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A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL E NO PRIMEIRO ANO
ROSINELMA NEVES MORELLI
RIO DE JANEIRO
NOVEMBRO - 2013
A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL E NO PRIMEIRO ANO
Por:
ROSINELMA NEVES MORELLI
Matrícula: 10212080253
Monografia apresentada à FACULDADE DE EDUCAÇÃO da UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO como requisito parcial à obtenção do GRAU DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA, na modalidade EAD. 
RIO DE JANEIRO
NOVEMBRO – 2013
A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL E NO PRIMEIRO ANO
Por:
ROSINELMA NEVES MORELLI
Monografia apresentada aos professores ............................................e
.................................................................. 
_________________________________
Professor
 Orientador
________________________________
 Professor
 Examinador
RIO DE JANEIRO
NOVEMBRO - 2013
DEDICATÓRIA 
Dedicamos esta pesquisa aos nossos pais, em reconhecimento ao apoio e dedicação que sempre nos prestaram durante toda a nossa vida e principalmente a colaboração e incentivo pelo nosso esforço nos estudos. Aos nossos professores que ao longo desses anos nos fizeram adquirir conhecimentos para chegar onde estamos hoje. Agradecemos a Deus pelo dom da vida e do saber, à nossas famílias e amigos pelo incentivo e cooperação. À Coordenadora e tutora Márcia Souza pela orientação e paciência. A todos os que, de alguma forma colaboraram para a realização deste trabalho, nosso muito obrigado.
AGRADECIMENTOS 
Primeiramente a Deus pelo dom da vida, pela força e pela luz que iluminou nossa mente e caminho; Aos nossos pais por nos darem à oportunidade de chegar onde estamos e por ter acreditado na nossa capacidade e ter nos incentivado nas horas que mais precisamos; Aos amigos que entenderam a nossa ausência e nos ajudaram; À Coordenadora e tutora Márcia Souza por ter incentivado e ajudado nas horas de desespero; O nosso muito obrigado a todos os nossos mestres pelos esclarecimentos, disposição, confiança, paciência e generosidade. E a todos que direta ou indiretamente nos ajudaram na construção desta pesquisa. O nosso muito obrigado.
RESUMO
MORELLI, Rosinelma Neves. A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL E NO PRIMEIRO ANO. Brasil, 2013,----f. Monografia (Graduação em Pedagogia) – Faculdade de Educação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013.
O lúdico tem grande importância na educação infantil e no primeiro ano, uma vez que os jogos e as brincadeiras são excelentes oportunidades de mediação entre o prazer e o conhecimento histórico constituído, já que este é eminentemente cultural, pois através do brincar a criança pode desenvolver sua coordenação motora, suas habilidades visuais e auditivas, seu raciocínio criativo e sua inteligência. Ao brincar a criança estar-se-á fazendo uso da linguagem simbólica. Todavia, verificou-se que os professores, na ansiedade de ensinar os conteúdos propostos, pensam que não há tempo para brincadeiras e jogos, pois lhes falta o conhecimento teórico para embasar sua prática no cotidiano escolar. Tal postura exige profundas mudanças nas atitudes pedagógicas e é de responsabilidade de cada professor motivar suas aulas, tornando-as atrativas e prazerosas, preparando a criança para que esta vá se constituindo um sujeito crítico de suas próprias ações e do meio em que vive. O aprofundamento sobre o lúdico se faz necessário como ferramenta alternativa na prática pedagógica, pois a ludicidade é uma necessidade na vida do ser humano em todas as idades e deve ser vista como momentos de prazer onde a criança aprende e se desenvolve naturalmente. O lúdico apresenta importantes benefícios para a criança: vontade de aprender, o interesse, a atenção e a espontaneidade, pois ela realmente aprende o que lhe é ensinado.
Palavras - chave: Educar, lúdico, aprendizagem.
 INTRODUÇÃO
 O objetivo geral deste estudo é ressaltar a importância do lúdico no desenvolvimento infantil. De acordo com crianças de diferentes idades observamos que, ao brincar, a criança fica tão envolvida com o que está fazendo que coloca nos seus atos seus sentimentos e emoções. Isso foi percebido ao observar uma brincadeira onde as crianças representavam uma família e dividiam papeis como pai e mãe. Nesta observação constatamos que: a partir de uma brincadeira foram criadas diferentes situações, onde cada criança teve diferentes percepções e que a relação e a interação entre elas se tornou significativa à medida que cada criança inventava e reinventava, conseguindo assim avançar nos aspectos cognitivos, afetivos e no seu desenvolvimento social.
 A partir destas observações e para calcar minha pesquisa, busquei algumas hipóteses as quais pudessem ser a base de meu estudo:
- O brincar não é somente um momento em que a criança corre, pula, grita, inventa. O brincar é uma forma que a criança tem de se relacionar com o outro, conhecer o outro e estar em contato com ele.
- Brincando a criança aprende o que nenhum adulto poderia ensiná-la.
 Sendo assim, pretendo embasar minha pesquisa segundo Winnicott, que afirma que : “A brincadeira permite a associação livre de idéias, pensamentos, impulsos, sensações sem conexão aparente e emersão de idéias. Para ele, com base no brincar, se desenvolve a comunicação e se constrói a totalidade da existência experimental do homem.”(id. Ibid. p4) .
 E, ainda segundo Winnicott, “É no brincar, que o individuo, criança ou adulto pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral: e é somente sendo criativo que o individuo descobre o seu eu (self)”.(Winnicott, 1975, p.80)
 Também Vygotsky (1994) destaca o papel do meio social e cultural na formação do individuo, entendendo que a brincadeira serve para o desenvolvimento de inúmeras habilidades cognitivas e afetivas.” 
 Portanto, o brincar permite a criança resolver conflitos internos, tendo a oportunidade de aprender sozinha com sua própria falha sem se sentir constrangida em errar e tentar novamente. O errar e o tentar de novo se torna um ato natural, sem traumas ou consequências negativas para o seu desenvolvimento total, como afirma Winnicott em outra de suas citações: 
“Conquanto seja fácil perceber que as crianças brincam por prazer, é muito difícil para as pessoas verem que as crianças brincam para dominar a angústia, controlar idéias ou impulsos que conduzem à angústia se não forem dominados”. (Winnicott, 1966, 161) 
 Reconhecendo que a criança se expressa através do simbólico, podemos ver que o brinquedo dentro de uma brincadeira tem um grande sentido e que assim ela vai transportar para este o seu mundo, a sua vivencia, crescendo e se desenvolvendo intelectualmente e socialmente. Não é preciso que digue a uma criança como brincar com este ou aquele brinquedo, ela vai transferir para ele toda a sua fantasia, todo o seu potencial criador e é aí que o educador pode atuar e aproveitar para orientar as atividades lúdicas de forma a desenvolver o que for escolhido como tema de determinada aula.
