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PALS- Suporte à Vida em Pediatria Internato em Pediatria II- 2023/1 Parada Cardiorrespiratória (PCR) · Na faixa etária pediátrica, a PCR raramente é um evento súbito, sendo consequência de piora progressiva respiratória ou cardiocirculatória, e sua principal causa é por hipóxia. · Causas reversíveis de PCR: 6Hs: · Hipóxia; · Hipovolemia (diarreia, desidratação); · Hipotermia; · Hipoglicemia, intoxicações; · Hipocalemia/ hipercalemia; · H+ acidose. · 5T: · Tensão do tórax: pneumotórax · Tamponamento cardíaco; · Toxinas; · Tromboses: pulmonar/coronária. · Ritmos cardíacos mais frequentes: bradicardia e assistolia · Em casos de colapso súbito (atletas, cardiopatas), a possibilidade de Fibrilação Ventricular (FV) como causa da PCR é maior. Causas de PCR em pediatria Extra-hospitalar Intra-hospitalar Traumas Sepse Afogamento por submersão Insuficiência respiratória Síndrome da Morte Súbita do Lactente Toxicidade por drogas Envenenamento Doenças metabólicas Engasgo Arritmias Asma grave Pneumonia Suporte Básico de Vida em Pediatria (SBVP) · Lactentes ou bebês: menores de 1 ano · Crianças: maiores de 1 ano até sinais de puberdade (broto mamário em meninas e pelos axilares em meninos) · Sequência de atendimento: C-A-B Qual a única faixa etária na qual o DEA não pode ser utilizado? R- Período neonatal (0 a 28 dias de vida) DEA Pediátrico-> possui atenuador de carga Em quem usar pás pediátricas do DEA? R- Em crianças até 8 anos (25Kg)- Ântero-posterior Suporte Avançado de Vida em Pediatria (SAVP) PALS: Pediatric Advanced Life Support (suporte avançado de vida em pediatria). · Inclui a avaliação e a manutenção das funções respiratórias e circulatórias durante a PCR e no pós-ressuscitação # Drogas usadas na RCP: · Adrenalina/Epinefrina (a droga da PCR) · Faz vasoconstrição alfa-adrenérgica · Aumenta a pressão diastólica da aorta-> melhora perfusão coronariana · Estimula contração espontânea e aumenta o sucesso da desfibrilação · Dose: 0,01mg/kg (0,1ml/kg da solução 1: 10.000 preparada a partir de 1 ml de epinefrina + 9 ml de SF 0,9%) EV ou IO · Intervalo de realização da Adrenalina: 3 a 5 minutos · Amiodarona: · Antiarrítmico de escolha para as PCR com ritmos chocáveis; · Usar se Taquicardia Ventricular (TV) e Fibrilação Ventricular (FV) não responsiva à cardioversão · Dose de ataque: 5mg/kg (pode ser repetida até 3x) · Cálcio: · Indicado no tratamento da hipocalcemia documentada; · hipercalemia; · Hipermagnesemia; · Intoxicação por Bloqueadores do Canal de Cálcio (BCC); · Dose: 5 a 7 mg/kg · Magnésio: · Indicado no tratamento da hipomagnesemia documentada; · Taquicardia Ventricular torsades de pointes (TV polimórfica com QT longo) · Dose recomendada: 25 a 50 mg/kg · Bicarbonato de sódio: · Deve ser considerada na PCR prolongada; · Choque associado à acidose metabólica grave documentada; · Hipercalemia sintomática; · Intoxicação por ADT (alcalinizar a urina) · Dose inicial: 1mEq/Kg (1ml/kg da solução a 8,4%) Ressuscitação Cardiopulmonar -> Ritmos não chocáveis: · Assistolia-> fazer protocolo CAGADA (Cabos, Ganhos e Derivações) · Atividade elétrica sem pulso (AESP) -> Ritmos chocáveis: · Desfibrilação Ventricular · TV sem pulso Dose inicial: 2 J/Kg-> se refratário: 4J/Kg -> doses subsequentes: 4 a 10J/kg Desfibrilador manual-> usar pás pediátricas para <10Kg ou < 1 ano Sequência de passos na ressuscitação com ritmos chocáveis e não chocáveis Após a obtenção da via aérea avançada, não há necessidade de coordenar as compressões com as ventilações. A