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Angioplastia Trasluminal Percutânea e Stents Adamastor Pereira 13/9/2005 Página 1 de 16 Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro Angioplastia Transluminal Percutânea e Stents Endovasculares Adamastor Humberto Pereira Marco Aurélio Grudtner Pelo fato de ser um procedimento relativamente de baixo risco, pouco invasivo e com possibilidade de repetição, a angioplastia com balão tem recebido ultimamente maior atenção no tratamento do paciente com doença arterial oclusiva periférica. Certamente o desenvolvimento dos sistemas de guias e cateteres representa um avanço importante na técnica da angioplastia transluminal percutânea, tornando o procedimento possível em situações anatômicas desfavoráveis, quer seja pela configuração da lesão ou do calibre do vaso afetado. Mesmo apresentando índices de perviedade a longo prazo inferiores aos procedimentos de revascularização cirúrgica, a angioplastia vem se impondo como um método alternativo ou complementar em várias situações clínicas, principalmente em casos cujo tratamento cirúrgico é de risco proibitivo. Da mesma forma, os fixadores (“stents”) endovasculares também têm sido mais frequentemente indicados, nas situações de falha da angioplastia, no tratamento da reestenose pós-angioplastia e em certas lesões arteriais complexas. PRINCÍPIOS BÁSICOS O objetivo primário da dilatação com balão nas lesões arteriais oclusivas é obviamente o aumento do diâmetro do lúmen arterial o suficiente para reestabelecer a adequada perfusão tecidual. Paradoxalmente, a dilatação propriamente dita, é provavelmente o mecanismo menos importante na explicação do efeito da angioplastia com balão. Atualmente dois mecanismos intimamente relacionados têm sido aceitos para explicar o efeito da angioplastia na parede arterial, cuja importância depende fundamentalmente do tipo de lesão que está sendo tratada.1,2. Em lesões ateroscleróticas concêntricas o que se observa é a fratura da placa, cuja manifestação mais evidente é a dissecção arterial localizada. Além disso, ocorre um estiramento da túnica média e da adventícia com afilamento dessas camadas.3,4. No caso de lesões ateroscleróticas excêntricas, não havendo uma placa circunferencial restritiva, pode não ocorrer a fratura da placa, e o que se observa é o aumento luminal dependente principalmente Angioplastia Trasluminal Percutânea e Stents Adamastor Pereira 13/9/2005 Página 2 de 16 Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro do estiramento das túnicas média e da adventícia. Por esta razão, nestas lesões há um risco maior de ruptura arterial durante o procedimento.1,3,5. Outro fator que parece influenciar o grau com que uma lesão arterial responde à dilatação com balão é a quantidade de cálcio presente no interior da placa. Placas muito calcificadas respondem menos a dilatação com balão e podem necessitar maior pressão de insuflação no balão. Da mesma forma, lesões intimais hiperplásicas também são, usualmente, mais resistentes à fratura e o efeito é primariamente decorrente do estiramento da parede. O volume de placa presente nas oclusões arteriais completas também parece justificar os menores índices de sucesso da angioplastia com balão nestes casos.6 ACESSO VASCULAR A abordagem do sistema arterial é realizada comumente por via femoral, braquial ou axilar. Basicamente o acesso vascular segue os princípios técnicos descritos por Seldinger em 1953. Em geral, o sítio de acesso mais próximo a lesão a ser tratada facilita o procedimento e permite um maior número de opções terapêuticas.7 Punção retrógrada da artéria femoral comum – é a abordagem mais utilizada tanto nos procedimentos diagnósticos quanto terapêuticos. A facilidade de punção (maior diâmetro do vaso) e de compressão para hemostasia após a retirada dos cateteres são vantagens evidentes. Outras vantagens incluem a presença de um sítio alternativo contralateral, a segurança do reparo arterial caso a artéria seja lesada durante o procedimento, a possibilidade de punção anterógrada e a existência de uma variedade de cateteres e instrumentos especificamente destinados para introdução neste sítio. As desvantagens são conseqüência das dificuldades técnicas que ocorrem na presença de tortuosidades, estenoses e oclusões. Punção anterógrada da artéria femoral comum – é considerada tecnicamente mais difícil e sujeita a maior número de complicações. Está indicada nas situações em que a arteriografia seletiva da artéria femoral superficial, poplítea e vasos infra-poplíteos é necessária para terapia endovascular. A agulha deve ser introduzida acima do ligamento inguinal, cruzando-o e penetrando na artéria femoral comum cerca de 2-3cm acima da bifurcação femoral. Independente da punção femoral ser retrógrada ou anterógrada, é fundamental o conhecimento das relações anatômicas, principalmente nas situações de pulso femoral fraco ou ausente, pois os riscos da punção – sangramento, trombose, pseudoaneurisma, fístula artério-venosa e dissecção são maiores quando a punção ocorre em local inadequado. Consequentemente , a avaliação fluoroscópica pode auxiliar na escolha do sítio de punção que se localiza normalmente 1cm lateral ao córtex medial da cabeça do fêmur. Punção da artéria braquial/axilar – a artéria braquial é considerada um sítio alternativo de punção.