 É na brincadeira que a criança toma consciência de si mesma, aprende a atuar subordinando suas ações a um determinado modelo, a uma norma de comportamento. Assim, no lúdico a iniciativa é da própria criança reconhecendo-o como algo desejado e não uma imposição, uma obrigação, uma rotina sem mudanças, o que vai tornando o tempo entediante e sem fins educativos, pois a criança perde o interesse ea atenção para a situação imediata, o que não acontece na brincadeira , que oferece o prazer, a emoção e a fantasia, envolvendo-a e prendendo assim sua atenção. E é dentro desse contexto de prazer, emoção e fantasia que ela verbaliza, comunica-se e desenvolve-se de maneira holística.
Tendo em vista as questões colocadas acima, o tema de pesquisa escolhido para essa monografia é: 
-“A importância do lúdico na Educação Infantil e no primeiro ano.”
 Trata-se de estudar e mostrar a importância que a brincadeira tem para a criança. Fazer com que o educador descubra que , mais que uma simples brincadeira, as atividades que as crianças fazem com seu grupo ou até mesmo sozinhas, tem um valor social implícito, onde novas relações são formadas e vínculos são estabelecidos, sejam essas atividades livres ou dirigidas. 
 A cada nova brincadeira um novo e mais forte grupo será formado entre as crianças, e essas estarão cada vez mais fortes e preparadas para um desenvolvimento natural, amplo e social compreendendo melhor o significado de se viver em grupo, ser um cidadão crítico e atuante na sociedade em que vive, buscando por melhores condições de vida individual e socialmente.
1 - A infância e o brincar
A infância é um período muito importante na vida, nela acontecem as principais mudanças, tais que definem um indivíduo pelo resto de sua vida. Etimologicamente infância, vem do latim infância. Mesmo com toda a limitação colocada neste conceito é na infância que ocorre as principais mudanças e aprendizados, através da multiplicidade de áreas de conhecimento.
Segundo Rousseau, em sua obra Emílio ou da Educação (1999), é importante que a educação se dê de forma natural, onde a criança era vista de modo diferente e a educação seria resultado de vontades próprias e não repetidas por imposições de regras exteriores e artificiais. 
Nesta mesma obra Rousseau, defendia que a educação natural era muito maior que a educação intelectualista da época. Pois ele via a criança de maneira totalizada, onde apenas não era levado em consideração seu lado intelectual, mas também suas disposições primitivas, como: as emoções, os instintos e sentimentos, primitivos de qualquer ser humano, que existe antes do pensamento construído e merece confiança, pois ainda não foram forjados pela sociedade ou impostas ao indivíduo, ou seja, ela ainda possui sua inocência e acredita na bondade e pureza dos outros.
Rousseau traça um caminho que leva a criança, ao ser respeitada a ordem
natural, a resguardar a bondade, a liberdade, a felicidade comprometidas
pela ordem social. Indica ao mesmo tempo um entendimento da natureza
 social para o homem (social e maléfica) e um entendimento da natureza social da criança (boa, pura, que deveria ser conservada). Coloca a criança frente a ela mesma, voltada para si, uma espécie de ordem individualista 
(JARDIM, 2003: 18).
	Trazendo esta temática para ser discutida no contexto brasileiro, fica ainda pior, pois seu papel social não era reconhecido e ela na maior parte das vezes passava despercebida, sem que fosse levada em consideração sua importância histórica e social. A verdade é que a criança não existia como objeto de compreensão a merecer visibilidade e reconhecimento.
	O brincar até então era visto como algo sem muito significado, onde servia apenas para entreter as crianças e fazer com que seu tempo fosse totalmente usado. Mas o brincar vai muito além de divertir uma criança, essa pode ter um aprendizado mais significativo do que algo imposto. 
Segundo o Novo Dicionário da língua portuguesa (Ferreira, 1986,p.286), vários são os significados para o brincar:
Divertir-se infantilmente, entreter-se em jogos de crianças.
Divertir-se, recrear-se, entreter-se, distrair-se, folgar; "Em qualquer circunstância está sempre bem humorado, brincando".
Agitar-se alegremente, foliar, saltar, pular, dançar.
Dizer ou fazer algo por brincadeira, zombar, gracejar.
Divertir-se.
Tremer, oscilar, agitar-se.
Gracejar, zombar, mexer.
Entreter-se, distrair-se, ocupar-se.
Tomar parte em folguedos carnavalescos.
 
Todos os significados acima citados nos levam ao mesmo entendimento: o brincar faz parte do universo infantil, onde os pequenos descobrem e compreendem o mundo que os cerca. As brincadeiras levam as crianças à possibilidade de vivenciar aventuras estimulando–lhes a criatividade, o exploratório e a imaginação, portanto deve-se respeitar o brinquedo como cultura infantil, onde cada brinquedo ou brincadeira torna-se um recurso de aprendizagem valoroso.
1.1 - Aspectos lúdicos
1.1.1 – Os diversos aspectos do brincar:
	O lúdico sempre se apresentou na sociedade como diversão, distração e lazer - do latim ludus = jogo, brinquedo, é a ação com propriedades de causar estados emotivos agradáveis pura e simplesmente. Relativo ao jogo, a brinquedo; qualquer atividade que vise mais ao divertimento do que a qualquer outro objetivo que o próprio prazer pode fazê-lo. Muitas e inúmeras teorias passaram a definir o jogo e sua utilidade para o estudo particular do comportamento lúdico.
	As formas que se apresentam a ludicidade são das mais diversas, através das histórias, dos jogos, das dramatizações, das músicas, das danças, das canções e das artes, mas o principal motivo do interesse desse estudo gira em torno da importância que a ludicidade assume, principalmente no âmbito escolar, durante a prática educativa, como uma ferramenta que auxilie a prática pedagógica, em atividades que envolvam a criatividade e o pensamento crítico e sistemático.
	O fato de ser algo desprendido do sistema escolar cotidiano, a ludicidade como atividade livre, leva-nos a não notar quão sutil seu ensinamento age em nossas mentes, não como uma atividade opressora e repressiva que limita e bloqueia a criatividade tornando- se um obstáculo para a aprendizagem, mas como algo agradável e sutil, “não sério” e que pode ser facilmente assimilado, por quem tem toda jornada de conhecimento para trilhar.
	Ajuda-nos a entender melhor o aspecto lúdico, algo que seja estudado em conjunto, não como algo compartimentalizado do conhecimento, mas como a totalidade que todo ser humano está inserido, ou seja, suas emoções, sua crítica, a autonomia, a construção de seu próprio pensamento ao proporcionar uma visão que inclua os seus interesses, suas necessidades e o prazer de cada indivíduo.
	A cultura de um povo leva ao questionamento do lúdico no ensino, mas quando uma criança apresenta um enigma não deixa de ser uma questão filosófica. O historiador facilmente afirma que ao esboçar as fases da Filosofia, as primeiras ideias começaram através do jogo de enigmas sagrados segundo o qual era ao mesmo tempo um ritual e um divertimento festivo.
	Em nossa sociedade moderna, as escolas priorizam o conteúdo, onde os profissionais se veem imersos em objetivos a serem alcançados, deixando um pouco de lado as brincadeiras por não haver tempo suficiente para fazerem os dois de forma correta e sistemática. Para esta criança foi reservado o mínimo de tempo para que ela pudesse brincar ocupando a maior parte de seu tempo em salas de aula onde os conteúdos são considerados superiores às questões lúdicas e ao próprio processamento da aprendizagem significativa no educando.