cada 2 min de RCP os reanimadores devem rodiziar as funções e checar o ritmo para avaliar a necessidade de choque. Taquicardias na Emergência Antes de tudo… relembremos a classificação de FC na criança Idade Vigília Sono RN a 3 meses 85 a 205 bpm 80 a 160 bpm 3 meses a 2 anos 100 a 190 bpm 75 a 160 bpm 2 a 10 anos 60 a 140 bpm 60 a 90 bpm > 10 anos 60 a 100 bpm 50 a 90 bpm Sinais e sintomas na taquicardia: · Falência respiratória, frequentemente devido edema/ congestão pulmonar · Choque com hipotensão · Alteração do nível de consciência; · Colapso súbito com pulso rápido e fino Classificação das Taquiarritmias conforme a duração do complexo QRS QRS estreito (< 0,09s) QRS largo (>0,09s) Taquicardia Sinusal Taquicardia ventricular Taquicardia Supraventricular Taquicardia Supraventricular Flutter atrial -> Taquicardia Sinusal (TS) Ritmo sinusal: onda P antecede o QRS, significa que a origem do impulso é o nó sinoatrial Ocorre geralmente por uma necessidade do organismo de aumento do DC ou oferta de O2 TS é uma resposta fisiológica normal e não é considerada uma arritmia Ao ECG: · FC: normalmente < 220 bpm em bebês e < 180 bpm em crianças · Ondas P: presentes e normais · QRS: estreito Pode ser causada por: · Hipóxia; · Hipovolemia; · Febre; · Dor; · Ansiedade; · Intoxicação; · Anemia. -> Taquicardia Supraventricular (TSV): - É a taquiarritmia mais comum no paciente pediátrico; - Impulso elétrico se origina logo acima do ventrículo e ocorre reentrada do impulso por uma via de condução acessória. - Não é uma resposta compensatória, diferente da taquicardia sinusal; - Início abrupto; - FC > 220 bpm em bebês e FC >180 bpm em crianças; - Clínica: · Letargia; · Irritabilidade; · Baixa ingesta; · Sudorese; · Palidez e desconforto respiratório se ICC; · Adolescentes podem referir sensação de desmaio e palpitações. - Ao ECG: Ritmo regular com QRS estreito (< 0,09) Ondas P não discerníveis devido a rápida frequência TSV de QRS estreito: em mais de 90% das crianças com TSV TSV de QRS largo: ocorre com mais frequência em consequência de bloqueio do ramo # TEM QUE SABER DIFERENCIAR TS x TSV Característica Taquicardia Sinusal Taquicardia supraventricular Histórico Início gradual Compatível com TS (febre, dor, desidratação, hemorragia) Início abrupto Bebê: sintomas de ICC Criança: início súbito de palpitações Exame físico Sinais de causa de fundo da TS: · Febre; · Anemia; · Hipovolemia Bebê: sintomas de ICC · Crepitações; · Hepatomegalia · Edema FC Bebê < 220 bpm Criança < 180bpm Bebê > 220 bpm Criança > 180bpm RX tórax Coração pequeno e pulmões limpos a não ser que a causa da TS seja PNM, pericardite ou doença cardíaca de fundo Sinais de ICC: · Coração aumentado · Edema pulmonar -> Taquicardia ventricular (TV) - Taquicardia de QRS largo; - Impulso elétrico é gerado no ventrículo; - Incomum em crianças, cursa com cardiopatia de base ou criança que já sofreu cirurgia cardíaca; - Outras causas: DHEL, intoxicações - Pode evoluir para Fibrilação Ventricular (FV) - TV polimórfica: torsades de pointes - QRS mudam de polaridade e amplitude - Causas: hipomagnesemia, hipocalemia - Pode se deteriorar em uma FV -> Flutter Atrial - O impulso elétrico percorre um circuito reentrante no átrio a uma proporção 3 (impulsos provenientes do átrio) : 1 (despolarização do ventrículo) - Ritmo pouco comum na criança - Padrão da onda P ao ECG tem aspecto de dentes de serra TRATAMENTO DE TAQUICARDIA PEDIÁTRICA 1. Suporte ao ABCs e O2 2. Monitorização: monitor cardíaco, oxímetro, desfibrilador 3. Acesso venoso 4. Obter ECG de 