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BILE - exercicios

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MEDICINA UNINOVE 2017-2 
BMF2 QUESTÕES ORIENTADORAS DE ESTUDO 
PROF PRISCILLA 
 
BILE 
Quais são as vias anatômicas de secreção de bile? 
Os hepatócitos, eles próprios, formam os canalículos biliares, delimitados pelas junções 
entre as células. Estes canalículos drenam para os dutos biliares, formados por células 
epiteliais até chegar aos ductos hepáticos direito e/ou esquerdo. Ambos os ductos 
hepáticos convergem ao ducto hepático comum que se bifurca entre o ducto cístico e o 
colédoco. A bile pode seguir dois destinos: a vesícula biliar (local de armazenamento 
da secreção) ou o duodeno (quando o esfíncter de Oddi está relaxado ocorre a secreção, 
que chega pela papila maior do duodeno - papila de Vater). 
O fígado é composto de pequenas áreas chamadas lóbulos ou segmentos hepáticos, onde 
cada uma possui uma “tríade portal interlobular” composta por um ramo da artéria 
hepática, um ramo da veia porta e um ducto biliar. A Tríade Portal Interlobular é 
composta por: ramo da artéria hepática: a artéria hepática própria se ramifica em artérias 
hepáticas direita e esquerda, que se ramificam nos pequenos ramos da artéria hepática; 
ramo da veia porta: a veia porta se ramifica em veias portas direita e esquerda, que se 
ramificam nos pequenos ramos da veia porta; ducto biliar: os ductos biliares se 
anastomosam em ductos hepáticos direito e esquerdo, que se unem virando o ducto 
hepático, que recebe o ducto cístico da vesícula biliar, e vira ducto colédoco. 
 
Como ocorre a secreção da bile na fase digestiva? Quais são os estímulos ao 
esvaziamento vesical? 
A secreção da bile é um processo ativo e não filtração. Nas fases interdigestivas, com o 
esfíncter de Oddi fechado, a bile (250 a 1550 ml) é armazenada na vesícula biliar, onde 
é concentrada de 5 a 20 vezes. ​A bile é lançada no duodeno no período digestivo através 
do ducto biliar comum em resposta a presença dos produtos da hidrólise lipídica do 
duodeno. 
O estímulo para o esvaziamento da bile dá-se pela presença do quimo no duodeno. A 
motilidade vesicular é dependente de ação hormonal da CCK (colecistocinina), O 
quimo, principalmente os lipídeos e seus produtos de degradação, assim como as 
proteínas, entra em contato com a mucosa intestinal, ativando a liberação de CCK pelas 
células I do intestino delgado. A CCK, por sua vez, quando em contato com a vesícula 
biliar se liga a receptores acoplados a proteína G estimulando, assim, sua contração 
secretando os sais biliares no duodeno.​ Por meio da ação da CCK, durante a fase 
digestiva, a bile vesical é expulsa ​por contração da vesícula e relaxamento do esfíncter 
de Oddi. 
A estimulação vagal através de ACh também causa a contração da vesícula biliar, ou 
seja, a secreção da bile. 
Esses sinalizadores são chamados colagogos, enquanto as ​ substâncias que promovem o 
aumento da produção de bile são chamados coleréticos, como é o caso da secretina e 
sais biliares. 
A presença dos sais biliares no duodeno inibe a produção de CCK. 
Durante o dia: maior secreção; Durante a noite: maior produção. 
 
Qual a composição e a função da bile? 
A bile é sintetizada continuamente nos hepatócitos a partir do colesterol da dieta 
conduzido pelos quilomícrons remanescentes que chegam ao fígado pela circulação. Os 
hepatócitos extraem os sais biliares e o colesterol da circulação enterohepática. 
A bile é composta por 85% de água; os solutos orgânicos mais importantes são os ​sais 
biliares, o colesterol, a lecitina, e os pigmentos biliares.​ Os ácidos biliares/sais biliares 
principais encontrados na bile coletada do delgado são ​cólico, quenodesoxicólico e 
desoxicólico.​ Os eletrólitos são o​ Na​+​ , o K​+​, Cl​-​ e bicarbonato, que a faz alcalina. 
Os componentes orgânicos da bile (sais biliares 60%, fosfolipídios 20%, colesterol 4%, 
proteínas 5%, pigmentos biliares, 0,3%) são secretados pelos hepatócitos, ​estimulados 
pela colecistocinina. ​(secretada no duodeno na presença de gorduras). Os dutos biliares 
secretam uma solução de bicarbonato de Na​+​, ​estimulados pela secretina ​(secretada no 
duodeno na presença de quimo ácido – pH abaixo de 5,0). 
Pelas propriedades físico-químicas dos sais biliares e de fosfolipídios, a bile tem 
importância na digestão e absorção de lipídios. As propriedades mencionadas são a 
capacidade de emulsificação das gorduras e a formação de micelas que facilitam a ação 
da lipase pancreática - enzima produzida pelo pâncreas - pois aumenta a superfície de 
contato gordura-enzima. Além de facilitar a absorção dos produtos da digestão. 
 