	Fora da escola o indivíduo está inserido num meio social onde a informação impera e as distrações às vezes são: mexer em um computador, assistir uma televisão, uma brincadeira em jogos eletrônicos onde ele está o tempo todo recebendo novas informações, o que mudar enriquecer e modificar suas ações ou não podem acabar piorando.
	No começo da década de 80, começou a inclusão de ludotecas ou como são mais conhecidas as brinquedotecas, um espaço público ou privado bem parecido com uma biblioteca onde as crianças usam os brinquedos como principal fonte de conhecimento e desenvolvem criticamente suas atividades lúdicas.
	Em nossa sociedade, criou-se a cultura do brinquedo industrializado, onde tê-lo é melhor do que sabero que propõe e em que esse brinquedo auxilia na formação do pensamento da criança.
	É realmente possível a aprendizagem através do lúdico, através de brincadeiras direcionadas, dentro de uma proposta pedagógica séria; essa aprendizagem ocorre de maneira mais duradoura através dos brinquedos porque não é nada imposto e sim algo que toda criança gosta que seja manipular uma brincadeira. É nessa brincadeira que ela acaba aprendendo que o ensino pode e deve ser algo prazeroso e que aprender não implica em somente sentar ler e escrever em um ambiente propício a isso, ou seja, as escolas e centros de ensino.
A importância do brincar para Winnicott
	Para Winnicott, o brincar permite à criança a associação livre de ideias, pensamentos, impulsos, sensações sem conexão aparente e emersão de ideias, desenvolvendo a comunicação e construindo a totalidade da existência experiencial do homem. 
“É no brincar, e somente no brincar, que o indivíduo, criança ou adulto pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral: e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o eu (self)” (Winnicott, 1975, p.80)
“Conquanto seja fácil perceber que as crianças brincam por prazer, é muito difícil para as pessoas verem que as crianças brincam para dominar a angústia, controlar idéias ou impulsos que conduzem à angústia se não forem dominados” (Winnicott, 1966, 161) 
A angústia é um fator dominante na brincadeira e o seu excesso conduz à brincadeira compulsiva, ou à brincadeira repetida, ou ainda a uma busca exagerada dos prazeres que pertencem à brincadeira; e se a angústia for muito grande, a brincadeira redunda em pura exploração da gratificação sensual. Winnicott entende a experiência da brincadeira e do viver criativo como um espaço potencial ocupado entre o indivíduo e o ambiente, dependendo da sua capacidade de confiar. Segundo Johan Huizinga (1980), estudioso holandês “não se brinca a não ser por iniciativa própria ou por livre adesão. Um brinquedo obrigatório perde o caráter de brinquedo; é evidentemente, outra coisa qualquer. (id. Ibid. p 6)”
Winnicott estabelece uma diferenciação entre criatividade artística e psíquica, onde esta se refere ao desenvolvimento da capacidade de formar símbolos e encontrar formas de expressão através das próprias ideias, no diálogo com o mundo da realidade compartilhada. O brincar tem sua origem nas primeiras relações entre mãe e bebê, destacando a importância de ser visto reconhecido e respeitado na sua singularidade.
 	Winnicott afirma que:
 ‘O sentimento de self surge na base de um estado não integrado, que, contudo por definição não é observado e recordado pelo indivíduo e que se perde, a menos que seja espelhado de volta por alguém em quem se confia, que justifica a confiança e atende à dependência’. 
Então, brincar é uma atividade sofisticada, na criação da externalidade do mundo e uma condição para o viver criativo, onde se desenvolve o pensar, o conhecer e aprender significativos. É na brincadeira que se aprende a transformar e usar objetos do mundo para que a realização seja externada através dos próprios gestos, sem perder contato com a própria subjetividade. Por meio do brincar podemos manipular e colorir fenômenos externos com significado e sentimentos oníricos, além de podermos dominar a angústia, controlar ideias ou impulsos e, assim, dar escoamento ao ódio e agressão. 
Então, o brincar envolve uma atitude positiva diante da vida, onde podemos fazer coisas, não simplesmente pensar ou desejar, pois brincar é fazer, é uma experiência que envolve o corpo, os objetos, um tempo e um espaço. É como a vida: tem início, meio e fim. 
Enfim, brincar permite desenvolver a tolerância à frustração, canalizar a agressividade, inscrever o gesto pessoal, usar objetos da realidade externa que são transfigurados, de acordo com fantasia, é à base da capacidade de discriminação necessária ao processo de aprendizagem criativo que envolve a autoria e apropriação criativa de conhecimentos. 
É Winnicott quem afirma:
 ‘A psicoterapia é efetuada na superposição de duas áreas lúdicas, a do paciente e do terapeuta. ’ Quando o paciente não pode brincar, algo precisa ser feito pra ajudá-lo a tornar-se capaz de brincar, após o que a psicoterapia pode começar. O brincar é essencial porque nele o paciente manifesta sua criatividade.”
	
O brincar sobre a visão Vygotskyana
O conhecimento não deveria ser passado de forma tão rígida para que as crianças não se sentissem forçadas a gravar na mente, pelo contrário, ele deveria ser passado de forma suave, de uma forma que chegue mais próximo ao mundo imaginário dessa criança, vivido com muito prazer e alegria. Nada é mais próximo que isso do ensinar brincando, ensinar como um “faz de conta”. 
	Através da ludicidade a criança se apropria do conhecimento de maneira prazerosa, favorecendo as novas descobertas que é o objetivo de uma atividade direcionada ao saber, enriquecendo e aprimorando sua personalidade e favorecendo o desenvolvimento cognitivo. Para Vygotsky (1994) o brinquedo faz aparecer uma nova forma de desejo, encorajando-a a desejar e relacionar seus desejos num “eu” fictício ao seu papel no jogo e suas próprias regras.
No brinquedo, a criança opera com significados desligados dos objetos e ações aos quais estão habitualmente vinculados; entretanto, uma contradição muito interessante surge, uma vez que, no brinquedo, ela inclui, também, ações reais e objetos reais. Isto caracteriza a natureza de transição da atividade do brinquedo: é um estágio entre as restrições puramente situacionais da primeira infância e o pensamento adulto, que pode ser totalmente desvinculado de situações reais (VIGOTSKY, 1994:129-130).
	Percebe-se assim que quando a criança expõe suas ideias através do brincar ela se envolve num mundo ilusório e imaginário onde seus desejos podem se tornar realizados. Em suas experiências de brincar colocam situações e desafios que estão além de sua vivência e do seu comportamento do dia-a-dia. As experiências sociais das crianças se estabelecem desde muito cedo e na sua vivência social e cultural diária que experimentam com os adultos e o mundo imposto por eles. A brincadeira acaba por ser o instrumento condutor que lhes colocará nesse meio sociocultural dos adultos.
	Segundo Vygotsky (idem), a brincadeira é algo imprescindível para a formação de sua personalidade levando em consideração o meio social da qual está inserida.
