Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Soluc¸o˜es da primeira prova de Ana´lise Funcional (vera˜o de 2010) 1 de Fevereiro de 2010 1 Questa˜o 1 Suponha que K e´ sobrejetivo e compacto. O Teorema da Aplicac¸a˜o Aberta implica que existe um r > 0 tal que: K(BX(0, 1)) ⊃ BY (0, r) e portanto: K(BX(0, 1/r)) ⊃ BY (0, 1). A compacidade de K implica que o conjunto da esquerda e´ compacto. Sabemos que um fechado contido num compacto tambe´m e´ compacto, logo BY (0, 1) e´ compacta, o que implica que dim(Y ) e´ finita. 2 Questa˜o 2 Basta provar que T e´ limitado. Suponha, para chegar a uma contradic¸a˜o, que este na˜o e´ o caso. Enta˜o existe {xn}n∈N ⊂ B(0, 1) com ‖Txn‖ → +∞. Como a sequ¨eˆncia {xn}n∈N e´ limitada, possui uma subsequ¨eˆncia {xnk}k∈N com xnk ⇀ x ∈ H, logo (por hipo´tese) Txnk ⇀ y para algum y ∈ H. Mas enta˜o {Txnk}k∈N e´ fracamente convergente e ilimitada (pois limk ‖Txnk‖ = limn ‖Txn‖ = +∞), o que e´ absurdo porque, como visto em sala, toda sequ¨eˆncia fracamente convergente e´ limitada. A contradic¸a˜o implica que T e´ limitado. 1 3 Questa˜o 3 Vamos construir uma sequ¨eˆncia {Tk}k∈N ⊂ L(H) de operadores de posto finito tais que ‖T − Tk‖ ≤ 1/k. Isto implica a compacidade de T , porque T = limk Tk e´ o limite de operadores de posto finito. O primeiro passo e´ notar que: J ≡ {i ∈ I : Tbi 6= 0} e´ enumera´vel. Como ale´m disso:∑ i∈I ‖Tbi‖2 = ∑ j∈J ‖Tbj‖2 < +∞, enta˜o para todo k ∈ N existe Jk ⊂ J finito tal que:∑ j∈I\Jk ‖Tbj‖2 < 1/k2. Seja Tk ≡ TΠk, onde Πk e´ a projec¸a˜o ortogonal em span{bj}j∈Jk . Note que Tk ∈ L(H) para todo k e que Tk tem posto finito, ja´ que: ∀x ∈ H, TΠkx = T ∑ j∈Jk (x, bj) bj = ∑ j∈Jk (x, bj)Tbj ∈ span{Tbj}j∈Jk . Provaremos agora que ‖T − Tk‖ ≤ 1/k, terminando a questa˜o. De fato, suponha primeiro que x ∈ span{bi}i∈I , isto e´, que x = ∑ i∈F αibi onde F ⊂ I e´ finito. Veja que: Tx = ∑ i∈F αiTbi e que TΠkx = ∑ i∈F αiTΠkbi = ∑ i∈Jk∩F αiTbi. 2 Portanto: ‖Tx− TΠkx‖ = ‖ ∑ i∈F\Jk αiTbi‖ ≤ ∑ i∈F\Jk |αi|‖Tbi‖ (Cauchy Schwartz) ≤ ∑ i∈F\Jk |αi|2 1/2 ∑ i∈F\Jk ‖Tbi‖2 1/2 (use ‖x‖2 = ∑i∈F |α2i |) = ‖x‖ ∑ i∈I\Jk ‖Tbi‖2 1/2 (defn. de Jk) = ‖x‖ k . Logo vale a desigualdade ∀x ∈ span{bi}i∈I , ‖Tx− Tkx‖ ≤ ‖x‖/k. Como span{bi}i∈I = H, ja´ que {bi}i∈I e´ base, temos: ∀x ∈ H, ‖Tx− Tkx‖ ≤ ‖x‖/k, o que implica ‖T − Tk‖ ≤ 1/k. 4 Questa˜o 4 Para cada λ ∈ Eig(Tκ)\{0}, seja {fi,λ}dλi=1 uma base ortonormal de Eλ. Note que:∑ λ∈Eig(Tκ)\{0} dλ λ 2 = ∑ λ∈Eig(Tκ)\{0} dλ∑ i=1 (fi,λ, Tκfi,λ) 2. Uma conta mostra que: (fi,λ, Tκfi,λ) = ∫ 1 0 ∫ 1 0 ( κ(x, y) fi,λ(x)fi,λ(y) ) dx dy = (κ, hi,λ)2 onde (·, ··)2 denota o produto interno em L2([0, 1]2,C) e: hi,λ(x, y) = fi,λ(x) fi,λ(y) ((x, y) ∈ [0, 1]2). 