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330 a 355 - HAFEZ & HAFEZ

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330 PARTE V: MECANISMOS FISIOPATOLÓGICOS
dearte".É previsívelqueosprocedimentossejammodifica-
dose enriquecidosao longodo aparecimentodenovastec-
nologias.Dessaforma,existemváriasrealizaçõesqueenri-
queceriamaprodutividadeexperimental.Tecnologiasainda
não desenvolvidasdeverão centralizar-senas seguintes
áreas:
a) DesenvolvimentodesistemasdeentregadeDNA alter-
nativos(ex.,transferênciagênicamediadapor liposso-
mo,técnicascomcélulassomáticasalvo).
b) Identificaçãodecondiçõesótimasparaumdadoproce-
dimentode transferênciagênicae de raçasmaisapro-
priadasparaastecnologiasespecíficas.
c) Mapeamentocompletodogenomaanimale identifica-
çãodegeneshumanoshomólogos.
d) Estabelecimentodeumaculturadegermoplasmaeficien-
teedesistemasdepreservação(dapreservaçãodetecidos
gonadaisàculturaecriopreservaçãodegametas).
e) Desenvolvimentode meiosquereduzamo númerode
animaise de embriõesnecessários(ex.,usode amplifi-
caçãopor PCR de um DNA blastomérico,análisepor
tiposcelularesativadosfluorescentemente- FACS- e
trocadegermoplasmageneticamentemodificado).
Consideraçõesbásicaspara manipulaçõesgenéticase
transferênciagênicanão estãolimitadasao gerenciamento
animal (incluindomanipulaçõescirúrgicase manuseiodo
embrião),tambémexigemhabilidadeemcultivoscelularese
detecidosetécnicasdebiologiamolecular.Paramuitasespé-
cies,asconsideraçõesagropecuáriassãomuitas,objetivandoo
bom desenvolvimentodos animaise o gerenciamentodo
manejopararequisiçõesespecíficasdas fêmeas(ex., ciclo
estralcontrolado/sincronizado)edosmachos(análiseequan-
tificaçãodeesperma).A coletadeembriõese o traumaasso-
ciadoa muitosfatoresde manipulaçãosãosignificativos.O
refinamentodetécnicasnão-cirúrgicasparaa coletae trans-
ferênciado embriãoultrapassariaas grandesnecessidades
financeirase laboratoriaisparamantera continuidadedos
programasdeanimaisdomésticostransgênicos.Mais impor-
tanteaindaé o fato de que poucosanimaisexperimentais
seriamnecessáriosparamanipulaçõescirúrgicassignificantes.
Por último,e igualmenteimportanteparao projetoexperi-
mental,estãoasconsideraçõeséticaseasnecessidadesregula-
dorasassociadasaexperimentosdeengenhariagenética.
DireçõesFuturas
Avançosrecentesna transferêncianuclearpodemser
umaótimaalternativaparao desenvolvimentodetecnolo-
giadecélulasTE pluripotentes- esforçosquesetornaramo
"SantoGraal"dosgeneticistasebiotecnologistasdeanimais
domésticos.Porém,devidoà complexidadedo genomados
mamíferos,a determinaçãodos genesapropriadosparase
trabalhare transferiraindapermanececrítica.Quais sãoos
melhoresalvosgenéticosnasdiferentesespéciese comoas
manipulaçõesdos genes-alvoinfluenciamno desenvolvi-
mentodosmamíferos?Seo polimorfismogenético(indicati-
vo degenesrelacionadosquecodificamdiferentesisoformas
de proteínas)ou pseudogenesestãopresentes,os esforços
para atingir o alvo podemtornar-sedemoradose árduos.
Paraa boa caracterizaçãodosgenomas,a identificaçãodas
variantesgenéticasdasespéciespodepromoverumrelance
de esforçonecessárioparadesenvolverem outrasespécies.
Espera-seque com esforçosfreqüentesfocadosem vários
genomasdemamíferos,dadosacumuladossemostreminfor-
inativose adaptáveisparadiferentesespécies,já quegrupos
de ligaçãoconservadossãomaisprováveise exploráveis.
Tem-seaprendidomuitosobrediversosprocessosfisio-
lógicos em animais domésticostransgênicoscriados até
agora.Mesmo que uma "melhor produçãoanimal" ainda
não tenhaalcançadoo mercado,os estudospioneirosnão
foram infrutíferos.Diversosanimaistransgênicosconferi-
ram discernimentosde longo alcancena redefiniçãode
muitosprocessosreguladoresededesenvolvimentoprevia-
mente ignorados nas espéciesde animais domésticos.
Enquanto estudosda expressãodo transgeneem animais
domésticosnem semprepossamser correlacionadoscom
exatidão,autilidadedemodelostransgênicosparaadesco-
bertacientíficanão podesersuperestimada.O usodepro-
cedimentosde transferêncianuclear ou de metodologias
relacionadaspara conferir manipulaçãogenéticain vivo
eficientee direcionadaofereceosprospectosdecriaçãode
modelosanimaisgrandementeúteis para aplicaçõeszoo-
técnicase biomédicas.No entanto,o caminho paraesses
sucessoscontinuarásendoárduo,mas,ao mesmotempo,
representaumexcitantedesafioparaoscientistasenvolvi-
doscomanimaisno séculoXXI.
r
I
I
i
REFERÊNCIAS
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333-337.
2. Gurdon)B.Eggcytoplasmandgenecontraiin development.
PracR SocLondonB 1977;198:211-247.
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lationofglobinmessengerRNA bythemouseovum.Nature
1980;283:499-501.
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Handbook.SanDiego:AcademicPress,1994.
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Science.Washington,DC: AmericanSocietyforMicrabiol-
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Amsterdam:HarwoodAcademicPublishers,1997.
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10. PinkertCA, Murray)D.Transgenicfarmanimais.In:Murray
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TransgenicAnimaIsin Agriculture.Wallingford,UK: CAB
Intemational,1998.
11. CappechiMR.Alteringthegenomebyhomologousrecombi-
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12. Wood SA, Allen ND, Rossant],AuerbachA, NagyA. Non-
injectionmethodsfor theproductionof embryonicstemcell-
embryochimaeras.Nature 1993;365:87-89.
13. BrinsterRL, AvarbockMR. Germline transnÚssionof donar
haplotypefollowing spermatogonialtransplantation.PNAS
1994;91:11303-11307.
14. Wilmut I, SchniekeAE, McWhir], Kind A], CampbellKH.
Viableoffspringderivedfromfetalandadultmammaliancells.
Nature 1997;385:810-813.
15. Purse\VG, RexroadCE]r. Statusof researehwith transgenie
farmanimaIs.] Anim Sei 1993;71(Suppl.3):10-19.
16. PalmiterRD, BrinsterL, HammerRE, etaI. Dramaticgrowth
of mieethat developfrom eggsmieroinjeetedwith metallo-
thionein-growth hormone fusion genes.Nature 1982;300:
611-615.
17. RexroadCE ]r, Hawk HW. Produetionof transgeniemmi-
nants. In: Pinkert CA, ed. TransgenieAnimal Teehnology:
A Laboratory Handbook. San Diego: Academic Press,
1994;339-355.
CAPÍTULO 21: ENGENHARIA GENÉTICA EM ANIMAIS DOMÉSTICOS 331
SUGESTÕES PARA LEITURA
BrinsterRL Stemcellsandtransgeniemieein thestudyofdeve\op-
ment. Intl] Deve\ Biol 1993;3:89-99.
MatsuiY, ZseboK, HoganBL Derivationof pluripotentialembry-
onic stemeellsfrom murineprimordialgermeellsin culture.
Cell 1992;70:841-847.
Pinkert CA. The history and theoryof transgenicanimais.Lab
Anim 1997;26:29-34.
PinkcrtCA. T ransgenieAnimal Teehnology:A LaboraroryHand-
book. San Diego:AeademicPress,1994.
HoudebineLM. TransgenicAnimais: GenerationandUse. Am-
sterdam:HarwoodAcademic Publishers,1997.
CAPÍTULO22
FatoresFarmacotoxicológicos
Reprodução
A. E. ARCHIBONG E S. E. ABDELGADIR
Na criaçãoanimal,o manejodevepossibilitarumótimo
desempenhoreprodutivoe, conseqüentemente,o máximo
retomoeconômicoparaque,como qualqueroutro tipo de
indústria,sobrevivana economiaatual.Na pecuáriabovinae
supostamenteemoutrostiposdecriaçãoanimal,temsidosuge-
ridoqueos principaisfatoreseconômicos,em umaescalado
maiorparaomenor(sendo10o escoremaisalto),são:reprodu-
ção,10;pesodoanimalaocompletaro primeiroanodevida,3j
qualidadedacarcaça,1.A legitimidadedessesvalorespodeser
debatida,entretanto,senãohouverreprodução,outrosvalores
nãotêmsignificado(l)j assim,aeficiênciareprodutivaéumdos
maisimportantesfatoreseconômicosnaproduçãoanimal.Essa
seçãodiscutiráosefeitosfarmacotoxicológicosdesubstânciasna
reproduçãodeanimaisdomésticos.Nessemomento,é impor-
tantediferenciarostermos"toxinas"e"toxicantes".Toxinassãosubstânciastóxicasprovenientesde plantasou de animais,
enquantotoxicantessãosubstânciastóxicas,quepodemounão
serorigináriasdeplantasou animais.Em resumo,toxinassão
toxicantes,mastoxicantesnãosãonecessariamentetoxinas.