	A brincadeira tanto pode ser um processo educacional como também uma atividade social integradora entre diversas culturas. Conforme Vygotsky (idem), a importância do brincar pode ser justiçada, pois a criança será inserida no mundo adulto através dessas brincadeiras antevendo seus papéis na sociedade e seus valores futuros, ou seja, por meio de brincadeiras ela pode se desenvolver socialmente, conhecendo seus deveres e seus direitos para um bom convívio social. A imaginação será expandida através das habilidades conceituais que a criança adquiriu, bem como seu universo psíquico proporcionado pelas atividades lúdicas. É possível verificar tal coisa na afirmativa abaixo: 
Ao brincar, afeto, motricidade, linguagem, percepção, representação, memória e outras funções cognitivas estão profundamente interligadas. A brincadeira favorece o equilíbrio afetivo da criança e contribui para o processo de apropriação de signos sociais. Cria condições para uma transformação significativa da consciência infantil, por exigir das crianças formas mais complexa de relacionamento com o mundo. Isso ocorre em virtude das características da brincadeira: a comunicação interpessoal que ela envolve não pode ser considerada “ao pé da letra”; sua indução a uma constante negociação de regras e à transformação dos papéis assumidos pelos participantes faz com que seu enredo seja sempre imprevisível (OLIVEIRA, 2002:160).
	
	O brincar como atividade social supõe, está interligado a vários aspectos tais como: os sociais, os culturais, os históricos, o biológico, o sociológico, o psicológico que se juntam numarealidade simbólica criada pela própria criança mediando sua relação com o mundo real (não fictício) e contribuindo para possíveis mudanças na história de quem brinca.
	Em uma visão um pouco mais ampla, observamos que vários pensadores tem a mesma linha de pensamento sobre o tema proposto, sempre com a mesma ideia sobre essa questão tão importante da infância.
	Assim, partindo por Maria Montessori, o jogo em sala de aula poderia ser um riquíssimo suporte pedagógico para ser utilizado nas mais diversas disciplinas, levando nossos educandos a aprendizagens mais significativas e duradouras, pois estimulam ao mesmo tempo a parte motora e cognitiva das crianças.
	A partir da Montessori começou-se a popularizar o conceito de “aprender brincando” muito utilizado em nossos dias de maneira inadequada e errônea. Pois o brincar deve ser direcionado, fundamentado em conteúdos didáticos, onde o conhecimento seja significativo no dia a dia de nossas crianças.
	No início de sua concepção o conceito do aprender brincando era totalmente deturpado por profissionais despreparados e sem nenhuma formação do que significava essa nova teoria. O educando era deixado livre com seu brinquedo para fazer suas descobertas a partir de suas próprias indagações, sem que o educador agisse de maneira a instigar a criança, a saber, cada vez mais sobre o que ela podia manipular o conhecimento que ela poderia obter.
	Contudo, sabemos que até mesmo em brincadeiras livres, onde o profissional não intervém no saber, a criança alcança um conhecimento significativo, pois interage com o meio em que está, ou seja, tanto com outras crianças na escola como com adultos em sua casa. 
	Maria Montessori (1987 p. 314) pontuou “O adulto e a criança devem se unir; o adulto deve se fazer humilde e aprender a ser grande com criança”. Portanto, é através das brincadeiras descontraídas e prazerosas que também o adulto vai construir um novo tipo de conhecimento com a pouca experiência das crianças que encaram há todos os dias os mesmos desafios de aprender, onde este aprender pode ser simplesmente mais prazeroso. 
	
2- Conceituando brincadeiras:
 	 O contexto social da criança influencia fortemente no seu desenvolvimento. Diante disso, as crianças são passiveis de influencias lúdicas de seu cotidiano. Mas, infelizmente os adultos que convivem e brincam com as crianças não se dão conta desse fato tão importante. Muitos desconsideram a brincadeira como promotora de aprendizagem. 
 No entanto, teóricos e pesquisadores da área já reconheceram que a brincadeira é uma forma privilegiada de aprendizagem infantil porque as crianças trazem para suas brincadeiras sua visão de mundo carregada de descobertas. Para clarear essa grande confusão conceitual construída historicamente sobre a brincadeira, Kishimoto (2005, p.21) diz que:
“A brincadeira é a ação que a criança desempenha ao concretizar as regras do jogo, ao mergulhar na ação lúdica. Pode-se dizer que é o lúdico em ação. Desta forma, brinquedo e brincadeira relacionam-se diretamente com a criança e não se confundem com o jogo”.
 A partir dessa conceituação, podemos dizer que, para a criança, a brincadeira é a materialização do pensamento lúdico, pois quando a criança executa as regras de um jogo, ela está brincando, houve a ação da criança. 
 A brincadeira está longe de ser somente uma atividade natural da criança no seu dia-a-dia, ela é também uma aprendizagem social, portanto declarar a brincadeira como uma ação importante para a criança exige mais do que somente permiti-la, mas sim, promovê-la.
 Assim, a brincadeira é uma atividade que, ao mesmo tempo, identifica e diversifica os seres humanos em diferentes tempos e espaços. É também uma forma de ação que contribui para a construção da vida social coletiva. A brincadeira é patrimônio e prática social que cria laços de solidariedade e de comunhão entre os sujeitos que dela participam.
2.1-O brinquedo:
 O brinquedo faz-se tão importante neste contexto infantil por ter a capacidade de instigar a imaginação da criança, e é através dele que a pedagogia interage com o lúdico no sentido de também educar.
“... uma criança que domina o mundo que a cerca é a criança que se esforça para agir neste mundo. Para tanto, utiliza objetos substitutos aos quais confere significados diferentes daqueles que se normalmente possuem. O brinquedo simbólico e o pensamento estão separados dos objetos e a ação surge das ideias então das coisas... (Vygotsky 1991, p28.)”.
 O brinquedo faz com que a criança solte sua imaginação e desenvolva a criatividade possibilitando o exercício da concentração, da atenção e do engajamento, por isso ele estimula a inteligência, proporcionando desafios e motivação.
 	 Com o brinquedo a criança reconhece as coisas, descobre mais, experimenta e reinventa, analisa, compara e cria. Seu mundo interior é enriquecido e cada vez mais pode se comunicar com o mundo que a cerca, suavizando o impacto provocado pelo tamanho e pela força dos adultos, diminuindo seu sentimento de impotência.
 	 O brinquedo oferece uma excelente oportunidade de fazer a criança desenvolver sua linguagem verbal, pois a variedade de situações que ele possibilita pode favorecer a aquisição de novos conceitos. Portanto, o brinquedo é a forma mais completa que a criança tem de ser comunicar consigo mesma e com o mundo. É na magia do brinquedo que a criança desenvolve a autoestima, a imaginação, a confiança, o controle, a criatividade, a senso-percepção, a cooperação e o relacionamento interpessoal. Os brinquedos também estimulam a percepção, as capacidades sensório-motor, condutas e comportamentos socialmente significativos nas ações infantis.
 	 Na concepção Vygotskyana, o brinquedo oferece suporte que não produzirá somente novos significados, mas transmite um significado social e simbólico.