É utilizada quando as artérias femorais são inadequadas para acesso vascular pela presença de oclusão e/ou estenose significativa da aorta e artérias ilíacas bilateralmente. A artéria braquial esquerda é usualmente selecionada pois apresenta um risco menor de eventos cerebrovasculares relacionados a presença do cateter no trajeto da origem dos vasos cervicais. A trombose é a complicação mais frequente, principalmente pelo menor calibre e maior incidência de espasmo arterial durante a manipulação. No caso de procedimentos intervencionistas, a artéria axilar esquerda, por apresentar maior calibre, é escolhida. Na punção axilar a complicação mais temida é o hematoma na bainha do feixe vasculonervoso, pelo potencial de neuropraxia braquial. Logo, o desenvolvimento de parestesias após o procedimento deve alertar o médico assistente, enquanto que o aparecimento de paresia deve ser seguido de descompressão cirúrgica imediata com vistas a diminuir o risco de déficit neurológico permanente. Angioplastia Trasluminal Percutânea e Stents Adamastor Pereira 13/9/2005 Página 3 de 16 Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro Além desses sítios existe também a possibilidade de acesso ao sistema arterial através da punção translombar direta da aorta. Esta via está em desuso e limitada unicamente como meio diagnóstico. A complicação quase universal deste método é o hematoma retroperitoneal, que felizmente tende a ser completamente assintomático. A punção da artéria subclávia é outra opção factível, reservada para os casos de acesso femoral, braquial ou axilar inadequados. Técnica da punção O acesso ao lúmen arterial pode ser obtido através da punção transfixante apenas da parede anterior ou transfixante de ambas as paredes. Quando se realiza a punção transfixante da parede anterior e posterior, a agulha de ser retirada e o mandril deverá ser recuado lentamente até que fluxo pulsátil seja obtido (Lembrar que em pacientescom doença proximal significativa o fluxo pode não ser pulsátil (figura 1). Através do mandril da agulha uma guia pode ser normalmente introduzida e avançada até as artérias ilíacas ou a aorta, sob controle fluoroscópio (figura 2). Caso a guia não progrida, é importante que se injete contraste pelo mandril da agulha no sentido de se visualizar as relações com o lúmen arterial. Desta forma a agulha pode ser reposicionada e a guia avançada sem resistência até que sua porção rígida esteja na artéria ilíaca. Figura 1 - Técnica de tranfixação da parede anterior e posterior. Figura 2a - Após recuar a agulha de punção a guia é introduzida. Figura 2b - A última manobra consiste na retirada da agulha e compressão do local de punção. Figura 3 - Técnica da punção da parede anterior. A punção arterial transfixante da parede anterior, o método mais preferido, emprega a punção apenas da parede mais superficial da artéria (figura 3). Sentindo-se a pulsação da agulha quando em contato com a parede arterial, a mesma é introduzida lentamente Angioplastia Trasluminal Percutânea e Stents Adamastor Pereira 13/9/2005 Página 4 de 16 Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro até que o fluxo pulsátil seja obtido. A agulha é retirada, mantendo-se o mandril, e a guia é então avançada com delicadeza para se evitar dissecção arterial. Como previamente enfatizado, a guia só é considerada segura dentro do vaso quando inserida alguns centímetros dentro da artéria ilíaca. A seguir, o mandril é removido e o dilatador é introduzido sobre a guia para permitir uma via de acesso aos cateteres diagnósticos, bainhas introdutoras e cateteres balão. Se a região inguinal apresenta cicatrizes ou está cicatrizada ou fibrótica por cirurgias ou manipulações prévias, uma série de dilatadores de maior calibre e uma guia extra-rígida são freqüentemente empregados. Uma discreta pressão com o dedo é empregada sobre o ponto de entrada da guia na artéria e a ponta do dilatador é avançada gradualmente para se ter acesso ao lúmen arterial. Mantendo-se a guia retificada, os dilatadores são mais facilmente alinhados e