PLANTAS QUE AFETAM A
REPRODUÇÃO MASCULINA
Certasplantasproduzemtoxinas/toxicantesqueprejudicam
areproduçãodeovinose,supostamente,deoutrasespéciesani-
maisdepastoreio(Tab.22-1).A toxinasuainsonina,contidana
locoweed*(Astragallussppe Oxitropisspp),inibediretamentea
síntesee a liberaçãodetestosterona,emcarneiros,comoverifi-
cadopeloaumentodoLH sistêmico(2).A inibiçãodatestoste-
ronapoderetardarapuberdadeemanimaisjovensediminuira
libidoemanimaisadultos.Além disso,areduçãodetestostero-
nasistêmicatemimpactona espermatogêneseena maturação
do espermano epidídimo,manifestadopelabaixacontageme
motilidadeespermáticadeovinostratadoscomlocoweed(3).A
plantaeosprodutosdaplanta,como,porexemplo,o algodãoe
suassementes,produzemgossipol,oquecausaretardonodesen-
volvimentodo testículoe culminano retardodo início da
puberdade(4).Emanimaisadultos,o gossipolcausareduçãona
espermatogênese,o queresulta,subseqüentemente,em queda
nacontagemdeespermatozóides,bemcomonadiminuiçãode
e
suamotilidade.As toxinasdasnakeweed(Gutiemziamicrocepha-
Ia)causamreduçãodopesodostestículos,provavelmentedevi-
doàreduçãodaespermatogênesejporoutrolado,nãosesabese
essastoxinasatuamdiretamentenoepitéliogerminativo,produ-
zindoareduçãodaespermatogênese.Entretanto,épossívelque
aquedanosníveisdetestosterona,provocadapelasuainsonina,
contribuaparaa diminuiçãoda espermatogênese.Enquantoa
suainsoninacausaadegeneraçãotesticular,o gossipole astoxi-
nasdasnakeweedsãoresponsáveispelaproduçãodeformasmor-
fologicamenteanormaisdeespermatozóidesemroedorestrata-
doscomdietascontendotoxinasdasnakeweed(5) ou gossipol
(6).Os espermatozóidescomanormalidadesdecabeçae cauda
penetramcompoucaeficiênciano mucocervical.Sabe-sequea
penetraçãonomucocervical,peloespermatozóide,éaprimeira
garantiadotransportedoespermatozóideemdireçãoaosítiode
fertilização(oviduto).
PLANTAS QUE AFETAM A
REPRODUÇÃO FEMININA
Toxinasdeplantastambémprejudicamaeficiênciarepro-
dutivadefêmeas(Tab.22-2).O início dapuberdadeestácor-
relacionadonegativamentecomataxadecrescimentoequal-
queragentequeretardeo crescimentoiráproduzirumretardo
na manifestaçãoda puberdade:A mimosina,uma toxina
encontradaemleguminosastropicais,comoaLeucenaleucoce-
phala,pode aumentara idadedo início da puberdadeem
fêmeas.Essatoxinainibe a captaçãode iodetopelaglândula
tireóide,produzindoo bócioe reduzindo,conseqüentemente,
asecreçãosistêmicadohormôniotireoidiano,oquediminuio
apetitee a taxade crescimento(7, 8). O gossipoltambém
causaretardono início dapuberdade,poisprovocaanorexia
nosanimaise,por isso,reduzataxadecrescimento(6).
Leguminosasde pastagens,como o trevo vermelho
(Trifoliumprate.nse),o trevosubterrâneo(T. subte.rmneum)e a
soja(Glycinespp),produzemestrógenosdeplantasdenominados
fitoestrógenos.Essasplantaspossuemsubstânciascom certas
similaridadesestruturaiscomo 1713-estradiol,oque,presumivel-
mente,aspermiteminteragircomosreceptoresnuclearespara
estrógenoemórgãos-alvoe,dessamaneira,desencadearmeca-
*Algunsdosnomesvulgaresdasplantasserãomantidoseminglês,já quenãohácorrespondenteemlínguaportuguesa(N. daT.).
333
334 PARTE V: MECANISMOS FISIOPATOLóGICOS
PLANTA
TÓXICA!PRODUTO HÁBITAT TOXINA
Locoweeds
OxytroPissericea,
Astragalus
lentiginosis,A.
pubentisimisus
Snakeweed
Gutierrezia
microceplwlia,G.
sarothrae
OestedosEUA Suainsonina(alcalóide
indolizidínico)
DesertodeLas
Cruces,NM
Monoterpenose
diterpenos,saponinas
triterpenóides,metil-
ésteresflavonóides
altamenteoxigenados
e alcalóidesaindanão
identificados
GossipolAlgodão/sementede
algodão
Gossypiumspp
SudestedosEUA
nismosemprocessosdependentesdeestrógeno,comono cére-
bro,hipófiseesistemareprodutivodasfêmeas.O contínuopas-
tejardosanimaisemplantasquecontêmfitoestrógenoscausa
umasíndromedenominadaestrogenismo,queresultaemdiver-
sasformasde infertilidade.Assim,comoconseqüências,essas
plantaspodemprovocarreduçãonataxadeovulação,provavel-
mentepelalimitadaliberaçãodeLH, bemcomoreduçãodas
taxasdeconcepçãopelacontínuamanutençãodacontratilida-
deuterinadevidoàpresençadoestrógeno.As toxinaspresentes
na snakeweedtambémcausaminibiçãoda ovulaçãoe, conse-
qüentemente,reduçãonaconcentraçãodeprogesteronacircu-
lante(9,10).Outrosfatoresprovocadospelosfitoestrógenosque
tambémcontribuemparaainfertilidadesãoprolapsoemorfolo-
giaanormaldavagina,ciclosestrogênicositregularesouanestro
total,ninfomaniaacompanhadadeedemadavulva,descarga
contínuade mucocervical,espessamentodo tecidouterino,
cistonoendométrioedesenvolvimentodemamas(11-17).
O gossipole astoxinaspresentesnasnakeweedreduzem
a ovulaçãoe a concentraçãode progesteronacirculante,
provavelmentedevidoà capacidadedessastoxinasde inibir
a respostadosováriosàsgonadotrofinashipofisárias.Níveis
elevadosde LH e FSH têm sido verificadosem animais
expostosao gossipol(18-23),o que sugereo comprometi-
mentono mecanismobiorreguladorde esteróidese, como
conseqüência,o aumentodo tempodo ciclo estral,bem
comoa manifestaçãodeciclosestraisirregulares.A suainso-
nina tambémcontribuiparaa infertilidadeentreosanimais
empastoreio,por inibir a oogênesee a fertilização(1).
ToxinasdePlantas com
EfeitosTeratogênicosno Feto
Temsidoverificadoquealgumastoxinasdeplantascon-
seguematravessaraplacenta,causandoalteraçõesno desen-
EFEITO
FONTE NA
LITERATURA (NQ
DA REFERÊNCIA)
Aumento do LH sérico,
decréscimodetestosterona,
decréscimodalibido, baixa
contagemespermáticae baixa
motilidadeespermática
Decréscimodo pesodos
testículos,aumentoda
porcentagemde
espermatozóidesanormais
Ortiz etaI. (2)
PanteretaI. (3)
EdringtonetaI.
(5)
Retardona puberdade,baixa
contagemespermática,lesões
na caudado espermatozóide,
bai:i}amotilidadeespermática
KrameretaI. (4)
RandeletaI. (6)
volvimentodo embriãoe do feto (Tab. 22-3) (1). Assim,
verificam-se,na literatura,descriçõesdedefeitosnaface,no
esqueletoenatraquéiadeovinoscujasmãesconsumirama
falsehellebore(Veratumcalifornicum)duranteo primeirotri-
mestrede gestação(24, 25). Vacasque consomemcertas
espéciesdeluPinus(Lupinusspp)duranteo início eo finaldo
primeiro trimestrede gestaçãopodemparir bezerroscom
anormalidadesesqueléticase fendapalatina (26). O consu-
mo da cicuta (Coniummaculatum)e da planta do tabaco
(Nicotianatabacum)por ovinoscausaanormalidadesesque-
léticassemelhantesàquelasdescritasemfetosdefêmeasque
ingeriramo luPinus(27).O ultra-somtemsidobastanteútil
no diagnósticodeefeitosfetotóxicosproduzidosporplantas
na fisiologiafetal,crescimentoe desenvolvimento(27,28).
O usodessaferramentapermitiudetectarosefeitostóxicos,
parao feto,do consumode locoweedpor ovelhasgestantes.
Nessesentido,verificou-sequeessaplantaprovocadefeitos
esqueléticos,edemae aumentodo ventrículodireitocardía-
co, o que pode causara falênciacongênitacardíaca(1).
Além disso,temsidoverificadoqueo consumode plantas
acumuladorasdeselênioedaponderosaPine(Pinuspondero-
sa)produz,respectivamente,deformidadedecascosebaixo
pesoaonascimento.
PlantasQueCausamMorte
EmbrionáriaeAbortamento
Várias toxinas de plantas têm potencial para causar
perdaembrionáriaou fetal,ou induzirabortamentonacria-
ção. Em muitoscasos,o abortamentopoderáocorrerem
100%dos animaisque tiveremconsumidoalgumasdessas
plantas(Tab.22-4) (1).A locoweedtempotencialparacau-
sarmorteembrionária,induzirao abortamentoou produzir
retardona implantaçãoemfêmeasprenhes,comobovinos,
CAPÍTULO 22: FATORES FARMACOTOXICOLÓGICOS E REPRODUÇÃO 335
PLANTA TÓXICA
Leucena
Leucaenaleucocephala
Red clover
Trifoliumpratense
Trevo subterrâneo
T. subterraneum
Berseemclover
T. alexandanrinum
Soja
Glycinespp
Leguminosasamericanas
Viciaamericana,Astragelus
srotinus
Birdfoot trifoil
Lotuscorniculatus
SnakeweedGutierreziamicrocephalia,
G. sarothrae
Algodão/sementede
algodão
GossYPium spp
Locoweeds
OxytroPissericea,Astragalus
lentiginosis,A.
pubentisimisus
TOXINA
Mimosina (alcalóide)
Formononectina,ginesteína,
biocaninaA
(fitoestrógenos)
Isoflavonas,principalmente
genisteína,diadzeína,
glicetinae cumestrol
(fitoestrógenos)
Fitoestrógeno
Fitoestrógeno
Monoterpenose diterpenos,
saponinastriterpenóides,
metil-ésteresflavonóides
altamenteoxigenadose
alcalóidesnão identificados
Oossipol
Suainsonina(alcalóide
indolizidínico)
ovinose eqüinos.A incidênciapodevariardeníveis insig-
nificantesa níveis bastanteelevados(1, 29). A snakeweed
e a ponderosaPinecausamabortamentoe nascimentopre-
maturoquandoasfêmeas,no primeiro trimestrede gesta-
ção,as tiveremingerido(30,31); emboraa locoweedpossa
induzir ao abortamentoem qualquerestágioda prenhez
(1). As toxinas da Veratumcalifornicumcausammorte
embrionáriae fetalemovelhas(32), e asda littleleafhorse-
brush(Tetradymiaglabrata)têmpotencialparacausarabor-
tamento(1). A exposiçãoin vivoe in vitrode embriõesde
suínose bovinosao gossipolreduza formaçãode blastocis-
to (6, 33). A reduçãodo tamanhoda prole,observadaem
suínosalimentadoscomgossipol,éatribuídaàbaixataxade
concepção(34).