“... se o brinquedo é entendido como simbólico existe o perigo de que ele possa vir ser considerado como uma atividade semelhante à álgebra, isto é, o brinquedo como álgebra, poderia ser considerado como um sistema de signos que generalizam a realidade, sem nenhuma característica que considere específica.”
“Pode acreditar que o brinquedo não é uma ação simbólica no sentido próprio do termo, de forma que se torna essencial mostrar o papel da motivação no brinquedo. E essas abordagens não ajudam a compreender o papel do brinquedo no desenvolvimento posterior... (Vygotsky; 1994.p.123)”.
 	 A criança se socializa através da integração dela com o objeto e o ambiente cultural que a rodeia, assimilando seus códigos e o brinquedo torna-se o objeto mediador da comunicação entre a sociedade e a criança.
 O apoio do brinquedo também favorece a construção dos valores e a formação do indivíduo, pois ao manipulá-lo a criança está aprendendo de maneira prazerosa e significativa e ainda está lhe propiciando meios que venham ajudá-la psicologicamente.
 	 Diante desta concepção Kishimoto apresenta uma visão contemporânea (1999):
“... Hoje a imagem de infância é enriquecida, também com o auxílio de concepções, psicológicas e pedagógicas, que reconhecem o papel de brinquedos e brincadeiras no desenvolvimento e na construção do conhecimento infantil... (Kishimoto; 1999.p.)”. 
 	 Ainda segundo Kishimoto (1996) os brinquedos devem ser comprados de acordo com a idade, a capacidade e a área de interesse para a criança. 
Kishimoto classifica-os como:
-Brinquedos de berço: móbiles, chocalhos, bichinhos de vinil, brinquedos para olhar, ou ouvir, pegar e morder são valiosos para as estimulações sensorial e motora da criança. A presença destes pequenos objetos no universo da criança, chamando sua atenção e despertando seus sentidos é uma contribuição importante para seu desenvolvimento. 
-Brinquedos do faz de conta: funcionam como elementos introdutórios e de apoio á fantasia; e facilitam o processo de simbolização e proporcionam experiências que, além de aumentarem o repertório de conhecimento da criança, favorecem a compreensãode atribuições e de papéis. 
O faz de conta dá oportunidades para expressão e elaboração em forma simbólica de desejos e conflitos; quanto mais rica for a fantasia e a imaginação da criança, maiores serão suas chances de ajustamento do mundo ao seu redor. Como exemplos, podemos citar as bonecas, os fantoches, as mobílias infantis, os carrinhos, as fantasias, os teatrinhos e outros. 
- Brinquedos pedagógicos: costuma-se chamar brinquedo pedagógico ao que foi fabricado com objetivo de proporcionar determinadas aprendizagens, tais como cores, formas geométricas, números, letras, etc.
Usar o jogo na educação infantil significa transportar para o campo do ensino- aprendizagem condições para facilitar a construção do conhecimento, introduzindo as propriedades do lúdico, do prazer e a capacidade de ação motivadora. 
-Brinquedos de construção: servem para enriquecer a experiência social, estimulando a criatividade e desenvolvendo habilidades na criança; Para se compreender a relevância das construções é necessário considerar tanto a fala como a ação da criança e também considerar as ideias presentes em tais representações, como elas adquirem tais temas e como o mundo real contribui para a sua construção. 
-Brincadeiras tradicionais: estes são filiados ao folclore, considerada como parte da cultura popular por ser um elemento folclórico, a brincadeira tradicional infantil assume características de anonimato e tradicionalidade, seus criadores são anônimos. Sabe-se apenas, que provem de práticas abandonadas por adultos, de fragmentos de romances, poesias, mitos rituais religiosos. Enquanto manifestações livres e espontâneas da cultura popular, a brincadeira tradicional tem a função de perpetuar a cultura infantil, desenvolver formas de convivências sociais e permitir o prazer de brincar. 
 
2.2 – A importância do lúdico na educação:
2.2.1- A organização da brincadeira na prática docente:
	A utilização de jogos pode auxiliar e muito a prática docente, especialmente quando o educador direciona suas ações, ou seja, as organiza de forma a ser aproveitada de maneira mais eficiente e significativa para seus educandos. 
	É extremamente importante reconhecer que a ludicidade na prática docente não basta para garantir uma prática lúdica de qualidade. Este caminho para a construção do conhecimento requer do profissional de educação muita disciplina para fazer com que seu jogo funcione. 
	Ainda hoje vemos que muito se tem para fazer em relação a quebra de paradigmas anteriormente estabelecidos e veiculados a um descrédito de tais profissionais que utilizam essa prática pedagógica. Em uma sociedade onde até mesmo nas escolas se espera do aluno que sua produção acadêmica seja exemplar em termos de exercícios e quantidade de tarefas e não em uma aprendizagem onde ocorra o conhecimento na forma e no tempo do aluno, a ludicidade vem resgatar esta questão na íntegra.
	Portanto, incluir um planejamento das ações lúdicas se faz necessário para que o professor não perca a essência do que a brincadeira pode oferecer ao aluno em termos de conhecimento significativo e duradouro. 
	Como todo processo na educação, a avaliação também deve se fazer presente neste suporte pedagógico. Devemos avaliar de um ângulo um pouco diferenciado este trabalho, nosso objetivo não é que a brincadeira saia perfeita sem nenhuma interrupção e sim se nosso objetivo proposto, que foi a consolidação de uma aprendizagem mais significativa ocorreu de maneira esperada. 
	Assim como em todo processo de avaliação o educador deve também rever sua prática pontuando os pontos positivos e negativos da atividade planejada utilizada anteriormente, a brincadeira e o jogo; para saber em qual aspecto deve mudar de estratégia para uma próxima confecção de atividade lúdica.
Incluir o lúdico no fazer educacional, além de uma necessidade básica de toda a criança, contribui para a construção de uma sociedade brincante, que reconhece a ludicidade como comportamento social da criança.
 Brincar auxilia o desenvolvimento físico, mental, social, afetivo e intelectual de nossos educandos, pois a criança cria conceitos e relaciona ideias, estabelece relações lógicas, ou seja, integra-se na sociedade e constrói a partir daí seu próprio conhecimento.
2.2.2- O lúdico na educação infantil:
 	O trabalho com o lúdico no âmbito escolar não pode ser desvinculado de um significado. A infância é um período em que a criança está se construindo culturalmente e a brincadeira assume uma importância fundamental como forma de participação social e como atividade que possibilita a apropriação, a resignificação e a reelaboração da cultura pelas próprias crianças. 
 	Então, o currículo da Educação Infantil deve integrar a brincadeira, a música, a dança, as artes plásticas e a literatura, entre outras produções culturais, ao trabalho com os conhecimentos específicos.
 	Ao incorporar o lúdico no trabalho com os conteúdos específicos o professor apropria-se de diferentes formas de argumentar, registrar e comunicar seus saberes por meio de suportes relacionados à própria ludicidade. 
 	Assim, a criança da Educação Infantil inicia sua vida escolar sem sofrer um desapego da sua infância, tendo suas brincadeiras agora com uma apropriação de conhecimentos, estabelecendo associações e significações que ampliam suas possibilidades de aprendizagem.