12 eletrodos 5. Coletar exames: K+, glicose, Cálcio, Mg, Gasometria Algoritmo de taquicardia pediátrica com pulso e perfusão adequada #Manobras vagais (se a criança com taquicardia de QRS estreito estiver estável ou enquanto são feitos os preparativos para uma cardioversão sincronizada) A estimulação vagal pode encerrar a taquicardia por retardar a condução através do nódulo AV · Aplicação de gelo no rosto · Pode ser aplicada em crianças de todas as idades; · Encha um pequeno saco plastico com mistura de gelo e água; · Aplique na metade superior do rosto da criança por 15-20 segundos · Não obstruir o nariz nem a boca · Manobra de Valsalva · realizar em criança com idade suficiente para cooperar; · soprando um canudo estreito por 10-15 segundos · Massagem no seio carotídeo por 5-10 segundos ATENÇÃO! Não realizar pressão ocular pelo risco de lesãode retina #Cardioversão · É dolorosa · Forneça sedação e analgesia antes · Choque sincronizado -> aplicação coincide com a onda R do complexo QRS do paciente · Assim, impede FV, que poderia ocorrer por aplicação do choque durante o período vulnerável da onda T Bradicardia na Emergência · Bradicardia é um sinal indicativo de PCR iminente em crianças Bradiarritmias são os ritmos que mais frequentemente antecedem a PCR e habitualmente estão relacionados à · Hipóxia; · Hipotensão; · Acidose. Sinais e sintomas da bradicardia: · Falta de ar; · Desconforto respiratório; · Edema/Congestão pulmonar; · Choque hipotensivo; · Alteração do nível de consciência; · Colapso súbito. Por que está bradicárdica? · Possibilidade de intoxicação por organofosforado, carbamatos? · Inibidores da acetilcolinesterase (Fisiostigmina, Neeostigmina) · Colinérgicos (acetilcolina) · Benzodiazepínicos, barbitúricos, anestésico local, opioides · Corticoides · Descongestionantes e vasoconstritores tópicos (agonistas alfa-adrenérgicos: fenilefrina, Nafazolina, Oximetazolina) · HF de síncope ou morte súbita cardíaca? · Episódios passados de síncope, tontura e/ou convulsões inexplicadas? -> Bradicardia Sinusal Pode ocorrer em indivíduos saudáveis: · Atletas bem condicionados; · Durante o sono; · Sob hipotermia. Causas de bradicardia sinusal patológica: · Hipoxemia; · Intoxicações; · Distúrbios hidroeletrolíticos; · Infecção. -> Bloqueios atrioventriculares 1º grau · Intervalo PR é prolongado · Alentecimento da condução 2º grau Mobitz 1 ou fenômeno de Wenckebach · Aumento progressivo do PR · Avisa que vai bloquear · Pode ser decorrente de intoxicações por BCC, digoxina Mobitz 2: · Impulso sai abaixo do nível do nó AV · Impulsos atriais são inibidos ˋproporção 2:1 · Não avisa que vai bloquear · Bastante sintomático (sensação de pré-síncope) 3º grau · Completa dissociação entre átrio e ventrículo · BAVT: bloqueio atrioventricular total Algoritmo de bradicardia pediátrica com pulso e perfusão inadequada #Epinefrina/ Adrenalina: · Indicada para bradicardia sintomática persistente · IV/IO: 0,01 mg/kg (1:10.000= 0,1ml/kg) · ET: 0,1 mg/kg (1:1.000= 0,1ml/kg) · Repita a cada 3-5 min conforme necessidade · Em casos de bradicardia persistente: considere infusão contínua de Epinefrina (0,1 a 0,3 mcg/kg/min) #Atropina · Fármaco parassimpatolítico (ou anticolinérgico) · Acelera os marca-passos sinusais e melhora a condução AV · Adm atropina em vez de epinefrina em casos de bradicardia causada por tônus vagal aumentado, toxicidade farmacológica colinérgica ou BAVT · IV/IO: 1º dose: 0,02 mg/kg (dose única máxima: 0,5mg) · ET: 0,04 a 0,06 mg/Kg
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