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PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS DO RECÉM NASCIDO FISIOPATOLOGIA Desenvolvimento Pulmonar 4 semanas a 16 semanas (1º. Trimestre) – tubo digestivo; laringe; traquéia; brônquios fontes; cavidade torácica separa-se da peritoneal; vias aéreas inferiores (primeiros ramos com paredes cartilaginosas – brônquios; ramos não cartilaginosos - bronquíolos); pleura; vasos linfáticos pulmonares; artérias e veias pulmonares Agravos nesta fase: anomalias nas conexões dos brônquios (cisto e enfisema); anomalias diafragmáticas (fechamento errôneo/não separação da cavidade torácica e abdominal = hérnia – pp agravo). 17 a 26 semanas (2º. Trimestre) – estrutura das trocas gasosas; capilares; com 20 semanas detecta-se os pneumócitos I e II (síntese de surfactante ainda não está ocorrendo de maneira eficaz). Agravos nesta fase: prejuízo ao desenvolvimento pulmonar (hipoplasia pulmonar – geralmente acompanhada de doenças genéticas, pp formas de nanismo tanatotrófico) 20 a 24 semanas – surfactante presente. Síntese e reciclagem efetiva do surfactante somente com 34 – 35 semanas! A partir de 24 semanas ( dipalmitoilfosfatidilcolina - ↓tensão superficial intra-alveolar (impede colabação alveolar). 4 Proteínas SP-A (mais abundante; defesa pulmonar é a menor parcela); SP-B (estimula formação da película tensoativa); SP-C; SP-D (mecanismos de defesa). Corticóide: estimula a produção de surfactante. Pode ser feito até 34 semanas, depois a produção é adequada. 27 a 35 semanas (3º. Trimestre) ↑áreas de interface ar-sangue e volume pulmonar (quando há pouca troca, o pulmão é mais branco/hipotransparente). Pneumócitos secretam fluido para interior das vias aéreas (fluido ( do líquido amniótico e do plasma - (K; (Cl; ((ptn). Trabalho de parto acelera a reabsorção deste fluido e favorece a produção e liberação do fluido. Manifestações clínicas Taquipnéia (80 a 100 ipm) Dispnéia – retração costal; batimentos de aletas nasais; retração esternal Apnéia (interrupção com comprometimento cardíaco e hemodinâmico)/ pausa (breve interrupção sem comprometimento) Necessidade de oxigenioterapia Gemência Balancim tóraco-abdominal Cianose Abordagem diagnóstica Diante de todo RN com Manifestações Clínicas Respiratórias a abordagem diagnóstica inicial envolverá obrigatoriamente: RADIOGRAFIA DE TÓRAX e GASOMETRIA ARTERIAL HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS DOENÇA DA MEMBRANA HIALINA (DMH) TAQUIPNÉIA TRANSITÓRIA DO RECÉM-NASCIDO (TTRN) SÍNDROME DO PULMÃO ÚMIDO SÍNDROME DE ASPIRAÇÃO MECONIAL (SAM) PNEUMONIA (PNM) HIPERTENSÃO PULMONAR PERSISTENTE (HPP) DISPLASIA BRONCOPULMONAR (DBP) PATOLOGIAS CIRÚRGICAS DOENÇA DA MEMBRANA HIALINA (DMH) Entidade clínica, predominantemente em prematuros, caracterizada por distúrbios ventilatórios decorrentes da ausência ou deficiência de surfactante. 30% em < 34 semanas de IG X 50% em < 30 semanas de IG. Surfactante pulmonar endógeno Produção endógena: pneumócitos tipo II Presente a partir da 25a. – 26a. sem Maturidade pulmonar após 35a. sem Composição: 70-80% fosfolipídios/ 10% proteínas/ 10% lipídios neutros Fosfatidilglicerol – marcador de maturidade pulmonar Teste de Clements – utiliza a relação dos marcadores para identificar maturidade através de amostra do líquido amniótico. Fisiopatologia PREMATURIDADE ( REDUÇÃO DA SÍNTESE/ ARMAZENAMENTO/LIBERAÇÃO DO SURFACTANTE ( AUMENTO DA TENSÃO ALVEOLAR ( ATELECTASIA ( REDUÇÃO DA COMPLACÊNCIA HIPOVENTILAÇÃO HIPERCAPNIA ALTERAÇÃO V/Q ( ACIDOSE ( VASOCONSTRICÇÃO PULMONAR ( ELEVAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL PULMONAR ( LESÃO DA MEMBRANA ALVÉOLO-CAPILAR ( TRANSUDAÇÃO DE PROTEÍNAS E LÍQUIDO DO VASO PARA O INTERSTÍCIO ( ALVÉOLO DEPÓSITO DE FIBRINA = MEMBRANA HIALINA Shunt Direito Esquerdo = PCA = PC Fetal Redução da Pressão Oncótica = Edema Hipoxemia/ Estertores, leve edema (eventuais) Aumento de Líquido Intrapulmonar � Patologia Pulmões vermelhos e escuros Colapso pulmonar Ductos alveolares dilatados Membrana nos ductos alveolares Espessamento da muscular das arteríolas Distensão dos linfáticos pulmonares Fatores de Risco Perinatais PMT Diabetes materna (?) Malformações torácicas Genética (irmãos com SAR, homem e branco) Asfixia Cesariana sem trabalho de parto � Quadro Clínico Esforço respiratório precoce em RN prematuro (Taquipnéia; BAN; tiragens costais; gemência respiratória; cianose) Estertores; redução global do MV Necessidade de oxigenação / pressão positiva Diagnóstico Radiológico (depende da gravidade) Grau I – Aspecto reticulogranular leve (padrão básico e clássico), pequena quantidade de broncograma aéreo que não chega até a borda cardíaca e imagem cardíaca normal. Grau II – Aspecto reticulogranular moderado, broncograma aéreo já fora do mediastino, chegando até a borda cardíaca e imagem cardíaca normal. Grau III - Aspecto reticulogranular mais grave, broncograma aéreo até a periferia e imagem cardíaca pouco visível. Grau IV – Opacificação completa e imagem cardíaca não visualizada. Conduta Temperatura (34 / 35o C) Suporte hidroeletrolítico e metabólico – 60 a 80mL/Kg/d (D1) e 80 a 100 mL/Kg/d (48-72h) Correção da anemia e manutenção da pressão arterial. Correção do equilíbrio ácido-básico – acidose respiratória – mista (cuidado com BicNa! A prioridade é a respiratória. Se der BicNa pode ser de dificil liberação ( hipoventilação) Nutrição – NPT em RNMBP + estímulo trófico com 10 a 20 mL/Kg/dia de Leite Humano Surfactante exógeno – 100mg/Kg via endotraqueal; retratar após 6 a 12 horas se necessário; máximo 3 doses. Oxigenoterapia SURFACTANTE PULMONAR EXÓGENO Extrato de pulmão bovino (Survanta(; Alveofact(), suíno (Curosurf(); Sintético (Exosurf() 100 mg/Kg/ dose, até 3 doses, em 24 a 48h. Via – Intratraqueal Indicação: Após diagnóstico de SAR; SdAspMec (?) Necessidade de pressão positiva quando FiO2 maior que 0,3; esforço respiratório/ gemência respiratória Efeitos: Melhora da complacência, ( necessidade de ventilação; Reduz pneumotórax e mortalidade. Complicações (durante o processo): Quedas de saturação, apnéia e bradicardia, no momento; Hemorragia intrapulmonar (*RNMBP) Profilaxia Diagnóstico pré-natal do RN de risco Corticoterapia materna < 34 sem / imaturidade no LA 24 a 48 h antes do parto - Betametasona 12mg IM a cada 24 horas por duas doses ou Dexametasona 6mg por via intramuscular a cada 12 horas por quatro doses. Contra-indicado em amnionite Efeito Primário do Tratamento Pré-Natal com Corticosteróides Induz produção de surfactante; acelera maturidade pulmonar; Aumenta volume pulmonar; Melhora complacência; Reduz permeabilidade endotelial a proteínas nos vasos da circulação pulmonar. Acontece mais doença pulmonar crônica em bebês em que a mãe não usou corticóide Concluindo: A exposição pré-natal aos corticosteróides diminui, significativamente, a incidência e gravidade da SARA. A gravidade e a incidência da DMH são inversamente proporcionais à IG. A DMH pode ser minimizada com medidas preventivas no pré-natal.
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