trocados. Normalmente apenas um dilatador é necessário, mas ocasionalmente dilatadores de maior calibre podem ser inseridos para que se estabeleça uma via adequada aos demais cateteres. Se estas manobras não são realizadas com pequenos avanços de dilatadores ou a guia não está seguramente dentro da artéria, esta pode curvar-se e impedir a troca de cateteres. Sendo assim, frequentemente não há outra alternativa senão remover os materiais de punção e reiniciar todo o procedimento. Os mesmos passos são obedecidos na punção anterógrada da artéria femoral (figura 4). Figura 4 - Técnica da punção anterógrada para manipulação do segmento femoro-popliteo tibial. Guias, bainhas e cateteres GUIAS – são fundamentais para a realização de qualquer procedimento endovascular. Disponíveis em duas configurações básicas, reta ou J, tem como objetivo facilitar o posicionamento de cateteres em certas posições e dar suporte ao cateter enquanto o mesmo é avançado até o local desejado, independente do tipo de material confeccionado ou das características de manejo. O corpo da guia deve ser rígido mas flexível, e a ponta macia para evitar lesão da superfície intimal. A configuração com ponta em J é mais freqüentemente utilizada para cruzar lesões estenóticas, enquanto que a guia reta é útil para a troca de cateteres. O formato em J da ponta da guia evita o traumatismo da superfície intimal durante a sua manipulação. Seus diâmetros variam de 0.014” a 0.038” e a mais utilizada é a de 0.035”. As guias mais finas são reservadas para intervenções em pequenos vasos (artérias renais e vasos tibiais). Exemplos: Bentsen, Terumo, Wholey. DILATADORES – são utilizados para aumentar o orifício de entrada na parede arterial permitindo assim a introdução posterior de cateteres de maior diâmetro com mínimo trauma. BAINHAS INTRODUTORAS – são utilizadas porque muitas trocas de material são necessárias durante o procedimento endovascular. Estabelecem um acesso permanente na artéria, reduzem o sangramento retrógrado durante a instrumentação e protegem a luz vascular adjacente ao sítio de punção do trauma repetitivo pela troca do material. Normalmente de 10 a 20cm, servem para facilitar a passagem de várias guias, cateteres e cateteres-guia. Quando a bainha introdutora é nova, basta apenas um número acima do cateter-balão para permitir a introdução do mesmo; por exemplo, bainha 6F para cateter-balão 5F. Quando os balões são reesterilizados frequentemente há necessidade de se utilizar bainhas com dois números acima (bainha 7F para cateter-balão 5F). Ao contrário de todos os outros cateteres , a numeração é dada pelo diâmetro Angioplastia Trasluminal Percutânea e Stents Adamastor Pereira 13/9/2005 Página 5 de 16 Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro interno da bainha. Consequentemente, o diâmetro externo é de 0.3 – 0.5 mm maior, o que resulta num orifício na parede do vaso cerca de um Fr maior. CATETERES – tem como objetivo facilitar a injeção de contraste em áreas específicas do leito vascular, bem como permitir a troca de guias. Existe uma variedade de configurações de cateteres diagnósticos (figura 5), entretanto, o cateter “pigtail” é o mais frequentemente utilizado. Para exame vascular periférico normalmente o tamanho é de 4-6Fr., com um diâmetro interno de 0.035” ou 0.038”. Exemplos: Pigtail, Cobra, Simmons, Berenstein. O cateter pigtail é utilizado para opacificar a aorta com alto fluxo e volume de contraste. Ele pode também ser colocado na bifurcação aórtica e utilizado para se injetar menores volumes de contraste quando se opacifica as artérias das extremidades inferiores. Cateteres menores, como o Cobra, podem ser utilizados para se opacificar seletivamente os ramos da aorta. Figura 5 - Cateteres mais utilizados para angiografia e angioplastia CATETERES-GUIA – são utilizados para a cateterização seletiva de artérias de pequeno calibre e de segmentos arteriais muito angulados que, para serem canulados, necessitam de guias finas e flexíveis. Os cateteres-guia, por serem mais rígidos, garantem a abordagem e a manutenção do acesso ao vaso após a angioplastia e/ou colocação de “stent”. Permitem avaliar o resultado do procedimento realizado através da arteriografia sem o inconveniente de se retirar a guia ou o balão de angioplastia do local desejado. Como desvantagem apresentam um diâmetro maior, e por esta razão, há a necessidade de um orifício maior no sítio de punção para acomodar a bainha através do qual são utilizados. O tamanho varia de 7-10Fr. CATETERES-BALÃO – diferem quanto ao material do balão, a presença de revestimento redutor de fricção do balão, o mecanismo de insuflação do balão, o comprimento da ponta do cateter que se