 	A organização dos espaços de forma a disponibilizar brinquedos e materiais para as crianças, oferecendo diferentes possibilidades de interação, proporciona aos espaços da Educação Infantil alegria, aconchego e acolhida, de forma a apoiar os movimentos e as relações sociais das crianças, motivando sua autoria e autonomia na formação de grupos e construção de suas brincadeiras. 
 	Assim, o educador poderá ampliar e enriquecer as possibilidades de ações lúdicas ao trabalho com os vários suportes pedagógicos relacionados ao brincar, à brincadeira, ao jogo.
 	A seleção dos brinquedos nessa fase envolve diversos aspectos: ser durável, atraente e adequado, apropriado a diversos usos, garantir a segurança, ampliar oportunidades para brincar, atender à diversidade racial, não conter preconceitos de gênero, classe social e etnia, não estimular a violência, incluir diversidade de materiais e tipos: industrializados, artesanais e produzidos pelas crianças, professores e pais.
 Também é preciso considerar:
-Tamanho: o brinquedo precisa ser duas vezes mais largo que a mão fechada da criança (punho), em suas partes e no todo;
-Durabilidade: o brinquedo não pode se quebrar com facilidade;
-Cordas e Cordões: podem enroscar-se no pescoço da criança;
-Bordas cortantes ou pontas: devem-se eliminar tais brinquedos;
-Não tóxicos: evitar brinquedos com tintas ou materiais tóxicos;
-Não inflamável: o brinquedo não deve pegar fogo;
-Lavável e feito com materiais que podem ser limpos: especialmente bonecas e brinquedos estofados;
-Divertido: assegurar-se de que o brinquedo seja atraente e interessante.
 	 A análise do brincar na Educação Infantil será efetuada à luz dos artigos 9º ao 12º das Diretrizes Curriculares de Educação Infantil.
 	 De acordo com o artigo 9º, os eixos norteadores das práticas pedagógicas devem ser as interações e a brincadeira, indicando que não se pode pensar no brincar sem interações:
-Interação com a professora: o brincar interativo com a professora é essencial para o conhecimento do mundo social e para dar maior riqueza, complexidade e qualidade às brincadeiras.
-Interação com as crianças: o brincar com outras crianças garante a produção, conservação e recriação do repertório lúdico infantil.
-Interação com os brinquedos e materiais: é essencial para o conhecimento do mundo dos objetos.
-A interação entre criança e ambiente: a organização do ambiente facilita ou dificulta a realização das brincadeiras e das interações entre as crianças e adultos.
-As interações (relações) entre a instituição, a família e a criança: a relação entre a instituição e a família possibilita o conhecimento e a inclusãoda cultura popular que inclui os brinquedos e brincadeiras que a criança conhece no projeto pedagógico.
 	 Enfim, os espaços de Educação Infantil devem garantir às crianças tanto suas necessidades básicas físicas e emocionais quanto às de participação social de troca e interações, de constituição de identidades e subjetividades, de ampliação progressiva de experiências e conhecimentos sobre o mundo, através do brincar, para que este seja parte integrante do processo educativo, devendo ser incentivado, garantido e enriquecido com alegria, imaginação, transgressão, participação e cooperação.
2.2.3-O lúdico no primeiro ano:
 	 No ambiente escolar, ao se organizar a rotina e planejar as atividades pedagógicas, separa-se a brincadeira do trabalho e também o prazer do conhecimento. É o que acontece quando as crianças chegam ao 1º ano e iniciam sua jornada pelo aprendizado da leitura e escrita. 
 	 Sendo o brincar a atividade principal do dia a dia da criança, a sala de aula, a partir do 1º ano, começa a ser um tempo sem prazer, sem atração, o que causa o desinteresse em muitas crianças nesta fase. Nessa perspectiva a brincadeira dentro da sala de aula tem importância significativa no processo de ensino aprendizagem. 
 	No entanto, a nossa sociedade não abre espaço para o brincar dentro do cotidiano infantil, substituindo-o por afazeres que exigem da própria criança responsabilidades, muitas vezes, não necessárias a faixa etária em que esta se encontra. Sendo assim, o lúdico deve ser presença constante no ambiente alfabetizador do 1º ano. 
 	Para que o conhecimento seja significativo é necessário que as crianças percebam a relação entre o que estão aprendendo e o seu cotidiano. Isso envolve raciocínio, análise, imaginação, relacionamento entre ideias, coisas e acontecimentos. O lúdico pode ser um instrumento de sondagem, para introduzir e reforçar os conteúdos, fundamentados nos interesses que podem levar a criança a sentir satisfação em descobrir um caminho interessante no aprendizado. A ludicidade se transforma em ponte para auxiliar na melhoria dos resultados que o professor quer alcançar.
 	 Assim, a criança encontra o equilíbrio entre o real e o imaginário e tem a oportunidade de se desenvolver de maneira prazerosa. As atividades lúdicas criam um ambiente agradável e é através deste aspecto do desenvolvimento emocional que a ludicidade se transforma num ato motivador, capaz de gerar um estado de euforia. Kishimoto (1994) destaca que: 
. [...] no contexto cultural e biológico as atividades são livres, alegres e envolve uma significação. É de grande valora social, oferecendo possibilidades educacionais, pois, favorece o desenvolvimento corporal, estimula a vida psíquica e a inteligência, contribui para a adaptação ao grupo preparando para viver em sociedade, participando e questionando os pressupostos das relações sociais. (p.13)
 
 	 Muitos profissionais desconsideram o lúdico um fator importante no processo de ensino aprendizagem, mantendo uma resistência ao dizer que a ludicidade acarreta desorganização. Porem é através do lúdico que a criança vai vivenciar regras, normas, transformações, recriando e aprendendo de acordo com suas necessidades, desenvolvendo seu raciocínio e sua linguagem.
 	Uma conduta lúdica envolve características no modo de ensinar do professor, na seleção dos conteúdos e no papel do aluno. O professor reconhece a importância da ludicidade adquirindo uma postura ativa nas situações de ensino. O aluno, então, aparece como sujeito da aprendizagem, estimulado a desenvolver sua criatividade e não a produtividade, sendo o sujeito do processo pedagógico. 
 	Com a brincadeira, o desejo de saber do aluno é despertado, sua vontade de participar e sua concentração ficam maiores e ele passa a assimilar os conteúdos com maior facilidade e naturalidade. (Kishimoto, 1994). 
 	Como afirma Winnicott (1995), o lúdico é considerado prazeroso, devido a sua capacidade de absorver o indivíduo de forma intensa e total, criando um clima de entusiasmo. É este aspecto de envolvimento emocional que torna uma atividade de forte teor motivacional, capaz de gerar um estado de vibração e euforia. 
 	Os primeiros sinais de dificuldades na aprendizagem aparecem, geralmente, na época da alfabetização, isso porque é um momento que exige da criança uma atenção voltada para atividades sistematizadas. Nesse sentido, a ludicidade pode desenvolver na criança a memória, o estímulo à atenção, a apropriação de conceitos e o respeito às regras, condições necessárias para que ela supere suas dificuldades.
