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Intoxicação por Cobre.

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CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA 
CURSO MEDICINA VETERINÁRIA 
DISCIPLINA TOXICOLOGIA 
 
 
 
DIESSA RITHIELE NEVES NASCIMENTO - 11621330 
PATRICIA COSTA DE OLIVEIRA – 11620618 
VITOR AUGUSTO FELISBERTO SANCHES - 11621099 
 
 
 
CASO CLÍNICO: INTOXICAÇÃO POR MINERAL OU METAL. 
(COBRE) 
 
 
 
 
 
 
 
BELO HORIZONTE - MG 
2018 
 
INTRODUÇÃO: 
 
O presente trabalho busca elucidar o que é, e como se dá a intoxicação pelo elemento 
químico Cobre (Cu). 
Por se tratar de um metal mineralizado, essencial na dieta de animais e humanos, 
seus níveis devem ser regulados com precisão em algumas espécies, pois, quando 
ingeridos em excessos, causam danos sérios, podendo levar a óbito. 
Iremos abordar os vários graus de intoxicação, da mais leve a mais severa. 
Vamos citar o caso clínico, onde ovinos foram suplementados com cama de frango, 
e descrever o que isso gerou e comentar o porquê. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DESENVOLVIMENTO: 
 
O elemento químico Cobre (Cu), especificado como um metal de transição encontrado 
na natureza em temperatura ambiente no estado sólido. De coloração castanho 
alaranjado, manejável, ótimo condutor de eletricidade e calor. Está na mesma família 
que o ouro e a prata na tabela periódica. 
Nos animais e humanos participa na homeostasia de importantes funções fisiológicas 
como co-fator enzimático cupro-dependente sobre as principais enzimas de oxido-
redução, por exemplo, na respiração celular (Citocromo c-oxidase), defesa contra 
radicais livres (Superóxido dismutase 1), síntese de melanina (Tirosinase), biossíntese 
de tecido conjuntivo (Proteina-lisina-6-oxidase) e metabolismo celular do ferro 
(Ferroxidases). 
A deficiência nutricional de cobre é uma das patologias mais importantes em 
ruminantes. Esta deficiência principalmente em ovinos, caracteriza-se por anemia, 
deformidades esqueléticas, ataxia, anormalidades na pigmentação e queratinização 
da lã e pelos. 
Cerca de 90% do cobre no plasma dos mamíferos está na forma de metaloproteínas 
e ceruloplasmina. (Ortulani, E.L. 2002 apud Gomes, 2016). 
Biologicamente é um oligoelemento essencial para a mantença desde as bactérias 
até os seres humanos. Também é utilizado na agricultura como sulfato em pesticidas, 
fungicidas e herbicidas. 
Pode ser obtido através de alimento, água potável, ou suplemento mineral quando 
necessário. 
Liga-se as Metalotioneínas (proteínas não enzimáticas). Albumina (5 a 18%), 
Transcupreína, Factor de coagulação V e Ligandos de Baixo Peso Molecular 
(histidina, glutamina, treonina, cisteína - 1 a 4%), essas desempenham funções de 
armazenamento, captando-o quando em excesso da circulação sanguínea. 
Relaciona-se com os elementos Zinco, Ferro, Ácido Ascórbico, Molibdénio. 
O fígado é o principal órgão do metabolismo do cobre. Uma vez no fígado, o cobre é 
incorporado em enzimas que necessitam de cobre para serem ativadas e em 
proteínas que são levadas para a corrente sanguínea (Ralph 2001 apud Gomes 2016) 
É o organismo que controla a absorção e excreção, conforme sua necessidade 
metabólica. pH ácido favorece a absorção, pH alcalino, reduz ou inibe a entrada de 
cobre no meio, o manejo intracelular dos íons de Cu deve ser rígido, assim, se faz a 
proteção contra deficiências ou toxicidade. 
A principal via de excreção é biliar, exceto em ovinos, através das fezes e uma 
pequena quantidade de Cu é eliminada na urina. 
As diferentes espécies de animais têm variadas capacidades de intoxicação por cobre. 
Equinos (800ppm), Suínos (250ppm), Bovinos (100mg/kg). Os ovinos são os mais 
suscetíveis (5 a 10ug de cobre/g). 
Porém, relatos de intoxicação por este elemento ocorre em países em que a produção 
de ovinos é maior, como: Austrália, Nova Zelândia, EUA, Grã-Bretanha e África do 
Sul. Todavia, estão cada vez mais frequentes relatos no Brasil, principalmente nas 
regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. 
As intoxicações podem ser: 
Primária: acontece logo após a ingestão excessiva. Por pastejo em áreas recém 
fertilizadas, em áreas cultivadas com altos teores de Cu no solo. ingestão de 
pastagens contaminadas com fumaça vindas de fundição de minério. Evolui para 
intoxicação aguda ou crônica. 
• Aguda: de 1 a 3 dias, os animais intoxicados podem apresentar os seguintes 
sintomas: salivação, desidratação, depressão, hemoglobinúria, dor abdominal, 
gastroenterite, hipotermia, taquicardia, icterícia, paralisia, ataxia, dispneia, 
choque, podendo levar a morte. 
• Crônica: quando os animais ingerem quantidades subtóxicas por semanas ou 
meses. Pode ter fases, pré-hemolítica, onde o Cu vai se acumular devagar no 
fígado. Fase hemolítica letal, onde o Cu é liberado repentinamente na C.S. por 
uma necrose dos hepatócitos. Sintomas como: icterícia, anemia, anorexia, 
atonia ruminal, dor abdominal, redução na produtividade de leite e peso, 
abortamento e infertilidade, alopsia, mucosa pálida, hemoglobinúria, 
hemoglobinemia, tremor muscular, diarreia preta, apatia, depressão, danos nos 
rins e fígado, causando, quase sempre a morte. 
Secundária: acometidas pelas síndromes: intoxicação crônica fitógena e 
intoxicação crônica hepática. 
• Intoxicação Crônica Fitógena: comum em ovinos que se alimentam do trevo 
subterrâneo Trifolium subterraneum. Esta gramínea contem concentrações 
baixas de cobre, mas sua ingestão contínua eleva a concentração no 
organismo dos animais, levando a hemólise e lesões no fígado. 
• Intoxicação Crônica Hepática: animais que pastejam quantidades exessivas de 
plantas do gênero senécio, podem reter cobre no fígado, levando a crise 
hemolítica. 
O diagnóstico é feito pela dosagem de Cu no sangue, fígado, rins e fezes. 
O clínico deve tomar cuidado com sintomas de outras doenças, para eliminar 
patologias como leptospirose, hemoglobinúria pós-parto, hemoglobinúria bacilar, 
babesiose e anaplasmose. 
Tratamento para intoxicação primária, pode ser pela administração de antídotos 
como ferrocianuro de potássio (3 a 5g) diluídos em água. Poderá utilizar drogas 
absorventes e adstringentes (100g de óxido ou carbonato de magnésio e 10g de 
tanino). Drogas que aumentam a excreção pelas fezes (100mg de molibdato de 
amônio e 1g de sulfato de sódio anidro) diluídos em 20L de água. 
 