EFEITO
Alteraçãodetiroxinaplasmática
Taxasdeovulaçãoe deconcepção
reduzidas,prolapsovaginal,
corrimentocervicalmucoso,cio
irregular,anestro,ninfomania
Infertilidadepor estrogenismo,-
desenvolvimentodaglândula
mamária,edemadevulva,
corrimentomucosocervicale
espessamentodo útero
Endométriocístico
Endométriocístico
Taxasdeovulaçãoe de
progesteronacirculante
reduzidas
Anorexia, reduçãoda taxade
crescimento,aumentodos
níveisséricosde FSH, aumento
deLH, reduçãodeestrógeno,
reduçãodeprogesterona,
aumentodo tempodo ciclo
estral,ciclosestraisirregulares
Inibição daoogênese,quedada
fertilidade
MICOTOXINAS QUE AFETAM A
REPRODUÇÃO MASCULINA
FONTE NA LITERATURA
(NQDA REFERÊNCIA)
Quirk eta/. (7)
Jacquemeteta/. (8)
Alder e Trainin (11)
Lockhart (13)
Kallela eta/. (15)
Adam (17)
Draneeta/. (14)
Sharmaeta/.(16)
Adams(17)
Oammiee Kitts (12)
Adams (17)
Oammiee Kitts (12)
Adams (17)
Flores-Rodriguezeta/.(9)
Smith eta/. (10)
Wu eta/. (18)
Ou eAnderson(19)
LagerloofeTone(20)
Lin eta/.(21)
Bendereta/.(22)
Ou eta/. (23)
Jameseta/. (1)
Os fungossãoparasitasdeplantaspresentesno pastoou
na alimentaçãoanimal.Elesnãosóreduzemaqualidadedos
grãoscomotambémproduzemtoxinas,chamadasmicotoxi-
nas,asquaiscausamdistúrbiosno crescimentoe na eficiên-
cia reprodutiva.Os fungoscapazesdesintetizarmicotoxinas
têmsidoidentificadosno capimfestuca(Festucaarmundina-
cae),no centeio,emgrãoscomoo milho eo trigoenaam~-
rican troPicalmorningglory(StiPa robustae S. vasey).Os
váriostiposde micotoxinase seusefeitossãoapresentados
na Tabela22-5.Fungosendofíticosqueinfectampastagens,
plantaçõese grãos,mencionadosanteriormente,produzem
336 PARTE V: MECANISMOS FISIOPATOLÓGICOS
PLANTA TÓXICA
Falsehellebore
Veratrumcalifornicum
Lupinus
LuPinusspp
Cicuta
Coniummaculatum
Locoweeds
Oxytropissericea,Astragalus
lentiginosis,A.
pubentisimisus
Tabaco
Nicotianaspp
Plantasacumuladorasde
selênio
Ponderosapine
Pinusponderosa
TOXINA
Jervina, ciclopamida
(alcalóidesesteroidais)
Anagina (alcalóides
quinolizidínicos),
amondendrina(alcalóides
piperidínicos)
Coniina, -y-coniceína
(alcalóidespiperidínicos)
Suainsonina(alcalóide
indolizidínico)
Anabasina(alcalóide
piperidínico)
Selênio
Desconhecida
EFEITO
Defeitosfaciais,alterações
esqueléticase defeitosna
traquéia
Alteraçõesno esqueleto,
fendapalatina
Alteraçõesesqueléticas
Alteraçõesesqueléticas,
edemafetal,aumentodo
ventrículodireitodo
coração
Alteraçõesesqueléticas,
fendapalatina
Deformidadedecascos
Baixo pesoaonascimento
FONTE NA LITERATURA
(NQDA REFERÊNCIA)
Keelereta!.(24)
Keelere Stewart(25)
Shupeeta!.(26)
Panthereta!.(27)
Jameseta!.(I)
Panthereta!.(27)
Jameseta!.(I)
Jameseta!.(I)
PLANTA TÓXICA
Locoweeds
Oxytropissericea,Astragalus
lentiginosis,A. pubentisimisus
Snakeweed
Gutierreziamicrocephalia,G.
sarothrae
Ponderosapine
Pinusponderosa
Little leaf horsebrush
Tetradymiaglabrata
Falsehellebore
Veratrumcalifornicum
Algodão/sementede
algodão
Gossypiumspp
TOXINA
Suainsonina(alcalóide
indolizidínico)
Monoterpenose diterpenos,
saponinastriterpenóides,
metil-ésteres
flavonóidesaltamente
oxigenadose alcalóides
aindanão identificados
Desconhecida
Desconhecida
Jervina, ciclopamida
(alcalóidesesteroidais)
Gossipol
EFEITO
Aborto, morteembrionáriae
retardona placentação
Aborto e nascimento
prematuro
Aborto e nascimento
prematuro
Aborto
Morte embrionáriae fetal
Reduçãona formaçãode
blastocistose retardono
crescimentodo embrião,
aborto,reduçãoda taxade
concepção,reduçãono
tamanhoda leitegada
FONTE NA LITERATURA
(NQDA REFERÊNCIA)
Jameseta!. (29)
Kings.bury(30)
Jameseta!. (29)
Jameseta!. (31)
Binns eta!. (32)
Randeleta!.(6)
Linetal. (21)
Ziekleeta!.(33)
Eisele(34)
CAPÍTULO 22: FATORES FARMACOTOXICOLÓGICOS E REPRODUÇÃO 337
toxinas,denominadasde alcalóidesdo ergot,asquais,entre
outrosefeitos(ergotismo),prejudicama eficiênciareprodu-
tiva.Emcarneiros,osalcalóidesdoergotcausamreduçãode
prolactinasistêmica(PRL) (35,36),por suaaçãoinibitória
no sistemadopaminérgicoe serotoninérgico(37). Além
disso,osalcalóidesdo ergotdiminuema presençadeprecur-
sores(porexemplo,o colesterol),necessáriosparaa conver-
sãoàtestosterona,pelascélulasdeLeydig(38).Essesalcalói-
destambémcausama diminuiçãodo crescimentotesticular
(35).Alamer e Erikson (39) reportamqueosalcalóidesdo
ergotprovocamquedanosníveisdehormônio liberadorde
gonadotrofina(GnRH), que,por suavez,é o hormôniores-
ponsávelpela estimulaçãoda secreçãode testosterona.
Assim,essesalcalóidescausaminibiçãodasecreçãodegona-
dotrofinaereduçãonapopulaçãodecélulasdeSertoli,veri-
ficadaembovinosde 3 mesesde idade.Reunindo-seesses
dados,verifica-sequeosalcalóidesdo ergotpodemproduzir
inibição da liberaçãode GnRH no hipotálamo,causando,
conseqüentemente,a inibiçãodasecreçãodegonadotrofina
pituitáriae a esteroidogênesetesticular,o que,por suavez,
resultaem retardodapuberdadee infertilidadeemmachos
adultos.A reduçãoda ingestãode alimentose do ganhode
pesoem animaisjovens,causadapelosalcalóidesdo ergot
(36) e por outrasmicotoxinas,como a aflatoxina(40) e a
ocratoxina(41), podecausartambémretardono início da
puberdade,como explicadoanteriormente.Aldrich (42)
verificouquenovilhosHolsteinmantidosempastagemcon-
taminadapor fungosendofíticosapresentaramhipertermia
devidoà interferênciadosalcalóidesdoergotno mecanismo
termorregulatório,principalmenteem mesesde verão.O
aumentoda temperaturacorporalnormalmenteresultaem
aumentodatemperaturatesticular,o quepoderáresultarem
infertilidadee alteraçãona morfologiado espermatozóide
devidoà influênciadatemperaturana espermatogênese.
O consumode milho que contémzearalenona(ZEN,
fitoestrógeno)por cachaçosimaturosresultaem reduçãodo
pesodostestículos(43)ediminuiçãodaproduçãodetestoste-
rona(44),retardandoo iníciodapuberdade.A diminuiçãodo
pesotesticularfoi observadaem cachaçosquereceberama
ZEN nadietà(45),sendoessaumaindicaçãodequea inferti-
lidadeéresultantedoefeitodaZEN na inibiçãodaespermato-
gênese(46).A zearalenonatambémcausareduçãonoepidídi-
FUNGO TÓXICO HOSPEDEIRO MICOTOXINA EFEITO FONTE NA LITERATURA
(NQDA REFERÊNCIA)
Acremoniumcoeniphialum,Festucaarmundinacae Alcalóidesdo ergot Baixosníveissistêmicos Barentone Pelletier(35)
festucaalta Festucaalta deGnRH e PRL, Erikson (39)
endófito Loliumperenne baixonível séricode Portere Thompson (36)
A. lolii, ryegrass Ryegrass,grãos colesterol,baixos Aldrich eta!. (42)
endófito (milho, trigo) níveisséricosdeClavicepspurpurea Ipomoeaviolacae,Rivea testosterona,retardo
corymbosa no desenvolvimento
Ipoméiaamericana dostestículos,redução
tropical do númerode células
Stiparobusta,S. vaseyi de Sertoli, reduçãode
Sleepygrass consumodealimentos,
reduçãodeADG e
aumentoda
temperaturaretal
Fusariumroseum, Milho Zearalenona Níveis séricosde Dieckmane Green (40)
Aspergillisflavus (fitoestrógeno) testosteronabaixos,
diminuiçãodo peso
dostestículos,
epidídimoe vesícula
seminal,azoospermia'e
reduçãoda libido
Gibberellazaea Grãos de cereais, Aflatoxinas Quedadaconversão Dieckmane Green (40)
milho e amendoim alimentare dataxade
crescimento
Aspergillisochraceus, Vários alimentos Ocratoxina QuedadeADG Harveyeta!. (41)
Penicilliumviridicatum
338 PARTE V: MECANISMOS FISIOPATOLÓGlCOS
mo, no pesodasglândulasda vesículaseminale, também,
diminuiçãodalibido(44,45),oquepodeprovocarinfertilida-
dedevidoàreduçãodasecreçãodetestosterona.
