordo com o nosso tipo sanguíneo ABO. Não precisa respeitar essa regra numa transfusão, porém o desempenho plaquetário pode ser MENOR. Antígenos HLA Classe I Função das plaquetas: Plug plaquetário precisa de: • Adesão • Agregação • Fornecer uma superfície pró-‐coagulante (localiza os fatores de coagulação em sua superfície) Formação do coágulo: A plaqueta circula com a glicoproteína IIb-‐IIIa inativada e a Ib ativa. Uma vez que ela entra em contato com o fator de von Willebrand, ela gera um processo de ADESAO. Dentro do sangue, temos o fibrinogênio que vai ser transformado em fibrina (forma ativa), e o Fator de von Willebrand, que fica principalmente próximo ao colágeno e quando o colágeno é exposto, o FvW se adere e permite a adesão plaquetária. Lesão: o FvW deposita-‐se sobre a lesão, especialmente se há muito estresse de cisalhamento, ou seja, se você tem um fluxo de uma forma turbilhonar perto do endotélio. Isso explica porque o soro é capaz de diminuir sangramentos, pois aumentando a pressão hidrostática, recupera-‐se a capacidade do FvW se deslocar pelo endotélio. O FvW ligado sofre uma alteração conformacional e permite a plaqueta de se ligar a ele (a Ia-‐IIa que faz esse contato). A plaqueta ligada vai ser ativada, esse processo de ligação e ativação vai permitir que ela tenha uma alteração de sua morfologia, responsável pela liberação de componentes plaquetários e vai torná-‐la ativa. O resultado dessa ativação é, além do maior recrutamento de plaquetas e de fatores de coagulação, a mudança da morfologia da proteína IIb-‐IIIa (vai permitir que o fibrinogênio se ligue à IIb-‐IIIa, levando à cada vez mais a secreção dos grânulos com a liberação dos fatores de coagulação e os agonistas presentes nos grânulos). A IIbIIIa ligada ao fibrinogênio permite que outras plaquetas se liguem (agregação). O ADP e a serotonina são outros agonistas do processo de ativação e de formação de TBXA2, aumentando a concentração de cálcio e amplificando a resposta. Plaqueta ativa se liga ao fibrinogênio. Paciente com hemofilia consegue fazer isso, o problema é que todo esse ambiente foi criado para exposição de fatores de coagulação, que vão permitir o estabelecimento da fibrina e do coágulo de boa qualidade(acho que é isso que o hemofílico não consegue fazer). Toda essa cascata possui um controle, infelizmente um infarto seria uma situação sem o controle, mas há como compensar isso fisiologicamente com o NO, por exemplo – vasodilatador, prostaciclinas e outras proteínas como a PECAM-‐1 que inibem a ativação plaquetária pelo colágeno. O FvW é importante na hemostasia primária (adesão (principalmente)e agregação plaquetária (IIb-‐IIIa)) e na hemostasia secundária (transporte do fator VIII), são produzidos no megacariócitos e nas células endoteliais, é armazenado no grânulo-‐alfa plaquetário e no corpúsculo Weibel-‐Palade. A maioria do FvW é originário das células endoteliais. A liberação do estoque (corpúsculo WP) é estimulada pelo estresse, pelo exercício, adrenalina e desmopressina (DDAVP -‐ medicamento para compensar a deficiência ou falta de FvW).
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