CASO CLÍNICO: 
 
Surto 1 de ICA (intoxicação cúprica acumulativa) em ovinos ocorreu no município de 
Mossoró, Rio Grande do Norte. Rebanho composto por 35 ovinos, raça Santa Inês, 
diferentes idades, criados semi-intensivamente, alimentados com dieta à base de 
pastagem nativa e suplementados com cama de frango. Mais ou menos dois meses 
após o início da oferta, seis dos ovinos adoeceram, três, foram encaminhados para 
exame clínico e diagnóstico patológico. 
Surto 2 ocorreu no município de Icapuí, Ceará. Em 20 dias, 17 ovinos vieram a óbito. 
Na anamnese, proprietário contou que o rebanho, que era composto por 175 ovinos e 
15 caprinos, era criado em regime intensivo com oferta de cama de frango misturada 
com farelo de milho e torta de algodão nos últimos três meses. Os ovinos acometidos 
apresentavam isolamento do rebanho, depressão, andar a esmo com elevação de 
cabeça e urina de coloração escura. A evolução clínica até o óbito variava entre um e 
oito dias, mas nenhum caprino foi afetado pela doença. 
Os ovinos que foram mais afetados, apresentaram apatia, hiporexia (anorexia), bom 
estado nutricional, mucosas ictéricas, pelos eriçados, hipomotilidade ruminal e a 
percussão do flanco direito demonstrou hepatomegalia. Durante exame clínico, 
colheu-se de alguns ovinos, urina de coloração enegrecida sugerindo hemoglobinúria.Outros exibiram perda de peso progressiva, dor à palpação abdominal, polidipsia, 
taquipneia e fezes diarreicas. 
Surto 1 - Foram coletadas amostras sanguíneas de um dos ovinos (Ovino 1). 
Surto 2 - Foram coletadas amostras de dois ovinos com sintomas clínicos (Ovinos 2 e 
3), uma ovelha recentemente morta (Ovino 4), três ovinos (Ovinos 5 a 7) e dois 
caprinos (Caprinos 1 e 2) assintomáticos e submetidos ao mesmo manejo nutricional. 
Verificou-se hemograma, determinação da proteína plasmática total, ureia, creatinina 
e dosagem de enzimas hepáticas (aspartato aminotransferase [AST], alanina 
aminotransferase [ALT] e gama-glutamiltransferase [GGT]). 
Achados microscópicos nos ovinos, apresentou monocitose absoluta, leucopenia 
(redução no número de leucócitos, por volume de sangue circulante), linfopenia 
absoluta (nível baixo de linfócitos no sangue), hiperproteinemia 
(hemoconcentração/aumento na concentração de proteínas específicas). Nos 
Caprinos 1 e 2 foram observados valores de hemoglobina e volume corpuscular médio 
abaixo dos parâmetros para a espécie e neutrofilia absoluta, além de anemia 
microcítica e normocrômica, linfopenia absoluta, hiperproteinemia, discreto aumento 
da GGT e ALT. 
Rins com degeneração e necrose, características de nefrose hemoglobinúrica. 
Fígado, hepatócitos apresentavam vacuolização citoplasmática difusa e necrose 
mediozonal multifocal, células de Kupffer com pigmentação escura. Canalículos 
biliares com retenção biliar (colestase intra-hepática). 
Achados macroscópicos, icterícia generalizada nas carcaças, fígado aumentado de 
volume, com coloração amarelo-alaranjado, frágil ao corte e com as bordas 
arredondadas. 
Rins, verificou coloração enegrecida distribuída difusamente por toda região córtico-
medular, tumefação bilateral do parênquima renal e bexiga contendo urina de 
coloração enegrecida (hemoglobinúria). Intestino delgado com líquido sanguinolento 
ao nível de jejuno, sugerindo enterite, e fezes ressecadas, com pouco muco no cólon 
menor. 
Animais foram tratados com 100 mg de molibdato de amônio e 1g de sulfato de sódio 
por via oral, uma vez ao dia, durante cinco dias consecutivos. 
Foi orientada a retirada da cama de frango e concentrados da dieta, sendo o capim 
elefante triturado, o único alimento ofertado. 
Figura 1. Necropsia ovino afetado por intoxicação crônica de Cu. (ilustração) 
 
