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330 PARTE V: MECANISMOS FISIOPATOLÓGICOS dearte".É previsívelqueosprocedimentossejammodifica- dose enriquecidosao longodo aparecimentodenovastec- nologias.Dessaforma,existemváriasrealizaçõesqueenri- queceriamaprodutividadeexperimental.Tecnologiasainda não desenvolvidasdeverão centralizar-senas seguintes áreas: a) DesenvolvimentodesistemasdeentregadeDNA alter- nativos(ex.,transferênciagênicamediadapor liposso- mo,técnicascomcélulassomáticasalvo). b) Identificaçãodecondiçõesótimasparaumdadoproce- dimentode transferênciagênicae de raçasmaisapro- priadasparaastecnologiasespecíficas. c) Mapeamentocompletodogenomaanimale identifica- çãodegeneshumanoshomólogos. d) Estabelecimentodeumaculturadegermoplasmaeficien- teedesistemasdepreservação(dapreservaçãodetecidos gonadaisàculturaecriopreservaçãodegametas). e) Desenvolvimentode meiosquereduzamo númerode animaise de embriõesnecessários(ex.,usode amplifi- caçãopor PCR de um DNA blastomérico,análisepor tiposcelularesativadosfluorescentemente- FACS- e trocadegermoplasmageneticamentemodificado). Consideraçõesbásicaspara manipulaçõesgenéticase transferênciagênicanão estãolimitadasao gerenciamento animal (incluindomanipulaçõescirúrgicase manuseiodo embrião),tambémexigemhabilidadeemcultivoscelularese detecidosetécnicasdebiologiamolecular.Paramuitasespé- cies,asconsideraçõesagropecuáriassãomuitas,objetivandoo bom desenvolvimentodos animaise o gerenciamentodo manejopararequisiçõesespecíficasdas fêmeas(ex., ciclo estralcontrolado/sincronizado)edosmachos(análiseequan- tificaçãodeesperma).A coletadeembriõese o traumaasso- ciadoa muitosfatoresde manipulaçãosãosignificativos.O refinamentodetécnicasnão-cirúrgicasparaa coletae trans- ferênciado embriãoultrapassariaas grandesnecessidades financeirase laboratoriaisparamantera continuidadedos programasdeanimaisdomésticostransgênicos.Mais impor- tanteaindaé o fato de que poucosanimaisexperimentais seriamnecessáriosparamanipulaçõescirúrgicassignificantes. Por último,e igualmenteimportanteparao projetoexperi- mental,estãoasconsideraçõeséticaseasnecessidadesregula- dorasassociadasaexperimentosdeengenhariagenética. DireçõesFuturas Avançosrecentesna transferêncianuclearpodemser umaótimaalternativaparao desenvolvimentodetecnolo- giadecélulasTE pluripotentes- esforçosquesetornaramo "SantoGraal"dosgeneticistasebiotecnologistasdeanimais domésticos.Porém,devidoà complexidadedo genomados mamíferos,a determinaçãodos genesapropriadosparase trabalhare transferiraindapermanececrítica.Quais sãoos melhoresalvosgenéticosnasdiferentesespéciese comoas manipulaçõesdos genes-alvoinfluenciamno desenvolvi- mentodosmamíferos?Seo polimorfismogenético(indicati- vo degenesrelacionadosquecodificamdiferentesisoformas de proteínas)ou pseudogenesestãopresentes,os esforços para atingir o alvo podemtornar-sedemoradose árduos. Paraa boa caracterizaçãodosgenomas,a identificaçãodas variantesgenéticasdasespéciespodepromoverumrelance de esforçonecessárioparadesenvolverem outrasespécies. Espera-seque com esforçosfreqüentesfocadosem vários genomasdemamíferos,dadosacumuladossemostreminfor- inativose adaptáveisparadiferentesespécies,já quegrupos de ligaçãoconservadossãomaisprováveise exploráveis. Tem-seaprendidomuitosobrediversosprocessosfisio- lógicos em animais domésticostransgênicoscriados até agora.Mesmo que uma "melhor produçãoanimal" ainda não tenhaalcançadoo mercado,os estudospioneirosnão foram infrutíferos.Diversosanimaistransgênicosconferi- ram discernimentosde longo alcancena redefiniçãode muitosprocessosreguladoresededesenvolvimentoprevia- mente ignorados nas espéciesde animais domésticos. Enquanto estudosda expressãodo transgeneem animais domésticosnem semprepossamser correlacionadoscom exatidão,autilidadedemodelostransgênicosparaadesco- bertacientíficanão podesersuperestimada.O usodepro- cedimentosde transferêncianuclear ou de metodologias relacionadaspara conferir manipulaçãogenéticain vivo eficientee direcionadaofereceosprospectosdecriaçãode modelosanimaisgrandementeúteis para aplicaçõeszoo- técnicase biomédicas.No entanto,o caminho paraesses sucessoscontinuarásendoárduo,mas,ao mesmotempo, representaumexcitantedesafioparaoscientistasenvolvi- doscomanimaisno séculoXXI. r I I i REFERÊNCIAS 1. Un TP. Micrainjectionof mouseeggs.Science1966;151: 333-337. 2. Gurdon)B.Eggcytoplasmandgenecontraiin development. PracR SocLondonB 1977;198:211-247. 3. BrinsterRL,ChenHY,TrumbauerME,AvarbockMR.Trans- lationofglobinmessengerRNA bythemouseovum.Nature 1980;283:499-501. 4. 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Wood SA, Allen ND, Rossant],AuerbachA, NagyA. Non- injectionmethodsfor theproductionof embryonicstemcell- embryochimaeras.Nature 1993;365:87-89. 13. BrinsterRL, AvarbockMR. Germline transnÚssionof donar haplotypefollowing spermatogonialtransplantation.PNAS 1994;91:11303-11307. 14. Wilmut I, SchniekeAE, McWhir], Kind A], CampbellKH. Viableoffspringderivedfromfetalandadultmammaliancells. Nature 1997;385:810-813. 15. Purse\VG, RexroadCE]r. Statusof researehwith transgenie farmanimaIs.] Anim Sei 1993;71(Suppl.3):10-19. 16. PalmiterRD, BrinsterL, HammerRE, etaI. Dramaticgrowth of mieethat developfrom eggsmieroinjeetedwith metallo- thionein-growth hormone fusion genes.Nature 1982;300: 611-615. 17. RexroadCE ]r, Hawk HW. Produetionof transgeniemmi- nants. In: Pinkert CA, ed. TransgenieAnimal Teehnology: A Laboratory Handbook. San Diego: Academic Press, 1994;339-355. CAPÍTULO 21: ENGENHARIA GENÉTICA EM ANIMAIS DOMÉSTICOS 331 SUGESTÕES PARA LEITURA BrinsterRL Stemcellsandtransgeniemieein thestudyofdeve\op- ment. Intl] Deve\ Biol 1993;3:89-99. MatsuiY, ZseboK, HoganBL Derivationof pluripotentialembry- onic stemeellsfrom murineprimordialgermeellsin culture. Cell 1992;70:841-847. Pinkert CA. The history and theoryof transgenicanimais.Lab Anim 1997;26:29-34. PinkcrtCA. T ransgenieAnimal Teehnology:A LaboraroryHand- book. San Diego:AeademicPress,1994. HoudebineLM. TransgenicAnimais: GenerationandUse. Am- sterdam:HarwoodAcademic Publishers,1997. CAPÍTULO22 FatoresFarmacotoxicológicos Reprodução A. E. ARCHIBONG E S. E. ABDELGADIR Na criaçãoanimal,o manejodevepossibilitarumótimo desempenhoreprodutivoe, conseqüentemente,o máximo retomoeconômicoparaque,como qualqueroutro tipo de indústria,sobrevivana economiaatual.Na pecuáriabovinae supostamenteemoutrostiposdecriaçãoanimal,temsidosuge- ridoqueos principaisfatoreseconômicos,em umaescalado maiorparaomenor(sendo10o escoremaisalto),são:reprodu- ção,10;pesodoanimalaocompletaro primeiroanodevida,3j qualidadedacarcaça,1.A legitimidadedessesvalorespodeser debatida,entretanto,senãohouverreprodução,outrosvalores nãotêmsignificado(l)j assim,aeficiênciareprodutivaéumdos maisimportantesfatoreseconômicosnaproduçãoanimal.Essa seçãodiscutiráosefeitosfarmacotoxicológicosdesubstânciasna reproduçãodeanimaisdomésticos.Nessemomento,é impor- tantediferenciarostermos"toxinas"e"toxicantes".Toxinassãosubstânciastóxicasprovenientesde plantasou de animais, enquantotoxicantessãosubstânciastóxicas,quepodemounão serorigináriasdeplantasou animais.Em resumo,toxinassão toxicantes,mastoxicantesnãosãonecessariamentetoxinas. PLANTAS QUE AFETAM A REPRODUÇÃO MASCULINA Certasplantasproduzemtoxinas/toxicantesqueprejudicam areproduçãodeovinose,supostamente,deoutrasespéciesani- maisdepastoreio(Tab.22-1).A toxinasuainsonina,contidana locoweed*(Astragallussppe Oxitropisspp),inibediretamentea síntesee a liberaçãodetestosterona,emcarneiros,comoverifi- cadopeloaumentodoLH sistêmico(2).A inibiçãodatestoste- ronapoderetardarapuberdadeemanimaisjovensediminuira libidoemanimaisadultos.Além disso,areduçãodetestostero- nasistêmicatemimpactona espermatogêneseena maturação do espermano epidídimo,manifestadopelabaixacontageme motilidadeespermáticadeovinostratadoscomlocoweed(3).A plantaeosprodutosdaplanta,como,porexemplo,o