De que maneira a bile participa do metabolismo de lipídeos? 
Os produtos da hidrólise luminal dos lipídios - monoglicerídios, lisofosfolipídios e 
colesterol - são absorvidos pelo enterócito e nele processados. Os lipídios são agregados 
em quilomicrons, envolvidos por beta-lipoproteína, e exportados por exocitose. Os 
quilomicrons contém 90% de triglicerídios, 5% de fosfolipídios e 1% de colesterol, 
além da apolipoproteína. Os triglicerídios dos quilomicrons são hidrolisados por lipases 
do endotélio vascular a glicerol e ácidos graxos que, capturados pelos adipócitos, são 
reconvertidos a triglicerídios e armazenados. Com a ​hidrólise pelas lipases, os 
triglicerídios são removidos, e os quilomicrons remanescentes se enriquecem em 
colesterol. Estes são removidos da circulação pelos hepatócitos que convertem o 
colesterol em ácidos biliares e os excretam na bile. Este é o único mecanismo de 
excreção do colesterol.​ A transformação do colesterol em ácidos biliares é o primeiro 
processo para a excreção do colesterol. 
Os ácidos biliares são conjugados com a taurina ou com a glicina o que acentua o 
caráter anfipático, de detergente, das moléculas. 
Explique de que modo a microbiota pode modificar a composição da bile. 
Bactérias intestinais podem desconjugar os sais e modificar os ácidos. 
 O ácido desoxicólico é um derivado desidroxilado do ácido cólico e o litocólico é um 
derivado, também desidroxilado, do ácido queno- desoxicólico. Essa desidroxilação é 
efetuada no delgado por ação de bactérias e, por isso, os ácidos desoxicólico e litocólico 
são denominados ácidos biliares secundários. 
Na vigência do sobrescimento bacteriano no intestino delgado observam-se alterações 
funcionais e/ou morfológicas decorrentes da capacidade de estas bactérias promoverem 
a desconjugação de sais biliares, assim como 7-a-desidroxiliação dos mesmos, 
transformando-os em​ sais biliares secundários​. ​A desconjugação dos sais biliares 
acarreta diminuição na capacidade de formação da micela mista no processo de digestão 
e absorção de lipídeos, em virtude de sua concentração no lúmen intestinal não atingir a 
concentração micelar crítica.​ Portanto, ​observa-se menor solubilização das gorduras da 
dieta ocasionando esteatorréia​. Por outro lado,​ os ácidos biliares secundários 
(deoxicólico e litocólico) apresentam grande capacidade de provocar lesões na mucosa 
intestinal​ acarretando atrofia vilositária parcial que pode associar-se com secreção de 
água e eletrólitos e má absorção de glicose 
Qual a função dos sais biliares? 
A função dos sais biliares envolve a emulsificação das gorduras presentes no quimo, 
aumentam a superfície de contato das gorduras para favorecer a ação enzimática 
lipolítica pancreática. ​Os sais biliares, pelo seu caráter anfipático, formam micelas com 
os demais lipídios (lecitinas) presentes na bile​. Isso ocorre porque os sais biliares 
diminuem a tensão superficial das gotas de gordura em suspensão no fluido luminal 
intestinal, rompendo-as e formando gotículas, processo denominado emulsificação. ​Os 
produtos da hidrólise lipídica incorporam-se a estas micelas dos sais biliares e são 
transportadas por estas através da camada estacionária de água que recobre a borda em 
escova dos enterócitos do intestino delgado para absorção.Como ocorre a regulação da síntese de sais biliares? 
A síntese de sais biliares pelos enterócitos está determinada pela velocidade da 
reabsorção ileal, de forma a manter o "pool" constante. 
Os ácidos biliares primários, constituídos pelo ácido cólico e quenodesoxicólico, são 
produzidos pelos hepatócitos a partir do colesterol da dieta​ (conduzido por quilomícrons 
que chegam ao fígado por meio da circulação ​entero-hepática​). ​No intestino, bactérias 
convertem os sais biliares primários em sais biliares secundários, sendo estes compostos 
de ácidos desoxicólico e litocólico. Após esse processo, os ácidos biliares são 
conjugados à taurina ou glicina (caráter anfipático)​ para formar seus respectivos sais 
biliares (como por exemplo, ácido taurocólico = ácido cólico + taurina).​ Secretados para 
o duodeno durante a digestão,​ em torno de 90% da massa de sais biliares é reabsorvida 
no íleo. Os sais biliares reabsorvidos no íleo são prontamente secretados para a bile 
pelos hepatócitos. A redução na reabsorção ileal aumenta a velocidade de síntese, de 
forma saturável. A perda fecal diária, de 0,2 a 0,6 g/dia, é reposta por síntese hepática, 
de maneira que o "pool"de 3 a 4 g é mantido. 
Nos períodos inter-digestivos, principalmente durante a noite, há estimulação da síntese 
de sais biliares e inibição da secreção. 
A síntese de sais biliares pelos hepatócitos é contínua. A secreção dos sais biliares é 
iniciada na fase cefálica da digestão. 
Investigue situações clínicas de colelitíase e explique sua patogênese. 
A concentração da bile na vesícula biliar, dependendo da concentração inicial, pode 
provocar a precipitação do colesterol, como cristais formando os cálculos biliares. Os 
cálculos podem ser de colesterol puros, cálculos mistos e cálculos pigmentares. Sais de 
Ca​2+​ da bilirrubina não conjugada são insolúveis e podem formar cálculos vesicais. Os 
cálculos vesiculares são de quatro tipos: de colesterol, de bilirrubina, mistos e ainda os 
de bilirrubinato de cálcio. 
Fisiopatologicamente, ​os cálculos de colesterol resultam da conjugação de três fatores: 
Saturação da bile por colesterol, aceleração da nucleação e hipomotilidade da vesícula. 
Os principais componentes lipídicos da bílis são, colesterol, fosfolipídeos e lecitina. A 
litíase vesicular por cálculos de colesterol é considerada uma doença primariamente 
metabólica. O colesterol, sendo insolúvel na água, necessita de ácidos biliares e 
fosfolipídeos para se manter em solução. Na bile, o colesterol encontra-se em micelas 
que também contêm ácidos biliares e lecitina, que funcionam como emulsionantes. À 
medida que a concentração de colesterol aumenta, acumula-se sob a forma de vesículas 
que se associam em vesículas multilamelares e ativam o crescimento de cristais de 
colesterol à superfície. Esta saturação da bile por colesterol é o principal mecanismo de 
formação de cálculos. A​ nucleação é o passo inicial para a formação de cálculos na bílis 
supersaturada e consiste no processo de agregação que preside à génese dos cristais de 
colesterol. O principal fator que favorece a nucleação é a mucina , uma glicoproteína que 
é produzida de forma crescente na vesícula, quando há supersaturação da bile. A 
absorção, pela parede da vesícula, do colesterol da bile supersaturada, leva à 
hipomotilidade vesicular. Esta hipomotilidade permite que microcristais de colesterol 
permaneçam mais tempo dentro da vesícula se agreguem e formem cálculos. 
 