 	A utilização do lúdico na iniciação da leitura e escrita vai ajudar a criança a centralizar suas energias, ultrapassar suas dificuldades, reconstruir sua realidade, criando condições favoráveis à fantasia e a transformá-la em uma fonte de prazer, respeitando assim, o seu desenvolvimento integral, proporcionando um ambiente propício à aprendizagem e ao conhecimento significativo.
2.3 – Algumas sugestões de brinquedos para serem utilizados por crianças de 0 a 6 anos
	
	Na tentativa de enriquecer a prática docente, podemos nos utilizar de algumas ferramentas como brinquedos. Segue alguns exemplos:
	0 a 5 meses 
	Chocalhos, brinquedos musicais, mordedores, brinquedos de berço, móbiles, livrinhos de pano ou plástico, bolas com texturas diferentes para serem agarradas com as duas mãos.
	6 meses a 1 ano
	Brinquedos flutuantes (patinhos de borracha que boiam na água), cubos que tenham guizos embutidos ou ilustrações,  caixas ou brinquedos que se encaixam uns dentro dos outros, argolas empilháveis, brinquedos para martelar, empilhar e desmontar, brinquedos eletrônicos de aprendizado, mesa pequena com cadeirinhas na altura em que a criança possa alcançar os pés corretamente no chão, telefone de brinquedo, espelhos, brinquedos que emitem sons por meio de botões de apertar, girar ou empurrar.
	1 a 2 anos
	Brinquedos de variadas texturas (estimulam os sentidos da visão, da audição e do tato), bonecas de tecido e bichos de pelúcia feitos de materiais atóxicos, livros e álbuns de fotografia com ilustrações dos familiares e objetos conhecidos, brinquedos de empurrar ou puxar, brinquedos de montar e desmontar. Os brinquedos devem ter cores vivas e não podem ser tóxicos.
	2 a 3 anos
	Bolas, muitos blocos de brinquedos para empilhá-los e colocá-los dentro de caixas, brinquedos de encaixar e desmontar, brinquedos musicais, carrinhos, bonecas, cavalinho de balanço, brinquedos para praia ou piscina, brinquedos de equilibrar um em cima do outro. Nesta idade deve-se ensinar a criança a organizar e recolher os brinquedos.
	3 a 4 anos
	Triciclo, carrinho grande de puxar, aviões, trenzinhos, brinquedos infláveis, bolhas de sabão, caixas de areia com pás e cubos, cabaninhas, casas de bonecas, ferramentas de brinquedos, massinha de modelar, objetos domésticos, fantasias, máscaras, fantoches, instrumentos musicais de brinquedo como pandeiros, pianinhos, trombetas e tambores, brinquedos de montar e desmontar mais complicados, blocos de formas e tamanhos variados, jogos e quebra-cabeças simples, lápis de cor e papel para desenhar (círculos, bonecos, enumerar os elementos de uma ilustração, colorir), livros com diferentes ilustrações e histórias alegres.
	4 a 6 anos
	Esta é a fase do mundo imaginário, sua criatividade está se desenvolvendo. Os brinquedos nesta fase devem auxiliar a criança a entrar no mundo da fantasia, por exemplo: dinheirinho de brinquedo, caixa registradora, casas de boneca com móveis, telefone, cidadezinhas, circos, fazendas com animais, materiais de papelaria, postos de gasolina, meios de transporte (caminhões, automóveis e pistas, motos, aviões, trens elétricos, barcos e tratores), instrumentos musicais e eletrônicos, jogos.  Nesta idade, a criança começa a sentir o que chamamos de medos infantis, como o medo do escuro, as bruxas, o bicho papão e outras coisas feias que impedem que a criança durma desta forma recomendaram uma boneca ou um ursinho depelúcia, que tem a função de ajudar as crianças a superarem esta fase.
	Acima de 6 anos
	Jogos de tabuleiro, bolinhas de gude, pipas, carros de corrida, trens elétricos, argila para modelar, pincel, brinquedos de mágica, artigos esportivos, bicicletas, patins, skate, jogos eletrônicos, de memória, videogames, patinetes, futebol de botão, laptops, brinquedos colecionáveis, chaveiros, brinquedos eletrônicos, jogos de cartas, kits, pistas de carrinhos, quebra- cabeças.
2.3.1 – Brincadeiras para crianças de 0 a 6 anos
	Na prática docente podemos contar com algumas brincadeiras que podem estimular a integração social e o raciocínio lógico de nossos educandos. Abaixo alguns exemplos de brincadeiras:
1-   Corre cotia
Material: Bolinha der papel ou objeto.
Descrição: Participantes sentados em circulo no chão. Um participante começa o jogo com o objeto ou bolinha de papal na mão e passa por todos os participantes sentados cantando a música abaixo descrita. No momento que disser pode jogar? Ele deve deixar o papel atrás de algum participante que correrá para pegá-lo. Se conseguir ele faz de novo a corrida e se não conseguir que faz é ele.
Obs.: Se o participante for pego não faça o que alguns chamam de “chocar” que é ficar no centro da roda. Faça-o ser corredor novamente. Faça com que todos participem.
2-   Pega rabo 
Material: Tiras de papel colorido ou de jornal.
Descrição: Cada participante receberá uma tira de papel, previamente cortada podendo ser cortada pelos participantes, e coloca pendurada na bermuda. A brincadeira é de quem pega mais papel. No final todos recebem o papel e começa o jogo novamente.
Obs.: Para crianças de 3 e 4 anos, quando um rabo for roubado de outro pra ela.
3-    Pega-pega
Descrição: Participante espalhado pelo espaço e um será nomeado o pegador. Ao sinal ele irá atrás de outros participantes. Ela pode ter variações. Quando ele pegar alguém essa pessoa passa a ser o pegador. Outra variação, quem for pego ajuda.
Obs.: Cuidado com crianças menores e limite espaços para correr.
4-  Esconde-esconde
Descrição: Participante espalhado pelo espaço e um será nomeado o pegador. Ele contara ate 50 com os olhos vendados enquanto os amigos se escondem pelo espaço. Quando terminar a contagem ele vai à procura.
Obs.: Limite espaços para se esconder.
5-    Smiti
Descrição: Mesmo do esconde-esconde, só que um se esconde e o restante dos participantes procura.
Obs.: Limite espaços para se esconder
6- Caça as letras 
Material: Letras Coloridas de EVA
Descrição: Preparar as letras em EVA e distribuir as letras pelo espaço. Ao sinal o recreador pedirá alguma letra ou, depende da idade, até palavras para as crianças trazerem. Pode ser feito letras de cores diferentes e na hora de pedir uma letra pedir a cor para dificultar.
7- Mamãe da rua (duas equipes)
Descrição: Dispor os alunos em um espaço que pareça uma rua, ou seja, com duas calçadas e uma linha. Dizer alguma coisa relacionada aos participantes. Exemplo: quem tem olho? Que tiver olho muda de lado. Quem fica no centro da rua tenta sentar pegar alguém. Quem pegar ajuda até que todos sejam pegos.
8- Estátua
Material: Som
Descrição: Crianças espalhadas pelo espaço e toca-se uma musica, toda vez que você parar a musica elas as crianças ficam sem se mexer. Quem mexer ajuda o recreador a olhar quem mexe.