MICOTOXINAS QUE AFETAM A
REPRODUÇÃO FEMININA
Como emmachos,asmicotoxinastêmumimpactosig-
nificativoemfêmeas(Tab.22-6).O consumodealcalóides
doergot,produzidospelosfungosendofíticos,temsemostra-
do capazdecausara reduçãodoADG emnovilhasdecorte
(47) e, conseqüentemente,retardono início dapuberdade.
Outrasmicotoxinasnão-endofíticasquepodemcausarretar-
dono início dapuberdadeporreduçãodaeficiênciaalimen-
tarediminuiçãodataxadecrescimentosãoo doxinivalenol
(DON) (48-50)e asaflatoxinas(40).
O consumode festucainfectadapor fungo endofítico
inibe a liberaçãode PRL da hipófise e, como resultado,
causareduçãodos níveis plasmáticosde PRL em ovinos
(51),vacasdecorte(52) eéguas(53-55),o que,por suavez,
reduzo efeitoestimulantedaPRL naesteroidogênesefolicu-
lar (56)edafunçãodocorpolúteo(57).Devidoàalteração
foliculare esteroidogêneselútea,osanimaisexibemretardo
no início do cio, reduçãonas taxasde concepção,mortali-
dadeembrionáriae reduçãodataxadenascimento(58-63).
Apesardesuasdiferençasestruturaiscomosestrógenos,a
ZEN e váriosde seusderivadostêm atividadeestrogênica,
sendoa marrãpré-púberea maissensível,entreasespécies
animaisdomésticas,a seusefeitos(40).O sistemagenitalde
marrãsimaturassofrealterações,tanto macroscópicascomo
histológicas,apósaexposiçãoàZEN. As alteraçõesmacroscó-
picasincluemtumefaçãodavulva,aumentodotamanhoedo
pesodoúteroe aumentodaglândulamamária(64).Emcasos
extremos,verifica-setambémprolapsovaginale retal (64,
65). As alteraçõesmicroscópicasincluemedemae espessa-
mentodo útero,causadospelacombinaçãode hipertrofiae
hiperplasiadoendométrioedomiométrio.O hiperestrogenis-
mo produzidopelaZEN temsidorelacionadoao retardodo
primeirocio (66). A exposiçãode marrãs,com ciclo estral
normal, à ZEN causadisfunçõesreprodutivasmúltiplas.
SegundoChangetal. (67),a exposiçãocontínuadefêmeasà
ZEN, desdeo desmameaté a gestaçãoseguinte,causacio
constante,pseudoprenheze infertilidade.Flowersetal. (68)
verificaramaumentodo intervaloentrecios,administrandoa
ZEN do 6Qao 10Qdia ou do llQ ao 15Qdia do ciclo estral.
Resultadossemelhantesforamobservadosquandoa ZEN foi
administraqaamarrãsentreosdias5 e20docicloestral(69).
Além disso,verificou-sea manutençãoda funçãoluteínica,
manifestadapelosaltosníveisdeprogesteronaséricaobserva-
dosentreosdias19e 21,emmarrãscomciclosestraisaumen-
FUNGO TÓXICO HOSPEDEIRO MICOTOXINA EFEITO FONTE NA LITERATURA
(NQDA REFERÊNCIA)
Acremonium Festucaarrnundinacae Alcalóidesdo ergot ADG reduzido,puberdade Bond e Bolt (47)
coeniphialum, Festucaalta retardada,baixoPRL Washburne Green (63)
festucaalta Loliumperenne sistêmico,início retardado Boltetal. (51)
endófito do cio, taxadeconcepção Bond etaI. (59)
A. lolii,ryegrass Ryegrass,grãos( milho, reduzida,mortalidade Beere Piper (60)
endófito trigo) embrionáriae taxade Gay etaI. (61)
nascimentoreduzida Mizinga etaI. (62)
Clavicepspurpurea Ipomoeaviolacae,Rivea
corymbosa,
Ipoméiaamericana
tropical
Stiparobusta,S. vaseyi
Sleepygrass
Fusariumroseum, Milho Deoxinivalenol ADG reduzido ForsythetaI. (48)
Aspergillisflavus Long e Diekman(49)
TrenholmetaI. (50)
Fusariumroseum, Milho Zearalenona Modificaçõesmacroscópicas YoungetaI. (64)
Aspergillisflavus (fitoestrógeno) no sistemareprodutivode BlaneyetaI. (65)
marrãsimaturas,cio EdwardsetaI. (66,69)
púbereretardado,ciclos FlowersetaI. (68)
estraisprolongados,
pseudociesee infertilidade
Gibberellazaea Grãosdecereais,milhoe Aflatoxinas Quedada conversão Dieckmane Green (40)
amendoim alimentare dataxade
crescimento
tados.A regressãodocorpolúteopersistentefoi observada30
diasapósaremoçãodeZEN dadieta.
MICOTOXINAS QUE CAUSAM MORTE
EMBRIONÁRIA E FETAL E ABORTAMENTO
MarrãsalimentadascombaixasdosesdeZEN do2Qao15Q
dias pós-coitoapresentaramdesenvolvimentoembrionário
normal.Entretanto,fêmeastratadascomdosesmaiselevadas
deZEN nãoestavamprenhesnosdias40e43pós-coito(70)e
porcasqueconsumiramZEN doacasalamentoatéadataespe-
radadepartonãoconseguirammanteragestação(71).A zea-
ralenonaadicionadaàdietadefêmeasprenhesproduziuproles
menores(67). Também,a administraçãointramuscularde
micotoxinasemporcasadultase marrãs,diariamente,durante
todoo mêsfinal dagestação,causouo aparecimentodenati-
mortosedefeitosnaspernasdosfetossobreviventes(72).
PRAGUICIDAS USAOOS NA AGROPECUÁRIA QUE
CAUSAM DISTÚRBIOSNA REPRODUÇÃO DEMACHOS
Os praguicidasempregadosna agropecuária,que têm
por finalidadeprevenir,destruir,repelire mitigarqualquer
tipo de pragaque infestea criaçãoanimale asplantações,
podemcausarefeitosadversosna reprodução.O dibromo-
cloropropano(DBCP) é umorganocloradobromado,usado
como nematicida,particularmentena plantaçãode soja
(73), um dosprincipaiscomponentesda alimentaçãoani-
mal. A exposiçãode machosao DBCP causaalterações
degenerativasnos túbulosseminíferose tambémdisfunção
do epidídimo(Tab.22-7).Dentreasalteraçõesdegenerati-
CAPÍTULO 22: FATORES FARMACOTOXICOLÓGICOS E REPRODUÇÃO 339
vasproduzidaspor essetoxicanteincluem-seaumentodas
célulasdeSertoli,oligospermiae aumentona populaçãode
formasanormaisdeespermatozóides(74,75).Em relaçãoà
disfunçãodo epidídimo,produzidapelo DBCP, relata-sea
diminuiçãoda motilidadedo espermatozóidee, conseqüen-
temente,infertilidade(76).
O clordecone,maisconhecidopelonomecomercialde
Kepone,foi manufaturadoparaserusadocomoinseticida.O
consumodessecomposto,pelos animais,causarupturada
homeostaseendócrinae alteraçãoda funçãodo epidídimo
(Tab.22-7).Assim, têmsidoverificadosaumentodascon-
centraçõessistêmicasdetestosterona,perfil irregulardeLH,
reduçãodopesodavesículaseminal(77)ereduçãodamoti-
lidadeespermáticae daviabilidade(78) apóso consumode
Kepone.O acasalamentodefêmeascommachossubmetidos
à exposiçãodeclordeconeresultouemprolesmenores(77).
O dibrometode etileno (EDB), uma substânciafumi-
gante,utilizadaprincipalmenteno milho, tambémprovoca
efeitosadversosno sistemareprodutorde machos(Tab.22-
7). O consumodealtasdosesdessefumiganteinibea esper-
matogênese,por causardiminuição do pesodasvesículas
seminais(79). O decréscimodo pesoda vesículaseminal
indicaqueháaçãodo EDB, tantono eixohipotálamo-hipó-
fise-célulasdeLeydig,quecontrolaa secreçãodetestostero-
na, bemcomonasglândulassexuaisacessórias.O envolvi-
mentode célulasde Leydig temsido sugerido,baseadona
capacidadedessetecidoemativaro EDB a metabólitosque,
por suavez, ligam-sea essemesmotecido (80). Se esses
metabólitosinterferemounão na capacidadedascélulasde
Leydigde produzire secretara testosteronaainda é uma
questãoa serelucidada.