extende após o balão e o comprimento do corpo do balão. O balão deve apresentar um diâmetro inflado cerca de 10 a 20% superior ao lúmen normal do vaso a ser dilatado. Os comprimentos dos balões variam de 2, 4 e 10 cm e os diâmetros de 1,5 mm a 18 mm. Os cateteres-balão são apresentados em comprimentos de 40, 75 e 120 cm. Geralmente os cateteres-balão curtos são mais facilmente manipuláveis. Os cateteres- balão inicialmente eram confeccionados com cloreto de polivinil (PVC), entretanto, eram muito complacentes, resultando em menores pressões quando infladose uma tendência para dilatar além do diâmetro desejado. Atualmente os cateteres-balão para uso periférico são menos complacentes e confeccionados com polietileno e derivados, poliester e Dacron trançado. TÉCNICA DA ANGIOPLASTIA O sítio de punção arterial será determinado pelo padrão de doença oclusiva que o paciente apresenta. A angioplastia transluminal percutânea com balão é de simples execução técnica. Após o sítio de punção definido e a artéria cateterizada pela técnica de Seldinger, o paciente é anticoagulado com 5000-7000 UI de heparina intravenosa . A seguir, o cateter-balão é introduzido sobre a guia. Dependendo da localização e característica da lesão a ser dilatada, um cateter guia pode ser selecionado para facilitar o procedimento. No local da estenose ou oclusão, o balão é inflado mediante a injeção pelo cateter de solução de contraste iodado e mantido por um período que varia entre 30 segundos e 3 minutos (figura 6). Após o balão ser desinflado é realizada uma arteriografia de controle para se avaliar o resultado do procedimento. A angioplastia é considerada efetiva se houver menos de 30% Angioplastia Trasluminal Percutânea e Stents Adamastor Pereira 13/9/2005 Página 6 de 16 Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro de estenose residual após o término do procedimento. Figura 6 - Seqüência da técnica da angioplastia :passagem da guia e cateter, localização da lesão,posicionamento do cateter balão e insuflação. LIMITAÇÕES DA ANGIOPLASTIA Além das situações anatômicas desfavoráveis, onde a probabilidade de sucesso da angioplastia é limitada, existem poucas situações onde a angioplastia com balão não pode ou não deve ser indicada. Obviamente, se a lesão é inacessível pelas técnicas presentes ela não poderá ser dilatada. A familiaridade com várias abordagens diminui a probabilidade desta eventualidade. A abordagem da artéria axilar pode garantir um acesso ,quando oclusão ilíaca ou uma lesão próxima a artéria femoral comum impede o uso das abordagens padrão. A punção retrógrada da artéria femoral superficial ou poplítea pode facilitar a dilatação de lesões na artéria femoral superficial ou comum que são inacessíveis de outra forma, apesar de maior dificuldade e risco do procedimento. A angioplastia com balão de lesões que previamente embolizaram é uma situação controversa já que pode precipitar adicional embolização. Entretanto, em muitos casos ela pode ser realizada sem incidentes. Além disso, existe alguma evidência que o uso do “stent” primário pode diminuir a chance de embolização durante a dilatação. Nas situações em que a angioplastia exige cobrir uma bifurcação ou ramo importante existe o risco de embolização e oclusão associada a dissecção. Embora esta ocorrência seja raramente de maior conseqüência, como por exemplo na oclusão de artéria hipogástrica por dilatação de artéria ilíaca, a oclusão ou a embolização da artéria vertebral é outro problema. Consequentemente, a dilatação através da origem da vertebral não é recomendada. Além disso, em situações nas quais o fluxo sangüíneo pélvico está comprometido, medidas para proteger a artéria hipogástrica devem ser empregadas. Outra limitação da angioplastia com balão refere-se a lesões oclusivas em proximidade com artérias aneurismáticas, mais comumente com estenoses de artéria renal ou ilíaca na situação do aneurisma de aorta abdominal. A dilatação em tais circunstâncias é contra- indicada pelo risco de ruptura arterial. Somando-se a isto, lesões que contém trombo parcialmente organizado também são contra- indicadas pelo risco de embolização. COMPLICAÇÕES As complicações relacionadas à angioplastia com cateter balão compreendem aquelas decorrentes da necessidade de utilização de agentes de contraste, e aquelas inerentes a técnica do procedimento como o acesso ao sistema vascular, a ultrapassagem da lesão pela guia, a manipulação de cateteres e a própria dilatação com balão. Reações ao contraste. A utilização de agentes de contraste é obrigatória nas arteriografias diagnósticas e nos procedimentos endovasculares, apesar de seus conhecidos efeitos sobre vários orgãos e sistemas. Excetuando o