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Brachycera: moscas Biológica e ecológica: Polinização Descompositoras de matéria orgânica Alimento de diversos animais Controle biológico Médica : Sinantropia e veiculação de patógenos Hematofagia Agentes de miíase Qual a importância das moscas? Entomologia forense e terapia larval Musca domestica -Adultos (3-9 mm) com olhos vermelhos, 4 listras estreitas no tórax e aparelho bucal esponjoso Veiculam vários tipos de bactérias, protozoários, helmintos e miíases - Mecanismos de veiculação de patógenos: regurgitação do alimento, defecação e adesão nas cerdas das patas -Qual a importância dessas moscas em saúde pública? A pupa (oval e castanha) se desenvolve locais secos. Ciclo biológico de Musca domestica As fêmeas colocam de 500-800 ovos no lixo/esterco (1 lata de lixo: 20 mil larvas) As larvas (brancas e apodas), alimentando-se de bactérias e matéria orgânica (3 estágios, 7 d) Em 1 semana o adulto emerge da pupa. Os adultos vivem cerca de 30 dias Ciclo biológico Importância médica de Musca domestica • veiculação mecânica de patógenos Antrax Lepra Cólera Toxoplasma G. lamblia (cistos) E. histolytica (cistos) A. lumbricodes E. granulosus T. solium N. americanus A. duodenale Entre muitos outros !!!!! Importância médica de Musca domestica Justificativa: surtos de diarréia por E. coli associados a moscas Pergunta: quantas bactérias a mosca carrega e transfere para um substrato? Método: exposição de alimento contaminado (8 bilhões de bactérias) a moscas Resultado: Em média a cada pouso uma mosca contaminada deposita 1000 bactérias no substrato Controle de Musca domestica Como evitar as moscas domésticas? Coleta e tratamento do lixo, recolher fezes dos animais, produção de adubo e manejo com predadores, inseticidas e armadilhas usando iscas (solução concentrada de açúcar ou outros) Tabanidae (Mutucas) Mutucas x moscas em geral ♀hematófagas ♂ fitófagos Tabanidae (Mutucas) Até 3 cm Biologia: Hábitos diurnos, abundantes durante o verão Tabanidae – Importância médica e veterinária Vírus: anemia infecciosa dos equinos Bactérias: Antraz Protozoários: Trypanosoma evansi Vetor biológico de Loa loa (filariose africana) Picada muito dolorosa Transmissão mecânica de patógenos Miíases -Definição Zoodermatose, infestação de vertebrados vivos por larvas de dípteros (moscas), que se alimentam de seus tecidos Miíases Pseudomiíases Facultativas Obrigatórias Biontófagas Intestinais Calliphoridae (Cochliomyia hominivorax) Oestridae (Dermatobia hominis) Sarcophagidae Stratiomyidae Necrobiontófagas -Classificação biológica Miíases Miíases Cutâneas Orgânicas/cavitárias Epiderme/derme Larvas na boca, nariz, olhos, ouvidos, ânus, vagina etc… -Classificação por habitat Miíases Miíases Traumática Furuncular -Classificação por mecanismos de entrada da larva Cochliomyia hominivorax (bicheira, varejeira) Dermatobia hominis (berne) Diversidade de moscas varejeiras (Calliphoridae) As larvas (1,5 cm) possuem dois estigmas respiratórios cada um com três espiráculos, além das peças bucais na extremidade anterior Cochliomyia hominivorax Ciclo Biológico de Cochliomya hominivorax Após a cópula depositam os ovos (10-300) em cavidades (narina, vulva, ânus) ou ferimentos Passados de 4-8 dias as larvas maduras caem no solo onde transformam-se em pupas e posteriormente em adultos Após a eclosão as larvas alimentam-se vorazmente, destruindo os tecidos Miíase é resultante da destruição dos tecidos pela fase larval Adultos são atraídos por secreções de ferida e.... Ciclo Biológico Miíases traumáticas por C. hominivorax Visciarelli et al (2007) Miíases traumáticas por C. hominivorax Visciarelli et al (2007) Miíases traumáticas por C. hominivorax Visciarelli et al (2007) Miíases Humanas por Cochliomyia hominivorax em hospitais públicos na cidade do Recife, Pernambuco, Brasil Nascimento, E. M. F. et al. Entomol. Vect. 12 (1): 37-51, 2005 Quais são os grupos de risco? Conseqüências do parasitismo e Controle de C.hominivorax Miíase nasal e na perna provocada por larvas de C. hominivorax. Como é feito o tratamento? Controle da infestação em ovelhas nos EUA: criação e esterilização de machos no laboratório e posterior soltura