SUBSTÂNCIA QUÍMICA Uso
Dibromocloropropano Nematicida
Clordecona Inseticidae fungicida
Dibrometodeetileno No alimentoe comoagente
fumigantedo milho
EFEITO
AumentodascélulasdeSertoli,
degeneraçãodetúbulosseminíferos,
oligospermia,aumentoda
populaçãodeespermatozóides
morfologicamenrealteradose
inibiçãodamotilidadeespermática
Aumento de testosteronasérica,
perfil irregulardeLH, reduçãodo
pesodavesículaseminal,redução
da motilidadeda viabilidadeespermática
Inibição daespermatogênese,as
célulasdeLeydigpodem
metabolizarcompostosque
comprometemseupróprio
funcionamentoe reduçãodo peso
da vesículaseminal
FONTE NA LITERATURA
(NQDA REFERÊNCIA)
"TorkelsonetaI. (74)
Kluwe (75)
Kluwe etaI. (76)
HammondetaI.(77)
LinderetaI.(78)
Hurtts e Zenick(79)
KowalskietaI. (80)
340 PARTE V: MECANISMOS FISIOPATOLÓGICOS
SUBSTÂNCIA QUÍMICA Uso EFEITO
Puberdadeprecoce,aumentodo peso
uterino,vacuolizaçãoe espessamentodo
epitéliouterino,cornificaçãodo epitélio
vaginal,reduçãodo LH, reduçãoda
produçãodeprogesteronapelacamada
granulosae ninfomaniaanovulatória
DDT Inseticida
Decréscimodafecundidade
Reduçãodo LH e dataxadeconcepção
Reduçãodegonadotrofinas,
prolongamentodo ciclo estral,inibição
damaturaçãodo oócito, reduçãodo
pesoovarianoe uterinoe reduçãodo
númerode embriõesporprenhez
Metoxiclor
Organofosforados
Carbamatos
Inseticida
Inseticida
Inseticida
Aumento do pesouterino,vacuolizaçãoe
espessamentodo epit~liouterino,
cornificaçãodo epitéliovaginal,
aumentode sínteseprotéicano úteroe
ninfomania
Clordecona Inseticidae fungicida
Hexaclorobenzeno
(HCB)
Fungicida Decréscimono tamanhoda leitegada,
aumentoda incidênciadenatimortos
PRAGUICIDAS USADOS NA AGROPECUÂRIA QUE
CAUSAM DISTÚRBIOS NA REPRODUÇÃO DE FÊMEAS
o DDT,umorganoclorado,e o clordecone,umciclodie-
no,sãoinseticidascompropriedadesestrogênicasemmamífe-
ros.,criando,dessamaneira,apossibilidadedeprovocarhipe-
restrogenismoe efeitosadversosna reprodução,similares
àquelesdescritosparaos fitoestrógenos(Tab.22-8) (81-86).
Outro efeitoproduzidopeloDDT, alémdaquelesemelhante
aodosfitoestrógenos,éapromoçãodapuberdadeprecoceem
fêmeasjovens.O metoxicloréuminseticidacomtoxicidade
agudamuitomenorqueo DDT, masquetambémtempro-
priedadesestrogênicascom efeitosadversosno útero.Tem
sidopropostoqueessetoxicantecausadecréscimodefertili-
dade,porprevenira implantação(87).
Os organofosforadoseoscarbamatosafetamareprodução
dafêmea,por causarema reduçãonasconcentraçõesséricas
FONTE NA LITERATURA
(NQDA REFERÊNCIA)
Heinrichseta!.(81)
Gellerteta!.(82)
Ottobonieta!.(83)
Haneyeta!.(84)
Cummingse Gray (87)
Rattnere Michael (88)
Ghizeleae Czeranschi(90)
Krylova eta!. (91)
Bentue-Ferrereta!. (89)
Uphouseeta!.(85)
Heinzeta!.(86)
Granteta!.(92)
degonadotrofinashipofisárias(Tab.22-8).Os organofosfora-
doscausam,seletivamente,areduçãonasconcentraçõesséri-
casdeLH, o que,porsuavez,reduzastaxasdeovulaçãoede
concepção(88). Entretanto,os carbamatoscausamredução
tantodaconcentraçãodeLH quantodeFSH (89) e, conse-
qüentemente,diminuemo pesodoovário,pormeiodaredu-
ção do desenvolvimentodo folículo. Além disso,os ciclos
estraistornam-seprolongadose a maturaçãodooócitocessa.
Se ocorrera ovulação,suataxadeconcepçãoe o númerode
embriõespermanecembaixos(90,91). Devidoà reduçãoda
foliculogênese,supõe-sequeareduçãodopesouterino,resul-
tantedaexposiçãoaoscarbamatos(90),sejadevidaàexposi-
çãodo úteroaosestrógenosovarianos.
O hexaclorobenzeno,umfungicidapré-emergente,afetaa
reproduçãoemfêmeas.Essasubstânciacausaembriotoxicida-
de e, como conseqüência,reduzo tamanhoda ninhadae
aumentaa incidênciadenatimortos(Tab.22-8)(92).
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CAPÍTULO 23
lmunologiada Reprodução
P. J. HANSEN
o revestimentointernodo tratoreprodutivofeminino
tem continuidadecom o ambienteexterno ao animal.
Assimcomoemoutrossistemasdeórgãos,taiscomoo trato
respiratórioeo gastrointestinal,ostecidosdo tratoreprodu-
tivo estãorepetidamentesujeitosà invasãopor organismos
microbiológicos.O acasalamentoleva à contaminação
microbianaporqueo pênise algumasvezeso plasmaseminal
contêmmicrorganismos.No momentodo parto,a cérvixé
distendidae os tecidosplacentáriospodempromovera pas-
sagemde microrganismospara dentro do útero. Outras
lesõesmecânicaseambientaistambémpodemlevarà intro-
dução de microrganismosdentro do trato reprodutivo.
Apesar dessasinvasõesmicrobianas,os microrganismos
podemserrapidamenteremovidosdotratoreprodutivo(Fig.
23-1),deixando-olivre de infecções.Um ambienteestéril
dentrodo tratoreprodutivoé mantidopelapresençadeum
eficientesistemade defesaantimicrobiano,que inclui bar-
reirasfísicas,fagócitosqueenglobame matammicrorganis-
mos,linfócitosB queproduzemanticorposcontramicrorga-
nismosinvasorese linfócitosT capazesde matarcélulasdo
hospedeiro infectadas por vírus e bactérias. Imuno-
logicamente,o tratoreprodutivocompartilhaváriascaracte-
rísticascomo sistemaimunológicode mucosasencontrado
nostecidosderevestimentodostratosgastrointestinaleres-
piratório.
A funçãoimune no trato reprodutivoé reguladapor
hormôniosno sentidodemaximizara funçãoantimicrobia-
naduranteo cio (quandoaprobabilidadededesafiosmicro-
bianosé alta) e a fim de reduzira função imunedurante
períodosde secreçãoelevadade progesterona(quando a
deposiçãode microrganismoscomo parte do processode
acasalamentoé improvável)e quandoo conceptoestápre-
senteno útero.A naturezaestranhado concepto,devidaà
herançade genespaternosque codificampara proteínas
estranhasàmãe,posacomoúnicoproblemaparaasespécies
vivíparas,umavezqueo sistemaimunedamãepodedestruir
o concepto.O fatodissogeralmentenãoocorreréumacon-
seqüênciade modificaçõesnas célulasdo sistemaimune
materno,bem como de característicasúnicasda placenta
fetal,que limitamsuaimunogenicidadeparaa mãe.Existe
uma grandeplasticidadeno sistemaimune maternopara
permitirqueo feto sobrevivaapesarda grandedisparidade
do repertóriogenético(1). Em algunscasos,acasalamentos
interespecíficosdão origem a produtosvivos; exemplos
incluemmulas(jumentoX égua)egaurX bovino (Bosgau-
rus X Bostaurus).Além disso,a tecnologiademanipulação
deembriõespoderesultaremanimaisnascidosvivosa par-
tir defetosquiméricos,queresultamdecélulasdeduasespé-
ciesdistintas.
Algumasvezes,os mecanismosde defesaimunológica
no trato reprodutivonão são suficientespara prevenira
colonizaçãomicrobiana,e as infecçõesresultantespodem
temporáriaou permanentementecausar infertilidadeou
esterilidadee, ainda,comprometera vida dafêmea.Assim,
a funçãoimuneno trato reprodutivoé importanteparaa
saúdee paraa manutençãodeumaltograudefecundidade.
Não sesabeatéquepontoasgestaçõesemanimaisdomésti-
cos podemser comprometidaspelo fato do sistemaimune
maternonão estarapropriadamenteregulado.No entanto,
taisefeitospodemlevaraperdasembrionáriasou aoimpedi-
mentodocrescimentofetal.Paradoxalmente,certostiposde
reconhecimentoimunológicomaternoda placentapodem
serbenéficosà gestação.
UM "INICIADOR" IMUNOLGGICO
As célulasdo sistemaimunefuncionamno sentidode
evitaro estabelecimentode infecçõespor microrganismose
destruircélulascancerosasou danificadasno hospedeiro.
Essascélulasestãoorganizadasem tecidosespecializados,
taiscomotimo,baçoe linfonodos,circulamatravésdo san-
guee estãopresentesem váriostecidosdo corpo,especial-
mentenaquelesem contatocom o ambienteexterno.Um
vastoarranjode célulasparticipano sistemaimunee cada
um temumafunçãoespecífica- umalistadascélulasprin-
cipaisesuasfunçõesestánaTabela23-1.Além disso,o orga-
nismo é protegidodosmicrorganismospor barreirasfísicas
(pele),bemcomoporproteínas,comoo complementoque
circulano sangueepodeseligara microrganismosparapro-
movera fagocitosee a lisedosmesmos.
Quando um microrganismopenetraasbarreirasfísicas
de umanimal,há dois tiposgeraisde respostapelascélulas
345
346 PARTE V: MECANISMOS FISIOPATOLÓGICOS
(/)
eu
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Z
o Suscetíveis
Resistentes
o...
'''''''0.
,0' '0o
TTlTI H
o 6 12 24 48 96
Tempoapósa inoculação(h)
FIGURA 23-1.Exemplo de mecanismosde defesauterinos.Os
dadosaqui mostrados,que representamo número de bactérias
recuperadasdo úterode éguasapósa inoculaçãointra-uterinade
Streptococcusl3-hemolítico, ilustram a eficiência do útero em
removerbactériasem éguasque possuemfunção imunológica
uterinaeficaz(vera linhadenominadaresistente).No entanto,os
mecanismos uterinos de defesa imunológica podem estar
comprometidos,demodoqueo tratoreprodutivosetorneincapaz
deselivrardemicrorganismos,o queresulraeminfecção.Compare
o númerodebactériasdeéguasdiagnosticadascomoclinicamente
suscetíveisà endometrite com aquelas diagnosticadascomo
resistentesà endometrite.(RetiradodeWilliamson P,PenhaleJW,
Munyua S, Murray J. The acutereactionof the mare'suterusto
bacterial infection. Proc 10th Int Congr Anim Reprod AI
Champaign-Urbana,1984;3:477.)