dióxido de carbono, todos os demais agentes de contraste utilizados são compostos que contem iodo. A incidência global de reações adversas aos agentes de contraste convencionais é de 5% e, reações alérgicas ,ocorrem em cerca de 15% dos pacientes com história de alergia ao contraste. Entretanto, não há uma correlação entre história de alergia e reações severas ou óbito. Muitas reações ocorrem dentro de 5 minutos da administração do agente e reações tardias são observadas numa minoria dos pacientes. As reações leves podem ser tratadas com antihistamínicos (difenidramina 25-50 mg IV ou IM). Quando a reação é mais severa, 0,1 a 0,2 ml de uma solução 1:1000 de Angioplastia Trasluminal Percutânea e Stents Adamastor Pereira 13/9/2005 Página 7 de 16 Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro adrenalina pode ser administrada IV em intervalos de 1 a 3 minutos até que a reação termine. Além disso, pode ser necessária a administração de corticesteróides ou até mesmo reanimação cardio-pulmonar. Os agentes de contraste incluem os iônicos (de alta ou baixa osmolalidade) e os não iônicos de baixa osmolalidade. Os agentes de baixa osmolalidade causam menos paraefeitos (como dor e desconforto durante a administração) e reações alérgicas do que os tradicionais agentes iônicos de alta osmolalidade; contudo, seu custo é mais elevado.1,3,7 Exemplos de agentes não iônicos e de baixa osmolalidade incluem: Isovue, Omnipaque, Optiray e Hexabrix. Complicações da manipulação arterial. São ao menos 14 as encontradas: a) Hematoma – o hematoma no sítio da punção é a complicação mais comum. O uso de cateteres de menor calibre (3 a 5 Fr) diminui a incidência deste problema nos exames diagnósticos. Nos procedimentos endovasculares o diâmetro dos cateteres ainda é um fator significativo de risco. Normalmente ocorre após a remoção dos cateteres e bainhas . Quando pequenos e não expansíveis, resolvem espontaneamente em alguns dias. É melhor prevenido pela aplicação adequada de pressão digital sobre o sítio de punção, por 15 a 20 minutos após a remoção da bainha introdutora. b) Espasmo arterial - é algumas vezes visto no sítio de acesso vascular ao longo do curso da artéria, ou nas proximidades da ponta do cateter. Guias inseridas em ramos secundários também pode induzir espasmo. Papaverina (50 mg) e verapamil são as drogas utilizadas nesta situação. c) Trombose – a instrumentação prolongada e o vasoespasmo arterial associado são os principais fatores de risco. A utilização de guias macias e cateteres de menor diâmetro, além do uso concomitante de heparina, limitam esta complicação. É mais comum quando se manipula artérias de pequeno calibre (renais, tibiais e fibulares). A formação de trombos ao redor da bainha é uma situação comum em procedimentos prolongados como, por exemplo, nos casos de trombólise por cateter. Neste caso a indicação é a trombectomia cirúrgica pelo risco de sangramento através do orifício de punção. d) Embolia - pode resultar quando o cateter ou a guia desloca o trombo mural ou a placa. A formação de trombo em torno do cateter também pode resultar na liberação de êmbolos quando o mesmo é retirado. A maioria dos episódios são microembólicos e neste caso não há tratamento específico. Amacroembolização deve ser tratada com trombólise ou embolectomia com cateter de Fogarty. Uma eventualidade menos frequente é a embolia por fratura do cateter e se torna mais comum quando este é reutilizado várias vezes. e) Hemorragia – A punção arterial pode resultar em significativa hemorragia e a compressão do sítio de punção pode ser dificultada pela obesidade do paciente. A técnica cuidadosa ,quando da remoção dos cateteres e da agulha , pode evitar esta complicação. f) Pseudoaneurisma - Ocorre normalmente por compressão inadequada após a retirada dos cateteres. O reparo cirúrgico, a compressão guiada por ecografia ou a infusão de trombina diretamente no pseudoaneurisma pode ser necessária para corrigir o problema. g) Fístula artério-venosa - Não existe maneira de se evitar esta complicação. Quando identificada logo após o procedimento, pode-se tentar a compressão guiada por ecografia. A freqüência desta complicação está diretamente relacionada à experiência do profissional. h) Dissecção pela guia – É melhor tratada com a angioplastia da área dissecada através de outro sítio de punção. A passagem subintimal da guia deve ser reconhecida antes que seja introduzido e inflado o balão de angioplastia. No Angioplastia Trasluminal Percutânea e Stents Adamastor Pereira 13/9/2005 Página 8 de 16 Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro tratamento das oclusões, a guia naturalmente passa por um plano subintimal, isso explica parcialmente