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Monitora Mariana Potsch 1º semestre de 2013 Revisão para P2 de Pediatria III INFECÇÕES CONGÊNITAS Conceitos gerais Transmitidas verticalmente ao feto, por via ascendente ou transplacentária hematogênica RN sintomático ou não Mãe já portadora da infecção, ou contamminada durante a gestação. Síndrome Infecciosa Congênita Hepatoesplenomegalia Icterícia Petéquias Lesões cutâneas Pneumonia Lesões cranianas Lesões ósseas Prematuridade e/ou baixo peso. SIFILIS CONGENITA SIFILIS Transmitido em qualquer período da gestação Maior risco nas fases 1ª e 2ª Transmissão vertical em gestantes não tratadas: 70-100% Em gestantes inadequadamente tratadas: 30-100% Definição de Sifilis Congenita: “toda criança que apresente teste reaginico positivo ao nascimento, com mães não tratadas ou incorretamente tratadas” Fatores de risco para transmissão Ausência de pré natal ou realização incompleta do mesmo Sorologia negativa no primeiro trimestre e não repetida posteriormente Sorologia negativa na mãe no momento do parto em razão de doença materna recente Demora no tratamento ou tratamento falho Insuficiência de dados Mãe solteira Mãe adolescente Abuso de drogas pelas mães ou parceiros Promiscuidade sexual Contato com parceiros com DST ou gestante com DST prévia Pobreza Infecção pelo HIV Conduta na gestante VDRL na primeira consulta e parto Notificar gestante com evidencia clinica de Sifilis e/ou VDRL + e/ou teste treponemico ou não realizado Tratamento com penicilia benzatina (tratamento sem derivado de penicilina não é efetivo!) Manifestações Clinicas Na gestante: contato -> 3 semanas -> cancro -> 3-8 semanas -> cura espontânea. 10 semanas depois da lesão primária -> sifilis secundária. No RN: Maioria assintomático!! Tardia (sinais/sintomas após 2 anos de vida) Recente (sintomas/sinais nos 2 primeiros anos) Sifilis recente Quadro clássico de infecção grave ao nascimento: Distensão abdominal; Palidez; Ictericia; Hepatoesplenomegalia; Osteocondrite; Pseudoparalisia de Parrot Manifestações clinicas: Exantema; pênfigo palmo plantar; condiloma plano; purpuras; equimoses; Trombocitopenia; hepato esplenomegalia; palidez; ictericia; anasarca; aspecto hidrópico; anemia Rinite sifilitica (secreção mucosanguinolenta, rica em treponema e altamente contagiosa) Pneumonia alba Periostite, Osteocondrite; Osteomielite; Pseudoparalisia de Parrot Meningite Corioretinite, Glaucoma, Uveíte, Fotofobia, Lacrimejamento Sifilis tardia Manifestações: Ceratite intersticial Neurossifilis Sinovite (pp/ no joelho) Fronte olimpica Tibia em sabre Nariz em sela Alterações cutaneas Lesões dentárias Tríade = Dentes de Hutchinson; Ceratite; Surdez Tratamento Tratamento RN alvo de tratamento: Mãe inadequadamente tratada: Não penicilinico Penicilinico incompleto Mãe com tratamento penicilinico até 30 dias antes do parto Mãe não tratada. Mãe adequadamente tratada e RN com titulação maior que a materna Todo RN de mãe VDRL + deverá ter VDRL de sangue periférico Acompanhamento VDRL com: 1; 3; 6; 12; 18 meses (Adauto - 2; 4; 6; 12 meses) Dois resultados negativos = alta LCR alterado: repetir com 6 m (se alterado: segundo tratamento com penicilina) Acompanhamento oftalmológico, neurológico e audiológico mensal RUBÉOLA CONGENITA Mesmo quando não determina clinica na gestante pode causar infecção fetal Lactentes com Rubéola congênita eliminam durante muitos meses, grandes quantidades de virus nas secreções corporais. Filhos de mães imunes permanecem protegidos por Ac maternos durante os primeiros 6 a 9 meses de idade. Formas clinicas Infecção com < 12 semanas = efeitos em multiplos órgãos > 12 semanas = surdez/retinopatia Nos primeiros 2 m taxa de infecção varia entre: 65-85%. 3 mês: 30-35%. 