2400
do sistemaimune.Respostasmediadaspelo sistemaimune
inato ocorremrapidamente,masnão proporcionamqual-
queradaptaçãoa longoprazoquemelhorea efetividadedas
respostasimunesa exposiçõessubseqüentesa microrganis-
mos.As célulasqueparticipamderespostasimunesadquiri-
das freqüentementelevam mais tempo para exercersuas
funções,mas as respostassão específicaspara moléculas
estranhasindividuais(antígeno)e resultamemumprocesso
denominadomemóriaimunológica,demodoqueumaexpo-
siçãosubseqüenteao mesmoantígenoirá desencadearuma
intensarespostaa esseantígeno.
SistemaImune Inato
As respostasmaisimediatasà invasãodeorganismosestra-
nhossãoaquelasmediadasporcélulasfagocitáriasdo sistema
imuneinato.Macrófagose neutrófilosenglobampartículas
estranhase,então,matamo organismo.Esseprocesso,denomi-nadofagocitose,podeserestimuladoporoutroscomponentes
dosistemaimune.Porexemplo,osfagócitospossuemrecepto-
resparaanticorpos(produzidosporlinfócitosB) ecomplemen-
to (produzidopelo fígado),e reconhecemmaisfacilmente
microrganismosrevestidospor essasmoléculas.Além disso,
váriasmoléculasregulatóriaschamadascitocinas,produzidas
por linfócitosT, podemativarfagócitose tomá-Iosmaisefeti-
vos.Umadessascitocinasé o fatordenecrosetumora\.
As célulasnaturalkiller (NK) sãoum tipo de linfócito
que,aocOI).tráriodeoutrascélulasdessalinhagem,nãopos-
suemreceptoresquereconheçamantígenosespecíficos.No
entanto,célulasNK matamcélulasque:
a) não apresentamproteínaschamadasantígenosdo com-
plexo de histocompatibilidadeprincipal (MHC) de
classeI na suasuperfície,ou
b) possuemMH C classeI, massemopeptídeoquegeralmen-
teestápresenteemassociaçãocomaproteínaMHC.
o tipomaiscomumdecélulacomumadessascondições
é aquelainfectadaporvírus.Tal comoemfagócitos,a ativi-
dadede célulasNK podeser aumentadapor determinadas
citocinas provenientesde outros linfócitos. Uma dessas
moléculasé o interferon--y.Além disso,célulasNK possuem
receptoresde imunoglobulinase têmatividadeaumentada
TIPO CELULAR FUNÇÃO PRINCIPAL
Fagócitos
Macrófago
Céluladendrítica
Neutrófilo
Fagocitose,apresentaçãode antígenos
Endocitosee fagocitose,apresentaçãodeantígenos
Fagocitose
Linfócitos
Linfócito B
Linfócito T auxiliarT H1
Linfócito T auxiliarT H2
Linfócito T citotóxico
Linfócito T gama-delta('Yo)a
Secreçãodeanticorpos,apresentaçãodeantígenos
Secreçãodecitocinasqueestimulammacrófagose célulasT citotóxicas
Secreçãode citocinasqueestimulamcélulasB e respostasdeanticorpos
Lise decélulas-alvo
Lise decélulas-alvo,secreçãodecitocinase fatoresdecrescimento
a O receptorde célulaT é do tipo 'I o; outroslinfócitosT possuemo tipo alfa-betaaj3.
paradestruircélulasquepossuamanticorposemsuassuperfí-
ciescelulares.Ainda nãoexisteumaevidênciaclaradequeas
célulasNK existamemruminantes,comoovinosebovinos.
Além doscomponentescelulares,o sistemaimuneinato
tambémpossuiproteínas,tais como o complemento,que
promovea fagocitosee a lisede microrganismos,e a lacto-
ferrina,quepodeinibir o crescimentobacteriano.
SistemaImuneAdquirido
Os dois principaistipos de célulasdo sistemaimune
adquiridosãoos linfócitosB e T. CélulasB receberamesse
nomeporque,emgalinhas,elassediferenciamemumórgão
chamadoBursadeFabricius.Em mamíferos,elassãoderiva-
dasdamedulaóssea.Os linfócitosT tambémsãoformadosa
partirdeprecursoresna medulaóssea,massofremumperío-
do de diferenciaçãono timo antesde se espalharempor
váriostecidoslinfóides.Tanto ascélulasB comoasT pos-
suemreceptores,em suassuperfícies,específicospara um
antígenoemparticular.ParacélulasB, o receptordeantíge-
nos é umamoléculade imunoglobulina;paracélulasT, o
receptoréumaproteínachamadareceptordecélulaT. Dois
tiposdecélulasT podemseridentificados.Algumascélulas
T possuemumreceptorformadoporumasubunidadealfae
beta.Essascélulas,chamadascélulasa[3T,predominamem
órgãoslinfóides,tais comoo baçoe o linfonodo,e sãoas
principaiscélulasdo sangue.Outros linfócitospossuemum
receptordecélulaT formadopelassubunidadesgamaedelta.
Essascélulas)'oT sãonumerosasemepitélios,comoa pelee
o revestimentodostratosintestinale reprodutivo.
Uma característicafundamentaldoslinfócitoséacapaci-
dadeparadesenvolverumamemóriaimunológica.Quando
umlinfócitoreconheceumantígenoespecíficoparaseurecep-
tor,elepassaporumprocessochamadoativação,peloquala
célulaseprolifera.Algumasdessascélulas-filhasdiferenciam-
se em célulasefetoras,que executamváriasatividade,tais
comoaproduçãodeanticorposea lisedecélulas-alvo.Outras
células,noentanto,tornam-secélulasdememória,queperma-
necemno animalpor longosperíodosdetempo.A exposição
do animala umasegundaexposiçãoao antígenoresultaem
umarespostaimuneexacerbadaporqueo númerode células
específicasparaaqueleantígeno(ouseja,acéluladememória)
aumentou.Essefenômenoé abasedavacinação.
ReconhecimentodeAntígenospor LinfócitosT
Uma propriedadedoslinfócitosT équeosreceptoresde
célulasT podemreconhecerapenasantígenosexpressosna
superfíciede umacélulaem associaçãoa umaproteínado
complexodehistocompatibilidadeprincipal.Assim,muitos
linfócitosT nãopodemreconhecerantígenosporsipróprios,
necessitandodaschamadascélulasapresentadorasdeantíge-
nos, capazesde processarproteínasestranhasde maneiraa
situaro antígenoprocessadoemumaproteínado MHC. As
célulasquepodemfuncionarcomo célulasapresentadoras
deantígenosincluemmacrófagos,célulasdendríticas(fagó-
citos e célulasendocíticaslocalizadasem vários tecidos),
linfócitosB e determinadascélulasepiteliais,provavelmen-
te o epitéliodo úteroe davagina(2).
CAPÍTULO 23: IMUNOLOGIA DA REPRODUÇÃO 347
Célulasprocessadorasdeantígenosprocessamantígenos
deumaouduasmaneiras.Antígenosfagocitadosporcélulas
apresentadorasde antígenos(ou seja,bactériase protozoá-
rios)sãolocalizadosemumaformadeMHC chamadaMHC
de classe11.Apenas uma classede célulasT, ascélulasT
CD4, podemreconhecerantígenosligadosa MHC declas-
se lI. Antígenos provenientesde patógenosintracelulares
(víruse bactériasintracelulares)sãoprocessadosparaserem
ligadosa MHC declasseI. ApenasumaclassedecélulasT,
denominadasCD8, reconhecemessesantígenos.
Devidoaofatodeo principalpapeldasproteínasMHC
serapresentarantígenosàscélulasT, essasproteínasforam
originariamentedescritascombaseno seupapeldefornecer
respostasde rejeiçãoa tecidos.São os antígenosdo MHC
queprovocama forterespostade rejeiçãoemumhospedei-
ro quandoumtecidoestranho,tal comoumrim oufígado,é
transplantado.Isso aconteceporqueproteínasMHC con-
têmpeptídeosprópriosde doadoresestranhos,queprovo-
camumarespostaimuneno hospedeiro,e tambemporque
pequenasdiferençasgenéticasna estruturada molécula
MHC sãosuficientesparaestaserreconhecidacomoestra-
nh~pelohospedeiro.
PapeldosLinfócitosT
As açõesdoslinfócitosT sãocoletivamentechamadas
de imunidadecelular mediada.Essetermosurgiuporquea
transferênciada imunidadedependentede linfócitosT de
um animal imunizadopara um não-imunizadorequera
transferênciadasprópriascélulasT. Existemduasclassesde
linfócitosT. A primeiraé a dascélulasT citotóxicas.Esses
linfócitos, que são linfócitos T CD8, matam as células
expressandoantígenosreconhecidospelosreceptoresde lin-
fócitosT. A liseéprovocadapelasecreçãodeproteínastóxi-
cascomoperforinaegranzimas.LinfócitosCD8 sãoativados
peloantígenoqueseligaa antígenosMHC classeI, ouseja,
antígenosintracelulares,como vírus. Assim, as célulasT
citotóxicasmatamcélulasquecontêmantígenosintracelu-
larese quenão seriamencontradaspor anticorposou fago-
citadaspormacrófagoseneutrófilos.A segundaclassedelin-
fócitos,ascélulasT auxiliares,regulamaatividadedeoutros
linfócitos,providenciandoumaajudaemformadesecreção
deváriascitocinas.Essaatividadeé exercidaprimariamente
por célulasT CD4 (aquelasque reconhecemantígenos
extracelulares).Em roedores,existempelomenosdoistipos
decélulasT auxiliares.A célulaT H1 possuifunçãona imu-
nidade celular remota. Células THl produzemcitocinas
como o interferon-)', que preferencialmenteestimulaa
mortedebactériaspor macrófagos;linfotoxina,queestimu-
la neutrófilos;e interleucina-2,quepromoveo crescimento
de célulasT citotóxicas.A célulaTH2promoveprimaria-
mentea imunidadedependentede anticorpos.A citocina
característicaproduzidapor célulasT H2é a interleucina-4,
queestimulalinfócitosB a produziranticorpos.