algodãoe suassementes,produzemgossipol,oquecausaretardonodesen- volvimentodo testículoe culminano retardodo início da puberdade(4).Emanimaisadultos,o gossipolcausareduçãona espermatogênese,o queresulta,subseqüentemente,em queda nacontagemdeespermatozóides,bemcomonadiminuiçãode e suamotilidade.As toxinasdasnakeweed(Gutiemziamicrocepha- Ia)causamreduçãodopesodostestículos,provavelmentedevi- doàreduçãodaespermatogênesejporoutrolado,nãosesabese essastoxinasatuamdiretamentenoepitéliogerminativo,produ- zindoareduçãodaespermatogênese.Entretanto,épossívelque aquedanosníveisdetestosterona,provocadapelasuainsonina, contribuaparaa diminuiçãoda espermatogênese.Enquantoa suainsoninacausaadegeneraçãotesticular,o gossipole astoxi- nasdasnakeweedsãoresponsáveispelaproduçãodeformasmor- fologicamenteanormaisdeespermatozóidesemroedorestrata- doscomdietascontendotoxinasdasnakeweed(5) ou gossipol (6).Os espermatozóidescomanormalidadesdecabeçae cauda penetramcompoucaeficiênciano mucocervical.Sabe-sequea penetraçãonomucocervical,peloespermatozóide,éaprimeira garantiadotransportedoespermatozóideemdireçãoaosítiode fertilização(oviduto). PLANTAS QUE AFETAM A REPRODUÇÃO FEMININA Toxinasdeplantastambémprejudicamaeficiênciarepro- dutivadefêmeas(Tab.22-2).O início dapuberdadeestácor- relacionadonegativamentecomataxadecrescimentoequal- queragentequeretardeo crescimentoiráproduzirumretardo na manifestaçãoda puberdade:A mimosina,uma toxina encontradaemleguminosastropicais,comoaLeucenaleucoce- phala,pode aumentara idadedo início da puberdadeem fêmeas.Essatoxinainibe a captaçãode iodetopelaglândula tireóide,produzindoo bócioe reduzindo,conseqüentemente, asecreçãosistêmicadohormôniotireoidiano,oquediminuio apetitee a taxade crescimento(7, 8). O gossipoltambém causaretardono início dapuberdade,poisprovocaanorexia nosanimaise,por isso,reduzataxadecrescimento(6). Leguminosasde pastagens,como o trevo vermelho (Trifoliumprate.nse),o trevosubterrâneo(T. subte.rmneum)e a soja(Glycinespp),produzemestrógenosdeplantasdenominados fitoestrógenos.Essasplantaspossuemsubstânciascom certas similaridadesestruturaiscomo 1713-estradiol,oque,presumivel- mente,aspermiteminteragircomosreceptoresnuclearespara estrógenoemórgãos-alvoe,dessamaneira,desencadearmeca- *Algunsdosnomesvulgaresdasplantasserãomantidoseminglês,já quenãohácorrespondenteemlínguaportuguesa(N. daT.). 333 334 PARTE V: MECANISMOS FISIOPATOLóGICOS PLANTA TÓXICA!PRODUTO HÁBITAT TOXINA Locoweeds OxytroPissericea, Astragalus lentiginosis,A. pubentisimisus Snakeweed Gutierrezia microceplwlia,G. sarothrae OestedosEUA Suainsonina(alcalóide indolizidínico) DesertodeLas Cruces,NM Monoterpenose diterpenos,saponinas triterpenóides,metil- ésteresflavonóides altamenteoxigenados e alcalóidesaindanão identificados GossipolAlgodão/sementede algodão Gossypiumspp SudestedosEUA nismosemprocessosdependentesdeestrógeno,comono cére- bro,hipófiseesistemareprodutivodasfêmeas.O contínuopas- tejardosanimaisemplantasquecontêmfitoestrógenoscausa umasíndromedenominadaestrogenismo,queresultaemdiver- sasformasde infertilidade.Assim,comoconseqüências,essas plantaspodemprovocarreduçãonataxadeovulação,provavel- mentepelalimitadaliberaçãodeLH, bemcomoreduçãodas taxasdeconcepçãopelacontínuamanutençãodacontratilida- deuterinadevidoàpresençadoestrógeno.As toxinaspresentes na snakeweedtambémcausaminibiçãoda ovulaçãoe, conse- qüentemente,reduçãonaconcentraçãodeprogesteronacircu- lante(9,10).Outrosfatoresprovocadospelosfitoestrógenosque tambémcontribuemparaainfertilidadesãoprolapsoemorfolo- giaanormaldavagina,ciclosestrogênicositregularesouanestro total,ninfomaniaacompanhadadeedemadavulva,descarga contínuade mucocervical,espessamentodo tecidouterino, cistonoendométrioedesenvolvimentodemamas(11-17). O gossipole astoxinaspresentesnasnakeweedreduzem a ovulaçãoe a concentraçãode progesteronacirculante, provavelmentedevidoà capacidadedessastoxinasde inibir a respostadosováriosàsgonadotrofinashipofisárias.Níveis elevadosde LH e FSH têm sido verificadosem animais expostosao gossipol(18-23),o que sugereo comprometi- mentono mecanismobiorreguladorde esteróidese, como conseqüência,o aumentodo tempodo ciclo estral,bem comoa manifestaçãodeciclosestraisirregulares.A suainso- nina tambémcontribuiparaa infertilidadeentreosanimais empastoreio,por inibir a oogênesee a fertilização(1). ToxinasdePlantas com EfeitosTeratogênicosno Feto Temsidoverificadoquealgumastoxinasdeplantascon- seguematravessaraplacenta,causandoalteraçõesno desen- EFEITO FONTE NA LITERATURA (NQ DA REFERÊNCIA) Aumento do LH sérico, decréscimodetestosterona, decréscimodalibido, baixa contagemespermáticae baixa motilidadeespermática Decréscimodo pesodos testículos,aumentoda porcentagemde espermatozóidesanormais Ortiz etaI. (2) PanteretaI. (3) EdringtonetaI. (5) Retardona puberdade,baixa contagemespermática,lesões na caudado espermatozóide, bai:i}amotilidadeespermática KrameretaI. (4) RandeletaI. (6) volvimentodo embriãoe do feto (Tab. 22-3) (1). Assim, verificam-se,na literatura,descriçõesdedefeitosnaface,no esqueletoenatraquéiadeovinoscujasmãesconsumirama falsehellebore(Veratumcalifornicum)duranteo primeirotri- mestrede gestação(24, 25). Vacasque consomemcertas espéciesdeluPinus(Lupinusspp)duranteo início eo finaldo primeiro trimestrede gestaçãopodemparir bezerroscom anormalidadesesqueléticase fendapalatina (26). O consu- mo da cicuta (Coniummaculatum)e da planta do tabaco (Nicotianatabacum)por ovinoscausaanormalidadesesque- léticassemelhantesàquelasdescritasemfetosdefêmeasque ingeriramo luPinus(27).O ultra-somtemsidobastanteútil no diagnósticodeefeitosfetotóxicosproduzidosporplantas na fisiologiafetal,crescimentoe desenvolvimento(27,28). O usodessaferramentapermitiudetectarosefeitostóxicos, parao feto,do consumode locoweedpor ovelhasgestantes. Nessesentido,verificou-sequeessaplantaprovocadefeitos esqueléticos,edemae aumentodo ventrículodireitocardía- co, o que pode causara falênciacongênitacardíaca(1). Além disso,temsidoverificadoqueo consumode plantas acumuladorasdeselênioedaponderosaPine(Pinuspondero- sa)produz,respectivamente,deformidadedecascosebaixo pesoaonascimento. PlantasQueCausamMorte EmbrionáriaeAbortamento Várias toxinas de plantas têm potencial para causar perdaembrionáriaou fetal,ou induzirabortamentonacria- ção. Em muitoscasos,o abortamentopoderáocorrerem 100%dos animaisque tiveremconsumidoalgumasdessas plantas(Tab.22-4) (1).A locoweedtempotencialparacau- sarmorteembrionária,induzirao abortamentoou produzir retardona implantaçãoemfêmeasprenhes,comobovinos, CAPÍTULO 22: FATORES FARMACOTOXICOLÓGICOS E REPRODUÇÃO 335 PLANTA TÓXICA Leucena Leucaenaleucocephala Red clover Trifoliumpratense Trevo subterrâneo T. subterraneum Berseemclover T. alexandanrinum Soja Glycinespp Leguminosasamericanas Viciaamericana,Astragelus srotinus Birdfoot trifoil Lotuscorniculatus SnakeweedGutierreziamicrocephalia, G. sarothrae Algodão/sementede algodão GossYPium spp Locoweeds OxytroPissericea,Astragalus lentiginosis,A. pubentisimisus TOXINA Mimosina (alcalóide) Formononectina,ginesteína, biocaninaA (fitoestrógenos) Isoflavonas,principalmente genisteína,diadzeína, glicetinae cumestrol (fitoestrógenos) Fitoestrógeno Fitoestrógeno Monoterpenose diterpenos, saponinastriterpenóides, metil-ésteresflavonóides altamenteoxigenadose alcalóidesnão identificados Oossipol Suainsonina(alcalóide indolizidínico) ovinose eqüinos.A incidênciapodevariardeníveis insig- nificantesa níveis bastanteelevados(1, 29). A snakeweed e a ponderosaPinecausamabortamentoe nascimentopre- maturoquandoasfêmeas,no primeiro trimestrede gesta- ção,as tiveremingerido(30,31); emboraa locoweedpossa induzir ao abortamentoem qualquerestágioda prenhez (1). As toxinas da Veratumcalifornicumcausammorte embrionáriae fetalemovelhas(32), e asda littleleafhorse- brush(Tetradymiaglabrata)têmpotencialparacausarabor- tamento(1). A exposiçãoin vivoe in vitrode embriõesde suínose bovinosao gossipolreduza formaçãode blastocis- to (6, 33). A reduçãodo tamanhoda prole,observadaem suínosalimentadoscomgossipol,éatribuídaàbaixataxade concepção(34). EFEITO Alteraçãodetiroxinaplasmática Taxasdeovulaçãoe deconcepção reduzidas,prolapsovaginal, corrimentocervicalmucoso,cio irregular,anestro,ninfomania Infertilidadepor estrogenismo,- desenvolvimentodaglândula mamária,edemadevulva, corrimentomucosocervicale espessamentodo útero Endométriocístico Endométriocístico Taxasdeovulaçãoe de progesteronacirculante reduzidas Anorexia, reduçãoda taxade crescimento,aumentodos níveisséricosde FSH, aumento deLH, reduçãodeestrógeno, reduçãodeprogesterona, aumentodo tempodo ciclo estral,ciclosestraisirregulares Inibição daoogênese,quedada fertilidade MICOTOXINAS QUE AFETAM A REPRODUÇÃO MASCULINA FONTE NA LITERATURA (NQDA REFERÊNCIA) Quirk eta/. (7) Jacquemeteta/. (8) Alder e Trainin (11) Lockhart (13) Kallela eta/. (15) Adam (17) Draneeta/. (14) Sharmaeta/.