4 mês: 10% Sindrome da Rubéola congênita -Manifestações Infecção cronica Natimorto Aborto Parto prematuro Assintomático Sindrome da Rubéola Congênita - Clinica PIG simétrico (baixo peso, estatura e perimetro cefálico Hepatoesplenomegalia; icterícia Lesões violáceas (eritropoiese dérmica); Rash crônico; Blueberry mufin syndrome Anemia hemolitica Fontanela anterior ampla Catarata (30%); Retinopatia (sal com pimenta); Glaucoma (<10%); Microftalmia PCA (30%); Estenose da a.pulmonar. Surdez neurossensorial bilateral (defeito congênito mais comum) Retardo mental e motor; microcefalia; defeitos da fala e comportamento; meningoencefalite. Calcificações intracranianas Diagnóstico Virus pode ser isolado de secreções de nasofaringe; fezes; urina; LCR PCR IgM contra rubéola no soro do RN = infecção por via transplacentária. IgM especifica: 7-14º dia após inicio do rash. 2 coletas. IgG com baixa avidez = infecção recente. Avidez alta = infecção mais antiga. Diagnóstico pós natal: IgM + no RN. Testar com 0, 3, 5-6 e 12m Tratamento com imunoglobulina é de pouca valia após o inicio da infecção. (não existe outra terapia) Quando suspeitar Rubéola gestacional RN com CIUR + estigmas de infecção (com ou sem história) Prevenção = vacina! Objetivo é eliminação da SRC Gestantes cujo status imune é desconhecido devem ser testadas para presença de anticorpos contra essa virose na primeira consulta de pré natal. SINDROME DA VARICELA CONGÊNITA Doença no ultimo trimestre: pode levar a pneumonia e óbito materno Em qualquer fase da gestação a varicela materna complicada pode levar a óbito intra uterino Transmissão transplacentária; ascendente; contato com lesões no canal de parto Formas clinicas Sindrome da varicela fetal Varicela congênita (se manifesta até 10 dias após o nascimento) Transmissão durante ou após o nascimento: quadro clinico entre 10 e 28 dias de vida. Quadro leve Sindrome da varicela fetal Infecção fetal (25%). Casos assintomáticos -> comprometimento grave. Abortamento (qnd doença no 1 e 2 trim) Contaminação até 20 sem. < 12 s -> incidencia 0,4% 12-20 sem -> 2% de incidencia. Manifestações clinicas Baixo peso ao nascer Hipoplasia de membros Deformidades de extremidades Retardo do desenvolvimento neuropsicomotor Atrofia cortical Convulsões Sindrome de Horner Alterações oculares: Coriorretinite; nistagmo; anisocoria; microftalmia; opacificação da córnea Bexiga neurogênica Lesões cicatriciais de pele destribuídas em dermátomos. DRGE; estenose duodenal; distensão jejunal; atresia de sigmóide; disfunção do esfincter anal Varicela congenita Infecção materna até 21 dias antes do parto: 20% dos RN podem ter quadro típico de varicela. Se mãe com lesões cutaneas 5 dias antes - 2 dias após o parto: criança tem risco de varicela alto, podendo fazer formas hemorrágicas e disseminadas, acometendo pulmão, figado, cerebro. (alta morbi-mortalidade). Não esta mais recebendo Ac da mãe. Varicela materna > 10dias após o parto: sem evidencias de maior gravidade. Proteção com Ac materno. Pode amamentar. Tratamento Imunoglobulina (VZIG): Deve ser aplicada no máximo 72-96h após contagio Não é 100% eficaz. 125 U. IM Indicações: Exposição a Varicela na internação: Prematuro, IG > ou = a 28 s, mãe não teve varicela. Prematuro, IG < 28 s ou < 1000g. Independente do antecedente materno Mãe com varicela 5 dias antes ou 2 dias após o parto 1 trimestre da gestação se contato domiciliar intimo. Aciclovir: em RN com quadro clinico compativel. Diminui formas disseminadas. Iniciar até 24h após o aparecimento do exantema. 