Muito doqueé conhecidoa respeitodecélulasT surgiu
a partirde estudosdascélulasquecontêmreceptoresa[3T.
O papeldecélulas)'oT ébemmenosestudado.Algumassub
populaçõesdecélulas)'oT estãoenvolvidasna regulaçãoda
348 PARTE V: MECANISMOS FISIOPATOLÓGICOS
função de outras células que participam dasrespostasimunes
inatas e adquiridas (3). Outras células )'oT podem matar
células-alvo de uma maneira reminescente das células NK.
Algumas células )'oT podem exercer uma função relativa-
mentenovaparaos linfócitos- apromoçãodaproliferaçãode células epiteliais (4).
LinfócítosB
A imunidade mediada por linfócitos B é referida como
imunidade humoral porque a transferência da imunidade de
um animal a outro pode ser conseguida com a transferência
do plasmaou soro sangüíneo. Células B inibem o crescimen-
to microbiano pela secreçãode proteínas solúveis, chamadas
anticorpos, que circulam no sangue e estão presentes em
fluidos extracelulares. Anticorpos exercem uma variedade
de ações que inibem o crescimento microbiano. Algumas
células Bativadas secretamanticorpos e são chamadasplas-
mócitos.Outrasnão secretamanticorpos,maspersistemno
animal por mesesou anos.Assim,a exposiçãosubseqüente
ao mesmo antígeno pode resultar em uma resposta imune
exacerbada.
Estruturalmente,os anticorpossão membrosde uma
família de proteínaschamadasimunoglobulinas.Cada imu-
noglobulina é formada por quatro subunidades protéicas
separadas(duascadeiaspesadase duas cadeias leves), orga-
nizadasparadaràmoléculadoissítiosparaa ligação de antí-
genos e um sítio, chamado porção Fc, envolvido na ligação
a célulasespecíficase ao complemento(Fig. 23-2).Existem
váriostiposdemoléculasde imunoglobulinas secretadaspor
células B, incluindo IgG, IgM, IgA, IgD e IgE. Cada célula
B ativada secretaapenasumtipode imunoglobulinaespecí-
fico paracada antígeno.A imunoglobulinamaiscomumno
sangueé a IgG. Outra moléculade imunoglobulinadepar-
ticular interesse para o trato reprodutivo é a IgA, que é o
principal anticorpo em várias mucosas, como os tratos gas-
trointestinal e reprodutivo. A imunoglobulina A existe
como duas moléculas de anticorpo separadase unidas por
uma proteína pequena denominada cadeia J. Além disso, a
IgA secretada ao longo do epitélio contém uma proteína
adicional chamada componente secretório, que é adiciona-
da à medidaquea IgA atravessa as células epiteliais na sua
passagemem direção à superfíciedamucosa.
A ligação do anticorpo a um microrganismo pode
resultar em várias açõesque levam à eliminação do micror-
ganismo. Para vários microrganismos, o sucessoda coloni-
zaçãode um hospedeiro requera sua ligação às membranas
celulares do hospedeiro.Isso pode se tornar mais difícil
quando a bactéria está revestida por anticorpos. Além
disso,a porçãoFc da IgG e da IgA pode ser ligada por
receptores específicosem macrófagose neutrófilos, de
modo queo graude fagocitosepodeseracentuadoquando
a bactéria se apresenta revestida por anticorpos. Proteínas
do sistemacomplemento, também, podem se ligar à porção
Fc da IgG e conduzir à lise mediada por complemento da
célula microbiana. As células infectadas por vírus ou bac-
térias podem ser destruídas em um processo chamado cito-
toxicidadecelular dependentede anticorpos, que ocorre
~~~
~~~ u-cT)~ IgA
IgG ~
C .
~
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J~
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ír: ..."> ~~~~~:aoJ;>-Y2}AV'j'- antlgeno! i Fc
FIGURA 23-2. Representaçãoesquemáticadasesttuturasda IgG,
IgA e IgM. Cada imunoglobulinaé formadaporduasmoléculasde
cadeiapesacàae duasmoléculasde cadeialeve, unidaspor pontes
de dissulfeto (indicaJ.aspor linhastracejadas).As alças,em cada
cadeia, são formadaspor pontes de dissulfetointramoleculares.
Existem dois sítios de anticorpos para cada monômero de
imunoglobulina.A porçãoFc daproteínaé responsávelpelaligação
ao complemento e aos receptores de imunoglobulinas em
neutrófilos,macrófagose outrascélulas.A IgG é secretadacomo
monômero,enquantoa IgA é um dímeroe a IgM existecomoum
pentâmero. As formas multiméricas das imunoglobulinassão
mantidasjuntasporumaproteínadenominadacadeia].Além disso,
algA secretadaaolongodassuperfíciesepiteliais(não representada
aqui) contémoutraproteínachamadade componentesecretório.
(Adaptadode Abbas AK, Lichtman AH, Pober]S. Cellular and
Molecularlmmunology,3rded.Philadelphia:WB Saunders,1997.)
quando células NK ou eosinófilos liberam grânulos tóxicos
sobreos seusreceptoresde superfícies Fc em anticorpos
ligados a células infectadas.Receptoresparaa porção Fc
das imunoglobulinas tambémexistemem célulasT e B, e
isso provê a regulação adicional da função de linfócitospor
partículasligadasa anticorpos.
SítiosAnatômicosparaasRespostasImunológicas
A ativação da resposta imunológica pode ocorrer em
vários níveis no corpo, incluindo o sítio de entradados
microrganismos(pele,pulmões,etc.).Antígenosqueaden-
tramacorrentesangüíneaconcentram-seno baço,ondeas
respostas das células T e B podem ser iniciadas.
Similarmente,outro sistemacirculatório,o sistemalinfáti-
co, drenao fluidoextracelulardostecidos.O antígenocole-
tado nos vasoslinfáticosé capturadonos linfonodos,que
tambémcontêmcélulasT e B. As célulasT efetorase de
memóriaativadasdeixamo baçoe os linfonodos,circulam
pelocorpoe retornamespecificamenteaossítiosdeentrada
do antígeno.Células B tambémpodemestarpresentesem
órgãosperiféricos,particularmentenasmucosas,taiscomo
ostratosintestinale reprodutivo.No entanto,muitascélu-
lasativadaspermanecemno baçoe nos linfonodos,talvez
porqueasaçõesdascélulasB sejamdependentesdeanticor-
posquecirculamno sangue.
COMPONENTES DO SISTEMA IMUNE NO TRATO
REPRODUTIVO
ConsideraçõesAnatômicas
A vaginaestáem contatocomo ar externoe por isso
é umaporta de entradade microrganismosao organismo.
A vulvae o músculoesfínctervulvar limitam a entradade
microrganismosna vagina,enquantoo músculoesfíncter
vestibularreduzo movimentomicrobianona porçãoante-
rior da vagina. A microflora residenteestá tipicamente
presentena vaginaa níveisquenão levama problemasclí-
nicos.A cérvix é a principal barreirafísicaao movimento
progressivode microrganismosparadentrodo tratorepro-
dutivo.A funçãoda cérvix é mediadaempartepelassuas
própriassecreções,que formam um tampão espessono
lúmencervicaldurantea gestação.As secreçõescervicais
tambémcontêmmoléculas,comoa lactoferrina,queinibe
o crescimentobacteriano.
Além da barreirafísica conferidapelacérvix, o trato
reprodutivocontémmacrófagos,linfócitosT e B, neutrófi-
lose outrascélulasqueparticipamna manutençãodo trato
reprodutivoem um estadode esterilidade.Além disso,o
trato reprodutivoé drenadopelo sistemalinfático. Vasos
linfáticosquedrenamo úterose juntam a vasossimilares
do ovário,de modoqueasconcentraçõesdeprogesterona
na linfa uterovarianado lado ipsilateralao de um ovário
com um corpo lúteo funcional podemser de 10 a 1.000
vezesmaioresque asconcentraçõesno sangueda jugular
(5). Os principais linfonodosquefiltram a linfa derivada
do tratoreprodutivosãoo linfonodo medialilíaco e o lin-
fonodo lombo-aórtico (Fig. 23-3). Eles tambémcoletam
linfa deoutrosórgãose tecidosnasáreasabdominale pél-
vica.
SistemaImuneInato
Quandoosantígenosestãolocalizadosno tratoreprodu-
tivo, a remoçãoinicial é executadapor célulasfagocitárias
dosistemaimuneinato.Macrófagosecélulassemelhantesàs
dendríticas estão localizadas no trato reprodutivo.
Normalmentehápoucosneutrófilosno tratoreprodutivona
ausênciade infecção,apesardequeemmarrãs,essascélulas
podemser vistasna basedo epitélio endometrialuterino
revestindoo útero, especialmentepróximo ao cio (6). A
infecçãomicrobiana,adeposiçãodesêmenououtroestímu-
lo inflamatóriocausama liberaçãodemoléculasquimiotáti-
cas,queestimulama movimentaçãodeneutrófilosdo san-
gueemdireçãoao lúmendo útero.Por exemplo,o número
de neutrófilosrecuperadosdo lúmen uterinode vacasque
receberamumainfusãointra-uterinadeglicogêniodeostra,
umestimuladordorecrutamentodeneutrófilos,variade108
a 109células;essenúmeroé deapenas105célulasemvacas
quenão receberamglicogêniodeostra(7).
CAPÍTULO 23: IMUNOLOGIA DA REPRODUÇÃO 349
Oviduto
Ováriocom
corpolúteo
linfático"" !ovariano
Cérvix
Pedículo
útero-ovariano
Artéria
uterina
linfonodo
medialilíaco
FIGURA 23-3. Drenagemlinfáticado tratoreprodutivodaovelha.