 
A: fígado: acentuadamente amarelo com evidenciação do padrão lobular. B: rins: coloração marrom. C: 
bexiga: conteúdo marrom escuro. D: rim: aumento da estriação cortical. 
 
Figura 2. Fotomicrografias, ovino. 
 
 
A: fígado: áreas de necrose sem padrão zonal, irregulares, multifocais e acentuadas, HE, obj. 10x. B: 
rim: necrose epitelial tubular aguda, gotas hialinas nos túbulos coletores, HE, obj. 20x. C: fígado: 
hepatócitos com depósito de cobre, Ulzmann, obj. 40x. 
Fonte: Figuras 1 e 2. Intoxicação crônica por cobre em ovinos: conduta para o diagnóstico 
conclusivo. <http://www.scielo.br/pdf/abmvz/v65n2/10.pdf> 
Figura 3. Intoxicação aguda por cobre. 
 
A: Manifestação de anorexia e apatia, seguida por decúbito esternal, evoluiu para lateral, fasciculação, 
rigidez muscular e morte. B: corte de fígado caracterizado por áreas vermelhas brilhantes, levemente 
deprimidas e com bordas amareladas. 
Fonte: Figura 3. Intoxicação por cobre em ovinos. 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84782013001000021> 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS: 
 
Com a leitura dos artigos e livro, podemos concluir a importância do micronutriente 
Cobre para o bom funcionamento do organismo das mais variadas formas de vida, de 
como sua ingesta é essencial em todas as espécies, desde que, de forma 
nutricionalmente controlada para cada uma. 
É um co-fator cupro-dependente, que impulsiona várias enzimas a manter constante 
homeostase corporal, mas quando em excesso, pode causar sérios danos, 
principalmente hepáticos e renais, acabando por levar o animal ou individuo a morte. 
Visto na literatura, ovinos são os animais mais sensíveis a intoxicação, pois não 
conseguem levar/ligar o cobre a principal via de excreção, que é a biliar, ficando então 
o mineral acumulado do organismo, levando a intoxicação. 
No caso clínico relatado, a cama de frango tem altos índices de vitaminas e minerais 
segundo o site Pecuária de Corte, onde foi publicado um artigo que fala sobre. 
Apesar de ser uma boa fonte de NNP, nos dias atuais, com as constantes pesquisas, 
não se está sendo mais recomendável a ingesta de cama de frango por ruminantes 
principalmente, ovinos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS: 
 
1- Artigo de revisão. Cobre: Fisiologia e Fisiopatologia. Disponível 
em:<https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/17673/1/Gomes_Catarina_Salgueiro
_de_Magalh%C3%A3es.pdf> Acesso em 04/04/2018. 
 
2- Artigo de revisão. Distúrbios do metabolismo do cobre, ferro e zinco. Disponível 
em:<https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/4495/1/PPG_19710.pdf> Acesso em 
05/04/2018. 
 
3- Artigo de revisão. Intoxicação cúprica acumulativa em ovinos no Nordeste 
brasileiro. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/actavet/44-suple-1/CR_112.pdf> 
Acesso em: 09/04/2018. 
 
4- Livro. Manual de toxicologia veterinária. Nogueira e Andrade (2017) Cap.: 6 
Intoxicação por Metais e Micronutrientes. Págs consultadas.: 91 a 95. Intoxicação por 
Cobre. 
 
5- Artigo de revisão. Cama de frango na alimentação animal. Disponível em: 
<https://pt.engormix.com/pecuaria-corte/artigos/cama-de-frango-na-alimentacao-
animal-t36715.htm> Acesso: 09/04/2018.

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