10-15 mg/kg. Vacina contra varicela está contra indicada durante a gestação! HERPES SIMPLES NEONATAL Transmissão Passagem do feto por canal de parto infectado Via ascendente Via transplacentaria Infecção não genital materna ou paterna Na unidade neonatal a partir de outros RN ou de funcionarios portadores de lesões vesiculosas herpéticas Risco de infecção: 33-50% após parto vaginal de mãe com primoinfecção 3-5% em mães que apresentam infecção recorrente Formas clinicas Maioria das vezes sintomático Doença generalizada (20%) Limitada ao SNC (35%) Doença localizada em pele, olhos e/ou boca (45%). Infecção congênita (3-5%) Doença generalizada Pior prognóstico Figado; pulmões; cerebro; pele e/ou supra renais Inicio com 9-11 semanas Sinais de sepse bacteriana ou choque séptico CIVD; plaquetopenia; sangramentos do TGI; pneumatose intestinal; hepatomegalia com ou sem ictericia; pneumonite e encefalite. Lesões cutaneas (ausentes em 20%) Limitada ao SNC Convulsões; letargia; irritabilidade; tremores; baixa aceitação do leite; instabilidade térmica; sinais piramidais. Ao redor do 16-17 dia de vida. TC de cranio: edema; hemorragia; infarto cerebral; encefalomalacia; alterações da mielinização. Se não tratado morre por deterioração neurológica por volta do 6 mês. Doença localizada em pele, olhos e/ou boca Manifestações aparecem com 10-11 dias de vida. Lesões vesiculares disseminadas, porém em alguns casos podem ser escassas. Encefalite se não tratados precocemente Ceratoconjuntivite; coriorretinite; microftalmia; displasia de retina -> catarata. Infecção congênita Triade presente ao nascimento: Lesões vesiculosas na pele Doença ocular com coriorretinite Manifestações graves de microcefalia e hidranencefalia. Diagnóstico Dificil, principlamente quando lesões cutaneas não estão presentes. IFD Exame histológico das vesiculas: celulas gigantes multinucleadas, inclusões eosinofilicas. Baixa sensibilidade. Isolamento viral nas lesões de pele, boca ou nasofaringe. Resultado em 24-48h. PCR Conduta Terapia antiviral Indicações: Todos os RN sintomáticos Assintomáticos, nascido de PV, e mãe com primoinfecção (controverso) Aciclovir 60 mg/kg/dia dividido em 3 tomadas. Durante 14 dias. Vidarabine 30mg/kg/dia. 12/12h. Por 10 dias. Monitorização com liquor; enzimas hepáticas; hemograma. Observação rigorosa e coleta de culturas em: RN assintomatico nascido de parto cesareo de mãe com primoinfecção; assintomático de mães com infecção recorrente ativa independente da via de parto Culturas dos olhos, nariz, boca, e pele entre 24 e 48h após parto e semanalmente até 4-6 semanas. Profilaxia Anamnese dirigida para infecção na gestante e seu(s) parceiro(s). Parto cesáreo nas gestantes com primeiro episódio de herpes que tenham lesão genital ativa no momento do parto Terapia antiviral nas mulheres com idade gestacional ao redor de 36 semanas com primeiro episódio da doença ocorrendo na gestação atual Proibição do aleitamento só quando a mãe tem lesão na mama. TOXOPLASMOSE CONGENITA Formas clinicas Doença neonatal Doença nos primeiros meses Sequela Recorrencia de infecção não diagnósticada previamente. Crianças com infecção congenita são assintomáticos ao nascimento em 70-90% dos casos. Manifestações clinicas Presentes ao nascimento: Rash maculopapular Linfadenopatia generalizada Hepatomegalia Esplenomegalia Anemia Ictericia Trombocitopenia Meningoencefalite intra-uterina. Anormalidades liquóricas, hidrocefalia, microcefalia, convulsão e paralisias Coriorretinite. Microftalmia; catarata; atrofia óptica; estrabismo; nistagmo Aparecimento tardio: Comprometimento visual, coriorretinite; estrabismo; cegueira Disturbios de aprendizado, retardo mental, retardo motor, epilepsia, surdez Microcefalia ou hidrocefalia Diagnóstico materno Sorologia materna pré conceptual é muito importante Titulos de IgG: Estavel em soro pareado, com intervalo de 3 semanas: infecção adquirida pelo menos 2 meses antes da obtenção da primeira amostra Aumento de 4 x nos