(16) Adams(17) Oammiee Kitts (12) Adams (17) Oammiee Kitts (12) Adams (17) Flores-Rodriguezeta/.(9) Smith eta/. (10) Wu eta/. (18) Ou eAnderson(19) LagerloofeTone(20) Lin eta/.(21) Bendereta/.(22) Ou eta/. (23) Jameseta/. (1) Os fungossãoparasitasdeplantaspresentesno pastoou na alimentaçãoanimal.Elesnãosóreduzemaqualidadedos grãoscomotambémproduzemtoxinas,chamadasmicotoxi- nas,asquaiscausamdistúrbiosno crescimentoe na eficiên- cia reprodutiva.Os fungoscapazesdesintetizarmicotoxinas têmsidoidentificadosno capimfestuca(Festucaarmundina- cae),no centeio,emgrãoscomoo milho eo trigoenaam~- rican troPicalmorningglory(StiPa robustae S. vasey).Os váriostiposde micotoxinase seusefeitossãoapresentados na Tabela22-5.Fungosendofíticosqueinfectampastagens, plantaçõese grãos,mencionadosanteriormente,produzem 336 PARTE V: MECANISMOS FISIOPATOLÓGICOS PLANTA TÓXICA Falsehellebore Veratrumcalifornicum Lupinus LuPinusspp Cicuta Coniummaculatum Locoweeds Oxytropissericea,Astragalus lentiginosis,A. pubentisimisus Tabaco Nicotianaspp Plantasacumuladorasde selênio Ponderosapine Pinusponderosa TOXINA Jervina, ciclopamida (alcalóidesesteroidais) Anagina (alcalóides quinolizidínicos), amondendrina(alcalóides piperidínicos) Coniina, -y-coniceína (alcalóidespiperidínicos) Suainsonina(alcalóide indolizidínico) Anabasina(alcalóide piperidínico) Selênio Desconhecida EFEITO Defeitosfaciais,alterações esqueléticase defeitosna traquéia Alteraçõesno esqueleto, fendapalatina Alteraçõesesqueléticas Alteraçõesesqueléticas, edemafetal,aumentodo ventrículodireitodo coração Alteraçõesesqueléticas, fendapalatina Deformidadedecascos Baixo pesoaonascimento FONTE NA LITERATURA (NQDA REFERÊNCIA) Keelereta!.(24) Keelere Stewart(25) Shupeeta!.(26) Panthereta!.(27) Jameseta!.(I) Panthereta!.(27) Jameseta!.(I) Jameseta!.(I) PLANTA TÓXICA Locoweeds Oxytropissericea,Astragalus lentiginosis,A. pubentisimisus Snakeweed Gutierreziamicrocephalia,G. sarothrae Ponderosapine Pinusponderosa Little leaf horsebrush Tetradymiaglabrata Falsehellebore Veratrumcalifornicum Algodão/sementede algodão Gossypiumspp TOXINA Suainsonina(alcalóide indolizidínico) Monoterpenose diterpenos, saponinastriterpenóides, metil-ésteres flavonóidesaltamente oxigenadose alcalóides aindanão identificados Desconhecida Desconhecida Jervina, ciclopamida (alcalóidesesteroidais) Gossipol EFEITO Aborto, morteembrionáriae retardona placentação Aborto e nascimento prematuro Aborto e nascimento prematuro Aborto Morte embrionáriae fetal Reduçãona formaçãode blastocistose retardono crescimentodo embrião, aborto,reduçãoda taxade concepção,reduçãono tamanhoda leitegada FONTE NA LITERATURA (NQDA REFERÊNCIA) Jameseta!. (29) Kings.bury(30) Jameseta!. (29) Jameseta!. (31) Binns eta!. (32) Randeleta!.(6) Linetal. (21) Ziekleeta!.(33) Eisele(34) CAPÍTULO 22: FATORES FARMACOTOXICOLÓGICOS E REPRODUÇÃO 337 toxinas,denominadasde alcalóidesdo ergot,asquais,entre outrosefeitos(ergotismo),prejudicama eficiênciareprodu- tiva.Emcarneiros,osalcalóidesdoergotcausamreduçãode prolactinasistêmica(PRL) (35,36),por suaaçãoinibitória no sistemadopaminérgicoe serotoninérgico(37). Além disso,osalcalóidesdo ergotdiminuema presençadeprecur- sores(porexemplo,o colesterol),necessáriosparaa conver- sãoàtestosterona,pelascélulasdeLeydig(38).Essesalcalói- destambémcausama diminuiçãodo crescimentotesticular (35).Alamer e Erikson (39) reportamqueosalcalóidesdo ergotprovocamquedanosníveisdehormônio liberadorde gonadotrofina(GnRH), que,por suavez,é o hormôniores- ponsávelpela estimulaçãoda secreçãode testosterona. Assim,essesalcalóidescausaminibiçãodasecreçãodegona- dotrofinaereduçãonapopulaçãodecélulasdeSertoli,veri- ficadaembovinosde 3 mesesde idade.Reunindo-seesses dados,verifica-sequeosalcalóidesdo ergotpodemproduzir inibição da liberaçãode GnRH no hipotálamo,causando, conseqüentemente,a inibiçãodasecreçãodegonadotrofina pituitáriae a esteroidogênesetesticular,o que,por suavez, resultaem retardodapuberdadee infertilidadeemmachos adultos.A reduçãoda ingestãode alimentose do ganhode pesoem animaisjovens,causadapelosalcalóidesdo ergot (36) e por outrasmicotoxinas,como a aflatoxina(40) e a ocratoxina(41), podecausartambémretardono início da puberdade,como explicadoanteriormente.Aldrich (42) verificouquenovilhosHolsteinmantidosempastagemcon- taminadapor fungosendofíticosapresentaramhipertermia devidoà interferênciadosalcalóidesdoergotno mecanismo termorregulatório,principalmenteem mesesde verão.O aumentoda temperaturacorporalnormalmenteresultaem aumentodatemperaturatesticular,o quepoderáresultarem infertilidadee alteraçãona morfologiado espermatozóide devidoà influênciadatemperaturana espermatogênese. O consumode milho que contémzearalenona(ZEN, fitoestrógeno)por cachaçosimaturosresultaem reduçãodo pesodostestículos(43)ediminuiçãodaproduçãodetestoste- rona(44),retardandoo iníciodapuberdade.A diminuiçãodo pesotesticularfoi observadaem cachaçosquereceberama ZEN nadietà(45),sendoessaumaindicaçãodequea inferti- lidadeéresultantedoefeitodaZEN na inibiçãodaespermato- gênese(46).A zearalenonatambémcausareduçãonoepidídi- FUNGO TÓXICO HOSPEDEIRO MICOTOXINA EFEITO FONTE NA LITERATURA (NQDA REFERÊNCIA) Acremoniumcoeniphialum,Festucaarmundinacae Alcalóidesdo ergot Baixosníveissistêmicos Barentone Pelletier(35) festucaalta Festucaalta deGnRH e PRL, Erikson (39) endófito Loliumperenne baixonível séricode Portere Thompson (36) A. lolii, ryegrass Ryegrass,grãos colesterol,baixos Aldrich eta!. (42) endófito (milho, trigo) níveisséricosdeClavicepspurpurea Ipomoeaviolacae,Rivea testosterona,retardo corymbosa no desenvolvimento Ipoméiaamericana dostestículos,redução tropical do númerode células Stiparobusta,S. vaseyi de Sertoli, reduçãode Sleepygrass consumodealimentos, reduçãodeADG e aumentoda temperaturaretal Fusariumroseum, Milho Zearalenona Níveis séricosde Dieckmane Green (40) Aspergillisflavus (fitoestrógeno) testosteronabaixos, diminuiçãodo peso dostestículos, epidídimoe vesícula seminal,azoospermia'e reduçãoda libido Gibberellazaea Grãos de cereais, Aflatoxinas Quedadaconversão Dieckmane Green (40) milho e amendoim alimentare dataxade crescimento Aspergillisochraceus, Vários alimentos Ocratoxina QuedadeADG Harveyeta!. (41) Penicilliumviridicatum 338 PARTE V: MECANISMOS FISIOPATOLÓGlCOS mo, no pesodasglândulasda vesículaseminale, também, diminuiçãodalibido(44,45),oquepodeprovocarinfertilida- dedevidoàreduçãodasecreçãodetestosterona. MICOTOXINAS QUE AFETAM A REPRODUÇÃO FEMININA Como emmachos,asmicotoxinastêmumimpactosig- nificativoemfêmeas(Tab.22-6).O consumodealcalóides doergot,produzidospelosfungosendofíticos,temsemostra- do capazdecausara reduçãodoADG emnovilhasdecorte (47) e, conseqüentemente,retardono início dapuberdade. Outrasmicotoxinasnão-endofíticasquepodemcausarretar- dono início