3 Portanto: ∑ λ∈Eig(Tκ)\{0} dλ λ 2 = ∑ λ∈Eig(Tκ)\{0} dλ∑ i=1 (κ, hi,λ) 2 2. Vamos mostrar que a quantidade do lado direito e´ ≤ ‖κ‖L2([0,1]2,C) < +∞. De fato, isto seguira´ da seguinte afirmac¸a˜o. Afirmac¸a˜o. {hi,λ}i∈N,λ∈Eig(Tκ)\{0} e´ conjunto ortonormal em L2([0, 1]2,C). Proof: De fato, uma conta revela que: (hi,λ, hj,η)2 = |(fi,λ, fj,η)|2. Se λ = η, o produto interno vale 0 se i 6= j e 1 caso contra´rio, pois {fk,λ}dλk=1 e´ ortonormal. Se λ 6= η, o produto interno vale 0, pois Eλ ⊥ Eη e fi,λ ∈ Eλ, fj,η ∈ Eη. Provamos portanto que: (hi,λ, hj,η)2 = |(fi,λ, fj,η)|2 = { 1 se η = λ e i = j; 0 em qualquer outro caso. Isto e´, vale a afirmac¸a˜o. 2 Como ja´ dissemos, a afirmac¸a˜o implica: ∑ λ∈Eig(Tκ)\{0} dλ∑ i=1 (κ, hi,λ) 2 2 ≤ ‖κ‖L2 < +∞ ja´ que κ ∈ L2([0, 1]2,C) e os vetores hi,λ sa˜o ortonormais. 5 Questa˜o 5 Resolveremos esta questa˜o com a hipo´tese extra de que F e´ cont´ınua, que foi acrescentada durante a prova. Neste caso, e´ fa´cil ver que t 7→ fx,y(t) e´ cont´ınua para todo par x, y. Suporemos ainda que r > 0 e´ tal que [−r, r] ⊂ I. Usaremos o seguinte fato de Ana´lise: se g e´ cont´ınua em [−r, r]\{0} e limt→0 g(t) existe, enta˜o sup0<|t|≤r |g(t)| < +∞. Aplicando isto a g(t) = (fx,y(t)− fx,y(0))/t e lembrando que f ′x,y(0) existe, temos: ∀(x, y) ∈ H2, sup t∈[−r,r]\{0} ∣∣∣∣((F (t)− F (0))xt , y )∣∣∣∣ = sup t∈[−r,r]\{0} ∣∣∣∣fx,y(t)− fx,y(0)t ∣∣∣∣ < +∞. 4 O Teorema da Limitac¸a˜o uniforme implica que: sup t∈[−r,r]\{0} ∥∥∥∥F (t)− F (0)t ∥∥∥∥ . Usando isto, vemos que: B(x, y) ≡ f ′x,y(0) = lim t→0 ( (F (t)− F (0))x t , y ) satisfaz: |B(x, y)| ≤ sup t∈[−r,r]\{0} ∣∣∣∣((F (t)− F (0))xt , y )∣∣∣∣ ≤ ‖x‖‖y‖ sup t∈[−r,r]\{0} ∥∥∥∥F (t)− F (0)t ∥∥∥∥ . Ale´m disso, B e´ sesquilinear. Sabemos que a uma forma sesquilinear e limitada corresponde um A ∈ L(H) tal que: ∀(x, y) ∈ H2, B(x, y) = f ′x,y(0) = (Ax, y). Isto termina a primeira parte da questa˜o. Para a segunda, mostraremos algo mais forte: que M ≡ sup t∈[−r,r]\{0} ∥∥∥∥F (t)− F (0)− A tt2 ∥∥∥∥ < +∞. Note que isto implica o que queremos, ja´ que para todo −r < s < r,∥∥∥∥F (s)− F (0)s − A ∥∥∥∥ ≤M |s|, o que → 0 quando s→ 0. Para provar que M < +∞, basta mostrar (pelo teorema da Limitac¸a˜o Uniforme) que: ∀(x, y) ∈ H2, sup t∈[−r,r]\{0} ∣∣∣∣({F (t)− F (0)− A tt2 } x, y )∣∣∣∣ < +∞. Mas para cada (x, y) a expressa˜o dentro de | · | e´: sup t∈[−r,r]\{0} ∣∣∣∣fx,y(t)− fx,y(0)− f ′x,y(0)tt2 ∣∣∣∣ e isto e´ limitado porque g(t) = fx,y(t)− fx,y(0)− f ′x,y(0)t t2 e´ cont´ınua em [−r, r]\{0} e existe o limite: lim t→0 g(t) = f ′′x,y(0). 5
Compartilhar