titulos com intervalo de 4-6 semanas = infecção aguda. IgM: métodos imunoenzimáticos (ELISA): Infecção recente improvavel se IgG sem IgM Detectados 2 semanas após infecção com pico em 1 mês. Diagnóstico fetal Detecção do microorganismo no sangue fetal, placenta, ou liquido amniótico. PCR do liquido amniótico Feto é incapaz de produzir IgM antes de 19 semanas Testes inesppecificos: contagem de eosinófilos e plaquetas, dosagem de IgM total, GGT e LDH Diagnóstico neonatal Isolamento do parasita da placenta, sangue do cordão ou periférico ou do LCR IgM ou IgA no sangue nos primeiros 6 meses de vida. IgG persistentemente positiva após 12 meses. Titulos de IgG iguais ou superiores aos maternos, independentemente de a criança ser infectada ou não. Avidez da IgG tem mais valor no diagnóstico materno Tratamento Tratamento da mãe pode impedir completamente ou modificar a infecção fetal Espiramicina. Reduz risco de transmissão em 60%. Se o concepto não estiver infectado, manter até o final da gestação. Sulfadizina + Pirimetamina: ciclos de 1 mês alternado com 1 mês de espiramicina. Quando concepto infectado. Todo RN com Toxo congenita deve ser tratado mesmo que não tenha manifestações. Não erradica formas encistadas no SNC e olho. Acompanhamento Avaliação mensal do desenvolvimento Exame oftalmológico trimestral no 1 ano. Semestral ou anual a seguir. IgM e IgG até 18 meses, trimestralmente. Prevenção Evitar exposição a fezes de gatos Cozimento da carne, lavar frutas e vegatais, lavar as mãos, limpar superficies Leite pasteurizado. Identificar mulheres que adquirem infecção durante a gestação Prognóstico: crianças com manifestações clinicas apresentam maior risco de sequelas. Anormalidades neurológicas, lesões de retina INFECÇÃO CONGENITA PELO CITOMEGALOVIRUS Individuos infectados com CMV podem excretar o virus em fluidos organicos como saliva, sangue, secreções cervicais, sêmen e urina Fonte mais comum de infecção primária da mulher em idade reprodutiva é algum membro da familia, geralmente uma criança infectada. Transmissão vertical: intra utero, pela disseminação hematogênica transplacentária; passagem pelo canal vaginal infectado; pós natal pela ingestão de leite materno Qualquer época da gestação. Infecções graves quando o concepto é infectado na 1 metade da gestação. Leucocitos maternos infectados atravessam a placenta. Infecção congênita pode ocorrer mesmo quando a mãe teve infecção meses ou anos antes da concepção. Presença de Ac materno não previne a transmissão do virus para o feto Taxa de infecção fetal após doença primaria é de 40-50% Manifestações clinicas Assintomáticos são mais comuns CIUR Microcefalia; ventriculomegalia; calcificações intracranianas Coriorretinite; microftalmia Hepatoesplenomegalia; ictericia Petéquias ou púrpuras; trombocitopenia. Hernia inguinal; anomalias do terceiro arco branquial; defeitos do esmalte dentário. Doença contraida ao nascimento ou logo após geralemente não é associada a manifestações clinicas ou causa doença leve. Pré termo: mais chances de doença sintomática e sequelas. Diagnóstico Materno Cultura em urina, saliva, secreção cervico vaginal, liquido amniótico, sangue e leite. Titulos de IgM e IgG aumentados na doença aguda. Demonstração de soroconversão ou aumento de 4x nos titulos de IgG. Porém, em alguns casos os titulos de anticorpos podem demorar 4 semanas para se elevar. Fetal USG (hidropsia fetal não imune. CIUR assimétrico. Calcificações periventriculares. Calcificações hepáticas Cultura viral PCR no LA Analise do sangue fetal Diagnóstico pré natal deve ser reservado para suspeita por achados ao USG Neonatal Isolamento viral em cultura de urina, saliva. PCR na urina Pesquisar em todo RN com sinais de infecção congênita ou cuja mãe teve