Após limpar a ferida, anestesiar o local e retirar as larvas com auxílio de pinças Tratar as feridas com assepsia e antibióticos. Cirurgia Coleta e processamento em casos de miíases traumáticas Lesão Extração das larvas (éter) Etanol 75%-80% Fixação Frascos con carne cobertos com malha fina Adultos Criação Miíase oral: Cochliomyia hominivorax Vídeo de um relato de caso Miíase Vulvar (Martinez et al 2003) Relato de caso - Mulher, 77 anos, com deficiência intelectual, zona rural de Bragança Paulista - Vivia isolada da família, em péssimas condições de higiene -Reclamava de ulcera vulvar pruriginosa com secreção purulenta de odor fétido. - Relatava sensação de movimentos larvários no interior da lesão - Com diagnóstico de miíase vulvar, foi submetida a desbridamento cirúrgico, sob anestesia. 50 larvas foram retiradas. - Após a excisão cirúrgica, recebeu antibioticos, antiinflamatório, analgésico. Foram realizados curativos diários. - Houve cicatrização completa da ferida cirúrgica e resultado estético satisfatório Miíase Vulvar (Martinez et al 2003) Miíase Vulvar (Martinez et al 2003) - Mulher, 89 anos, Piauí, 10 filhos, com demência e baixo nível sócioeconômico - Vivia em casa sem banheiro e saneamento básico -Chegou no hospital com prolapso uterino e necrose com odor fétido -No exame foram detectadas várias larvas de Cochliomyia hominivorax -O útero foi retirado - Homem, 34 anos, morador de rua (EUA) - Chegou a emergência do hospital com infestação nas pernas, pênis, uretra, escroto e períneo -Fotos e vídeo - 27 anos, homem, Uberlândia, com história de agressão física. - Exame clínico: fratura mandibular, edema de pálpebras, - Tomografia: fraturas múltiplas de crânio, atrofia cerebral e fraturas de face e mandibular - No 8º dia de internação: pneumonia devido à infecção hospitalar -No 20º dia de internação: miíase oral (+ de 100 larvas) - Terapêutica: remoção mecânica das larvas, curetagem e antibioticoterapia - Estabilização do paciente, foi dada alta hospitalar. - O paciente faleceu em seu domicílio devido ao seu precário estado geral Adultos com vida curta e ap. bucal atrofiado. Larvas bem conhecidas (bernes) Dermatobia hominis As larvas possuem várias fileiras de espinhos curvos, com pontas voltadas para fora, alcançando 2 cm. Ciclo Biológico de Dermatobia hominis Os ovos amadurecem no inseto veiculador A larva sai do ovos e penetra no hospedeiro A larva fica com a espiraculo respiratório e mandíbulasofre 2 ecdises (60d) e cai no solo Os adultos não se alimentam e têm vida curta. Em vôo rápido captura um inseto hematófago e deposita seus ovos no abdômen. Pupa se desenvolve na terra e após 30 dias origina a mosca adulta Vídeo Manifestações patológicas e tratamento da miíase por Dermatobia hominis -Provoca dor e coçeira intensa. O orifício aberto serve de porta de entrada outras larvas e bactérias. Miíase peniana: Dermatobia hominis (Passos et al. 2008) Tratamento da miíase por Dermatobia hominis Primeira opção: Cobrir com esparadrapo/vaselina, esperar (asfixia): a larva tende a sair Segunda opção: Aplicar no orifício éter ou clorofórmio e retirar a larva por compressão - Quando grandes deve-se fazer pequena cirurgia aumentando o orifício (Fig) e forçando licocaína (2ml) por baixo da larva Vestígios de insetos (larvas e adultos) encontrados sobre o cadáver: estimativa do intervalo pos-mortem de 45 a 51d Projetos JR Pujol (UnB) Entomologia forense Uso de insetos em medicina legal: Quando, onde e como morreu? Terapia larval Uso de larvas de moscas para tratamento de feridas Ferimentos de guerra Desuso após 1940 (antibióticos) Atualmente: casos crônicos de diabetes, osteomielite, escaras de pressão no leito Terapia larval Método: aplicação de larvas necrobiontófagas (L1) no ferimento (10/cm2)---cobrir com gaze e vedar---retirada após 1-3 dias (pinças). Sangramento e prurido podem ocorrer Espécies usadas: Lucilia sericata, Musca domestica Vídeo Vantagens Eliminam o tecido necrótico Produzem secreções com atividade antimicrobiana Drenam líquido necrótico Estimulam a rápida cicatrização 5-10 larva/cm2 2-3 dias Hidrocoloide ou óxido de zinco Desvantagem Desconforto Fim!
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