Note queos vasoslinfáticos quedrenamo úterose juntam com
vasossimilaresdo ovário. Os principais linfonodosderivadosdo
tratoreprodutivo,quefiltrama linfa, sãoo linfonodomedialilíacoe o linfonodo lombo-aórtico.Eles tambémcoletam a linfa de
outrosórgãose tecidosdasáreasabdominale pélvica.(StaplesLD,
Fleet IR, Heap RB. Anatomy of the utero-ovarianlymphatic
networkand the compositionof afferentlymphin relationto the
establishmentof pregnancyin thesheepandgoat.J ReprodFertil
1982;64:409-420.)
Opsoninas(dogregoopsonein=prepararalimento)são
moléculasquese ligama partículasde antígenose aumen-
tama afinidadedefagócitospeloantígeno.Por exemplo,o
sorocontémo complementoC3b, quecausaaopsonização
pormeioda ligaçãoamicrorganismos;neutrófilose macró-
fagos possuemreceptorespara C3b em suas superfícies
celulares.Pareceexistirpoucocomplementoativono flui-
do uterino, pelo menosem éguas,mas imunoglobulinas,
quetambémseencontramno fluido uterino,podematuar
como opsoninas.A IgG é a principal opsoninano fluido
uterino de éguas(8). A estimulaçãoda funçãofagocitária
pela adição de soro ao fluido uterino foi recomendada
como terapiaparao tratamentode infecçõesuterinasem
éguas,apesardenemtodososestudosterematingidoresul-
tadospositivos(9).
A infecçãomicrobianatambémé associadacominfla-
maçãoacompanhadapor vasodilatação,aumentoda per-
meabilidadevascular,movimentode proteínasséricasem
direçãoao lúmen uterino e produçãode descargauterina.
Essesefeitospodemsermediadospormastócitos,basófilos
e eosinófilos,que liberammoléculasvasoativasmediante
350 PARTE V: MECANISMOS FISIOPATOLÓGICOS
ativação.Durantea infecçãouterina, a eliminaçãofísica
de microrganismospor meio do movimento de fluidos
inflamatóriosao longo da cérvix e vulva pode ser um
importantemecanismoparaareduçãodaprobabilidadede
infecção. De fato, algumaséguasmuito suscetíveisao
desenvolvimentodeendometritepossuemumacapacidade
reduzidade eliminação física (10). O trato reprodutivo
tambémsecretaproteínasenvolvidasna limitaçãodo cres-
cimentobacteriano.Essasincluema lisozima,identificada
no úterode porcas,e a lactoferrina,encontradano fluido
uterinodevacas.
Linfócitos
A localizaçãodoslinfócitosT no úterovariadeacordo
coma espécie.Emvacas(11) e ovelhas(12, 13),ascélulas
CD4 estãolimitadasao estromae não sãomuitoabundan-
tes.Em contraste,linfócitosCD8 estãolocalizadosprinci-
palmenteno epitélio,ou no estromaimediatamenteadja-
centeao epitélio.Muitas célulasCD8 do úterode ovelhas
possuemmarcadoresdesuperfíciecelular,o queindica que
elassãocélulassimplese não célulasde memóriaformadas
como resultadode uma exposiçãoprévia ao antígeno.
Cercade umterçodascélulasCD8 do epitélio luminaldo
útero de ovelhasnão-gestantessão células)'oT (13). Na
marrã,tantocélulasCD4 comoCD8 estãolocalizadasprin-
cipalmenteno epitélioou no estromaimediatamenteadja-
cente(6), enquantonaégua,elasestãolocalizadasno estro-
ma (14). O númerode célulasT provavelmenteaumenta
em respostaa um desafiomicrobiano,umavezque éguas
que apresentamendometritepossuemaltos númerosde
célulasT endometriais,freqüentementepresentesnaforma
degrandesagregados(14).
CélulasB estãopresentesno tratoreprodutivono estro-
maendometrial,freqüentementeassociadasdemaneirabas-
tantepróximaao epitélio glandularou luminal. Algumas
vezes,nóduloslinfóidespodemserobservadosno estromada
vaginae no útero.Essasestruturassãogruposcircularesde
célulaslinfóidesquecontêmgrandenúmerode linfócitosB
e plasmócitos.A imunoglobulinapredominanteproduzida
por plasmócitosvaria com a espéciee a regiãodo trato
reprodutivo.Comoostecidosdosistemaimunedemucosas,
ascélulasprodutorasde IgA sãoo tipo principal,mascélu-
las produtorasde IgG e IgM tambémestão presentes.
Dependendoda espéciee do tipo específicode tecido,as
célulasprodutorasde IgG podemsobrepujarasprodutoras
de IgA (Tab.23-2).
A imunizaçãocom o antígeno localizado no trato
reprodutivopode levar à produçãode anticorpos nesse
local e conferir algumaproteção a agentesinfecciosos
específicos(15). Em adiçãoà secreçãolocal de imunoglo-
bulinaspor plasmócitos,ocorrea exsudaçãode anticorpos
circulantesdo sangueparadentrodo lúmendo tratorepro-
dutivo. Em resultado,a principal classede imunoglobuli-
nasnassecreçõesdo tratoreprodutivoé a IgG. Também,a
imunizaçãosistêmicapodelevarao aparecimentode anti-
corposdentrodo trato reprodutivoe à proteçãocontra o
estabelecimentoda infecção(16).
REGULAÇÃO DA FUNÇÃO IMUNE
CELULAR NO TRATO REPRODUTIVO
Alteraçõesno estadofisiológicoresultamem diferentes
demandasdas defesasimunológicasdo trato reprodutivo.
Duranteo cio, o processodeacasalamentolevaà introdução
demicrorganismosparadentrodotratoreprodutivo,eacérvix
encontra-seabertapara permitiro transportedo esperma.
Assim, existeuma necessidadeespecialduranteessaépoca
paraeliminareficientementeosmicrorganismosqueadentram
o tratoreprodutivo.Além disso,o grandenúmerodeesper-
matozóidespresentesno tratoapóso acasalamentodeveser
eliminadode maneiraque não conduzaa uma imunidade
permanenteda fêmeacontraessascélulas.O acasalamento
bem-sucedidoé seguidopelocrescimentodoconceptodentro
do tratoreprodutivo,sendoele,por si só, já geneticamente
estranhoà mãe.Alteraçõesna funçãoimunematernae na
antigenicidadedaplacentasãonecessári~sparaevitarqueesse
organismosejarejeitadoimunologicamentepelamãe.Durante
e apóso parto,o tratoreprodutivofica novamentesujeitoa
insultosbacteriológicosmassivos,e o restabelecimentodeum
úteroestérilé um dosrequerimentosparaqueumagestação
sejarestabelecidano períodopós-partosubseqüente.A rede
imuneno tratoreprodutivoe os linfonodosassociadossão
capazesde seajustaràsdiferençasrequeridas,poisascélulas
linfóidesno tratoreprodutivosãoreguladaspor hormônios
esteroidaisovarianos,moléculasreguladorasno plasmasemi-
nal e fatoresproduzidoslocalmentepelo tratoreprodutivoe
peloconcepto.
RegulaçãodeHormôniosEsteroidais
Os principaishormôniosqueregulamafunçãodo siste-
maimuneno tratoreprodutivosãoo 1713-estradiole a pro-
gesterona.Fêmeasovariectomizadas,nasquaisasconcentra-
ESTÁGIODO
CICLO
TECIDO ESTRAL IgG IgA IgM
Oviduto Cio 25 33 9
Diestro 3 3 1
Endométrio Cio 181 79,5 40
Diestro 19 7 2
Cérvix Cio 87 212 30
Diestro 21 48 3
Vagina Cio 56 187 35
Diestro 18 59 7
DadosdeHusseinAM, NewbyTJ, BourneFJ.
Immunohistochemicalstudiesof the local immunesystemin the
reproductivetractof the sow.J ReprodImmunol1983;5:1.15.
çõesde hormôniosesteroidaissãobaixas,com freqüência
podemeliminarprontamentebactériasintroduzidasartifi-
cialmenteno interiordoútero(Tab.23-3).O 1713-estradiol
podefacilitara eliminaçãode microrganismosenquantoo
tratamentocom a progesteronafreqüentementeleva ao
estabelecimentode infecçãouterina(Tab.23-3).
As ações dos hormônios esteroidais em bactérias
podemserdevidasemparteaosefeitosna eliminaçãofísi-
ca de microrganismospor meio das descargasdo fluido
inflamatóriovia cérvixe vagina(17). A maioreliminação
físicaduranteo cio podesedarem conseqüênciaa altera-
ções no tônus cervical. Além disso, o estrógenopode
aumentara migraçãodecélulasquepromovema inflama-
çãodo tratoreprodutivo.Uma dessascélulas,o eosinófilo,
acumula-seno tratoreprodutivo(especialmenteno ovidu-
to) duranteo cio, pelo menosna vaca (18). A porosidade
vascular,determinadapela migraçãodo corante azul de
Tripando sangueparadentrodoútero,foi aumentadapelo
estradiolemovelhas(19).
A produçãolocaldeanticorpostambéméreguladapor
esteróidesovarianosem algumasespécies.Por exemplo,o
número de plasmócitosno trato reprodutivo da porca
aumentaduranteo cio (Tab.23-2).Na égua,asconcentra-
çõesde IgA no fluido uterino (mas não de IgG) foram
reportadascomosendomaioresduranteo cio, quedurante
a faseluteínica (20).
Hormôniosesteroidaispodemregularafunçãodosneu-
trófilosnoútero- oefeitodependedaespécieedanatureza
do agenteusadoparaatrairos neutrófilosatéo útero.Em
vacas,porexemplo,o númerode leucócitosqueinvadiram
o úteroapósa injeção intra-uterinade Escherichiacali foi
maiorduranteo cio (21),masnenhumadiferençanamigra-
çãodeneutrófilosfoi observadaemconseqüênciaaoestágio
dociclo ou tratamentoesteroidalemoutroestudoemqueo
glicogêniode

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