soroconversão ou doença semelhante a mononucleose na gestação. Dificil interpretação devido a transmissão transplacentaria de IgG materno. Calcificações peri-ventriculares Prevenção Triagem para CMV NÃO esta recomendada: devido a confiabilidade limitada dos testes sorológicos (mesmo com infecção primária comprovada). Não se pode prever a presença de comprometimento fetal Não existe tratamento Não existe vacina Anticorpos maternos não protegem o feto da transmissão durante a reativação 90% das crianças infectadas são assintomáticas, não existindo indicação para interrupção da gestação Identificação das mulheres de risco e educação sobre as consequencias para o feto. Mulheres que trabalham em locais de risco (creches, berçários..) podem beneficiar-se do conhecimento da sorologia antes da concepção. Prognóstico Sequelas mais comuns em criannças que adquiriram a doença durante a infecção primária materna. Retardo mental Surdez neurossensorial (anormalidade isolada mais comum. 10% apresentam perda auditiva como única manifestação Convulsões; cegueira Alterações motoras Defeitos oculares e dentários DOENÇA DA MEMBRANA HIALINA Considerações gerais Sindrome clinica, laboratorial e radiológica associada a imaturidade pulmonar e da caixa torácica e a deficiência de surfactante. População de risco = RN pré termo. Incidencia aumenta conforme diminuem a idade gestacional e o peso ao nascer. Fatores maternos que aumentam o risco: parto operatório (não importando a indicação, e é ainda mais frequente se ocorre na ausencia de trabalho de parto), diabetes (provoca retardo do amadurecimento pulmonar), predisposição familiar. No Brasil ainda apresenta mortalidade elevada: 63,5%. (maioria das mortes ocorrendo entre 72 e 96h de vida) Fatores de risco do RN Sexo masculino Gemelaridade (pp/ no segundo gemelar) Raça branca Asfixia Hipotermia Fatores ‘protetores’ Ruptura prolonga de membranas (> 16h) Asfixia crônica (produz maturação precoce. Devido a: toxemia crônica, hipertensão materna, anemia falciforme, dependência de narcóticos, DM, placenta circunvalada, sangramento retroplacentario crônico, insuficiência placentária. Etiopatogenia Deficiência de surfactante Substância anti atelectectásica composta de mistura de fosfolipideos, lipideos neutros, proteínas. Diminui a pressão necessaria pra distender o pulmão e mantém a estabilidade alveolar. Maior concentração de cortisol -> fibroblastos pulmonares produzem e secretam peptídeo conhecido como fator fibroblasto do pneumócito (FFP) -> estimmula citidiltransferase do fosfato de colina (da via de incorporação da colina, uma das vias se sintese da lecitina) Etiopatogenia Pneumócitos tipo II: Começam a se diferenciar entre 20 e 24 semanas 25-30 semanas: capazes de sintetizar quantidades detectaveis de surfactante 33-37: produzem quantidade suficiente pra manter a estabilidade alveolar. Sintese de surfactante depende de fatores como: pH, temperatura, perfusão. Função surfactante pode estar alterada pela presença concomitante de alguma outra substancia, como proteínas provenientes do plasma (fibrinogênio, produtos de degradação da fibrina, e laminina) Fisiopatologia Evento básico = tendencia ao colapso alveolar durante a expiração, resultante do aumento da tensão superficial , com diminuição dos volumes pulmonares em razão da deficiência do surfactante. Mais evidente em alvéolos menores: distribuição não uniforme Diminuição do volume corrente; hipoventilação alveolar; diminuição da capacidade residual funcional, redução da complacência pulmonar. = aumento do trabalho ventilatório (necessidade de gerar pressão mais negativa, o que é dificil devido a exagerada complacencia da caixa torácica) Fisiopatologia Atraso na adaptação circulatória a vida extra uterina devido