as menores taxas de sucesso da angioplastia de lesões oclusivas completas. i) Perfuração arterial – Ocorre mais comumente quando se tenta cruzar com a guia as oclusões completas. Felizmente o vazamento resultante é de pequena quantidade e resolve espontaneamente. Se o paciente foi anticoagulado, a heparina deve ser revertida e o procedimento encerrado. j) Ruptura arterial – Se trata desituação muito rara e o diagnóstico é firmado quando se observa extravasamento de contraste. O paciente refere dor persistente pelo efeito irritante do sangue. O tratamento é o reparo cirúrgico. k) Dissecção arterial pelo balão - A repetição da dilatação com um balão maior e a insuflação por tempo mais prolongado pode selar o “flap”. Entretanto, o uso do stent oferece a melhor chance de sucesso nesta situação. l) Dilatação subintimal – Deve ser evitada pelo risco de trombose e formação de falsa luz. A correta posição da guia e nova dilatação é a conduta mais aceita. m) Trombose no sítio de angioplastia – Quando detectada precocemente pode ser tratada pelo uso de fibrinolíticos injetados por cateter no local da lesão. n) Quebra do cateter - É situação muito rara. Pode ocorrer durante ao procedimento se o cateter está angulado e é cortado pela guia. Stents endovasculares “Stents” ou fixadores endovasculares são próteses metálicas inseridas no luz vascular cuja função é manter a perviedade do vaso. O propósito inicial de seu desenvolvimento por Dotter em 1969, era o tratamento das complicações das angioplastias, sendo que atualmente uma variedade de stents estão sob investigação. Podem ser classificados de várias formas, sendo a mais comumente utilizada a que caracteriza o mecanismo de expansão: Stents auto-expansíveis – contidos numa bainha que permite a expansão a um diâmetro pré-determinado após remoção da mesma. Apresentam alta flexibilidade, são relativamente fáceis de implantar, porém tem pequena resistência à compressão radial. Exemplos incluem: Wallstent, Gianturco, Cragg e Corvita. Expansão térmica – o protótipo é o stent de nitinol ( liga de níquel e titânio ) que possui a propriedade de recuperação térmica, ou seja, assume o seu formato original após exposto a temperatura corporal. Stents expansíveis por balão- contidos numa bainha e revestindo um balão de angioplastia. Apresentam boa resistência a compressão radial, entretanto, falta flexibilidade longitudinal. Podem ser reinflados com um balão maior, ao contrário dos anteriores que tem um diâmetro pré-determinado. Exemplos incluem: Palmaz, Strecker e Wiktor. Até o momento apenas dois stents estão aprovados pelo FDA – o Walllstent auto- expansível e o Palmaz expansível por balão. São indicados em lesões ateroscleróticas oclusivas ou estenoses curtas de artéria ilíaca comum ou externa ou no caso de resultado hemodinâmico ou angiográfico inadequado da angioplastia, como a presença de um gradiente de pressão trans-estenótico µ 5mm e/ou estenose residual µ 30% e/ou dissecção intimal. As situações em que estão contraindicados são : extravasamento no sítio alvo, tortuosidade severa do vaso (exceto para Wallstent) e lesões muito calcificadas.1,8,9 Basicamente a técnica de implantação consiste na liberação do stent no local indicado, após a angioplastia da lesão, através de um sistema de cateteres variável, que depende do tipo de stent utilizado (auto- expansível ou expansível por balão). As complicações do procedimento incluem as decorrentes do stent propriamente dito – migração, trombose, expansão inadequada ou ausência de expansão, ruptura arterial e as Angioplastia Trasluminal Percutânea e Stents Adamastor Pereira 13/9/2005 Página 9 de 16 Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro consequentes à angioplastia e arteriografia, já descritas anteriormente. As complicações tardias incluem a trombose do segmento manipulado por progressão da doença e hiperplasia intimal relacionada à presença do stent (figura 7). Figura 7a - Hiperplasia intimal distal ao stent ilíaco, oito meses após angioplastia. Figura 7b - Hiperplasia intimal distal ao stent ilíaco, 8 meses após angioplastia. RESULTADOS DA ANGIOPLASTIA Angioplastia ilíaca e femoral Apesar do grande número de séries clínicas relatadas na literatura, a análise dos dados obtidos é desapontadora no que se refere à informações úteis. O fato de que a maioria dos estudos não apresenta um delineamento adequado para a avaliação e comparação de intervenções terapêuticas é o principal fator limitante destas conclusões. Existem apenas dois ensaios clínicos randomizados na literatura até o momento, com um total de 118 pacientes, comparando-se o tratamento clínico com a angioplastia. Além disso, não há um único trabalho “randomizado” comparando a angioplastia com o tratamento cirúrgico.8,9,10,11,12,13,14,15,16 No estudo de Edinburg foram selecionados 62 pacientes com estenoses ou oclusões curtas de artéria ilíaca ou femoral superficial. Este grupo foi randomizado entre tratamento clínico (uso de aspirina, exercícios programados e abolição do fumo) e a angioplastia sem “stent”. Apesar da melhora aos 6 meses, ambos os grupos não apresentaram diferenças quanto ao índice pressórico tornozelo/braço, distância de claudicação ou qualidade de vida ao fim de 2 anos. No estudo de Oxford, 56 pacientes com estenoses ou oclusões curtas ilíaco-femorais foram separados em dois grupos: no primeiro os pacientes eram submetidos à exercícios programados e no segundo à angioplastia. Apesar da melhora no índice pressórico tornozelo/braço no grupo da angioplastia, não ocorreu melhora significativa da distância média de claudicação. Por outro lado, no grupo clínico ocorreu melhora da distância de claudicação aos 6, 9 e 12 meses. Na avaliação de 37 dos 56 pacientes após 6 anos não houve diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos quanto ao nível de claudicação. Em relação ao uso de “stent” comparadoa angioplastia simples, apenas os estudos de Tetteroo e cols. e o de Richter12,14 são considerados adequados graças ao delineamento randomizado e prospectivo. Apesar do primeiro não demonstrar diferença significativa entre os dois grupos quanto a claudicação após dois anos, no estudo de Richter o “sucesso clínico” após 5 anos foi melhor no grupo submetido ao implante de “stent”(93% versus 70%). Pelas razões decorrentes da análise da literatura parece que a angioplastia ilíaca e femoral superficial deve ser indicada com muito critério. As estenoses arteriais devem ser curtas e os pacientes devem apresentar isquemia crítica ou claudicação muito Angioplastia Trasluminal Percutânea e Stents Adamastor Pereira 13/9/2005 Página 10 de 16 Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro limitante. Além disso, na maioria dos casos a angioplastia deve ser considerada um método paliativo ou associado à cirurgia de revascularização proximal ou distal ao ponto de estenose. Quando existe estenose bilateral das ilíacas junto à bifurcação da aorta há necessidade do uso de dois balões que são inflados simultaneamente (“kissing”) para impedir ,na remodelação arterial,que o material aterosclerótico deslocado oclua o óstio arterial contralateral (figura 8). Figura 8a - Estenoses junto à bifurcação aórtica tratadas pela técnica do duplo balão. Figura 8b - Estenoses junto à bifurcação aórtica tratadas pela técnica do duplo balão. Figura 8c - Estenoses junto à bifurcação aórtica tratadas pela técnica do duplo balão. Quanto ao uso dos “stents” no segmento ilíaco, estes devem ser utilizados em situações específicas, como por exemplo, na dissecção arterial extensa durante a angioplastia, em estenoses complexas com ulcerações ou estenoses múltiplas, na recanalização de um segmento ocluído longo, em estenoses excêntricas e/ou calcificadas e na recidiva da estenose pós-angioplastia (figura 9). Angioplastia Trasluminal Percutânea e Stents Adamastor Pereira 13/9/2005 Página 11 de 16 Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro Figura 9a - Estenose excêntrica e calcificada da iliaca comum Figura 9b - O cateter balão não consegue romper a placa excêntrica. Figura 9c - Introdução de stent de palmaz com resultado anatômico aceitável A durabilidade da angioplastia está diretamente associada ao diâmetro do vaso tratado, ou seja, quanto menor o vaso, menor a perviedade. Isto explica em parte os piores resultados no segmento femoro-poplíteo e infra-poplíteo em relação ao segmento ilíaco- femoral. A angioplastia da artéria femoral superficial ou poplitea pode ser indicada nas estenoses (figura 10) ou oclusões curtas (figura 11). Raramente a angioplastia de vasos da perna está indicada a não ser em lesões anatomicamente muito favoráveis (figura 12). Figura 10a - Estenose segmentar na transição femoro- poplitea Angioplastia Trasluminal Percutânea e Stents Adamastor Pereira 13/9/2005 Página 12 de 16 Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro Figura 10b - Resultado após angioplastia com balão de 5 mm. Figura 11a - Oclusão segmentar da femoral superficial em paciente com isquemia crítica Figura 11b - Resultado após angioplastia com balão de 6 mm. Figura 12a - Estenose segmentar do tronco tibio-peroneiro em paciente diabético com isquemia crítica. Angioplastia Trasluminal Percutânea e Stents Adamastor Pereira 13/9/2005 Página 13 de 16 Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro Figura 12b - Recanalização adequada da artéria peroneira após angioplastia com