dapuberdadeporreduçãodaeficiênciaalimen- tarediminuiçãodataxadecrescimentosãoo doxinivalenol (DON) (48-50)e asaflatoxinas(40). O consumode festucainfectadapor fungo endofítico inibe a liberaçãode PRL da hipófise e, como resultado, causareduçãodos níveis plasmáticosde PRL em ovinos (51),vacasdecorte(52) eéguas(53-55),o que,por suavez, reduzo efeitoestimulantedaPRL naesteroidogênesefolicu- lar (56)edafunçãodocorpolúteo(57).Devidoàalteração foliculare esteroidogêneselútea,osanimaisexibemretardo no início do cio, reduçãonas taxasde concepção,mortali- dadeembrionáriae reduçãodataxadenascimento(58-63). Apesardesuasdiferençasestruturaiscomosestrógenos,a ZEN e váriosde seusderivadostêm atividadeestrogênica, sendoa marrãpré-púberea maissensível,entreasespécies animaisdomésticas,a seusefeitos(40).O sistemagenitalde marrãsimaturassofrealterações,tanto macroscópicascomo histológicas,apósaexposiçãoàZEN. As alteraçõesmacroscó- picasincluemtumefaçãodavulva,aumentodotamanhoedo pesodoúteroe aumentodaglândulamamária(64).Emcasos extremos,verifica-setambémprolapsovaginale retal (64, 65). As alteraçõesmicroscópicasincluemedemae espessa- mentodo útero,causadospelacombinaçãode hipertrofiae hiperplasiadoendométrioedomiométrio.O hiperestrogenis- mo produzidopelaZEN temsidorelacionadoao retardodo primeirocio (66). A exposiçãode marrãs,com ciclo estral normal, à ZEN causadisfunçõesreprodutivasmúltiplas. SegundoChangetal. (67),a exposiçãocontínuadefêmeasà ZEN, desdeo desmameaté a gestaçãoseguinte,causacio constante,pseudoprenheze infertilidade.Flowersetal. (68) verificaramaumentodo intervaloentrecios,administrandoa ZEN do 6Qao 10Qdia ou do llQ ao 15Qdia do ciclo estral. Resultadossemelhantesforamobservadosquandoa ZEN foi administraqaamarrãsentreosdias5 e20docicloestral(69). Além disso,verificou-sea manutençãoda funçãoluteínica, manifestadapelosaltosníveisdeprogesteronaséricaobserva- dosentreosdias19e 21,emmarrãscomciclosestraisaumen- FUNGO TÓXICO HOSPEDEIRO MICOTOXINA EFEITO FONTE NA LITERATURA (NQDA REFERÊNCIA) Acremonium Festucaarrnundinacae Alcalóidesdo ergot ADG reduzido,puberdade Bond e Bolt (47) coeniphialum, Festucaalta retardada,baixoPRL Washburne Green (63) festucaalta Loliumperenne sistêmico,início retardado Boltetal. (51) endófito do cio, taxadeconcepção Bond etaI. (59) A. lolii,ryegrass Ryegrass,grãos( milho, reduzida,mortalidade Beere Piper (60) endófito trigo) embrionáriae taxade Gay etaI. (61) nascimentoreduzida Mizinga etaI. (62) Clavicepspurpurea Ipomoeaviolacae,Rivea corymbosa, Ipoméiaamericana tropical Stiparobusta,S. vaseyi Sleepygrass Fusariumroseum, Milho Deoxinivalenol ADG reduzido ForsythetaI. (48) Aspergillisflavus Long e Diekman(49) TrenholmetaI. (50) Fusariumroseum, Milho Zearalenona Modificaçõesmacroscópicas YoungetaI. (64) Aspergillisflavus (fitoestrógeno) no sistemareprodutivode BlaneyetaI. (65) marrãsimaturas,cio EdwardsetaI. (66,69) púbereretardado,ciclos FlowersetaI. (68) estraisprolongados, pseudociesee infertilidade Gibberellazaea Grãosdecereais,milhoe Aflatoxinas Quedada conversão Dieckmane Green (40) amendoim alimentare dataxade crescimento tados.A regressãodocorpolúteopersistentefoi observada30 diasapósaremoçãodeZEN dadieta. MICOTOXINAS QUE CAUSAM MORTE EMBRIONÁRIA E FETAL E ABORTAMENTO MarrãsalimentadascombaixasdosesdeZEN do2Qao15Q dias pós-coitoapresentaramdesenvolvimentoembrionário normal.Entretanto,fêmeastratadascomdosesmaiselevadas deZEN nãoestavamprenhesnosdias40e43pós-coito(70)e porcasqueconsumiramZEN doacasalamentoatéadataespe- radadepartonãoconseguirammanteragestação(71).A zea- ralenonaadicionadaàdietadefêmeasprenhesproduziuproles menores(67). Também,a administraçãointramuscularde micotoxinasemporcasadultase marrãs,diariamente,durante todoo mêsfinal dagestação,causouo aparecimentodenati- mortosedefeitosnaspernasdosfetossobreviventes(72). PRAGUICIDAS USAOOS NA AGROPECUÁRIA QUE CAUSAM DISTÚRBIOSNA REPRODUÇÃO DEMACHOS Os praguicidasempregadosna agropecuária,que têm por finalidadeprevenir,destruir,repelire mitigarqualquer tipo de pragaque infestea criaçãoanimale asplantações, podemcausarefeitosadversosna reprodução.O dibromo- cloropropano(DBCP) é umorganocloradobromado,usado como nematicida,particularmentena plantaçãode soja (73), um dosprincipaiscomponentesda alimentaçãoani- mal. A exposiçãode machosao DBCP causaalterações degenerativasnos túbulosseminíferose tambémdisfunção do epidídimo(Tab.22-7).Dentreasalteraçõesdegenerati- CAPÍTULO 22: FATORES FARMACOTOXICOLÓGICOS E REPRODUÇÃO 339 vasproduzidaspor essetoxicanteincluem-seaumentodas célulasdeSertoli,oligospermiae aumentona populaçãode formasanormaisdeespermatozóides(74,75).Em relaçãoà disfunçãodo epidídimo,produzidapelo DBCP, relata-sea diminuiçãoda motilidadedo espermatozóidee, conseqüen- temente,infertilidade(76). O clordecone,maisconhecidopelonomecomercialde Kepone,foi manufaturadoparaserusadocomoinseticida.O consumodessecomposto,pelos animais,causarupturada homeostaseendócrinae alteraçãoda funçãodo epidídimo (Tab.22-7).Assim, têmsidoverificadosaumentodascon- centraçõessistêmicasdetestosterona,perfil irregulardeLH, reduçãodopesodavesículaseminal(77)ereduçãodamoti- lidadeespermáticae daviabilidade(78) apóso consumode Kepone.O acasalamentodefêmeascommachossubmetidos à exposiçãodeclordeconeresultouemprolesmenores(77). O dibrometode etileno (EDB), uma substânciafumi- gante,utilizadaprincipalmenteno milho, tambémprovoca efeitosadversosno sistemareprodutorde machos(Tab.22- 7). O consumodealtasdosesdessefumiganteinibea esper- matogênese,por causardiminuição do pesodasvesículas seminais(79). O decréscimodo pesoda vesículaseminal indicaqueháaçãodo EDB, tantono eixohipotálamo-hipó- fise-célulasdeLeydig,quecontrolaa secreçãodetestostero- na, bemcomonasglândulassexuaisacessórias.O envolvi- mentode célulasde Leydig temsido sugerido,baseadona capacidadedessetecidoemativaro EDB a metabólitosque, por suavez, ligam-sea essemesmotecido (80). Se esses metabólitosinterferemounão na capacidadedascélulasde Leydigde produzire secretara testosteronaainda é uma questãoa serelucidada. SUBSTÂNCIA QUÍMICA Uso Dibromocloropropano Nematicida Clordecona Inseticidae fungicida Dibrometodeetileno No alimentoe comoagente fumigantedo milho EFEITO AumentodascélulasdeSertoli, degeneraçãodetúbulosseminíferos, oligospermia,aumentoda populaçãodeespermatozóides morfologicamenrealteradose inibiçãodamotilidadeespermática Aumento de testosteronasérica, perfil irregulardeLH, reduçãodo pesodavesículaseminal,redução da motilidadeda viabilidadeespermática Inibição daespermatogênese,as célulasdeLeydigpodem metabolizarcompostosque comprometemseupróprio funcionamentoe reduçãodo peso da vesículaseminal FONTE NA LITERATURA (NQDA REFERÊNCIA) "TorkelsonetaI. (74) Kluwe (75) Kluwe etaI. (76) HammondetaI.(77) LinderetaI.(78) Hurtts e Zenick(79) KowalskietaI. (80) 340 PARTE V: MECANISMOS FISIOPATOLÓGICOS SUBSTÂNCIA QUÍMICA Uso EFEITO Puberdadeprecoce,aumentodo peso uterino,vacuolizaçãoe espessamentodo epitéliouterino,cornificaçãodo epitélio vaginal,reduçãodo LH, reduçãoda produçãodeprogesteronapelacamada granulosae ninfomaniaanovulatória DDT Inseticida Decréscimodafecundidade Reduçãodo LH e dataxadeconcepção Reduçãodegonadotrofinas, prolongamentodo ciclo estral,inibição damaturaçãodo oócito, reduçãodo pesoovarianoe uterinoe reduçãodo númerode embriõesporprenhez Metoxiclor Organofosforados Carbamatos Inseticida Inseticida Inseticida Aumento do pesouterino,vacuolizaçãoe espessamentodo epit~liouterino, cornificaçãodo epitéliovaginal, aumentode sínteseprotéicano úteroe ninfomania Clordecona Inseticidae fungicida Hexaclorobenzeno (HCB) Fungicida Decréscimono tamanhoda leitegada, aumentoda incidênciadenatimortos PRAGUICIDAS USADOS NA AGROPECUÂRIA QUE CAUSAM DISTÚRBIOS NA REPRODUÇÃO DE FÊMEAS o DDT,umorganoclorado,e o clordecone,umciclodie- no,sãoinseticidascompropriedadesestrogênicasemmamífe- ros.,criando,dessamaneira,apossibilidadedeprovocarhipe- restrogenismoe efeitosadversosna reprodução,similares àquelesdescritosparaos fitoestrógenos(Tab.22-8) (81-86). Outro efeitoproduzidopeloDDT, alémdaquelesemelhante aodosfitoestrógenos,éapromoçãodapuberdadeprecoceem fêmeasjovens.O metoxicloréuminseticidacomtoxicidade agudamuitomenorqueo DDT, masquetambémtempro- priedadesestrogênicascom efeitosadversosno útero.Tem sidopropostoqueessetoxicantecausadecréscimodefertili- dade,porprevenira implantação(87). Os organofosforadoseoscarbamatosafetamareprodução dafêmea,por causarema reduçãonasconcentraçõesséricas FONTE NA LITERATURA (NQDA REFERÊNCIA) Heinrichseta!.