a queda mais lenta da pressão na artéria pulmonar, presença de shunt através do forame oval e canal arterial amplo e com fluxo bidirecional em quase 80% dos pacienets com DMH. Amplificação da hipoxemia Patologia Os pulmões dos RN que falecem por DMH mostram-se hepatizados, firmes, pouco insuflados, e mais pesados que o normal. Microscopicamente: edema intersticial e alveolar, atelectasia e membranas hialinas Diagnóstico pré natal Aumento da concentração de lecitina no LA: alteração que indica maturidade pulmonar. Antes de 30 semanas: Esfingomielina > Lecitina. Lecitina aumenta rapidamente em torna de 35 semanas, quando ocorre a maturação do pulmão, atingindo relações iguais a 2:1 (= relação madura) Teste de agitação (teste de Clements) Quadro clinico Esforço respiratório na primeira hora de vida Taquipnéia (60-120 irpm) Retrações subcostais e intercostais BAN Gemido Cianose Palidez Lentificação do enchimento capilar Oliguria e edema periférico Apnéia associada a hipoxemia e fadiga secundária RX: padrão reticulo nodular difuso em ambos os campos pulmonares, associado a broncogramas aéreos e diminuição do volume pulmonar Profilaxia Betametasona. 2 doses de 12mg IM. Intervalo de 24h. Ou Dexametasona. 4 doses de 6mg IM. Intervalo de 12h. Efetivo em IG < 34 semanas, quando o nascimento ocorre 1 a 7 dias após o tratamento inicial Diminuição da incidencia de DMH, hemorragia intracraniana, e mortalidade, mesmo com tratamento incompleto Todo feto de 24-34 semanas sob risco de nascimento prematuro é candidato ao tratamento pré natal Tratamento Cuidados gerais Controle da temperatura ambiente (temp do RN: 36,5º) Hidratação e manutenção do equilibrio hidroeletrolitico (60-70ml/kg de solução de glicose a 10%) Acompanhamento dos sinais clinicos, alterações diarias do peso, débito urinário, densidade urinário, concentração de sódio sérico Fase inicial a alimentação entérica está contra indicada Uso precoce de antibióticos Tratamento Suporte respiratório Aumento da concentração de O2 inspirado (manter pO2 entre (50 e 70). Uso de hood CPAP (pressão positiva continua nas vias aéreas) através de prongas. Problemas: distensão gástrica e limitação da pressão máxima (10-12cmH2O) Iniciar com 5 cmH2O para paciente com doença moderada e 8-10 para doença grave. Fluxo minimo de 5 a 10L/min CPAP: para impossiblidade de manter PaO2 > ou = a 50 quando se eleva a FiO2 em niveis iguais ou superiores a 60% em pacientes com ventilação espontanea adequada, definida por uma PaO2 menor que 70. Recomendações gerais: retrações acentuadas; frequentes episódios de apnéia, acidose respiratória (PaCO2 > 55 e pH < 7,25) ou hipoxemia (PaO2 < 50 mesmo com FiO2 entre 60-100) Tratamento Surfactante exógeno 100mg/kg via endotraqueal. Não mais que 3 doses Objetivos: melhorar tensão alveolar, complacencia pulmonar, diminuir necessidade de VM, reduz pneumotórax e mortalidade. Melhor resposta na 1 hora de vida Complicações PCA Sindromes de extravasamento de ar (barotrauma). Suspeitar de pneumotórax em todo paciente em VM que apresenta subita deterioração do quadro clinico acompanhado de hipotensão, bradicardia e acidose persistentes. Hemorragia pulmonar Hemorragia intracraniana (em prematuros com < 1500g ao nascimento) Infecção pulmonar Complicações da intubação Doença pulmonar crônica Retinopatia da prematuridade Complicações Displasia broncopulmonar Persistente necessidade de O2 suplementar até 28 dias de vida ou, preferencialmente, até 36 semanas de IGc Determinantes: Prematuridade DMH Uso de O2 VM Fatores que prolongam a necessidade de suporte ventilatório: barotrauma, edema, infecção pulmonar As consequências mais graves são insuficiência ventricular esquerda e cor pulmonale
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