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Alcoolismo (p2)

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Transtornos Psiquiátricos Decorrentes do Uso do Álcool
4 Homens: 1 Mulher
● Alcoolismo
● Intoxicação Alcoólica Aguda
● “Intoxicação Patológica”
● “Blackouts” ou “palimpsestos”
● Síndromes de Abstinência alcoólica: Delirium tremens
● “Alucinose alcoólica”
● Síndrome de Wernicke-Korsakoff: Demência Alcoólica
Pessoas que são mais tolerantes ao álcool tem maiores chances de se tornarem alcoolistas, enquanto aquelas menos tolerantes tem menos. Há pessoas que bebem e perdem o controle. Alguns chegam a um ponto de não conseguirem parar de beber, ao menos que alguém interfira ou eles entrem em coma alcoólico. Se a pessoa perde o controle sempre, ou seja, não sabe a hora de parar de beber, ela é considerada alcoolista. Se ela perde o controle eventualmente ela não é alcoolista. O alcoolista quando fica um tempo em abstinência e depois volta a beber, nas primeiras vezes consegue beber socialmente, mas depois perde o controle, pois ele sempre o faz. Uso abusivo do álcool: quando pessoas que sabem que a bebida lhes traz problemas, tanto de natureza orgânica como, por exemplo, tornando-as mais agressivas, continuam a beber. Quando uma pessoa sabe que ao beber fica mais agressiva, mas mesmo assim continua fazendo-o e comete, por exemplo, um crime embriagada, esse tem sua pena agravada. O alcoolista não pode beber o primeiro copo; tem que ficar em abstinência total. O alcoolismo é uma das doenças de pior prognóstico, pois o indivíduo morre pelas consequências do alcoolismo.
Intoxicação patológica= é quando a pessoa ingere pequena quantidade de álcool e já fica agressiva. Essas pessoas, em geral, evitam beber. Elas podem fazer amnésia lacunar e não lembrarem o que fizeram; quando lembram, tendem a se arrepender.
Blackout= qualquer pessoa com uma determinada alcoolemia começa a apresentar uma amnésia anterógrada. Ex.: A pessoa não lembra do que faz, daí pode simplesmente acordar com um desconhecido na cama, mas não sabe o que fez, quem é. No homem isso é mais fácil de ocorrer, pois ele é mais resistente. Já a mulher é menos resistente, assim ela passa mal, antes de atingir essa alcoolemia para gerar o blackout. No dia seguinte a pessoa só tem lembranças parciais das situações.
O bêbado é sempre exagerado, genoroso, passa por situações engraçadas. E a frase “Toda pessoa embriagada mostra seu verdadeiro eu” não é correta.
Na abstinência alcoólica é freqüente apresentar tremor, ansiedade, a pessoa não consegue dormir direito, tem insônia, inquietude, náusea – costuma vomitar pela manhã. A ressaca é uma microabstinência.
Delirium tremens = ocorre em 15% das abstinências. A pessoa pára de beber por algum motivo, e daí abre esse quadro 24 horas depois, além das manifestações de abstinência já citadas, ela faz uma crise convulsiva generalizada. Quando se faz um eletroencefalograma nela, não há características de um exame de paciente epiléptico. No quadro de Delirium tremens é mais evidente o tremor nas mãos, o corpo do indivíduo treme, ele não consegue sentar, em geral anda de um lado para o outro. Essas pessoas começam a alucinar e vêem bichos, geralmente insetos como baratas.
Se a pessoa for alcoolista e você precisa retirar o álcool, com certeza ele fará abstinência, a fim de prevenir o Delirium tremens, vc tem que retirar o álcool, mas dá uma droga gabaérgica. Geralmente se usa os benzodiazepínicos. A maioria dos benzoadiazepínicos não causa tolerânica, abuso ou dependência, contudo o alcoolista torna-se dependente da droga. A carbamazepina era usada para tratar a abstinência, mas a dose usada causava náusea. Valproato também trata a abstinência, mas aumenta as enzimas hepáticas em 10 vezes, gerando uma transaminite. A gabapentina (droga que o professor usa) é bom para tratar a abstinência, não causa dependência, e é excretada pelos rins, não prejudica o fígado, mas a pessoa precisa ter rins saudáveis.
O alcoolista sempre que bebe perde o controle, e quando pára de beber faz abstinência. Partindo do pressuposto que o alcoolista tem predisposição genética, a partir do momento que ele começa a beber em 5 a 10 anos ele apresenta todos os critérios de alcoolismo.
Alucinose alcoólica= Tem outro tipo de abstinência que a pessoa acha que está sendo perseguida, ela diz que ouve vozes falando mal dela, mas ela não treme, a pessoa se apresenta sempre com uma atitude de defesa. Isso é alucinose alcoólica. Esse delírio dura cerca de 3 semanas. Diferente da esquizofrenia que ocorre em jovens de 20 anos, a alucinose ocorre aos 40 anos.
Korsakoff= é irreversível. É um transtorno que ocorre por necrose dos corpos mamilares. Ele perde a capacidade de aprender as coisas a partir dali em diante. Daí ele preenche o vazio com lembranças antigas – cofabulação.
Wernicke= Pelo fato do alcoolista não ingerir alimento durante o momento que bebe, ele tem uma carência de tudo, mas a carência mais sentida é a de B1, tendo o indivíduo nistagmo, ataxia e confusão mental, isso é Wernicke – pela carência aguda de B1. 
Paciente que chega ao pronto socorro embriagado, não se deve dar glicose para ele, a não ser que ele tenha hipoglicemia, para isso você pode fazer uma fita de glicose. Deve-se repor B1 para se prevenir Korsakoff, mas a absorção de B1 no alcoolista é muito baixa, assim deve-se infundir 100 mg EV.
A glicose é usada para metabolização do álcool, mas não há indicação científica para dar glicose em embriaguez, pois não se provou que isso aumente a metabolização do álcool, melhorando o estado do indivíduo. É melhor dar B1.
O álcool não é diretamente neurotóxico, ele atua sobre os neurônios, devido à carência de vitaminas.
 Obs.: A pessoa que tem problema orgânico cerebral não vai falar que não se lembra daquele fato, ela vai cofabular. Se a pessoa disser “não sei” é sinal de depressão, má vontade.

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