(81) Gellerteta!.(82) Ottobonieta!.(83) Haneyeta!.(84) Cummingse Gray (87) Rattnere Michael (88) Ghizeleae Czeranschi(90) Krylova eta!. (91) Bentue-Ferrereta!. (89) Uphouseeta!.(85) Heinzeta!.(86) Granteta!.(92) degonadotrofinashipofisárias(Tab.22-8).Os organofosfora- doscausam,seletivamente,areduçãonasconcentraçõesséri- casdeLH, o que,porsuavez,reduzastaxasdeovulaçãoede concepção(88). Entretanto,os carbamatoscausamredução tantodaconcentraçãodeLH quantodeFSH (89) e, conse- qüentemente,diminuemo pesodoovário,pormeiodaredu- ção do desenvolvimentodo folículo. Além disso,os ciclos estraistornam-seprolongadose a maturaçãodooócitocessa. Se ocorrera ovulação,suataxadeconcepçãoe o númerode embriõespermanecembaixos(90,91). Devidoà reduçãoda foliculogênese,supõe-sequeareduçãodopesouterino,resul- tantedaexposiçãoaoscarbamatos(90),sejadevidaàexposi- çãodo úteroaosestrógenosovarianos. O hexaclorobenzeno,umfungicidapré-emergente,afetaa reproduçãoemfêmeas.Essasubstânciacausaembriotoxicida- de e, como conseqüência,reduzo tamanhoda ninhadae aumentaa incidênciadenatimortos(Tab.22-8)(92). REFERÊNCIAS 1. JamesLF, PanterKE, Nielsen DB, Molyneux RJ. The effect of natural toxins 01'1reproductionin livestock.J Anim Sci 1992;70:1573. 2. Ortiz AR, Hallford DM, OalyeanML, SchneiderFA, Kridli RT. 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Assimcomoemoutrossistemasdeórgãos,taiscomoo trato respiratórioeo gastrointestinal,ostecidosdo tratoreprodu- tivo estãorepetidamentesujeitosà invasãopor organismos microbiológicos.O acasalamentoleva à contaminação microbianaporqueo pênise algumasvezeso plasmaseminal contêmmicrorganismos.No momentodo parto,a cérvixé distendidae os tecidosplacentáriospodempromovera pas- sagemde microrganismospara dentro do útero. Outras lesõesmecânicaseambientaistambémpodemlevarà intro- dução de microrganismosdentro do trato reprodutivo. Apesar dessasinvasõesmicrobianas,os microrganismos podemserrapidamenteremovidosdotratoreprodutivo(Fig. 23-1),deixando-olivre de infecções.Um ambienteestéril dentrodo tratoreprodutivoé mantidopelapresençadeum eficientesistemade defesaantimicrobiano,que inclui bar- reirasfísicas,fagócitosqueenglobame matammicrorganis- mos,linfócitosB queproduzemanticorposcontramicrorga- nismosinvasorese linfócitosT capazesde matarcélulasdo hospedeiro infectadas por vírus e bactérias. Imuno- logicamente,o tratoreprodutivocompartilhaváriascaracte- rísticascomo sistemaimunológicode mucosasencontrado nostecidosderevestimentodostratosgastrointestinaleres- piratório. A funçãoimune no trato reprodutivoé reguladapor hormôniosno sentidodemaximizara funçãoantimicrobia- naduranteo cio (quandoaprobabilidadededesafiosmicro- bianosé alta) e a fim de reduzira função imunedurante períodosde secreçãoelevadade progesterona(quando a deposiçãode microrganismoscomo parte do processode acasalamentoé improvável)e quandoo conceptoestápre- senteno útero.A naturezaestranhado concepto,devidaà herançade genespaternosque codificampara proteínas estranhasàmãe,posacomoúnicoproblemaparaasespécies vivíparas,umavezqueo sistemaimunedamãepodedestruir o concepto.O fatodissogeralmentenãoocorreréumacon- seqüênciade modificaçõesnas célulasdo sistemaimune materno,bem como de característicasúnicasda placenta fetal,que limitamsuaimunogenicidadeparaa mãe.Existe uma grandeplasticidadeno sistemaimune maternopara permitirqueo feto sobrevivaapesarda grandedisparidade do repertóriogenético(1). Em algunscasos,acasalamentos interespecíficosdão origem a produtosvivos; exemplos incluemmulas(jumentoX égua)egaurX bovino (Bosgau- rus X Bostaurus).Além disso,a tecnologiademanipulação deembriõespoderesultaremanimaisnascidosvivosa par- tir defetosquiméricos,queresultamdecélulasdeduasespé- ciesdistintas. Algumasvezes,os mecanismosde defesaimunológica no trato reprodutivonão são suficientespara prevenira colonizaçãomicrobiana,e as infecçõesresultantespodem temporáriaou permanentementecausar infertilidadeou esterilidadee, ainda,comprometera vida dafêmea.Assim, a funçãoimuneno trato reprodutivoé importanteparaa saúdee paraa manutençãodeumaltograudefecundidade. Não sesabeatéquepontoasgestaçõesemanimaisdomésti- cos podemser comprometidaspelo fato do sistemaimune maternonão estarapropriadamenteregulado.No entanto, taisefeitospodemlevaraperdasembrionáriasou aoimpedi- mentodocrescimentofetal.Paradoxalmente,certostiposde reconhecimentoimunológicomaternoda placentapodem serbenéficosà gestação. UM "INICIADOR" IMUNOLGGICO As célulasdo sistemaimunefuncionamno sentidode evitaro estabelecimentode infecçõespor microrganismose destruircélulascancerosasou danificadasno hospedeiro. Essascélulasestãoorganizadasem tecidosespecializados, taiscomotimo,baçoe linfonodos,circulamatravésdo san- guee estãopresentesem váriostecidosdo corpo,especial- mentenaquelesem contatocom o ambienteexterno.Um vastoarranjode célulasparticipano sistemaimunee cada um temumafunçãoespecífica- umalistadascélulasprin- cipaisesuasfunçõesestánaTabela23-1.Além disso,o orga- nismo é protegidodosmicrorganismospor barreirasfísicas (pele),bemcomoporproteínas,comoo complementoque circulano sangueepodeseligara microrganismosparapro- movera fagocitosee a lisedosmesmos. Quando um microrganismopenetraasbarreirasfísicas de umanimal,há dois tiposgeraisde respostapelascélulas 345 346 PARTE V: MECANISMOS FISIOPATOLÓGICOS (/) eu "O ~ 600 (]) Q. ::> () ~ ~400 'c <o "8 -8 200 O Qj E .::> Z o Suscetíveis Resistentes o... '''''''0. ,0' '0o TTlTI H o 6 12 24 48 96 Tempoapósa inoculação(h) FIGURA 23-1.Exemplo de mecanismosde defesauterinos.Os dadosaqui mostrados,que representamo número de bactérias recuperadasdo úterode éguasapósa inoculaçãointra-uterinade Streptococcusl3-hemolítico, ilustram a eficiência do útero em removerbactériasem éguasque possuemfunção imunológica uterinaeficaz(vera linhadenominadaresistente).No entanto,os mecanismos uterinos de defesa imunológica podem estar comprometidos,demodoqueo tratoreprodutivosetorneincapaz deselivrardemicrorganismos,o queresulraeminfecção.Compare o númerodebactériasdeéguasdiagnosticadascomoclinicamente suscetíveisà endometrite com aquelas diagnosticadascomo resistentesà endometrite.(RetiradodeWilliamson P,PenhaleJW, Munyua S, Murray J. The acutereactionof the mare'suterusto bacterial infection. Proc 10th Int Congr Anim Reprod AI Champaign-Urbana,1984;3:477.) 