Algumas situações clínicas de colelitíase são: ​perda brusca de peso especialmente nos 
pacientes que foram submetidos a operações com essa finalidade. Além dessa, gravidez, 
obesidade, hipotireoidismo, hipertrigliceridemia, cirrose hepática e algumas 
hemoglobinopatias como esferocitose hereditária, talassemia e anemia falciforme. 
Pacientes transplantados que fazem uso por tempo prolongado de ciclosporina 
apresentam também uma incidência maior de litíase. 
 
Geralmente há uma dor do tipo cólica, de forte intensidade no epigástrio (região da 
“boca do estômago”) ou hipocôndrio direito (região logo ao lado direito do epigástrio), 
que é desencadeada por alimentação gordurosa, e nota-se melhora com uso de 
medicamentos analgésicos. 
 
 ​De que maneira a bile participa da excreção de produtos finais do metabolismo ou 
de fármacos? 
Por conjugação com taurina, glicina, ácido glucurônico ou glutationa, os hepatócitos 
criam compostos mais hidrossolúveis que podem ser excretados na bile. 
A bilirrubina é conjugada, formando glicuronato de bilirrubina, que é secretado na bile. 
No intestino delgado a bilirrubina livre é reduzida a urobilinogênio, sendo alguns destes 
absorvidos retornando ao fígado pela circulação êntero-hepática, de onde é conduzido 
pela circulação sistêmica aos rins, onde é excretado na forma de urobilina, que confere a 
cor amarelada à urina. No intestino, o urobilinogênio forma estercobilina nas fezes, o 
que confere a cor característica. 
Que são os pigmentos biliares presentes na bile? 
Os hepatócitos retiram o complexo Heme da hemoglobina que, insolúvel, viaja no 
plasma conjugado com a albumina. Nos hepatócitos, este complexo é convertido a 
bilirrubina. 
O principal pigmento biliar presente na bile é a bilirrubina, que são núcleos 
tetrapirrólicos relacionados aos grupos porfirínicos da hemoglobina. A bilirrubina é 
conjugada com o ácido glucurônico e excretada na bile. No intestino grosso, a 
bilirrubina é convertida a urobilinogênio. Boa parte deste é excretado. O que é 
reabsorvido é secretado para a bile pelos hepatócitos ou eliminado na urina. Outros 
produtos da hidrólise da bilirrubina são o urobilinogênio, a urobilina e a estercobilina. 
Os pigmentos são conjugados ao ácido glicurônico pois são insolúveis em água. Eles 
não fazem parte das micelas e conferem a cor característica da bile, urina e fezes, que 
são suas vias de excreção.

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