balão de 3 mm. Em vista dos resultados observados na avaliação do tratamento clínico comparado com a angioplastia, a mesma só deve ser indicada naquelas situações em que há isquemia crítica e freqüentemente associada à cirurgia de revascularização em segmento proximal ou distal. Enquanto não se definir, por meio de ensaios clínicos bem controlados, os resultados a longo prazo da angioplastia e do uso de stents em relação a revascularização cirúrgica no paciente com isquemia crítica, a mesma não deve ser indicada, como tratamento preferencial . É importante a lembrança de que o paciente candidato à angioplastia e implante de stent deve ser tratado visando a melhora da perfusão a longo prazo e não a “melhora da angiografia”. Angioplastia de ramos do arco aórtico Os resultados à curto prazo, relatados na literatura, da angioplastia do tronco inominado e subclávia são considerados bons, com sucesso imediato maior do que 90%.1 Entretanto, não há acompanhamento a longo prazo destes procedimentos e as indicações precisam ser individualizadas. O risco de embolização cerebral durante a angioplastia é a complicação mais temida. A angioplastia de estenoses ou oclusões que se iniciam 5 mm ou mais do óstio da subclávia em pacientes de alto risco é a indicação mais tentadora (figura 13). Angioplastia do tronco celíaco e mesentérica As lesões ateroscleróticas segmentares de estenoses não ostiais do tronco celíaco ou mesentérica superior também podem ser tratadas por angioplastia. Estas lesões devem ser cuidadosamente correlacionadas com os sinais e sintomas da isquemia mesentérica crônica. Pacientes assintomáticos e com lesões das arteriais viscerais, por mais significativas que sejam, não devem ser tratadas por angioplastia. Além disso as indicações devem ser limitadas aos pacientes de alto risco ,já que a cirurgia oferece a melhor chance de cura. Apesar dos bons resultados imediatos com índices de sucesso superiores à 90%, metade dos pacientes voltam a apresentar sintomas antes dos dois anos após a angioplastia.17 Angioplastia Trasluminal Percutânea e Stents Adamastor Pereira 13/9/2005 Página 14 de 16 Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro Figuras 13a e 13b - Oclusão segmentar da artéria subclávia esquerda que se inicia 5mm após o óstio. Arteriografia após a angioplstia demonstrando bom resultado técnico. Angioplastia das artérias renais As indicações para tratamento por angioplastia renal são as mesmas da cirurgia de revascularização: controle da hipertensão renovascular e preservação ou melhora da função renal. O sucesso técnico imediato relatado em várias publicações varia de 84% a 90% mas a melhora da função renal ou da hipertensão são alcançadas em 37% a 52%.18,19,20 O prognóstico é melhor quando a lesão é a fibrodisplasia mas mesmo assim os resultados são inferiores à cirurgia. A localização da lesão aterosclerótica se constitui no principal fator limitante dos resultados. As lesões ostiais mesmo quando tratadas com stents não respondem bem à longo prazo, com índice de perviedade primário inferiores a 50%.21 Os resultados são melhores, com sucesso técnico acima de 70%, nas angioplastias arteriais das anastomoses de rins transplantados e nas lesões que se iniciam depois do óstio da artéria renal. CONSIDERAÇÕES FINAIS A angioplastia (com ou sem stent) vem se impondo como um método alternativo ou complementar em diversas situações clínicas, principalmenteem casos cujo tratamento cirúrgico é de risco proibitivo. Assim o cirurgião vascular tem que está atendo para a utilização destas técnicas no arsenal terapêutico para a melhor condução dos doentes com moléstias vasculares. REFERÊNCIAS 1. Kerstein MD, White JV. Alternatives to open vascular surgery. Philadelphia: Lippincott;1995. 2. Ballard JL; Bergan JJ; Singh P; Yonemoto H, et al. Aortoiliac stent deployment versus surgical reconstruction: analysis of outcome and cost. J Vasc Surg 1998;28(1):94-101. 3. Bosch JL, Hunink MGM. Meta-analysis of the results of percutaneous transluminal angioplasty and stent placement for aortoiliac occlusive disease. Radiology 1997;204(1):87-96. 4. Brewster DC. Current controversies in the management of aortoiliac occlusive disease. J Vasc Surg 1997;25(2):365-379. 5. 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Endereço para correspondência: Adamastor Humberto Pereira Versão preliminar Angioplastia trasluminal percutânea e stents Adamastor Pereira 13/9/2005 Página 16 de 16 Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro Rua Ramiro Barcelos, 910 Conj. 1004 Moinhos de Vento 90035-001 Porto Alegre – RS Fone: +51 314 3186 Correio eletrônico: jacqueline@hmv.org.br
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