2400 do sistemaimune.Respostasmediadaspelo sistemaimune inato ocorremrapidamente,masnão proporcionamqual- queradaptaçãoa longoprazoquemelhorea efetividadedas respostasimunesa exposiçõessubseqüentesa microrganis- mos.As célulasqueparticipamderespostasimunesadquiri- das freqüentementelevam mais tempo para exercersuas funções,mas as respostassão específicaspara moléculas estranhasindividuais(antígeno)e resultamemumprocesso denominadomemóriaimunológica,demodoqueumaexpo- siçãosubseqüenteao mesmoantígenoirá desencadearuma intensarespostaa esseantígeno. SistemaImune Inato As respostasmaisimediatasà invasãodeorganismosestra- nhossãoaquelasmediadasporcélulasfagocitáriasdo sistema imuneinato.Macrófagose neutrófilosenglobampartículas estranhase,então,matamo organismo.Esseprocesso,denomi-nadofagocitose,podeserestimuladoporoutroscomponentes dosistemaimune.Porexemplo,osfagócitospossuemrecepto- resparaanticorpos(produzidosporlinfócitosB) ecomplemen- to (produzidopelo fígado),e reconhecemmaisfacilmente microrganismosrevestidospor essasmoléculas.Além disso, váriasmoléculasregulatóriaschamadascitocinas,produzidas por linfócitosT, podemativarfagócitose tomá-Iosmaisefeti- vos.Umadessascitocinasé o fatordenecrosetumora\. As célulasnaturalkiller (NK) sãoum tipo de linfócito que,aocOI).tráriodeoutrascélulasdessalinhagem,nãopos- suemreceptoresquereconheçamantígenosespecíficos.No entanto,célulasNK matamcélulasque: a) não apresentamproteínaschamadasantígenosdo com- plexo de histocompatibilidadeprincipal (MHC) de classeI na suasuperfície,ou b) possuemMH C classeI, massemopeptídeoquegeralmen- teestápresenteemassociaçãocomaproteínaMHC. o tipomaiscomumdecélulacomumadessascondições é aquelainfectadaporvírus.Tal comoemfagócitos,a ativi- dadede célulasNK podeser aumentadapor determinadas citocinas provenientesde outros linfócitos. Uma dessas moléculasé o interferon--y.Além disso,célulasNK possuem receptoresde imunoglobulinase têmatividadeaumentada TIPO CELULAR FUNÇÃO PRINCIPAL Fagócitos Macrófago Céluladendrítica Neutrófilo Fagocitose,apresentaçãode antígenos Endocitosee fagocitose,apresentaçãodeantígenos Fagocitose Linfócitos Linfócito B Linfócito T auxiliarT H1 Linfócito T auxiliarT H2 Linfócito T citotóxico Linfócito T gama-delta('Yo)a Secreçãodeanticorpos,apresentaçãodeantígenos Secreçãodecitocinasqueestimulammacrófagose célulasT citotóxicas Secreçãode citocinasqueestimulamcélulasB e respostasdeanticorpos Lise decélulas-alvo Lise decélulas-alvo,secreçãodecitocinase fatoresdecrescimento a O receptorde célulaT é do tipo 'I o; outroslinfócitosT possuemo tipo alfa-betaaj3. paradestruircélulasquepossuamanticorposemsuassuperfí- ciescelulares.Ainda nãoexisteumaevidênciaclaradequeas célulasNK existamemruminantes,comoovinosebovinos. Além doscomponentescelulares,o sistemaimuneinato tambémpossuiproteínas,tais como o complemento,que promovea fagocitosee a lisede microrganismos,e a lacto- ferrina,quepodeinibir o crescimentobacteriano. SistemaImuneAdquirido Os dois principaistipos de célulasdo sistemaimune adquiridosãoos linfócitosB e T. CélulasB receberamesse nomeporque,emgalinhas,elassediferenciamemumórgão chamadoBursadeFabricius.Em mamíferos,elassãoderiva- dasdamedulaóssea.Os linfócitosT tambémsãoformadosa partirdeprecursoresna medulaóssea,massofremumperío- do de diferenciaçãono timo antesde se espalharempor váriostecidoslinfóides.Tanto ascélulasB comoasT pos- suemreceptores,em suassuperfícies,específicospara um antígenoemparticular.ParacélulasB, o receptordeantíge- nos é umamoléculade imunoglobulina;paracélulasT, o receptoréumaproteínachamadareceptordecélulaT. Dois tiposdecélulasT podemseridentificados.Algumascélulas T possuemumreceptorformadoporumasubunidadealfae beta.Essascélulas,chamadascélulasa[3T,predominamem órgãoslinfóides,tais comoo baçoe o linfonodo,e sãoas principaiscélulasdo sangue.Outros linfócitospossuemum receptordecélulaT formadopelassubunidadesgamaedelta. Essascélulas)'oT sãonumerosasemepitélios,comoa pelee o revestimentodostratosintestinale reprodutivo. Uma característicafundamentaldoslinfócitoséacapaci- dadeparadesenvolverumamemóriaimunológica.Quando umlinfócitoreconheceumantígenoespecíficoparaseurecep- tor,elepassaporumprocessochamadoativação,peloquala célulaseprolifera.Algumasdessascélulas-filhasdiferenciam- se em célulasefetoras,que executamváriasatividade,tais comoaproduçãodeanticorposea lisedecélulas-alvo.Outras células,noentanto,tornam-secélulasdememória,queperma- necemno animalpor longosperíodosdetempo.A exposição do animala umasegundaexposiçãoao antígenoresultaem umarespostaimuneexacerbadaporqueo númerode células específicasparaaqueleantígeno(ouseja,acéluladememória) aumentou.Essefenômenoé abasedavacinação. ReconhecimentodeAntígenospor LinfócitosT Uma propriedadedoslinfócitosT équeosreceptoresde célulasT podemreconhecerapenasantígenosexpressosna superfíciede umacélulaem associaçãoa umaproteínado complexodehistocompatibilidadeprincipal.Assim,muitos linfócitosT nãopodemreconhecerantígenosporsipróprios, necessitandodaschamadascélulasapresentadorasdeantíge- nos, capazesde processarproteínasestranhasde maneiraa situaro antígenoprocessadoemumaproteínado MHC. As célulasquepodemfuncionarcomo célulasapresentadoras deantígenosincluemmacrófagos,célulasdendríticas(fagó- citos e célulasendocíticaslocalizadasem vários tecidos), linfócitosB e determinadascélulasepiteliais,provavelmen- te o epitéliodo úteroe davagina(2). CAPÍTULO 23: IMUNOLOGIA DA REPRODUÇÃO 347 Célulasprocessadorasdeantígenosprocessamantígenos deumaouduasmaneiras.Antígenosfagocitadosporcélulas apresentadorasde antígenos(ou seja,bactériase protozoá- rios)sãolocalizadosemumaformadeMHC chamadaMHC de classe11.Apenas uma classede célulasT, ascélulasT CD4, podemreconhecerantígenosligadosa MHC declas- se lI. Antígenos provenientesde patógenosintracelulares (víruse bactériasintracelulares)sãoprocessadosparaserem ligadosa MHC declasseI. ApenasumaclassedecélulasT, denominadasCD8, reconhecemessesantígenos. Devidoaofatodeo principalpapeldasproteínasMHC serapresentarantígenosàscélulasT, essasproteínasforam originariamentedescritascombaseno seupapeldefornecer respostasde rejeiçãoa tecidos.São os antígenosdo MHC queprovocama forterespostade rejeiçãoemumhospedei- ro quandoumtecidoestranho,tal comoumrim oufígado,é transplantado.Isso aconteceporqueproteínasMHC con- têmpeptídeosprópriosde doadoresestranhos,queprovo- camumarespostaimuneno hospedeiro,e tambemporque pequenasdiferençasgenéticasna estruturada molécula MHC sãosuficientesparaestaserreconhecidacomoestra- nh~pelohospedeiro. PapeldosLinfócitosT As açõesdoslinfócitosT sãocoletivamentechamadas de imunidadecelular mediada.Essetermosurgiuporquea transferênciada imunidadedependentede linfócitosT de um animal imunizadopara um não-imunizadorequera transferênciadasprópriascélulasT. Existemduasclassesde linfócitosT. A primeiraé a dascélulasT citotóxicas.Esses linfócitos, que são linfócitos T CD8, matam as células expressandoantígenosreconhecidospelosreceptoresde lin- fócitosT. A liseéprovocadapelasecreçãodeproteínastóxi- cascomoperforinaegranzimas.LinfócitosCD8 sãoativados peloantígenoqueseligaa antígenosMHC classeI, ouseja, antígenosintracelulares,como vírus. Assim, as célulasT citotóxicasmatamcélulasquecontêmantígenosintracelu- larese quenão seriamencontradaspor anticorposou fago- citadaspormacrófagoseneutrófilos.A segundaclassedelin- fócitos,ascélulasT auxiliares,regulamaatividadedeoutros linfócitos,providenciandoumaajudaemformadesecreção deváriascitocinas.Essaatividadeé exercidaprimariamente por célulasT CD4 (aquelasque reconhecemantígenos extracelulares).Em roedores,existempelomenosdoistipos decélulasT auxiliares.A célulaT H1 possuifunçãona imu- nidade celular remota. Células THl produzemcitocinas como o interferon-)', que preferencialmenteestimulaa mortedebactériaspor macrófagos;linfotoxina,queestimu- la neutrófilos;e interleucina-2,quepromoveo crescimento de célulasT citotóxicas.A célulaTH2promoveprimaria- mentea imunidadedependentede anticorpos.A citocina característicaproduzidapor célulasT H2é a interleucina-4, queestimulalinfócitosB a produziranticorpos. Muito doqueé conhecidoa respeitodecélulasT surgiu a partirde estudosdascélulasquecontêmreceptoresa[3T. O papeldecélulas)'oT ébemmenosestudado.Algumassub populaçõesdecélulas)'oT estãoenvolvidasna regulaçãoda 348 PARTE V: MECANISMOS FISIOPATOLÓGICOS função de outras células que participam dasrespostasimunes inatas e adquiridas (3). Outras células )'oT podem matar células-alvo de uma maneira reminescente das células NK. Algumas células )'oT podem exercer uma função relativa- mentenovaparaos linfócitos- apromoçãodaproliferaçãode células epiteliais (4). LinfócítosB A imunidade mediada por linfócitos B é referida como imunidade humoral porque a transferência da imunidade de um animal a outro pode ser conseguida com a transferência do plasmaou soro sangüíneo. Células B inibem o crescimen- to microbiano pela secreçãode proteínas solúveis, chamadas anticorpos, que circulam no sangue e estão presentes em fluidos extracelulares. Anticorpos exercem uma variedade de ações que inibem o crescimento microbiano. Algumas células Bativadas secretamanticorpos e são chamadasplas- mócitos.Outrasnão secretamanticorpos,maspersistemno animal por mesesou anos.Assim,a exposiçãosubseqüente ao mesmo antígeno pode resultar em uma resposta imune exacerbada. Estruturalmente,os anticorpossão membrosde uma família de proteínaschamadasimunoglobulinas.Cada imu- noglobulina é formada por quatro subunidades protéicas separadas(duascadeiaspesadase duas cadeias leves), orga- nizadasparadaràmoléculadoissítiosparaa ligação de antí- genos e um sítio, chamado porção Fc, envolvido na ligação a célulasespecíficase ao complemento(Fig. 23-2).Existem váriostiposdemoléculasde imunoglobulinas secretadaspor células B, incluindo IgG, IgM, IgA, IgD e IgE. Cada célula B ativada secretaapenasumtipode imunoglobulinaespecí- fico paracada antígeno.A imunoglobulinamaiscomumno sangueé a IgG. Outra moléculade imunoglobulinadepar- ticular interesse para o trato reprodutivo é a IgA, que é o principal anticorpo em várias mucosas, como os tratos gas- trointestinal e reprodutivo. A imunoglobulina A existe como duas moléculas de anticorpo separadase unidas por uma proteína pequena denominada cadeia J. Além disso, a IgA secretada ao longo do epitélio contém uma proteína adicional chamada componente secretório, que é adiciona- da à medidaquea IgA atravessa as células epiteliais na sua passagemem direção à superfíciedamucosa. A ligação do anticorpo a um microrganismo pode resultar em várias açõesque levam à eliminação do micror- ganismo. Para vários microrganismos, o sucessoda coloni- zaçãode um hospedeiro requera sua ligação às membranas celulares do hospedeiro.Isso pode se tornar mais difícil quando a bactéria está revestida por anticorpos. Além disso,a porçãoFc da IgG e da IgA pode ser ligada por receptores específicosem macrófagose neutrófilos, de modo queo graude fagocitosepodeseracentuadoquando a bactéria se apresenta revestida por anticorpos. Proteínas do sistemacomplemento, também, podem se ligar à porção Fc da IgG e conduzir à lise mediada por complemento da célula microbiana. As células infectadas por vírus ou bac- térias podem ser destruídas em um processo chamado cito- toxicidadecelular dependentede anticorpos, que ocorre ~~~ ~~~ u-cT)~ IgA IgG ~ C . ~ ' l' cad~~L~. ~ ~6t~~ J~ \%~~ ggVu ír: ..."> ~~~~~:aoJ;>-Y2}AV'j'- antlgeno! i Fc FIGURA 23-2. Representaçãoesquemáticadasesttuturasda IgG, IgA e IgM. Cada imunoglobulinaé formadaporduasmoléculasde cadeiapesacàae duasmoléculasde cadeialeve, unidaspor pontes de dissulfeto (indicaJ.aspor linhastracejadas).As alças,em cada cadeia, são formadaspor pontes de dissulfetointramoleculares. Existem dois sítios de anticorpos para cada monômero de imunoglobulina.A porçãoFc daproteínaé responsávelpelaligação ao complemento e aos receptores de imunoglobulinas em neutrófilos,macrófagose outrascélulas.A IgG é secretadacomo monômero,enquantoa IgA é um dímeroe a IgM existecomoum pentâmero. As formas multiméricas das imunoglobulinassão mantidasjuntasporumaproteínadenominadacadeia].Além disso, algA secretadaaolongodassuperfíciesepiteliais(não representada aqui) contémoutraproteínachamadade componentesecretório. (Adaptadode Abbas AK, Lichtman AH, Pober]S. Cellular and Molecularlmmunology,3rded.Philadelphia:WB Saunders,1997.) quando células NK ou eosinófilos liberam grânulos tóxicos sobreos seusreceptoresde superfícies Fc em anticorpos ligados a células infectadas.Receptoresparaa porção Fc das imunoglobulinas tambémexistemem célulasT e B, e isso provê a regulação adicional da função de linfócitospor partículasligadasa anticorpos. SítiosAnatômicosparaasRespostasImunológicas A ativação da resposta imunológica pode ocorrer em vários níveis no corpo, incluindo o sítio de entradados microrganismos(pele,pulmões,etc.).Antígenosqueaden- tramacorrentesangüíneaconcentram-seno baço,ondeas respostas das células T e B podem ser iniciadas. Similarmente,outro sistemacirculatório,o sistemalinfáti- co, drenao fluidoextracelulardostecidos.O antígenocole- tado nos vasoslinfáticosé capturadonos linfonodos,que tambémcontêmcélulasT e B. As célulasT efetorase de memóriaativadasdeixamo baçoe os linfonodos,circulam pelocorpoe retornamespecificamenteaossítiosdeentrada do antígeno.Células B tambémpodemestarpresentesem órgãosperiféricos,particularmentenasmucosas,taiscomo ostratosintestinale reprodutivo.No entanto,muitascélu- lasativadaspermanecemno baçoe nos linfonodos,talvez porqueasaçõesdascélulasB sejamdependentesdeanticor- posquecirculamno sangue. COMPONENTES DO SISTEMA IMUNE NO TRATO REPRODUTIVO ConsideraçõesAnatômicas A vaginaestáem contatocomo ar externoe por isso é umaporta de entradade microrganismosao organismo. A vulvae o músculoesfínctervulvar limitam a entradade microrganismosna vagina,enquantoo músculoesfíncter vestibularreduzo movimentomicrobianona porçãoante- rior da vagina. A microflora residenteestá tipicamente presentena vaginaa níveisquenão levama problemasclí- nicos.A cérvix é a principal barreirafísicaao movimento progressivode microrganismosparadentrodo tratorepro- dutivo.A funçãoda cérvix é mediadaempartepelassuas própriassecreções,que formam um tampão espessono lúmencervicaldurantea gestação.As secreçõescervicais tambémcontêmmoléculas,comoa lactoferrina,queinibe o crescimentobacteriano. Além da barreirafísica conferidapelacérvix, o trato reprodutivocontémmacrófagos,linfócitosT e B, neutrófi- lose outrascélulasqueparticipamna manutençãodo trato reprodutivoem um estadode esterilidade.Além disso,o trato reprodutivoé drenadopelo sistemalinfático. Vasos linfáticosquedrenamo úterose juntam a vasossimilares do ovário,de modoqueasconcentraçõesdeprogesterona na linfa uterovarianado lado ipsilateralao de um ovário com um corpo lúteo funcional podemser de 10 a 1.000 vezesmaioresque asconcentraçõesno sangueda jugular (5). Os principais linfonodosquefiltram a linfa derivada do tratoreprodutivosãoo linfonodo medialilíaco e o lin- fonodo lombo-aórtico (Fig. 23-3). Eles tambémcoletam linfa deoutrosórgãose tecidosnasáreasabdominale pél- vica. SistemaImuneInato Quandoosantígenosestãolocalizadosno tratoreprodu- tivo, a remoçãoinicial é executadapor célulasfagocitárias dosistemaimuneinato.Macrófagosecélulassemelhantesàs dendríticas estão localizadas no trato reprodutivo. Normalmentehápoucosneutrófilosno tratoreprodutivona ausênciade infecção,apesardequeemmarrãs,essascélulas podemser vistasna basedo epitélio endometrialuterino revestindoo útero, especialmentepróximo ao cio (6). A infecçãomicrobiana,adeposiçãodesêmenououtroestímu- lo inflamatóriocausama liberaçãodemoléculasquimiotáti- cas,queestimulama movimentaçãodeneutrófilosdo san- gueemdireçãoao lúmendo útero.Por exemplo,o número de neutrófilosrecuperadosdo lúmen uterinode vacasque receberamumainfusãointra-uterinadeglicogêniodeostra, umestimuladordorecrutamentodeneutrófilos,variade108 a 109células;essenúmeroé deapenas105célulasemvacas quenão receberamglicogêniodeostra(7). CAPÍTULO 23: IMUNOLOGIA DA REPRODUÇÃO 349 Oviduto Ováriocom corpolúteo linfático"" !ovariano Cérvix Pedículo útero-ovariano Artéria uterina linfonodo medialilíaco FIGURA 23-3. Drenagemlinfáticado tratoreprodutivodaovelha. Note queos vasoslinfáticos quedrenamo úterose juntam com vasossimilaresdo ovário. Os principais linfonodosderivadosdo tratoreprodutivo,quefiltrama linfa, sãoo linfonodomedialilíacoe o linfonodo lombo-aórtico.Eles tambémcoletam a linfa de outrosórgãose tecidosdasáreasabdominale pélvica.(StaplesLD, Fleet IR, Heap RB. Anatomy of the utero-ovarianlymphatic networkand the compositionof afferentlymphin relationto the establishmentof pregnancyin thesheepandgoat.J ReprodFertil 1982;64:409-420.) Opsoninas(dogregoopsonein=prepararalimento)são moléculasquese ligama partículasde antígenose aumen- tama afinidadedefagócitospeloantígeno.Por exemplo,o sorocontémo complementoC3b, quecausaaopsonização pormeioda ligaçãoamicrorganismos;neutrófilose macró- fagos possuemreceptorespara C3b em suas superfícies celulares.Pareceexistirpoucocomplementoativono flui- do uterino, pelo menosem éguas,mas imunoglobulinas, quetambémseencontramno fluido uterino,podematuar como opsoninas.A IgG é a principal opsoninano fluido uterino de éguas(8). A estimulaçãoda funçãofagocitária pela adição de soro ao fluido uterino foi recomendada como terapiaparao tratamentode infecçõesuterinasem éguas,apesardenemtodososestudosterematingidoresul- tadospositivos(9). A infecçãomicrobianatambémé associadacominfla- maçãoacompanhadapor vasodilatação,aumentoda per- meabilidadevascular,movimentode proteínasséricasem direçãoao lúmen uterino e produçãode descargauterina. Essesefeitospodemsermediadospormastócitos,basófilos e eosinófilos,que liberammoléculasvasoativasmediante 350 PARTE V: MECANISMOS FISIOPATOLÓGICOS ativação.Durantea infecçãouterina, a eliminaçãofísica de microrganismospor meio do movimento de fluidos inflamatóriosao longo da cérvix e vulva pode ser um importantemecanismoparaareduçãodaprobabilidadede infecção. De fato, algumaséguasmuito suscetíveisao desenvolvimentodeendometritepossuemumacapacidade reduzidade eliminação física (10). O trato reprodutivo tambémsecretaproteínasenvolvidasna limitaçãodo cres- cimentobacteriano.Essasincluema lisozima,identificada no úterode porcas,e a lactoferrina,encontradano fluido uterinodevacas. Linfócitos A localizaçãodoslinfócitosT no úterovariadeacordo coma espécie.Emvacas(11) e ovelhas(12, 13),ascélulas CD4 estãolimitadasao estromae não sãomuitoabundan- tes.Em contraste,linfócitosCD8 estãolocalizadosprinci- palmenteno epitélio,ou no estromaimediatamenteadja- centeao epitélio.Muitas célulasCD8 do úterode ovelhas possuemmarcadoresdesuperfíciecelular,o queindica que elassãocélulassimplese não célulasde memóriaformadas como resultadode uma exposiçãoprévia ao antígeno. Cercade umterçodascélulasCD8 do epitélio luminaldo útero de ovelhasnão-gestantessão células)'oT (13). Na marrã,tantocélulasCD4 comoCD8 estãolocalizadasprin- cipalmenteno epitélioou no estromaimediatamenteadja- cente(6), enquantonaégua,elasestãolocalizadasno estro- ma (14). O númerode célulasT provavelmenteaumenta em respostaa um desafiomicrobiano,umavezque éguas que apresentamendometritepossuemaltos númerosde célulasT endometriais,freqüentementepresentesnaforma degrandesagregados(14). CélulasB estãopresentesno tratoreprodutivono estro- maendometrial,freqüentementeassociadasdemaneirabas- tantepróximaao epitélio glandularou luminal. Algumas vezes,nóduloslinfóidespodemserobservadosno estromada vaginae no útero.Essasestruturassãogruposcircularesde célulaslinfóidesquecontêmgrandenúmerode linfócitosB e plasmócitos.A imunoglobulinapredominanteproduzida por plasmócitosvaria com a espéciee a regiãodo trato reprodutivo.Comoostecidosdosistemaimunedemucosas, ascélulasprodutorasde IgA sãoo tipo principal,mascélu- las produtorasde IgG e IgM tambémestão presentes. Dependendoda espéciee do tipo específicode tecido,as célulasprodutorasde IgG podemsobrepujarasprodutoras de IgA (Tab.23-2). A imunizaçãocom o antígeno localizado no trato reprodutivopode levar à produçãode anticorpos nesse local e conferir algumaproteção a agentesinfecciosos específicos(15). Em adiçãoà secreçãolocal de imunoglo- bulinaspor plasmócitos,ocorrea exsudaçãode anticorpos circulantesdo sangueparadentrodo lúmendo tratorepro- dutivo. Em resultado,a principal classede imunoglobuli- nasnassecreçõesdo tratoreprodutivoé a IgG. Também,a imunizaçãosistêmicapodelevarao aparecimentode anti- corposdentrodo trato reprodutivoe à proteçãocontra o estabelecimentoda infecção(16). REGULAÇÃO DA FUNÇÃO IMUNE CELULAR NO TRATO REPRODUTIVO Alteraçõesno estadofisiológicoresultamem diferentes demandasdas defesasimunológicasdo trato reprodutivo. Duranteo cio, o processodeacasalamentolevaà introdução demicrorganismosparadentrodotratoreprodutivo,eacérvix encontra-seabertapara permitiro transportedo esperma. Assim, existeuma necessidadeespecialduranteessaépoca paraeliminareficientementeosmicrorganismosqueadentram o tratoreprodutivo.Além disso,o grandenúmerodeesper- matozóidespresentesno tratoapóso acasalamentodeveser eliminadode maneiraque não conduzaa uma imunidade permanenteda fêmeacontraessascélulas.O acasalamento bem-sucedidoé seguidopelocrescimentodoconceptodentro do tratoreprodutivo,sendoele,por si só, já geneticamente estranhoà mãe.Alteraçõesna funçãoimunematernae na antigenicidadedaplacentasãonecessári~sparaevitarqueesse organismosejarejeitadoimunologicamentepelamãe.Durante e apóso parto,o tratoreprodutivofica novamentesujeitoa insultosbacteriológicosmassivos,e o restabelecimentodeum úteroestérilé um dosrequerimentosparaqueumagestação sejarestabelecidano períodopós-partosubseqüente.A rede imuneno tratoreprodutivoe os linfonodosassociadossão capazesde seajustaràsdiferençasrequeridas,poisascélulas linfóidesno tratoreprodutivosãoreguladaspor hormônios esteroidaisovarianos,moléculasreguladorasno plasmasemi- nal e fatoresproduzidoslocalmentepelo tratoreprodutivoe peloconcepto. RegulaçãodeHormôniosEsteroidais Os principaishormôniosqueregulamafunçãodo siste- maimuneno tratoreprodutivosãoo 1713-estradiole a pro- gesterona.Fêmeasovariectomizadas,nasquaisasconcentra- ESTÁGIODO CICLO TECIDO ESTRAL IgG IgA IgM Oviduto Cio 25 33 9 Diestro 3 3 1 Endométrio Cio 181 79,5 40 Diestro 19 7 2 Cérvix Cio 87 212 30 Diestro 21 48 3 Vagina Cio 56 187 35 Diestro 18 59 7 DadosdeHusseinAM, NewbyTJ, BourneFJ. Immunohistochemicalstudiesof the local immunesystemin the reproductivetractof the sow.J ReprodImmunol1983;5:1.15. çõesde hormôniosesteroidaissãobaixas,com freqüência podemeliminarprontamentebactériasintroduzidasartifi- cialmenteno interiordoútero(Tab.23-3).O 1713-estradiol podefacilitara eliminaçãode microrganismosenquantoo tratamentocom a progesteronafreqüentementeleva ao estabelecimentode infecçãouterina(Tab.23-3). As ações dos hormônios esteroidais em bactérias podemserdevidasemparteaosefeitosna eliminaçãofísi- ca de microrganismospor meio das descargasdo fluido inflamatóriovia cérvixe vagina(17). A maioreliminação físicaduranteo cio podesedarem conseqüênciaa altera- ções no tônus cervical. Além disso, o estrógenopode aumentara migraçãodecélulasquepromovema inflama- çãodo tratoreprodutivo.Uma dessascélulas,o eosinófilo, acumula-seno tratoreprodutivo(especialmenteno ovidu- to) duranteo cio, pelo menosna vaca (18). A porosidade vascular,determinadapela migraçãodo corante azul de Tripando sangueparadentrodoútero,foi aumentadapelo estradiolemovelhas(19). A produçãolocaldeanticorpostambéméreguladapor esteróidesovarianosem algumasespécies.Por exemplo,o número de plasmócitosno trato reprodutivo da porca aumentaduranteo cio (Tab.23-2).Na égua,asconcentra- çõesde IgA no fluido uterino (mas não de IgG) foram reportadascomosendomaioresduranteo cio, quedurante a faseluteínica (20). Hormôniosesteroidaispodemregularafunçãodosneu- trófilosnoútero- oefeitodependedaespécieedanatureza do agenteusadoparaatrairos neutrófilosatéo útero.Em vacas,porexemplo,o númerode leucócitosqueinvadiram o úteroapósa injeção intra-uterinade Escherichiacali foi maiorduranteo cio (21),masnenhumadiferençanamigra- çãodeneutrófilosfoi observadaemconseqüênciaaoestágio dociclo ou tratamentoesteroidalemoutroestudoemqueo glicogêniode
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