Obs.: Busque variações para evitar a monotonia.
9- Vivo ou morto maluco
Descrição: Brincadeira tradicional de vivo ou morto, quando o recreador dizer vivo os participantes ficam em pé, quando disser morto ele agacham. Colocam-se alguns personagens para deixar mais dinâmico, tais como, “macaco louco” imitando macacos, Leão onde imitam Leão, entre outros.
Obs.: Você pode tematizar a atividade com, por exemplo, com animais.
10- Múmia
Material: Papel Higiênico
Descrição: Escolhe uma criança para ser a múmia. As outras terão que usar um rolo de papel higiênico para transformá-la em uma múmia. Ganha quem terminar primeiro a múmia e ficar melhor.
Obs.: Busque dinamizar a brincadeira escolhendo mais de uma criança.
11- Pela estrada afora 
Material: Colchonete e obstáculos.
Descrição: Utilizando obstáculos que pode ser cadeira, mesa, escada, entre outros, e fazemos uma espécie de Siga o Mestre onde o recreador é o mestre e passará pelos obstáculos e as crianças acompanham.
Obs.: Cuidado com os obstáculos para não haver acidentes.
12- Coelho sai da toca
Descrição: Distribuir os participantes em trio. Dois serão a toca e um o coelho. A toca e formada com um de frente para o outro de mãos unidas formarão um túnel acima da cabeça. O coelho fica entre as duas crianças. Um participante fica sozinho. Ao sinal do recreador: – Coelho sai da toca. Todos deverão trocar de toca e o participante que ficou sozinho tenta “roubar” a toca de alguém. Marque um tempo e peça que eles troquem de participantes da toca e coelho.
Obs.: Cuidado para uma criança ficar muito tempo sem entrar em uma toca.
13- Meu mestre mandou
Descrição: O recreador diz aos participantes que todos terão que fazer o que ele mandar. Para isso tem um procedimento. O recreador disse: – Meu mestre mandou, e as crianças respondem: – Fazer o que. Então o recreador diz algo para as crianças pegarem. Ex: Uma blusa vermelha, um pedaço de PH (Papel Higiênico).
Obs.: Pedir coisas possíveis de serem pegas.
14- Sopa de letrinha
Descrição: Vamos utilizar como referencia a quadra de futebol. Colocar as crianças na linha de fundo da quadra. Dizer a elas que sempre que você disser uma comida que elas gostem, dará um passo a frente e gritarão: – Eba. Quando disser uma comida que eles não gostem darão um passo para traz e gritarão: – Eca. Quando o comando for: – Sopa de letrinhas. Todos devem correr ate a linha inicial. Quem você conseguir pegar te ajuda a pegar os outros.
15- Cabra cega
Descrição: De olhos vendados, um dos participantes será a cabra-cega que tentará pegar os outros jogadores. O primeiro a ser pego passa ao posto de cabra-cega. Em outra versão do jogo, a cabra-cega, além de alcançar os jogadores, deverá adivinhar pela audição quem foi pego. É importante definir bem os limites da brincadeira e retirar do espaço qualquer objeto que possa oferecer riscos às crianças.
16- Queimada
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Descrição: Para o jogo básico, divida o espaço em dois campos do mesmo tamanho definindo os limites com um giz. Divida os participantes em dois times. O jogo começa quando um lançador atira a bola em direção a um dos jogadores do time adversário, se este for atingido pela bola estará fora do jogo. Se alguém do time adversário conseguir segurar a bola, sem deixá-la cair no chão, quem sai do jogo é o lançador. Se a bola bater no chão antes de atingir alguém, a posse de bola passa automaticamente para o time adversário que poderá atacar. Se algum jogador ultrapassar os limites do campo tentando fugir da bola será eliminado. Para ninguém ficar de fora se pode fazer uma prisão. Quem for eliminado ficará atrás do limite do campo adversário e poderá atacar. Se atingir alguém do outro time o mesmo volta para a equipe inicial. O jogo ficará mais cooperativo se atrás de cada jogador houver uma lata. O participante só é queimado se a lata for derrubada por um adversário, sendo que as latas podem ser defendidas com os pés por qualquer um dos jogadores. Nesse caso, o jogo ficará ainda mais divertido ainda se houver mais de uma bola em campo. 
17- Cabo de Guerra
Descrição: Divida os participantes em duas equipes, procurando equilibrá-las em número e força. Marque o centro da corda com um pedaço de pano ou fita de modo, posicionando-o sobre uma marcação no chão que pode ser feita com uma vareta ou giz. 
Com os integrantes enfileirados a, cada equipe deverá puxar uma das pontas da corda. Não se esqueça de deixar um espaço de cerca de 1,5 metro de corda livre no meio. O primeiro time que conseguir puxar pelo menos um dos adversários para frente da linha central será o vencedor. Dica: com crianças menores, a alternativa pode ser o cabode guerra no círculo. Faça um círculo com uma corda ou um varal e coloque panos e fitas em volta dele a uma distância 3 metros ou mais de acordo com o número de participantes. Cada jogador ficará de frente para o seu pano segurando a corda com uma das mãos. Vence quem alcançar o seu alvo primeiro sem soltar a corda. 
18- Alerta
Descrição: Antes de a brincadeira começar, cada jogador escolhe um apelido. Pode ser uma cor, um número, outro nome, uma fruta – enfim, o que a imaginação permitir. 
Um dos participantes é escolhido para começar e ficará com a bola nas mãos. 
Ele fica à frente e de costas para o restante do grupo, que se espalha atrás dele. O jogador lança a bola com força para o chão – para que ela quique bem alto – ao mesmo tempo em que fala o apelido de uma das outras crianças do grupo. Esta, por sua vez, deve correr para pegar a bola, enquanto os outros participantes correm no sentido oposto. Ao pegar a bola o jogador deve gritar: “Alerta”. Nesta hora, todos os jogadores param no lugar onde estão. O jogador com a bola pode dar três saltos e tentar ‘queimar’ alguma outra criança. Se conseguir, quem foi atingido fica à frente da fila com a bola na mão. Caso contrário, ele mesmo deve ficar à frente da brincadeira. 
Obs.: quem errar o apelido ou disser um apelido que não existe – o que nesse jogo é muito comum – deve pagar uma prenda.
 
19- Batata Quente
Descrição: Os jogadores formam um círculo, com um deles sentado ao centro da roda com os olhos vendados. No círculo, cada jogador deve passar a bola – ou a batata – para o que está a sua direita. Enquanto o objeto circula, todos cantam: ‘Batata quente, quente, quente, quente... ’. A qualquer momento o jogador que está vendado pode gritar: ‘Queimou!’ Quem estiver com a bola nas mãos nesse instante será o próximo a ir para o centro da roda. 
Obs.: para deixar mais divertido, o jogador central pode dar ordens para os outros participantes. Se ele gritar ‘Meia-volta!’, a bola deve girar no sentido contrário; ‘Com uma mão!’, os jogadores passam a bola entre si com uma mão só.
20- Passa anel
Descrição: Antes de a brincadeira começar, um dos participantes é escolhido para passar o anel. O restante do grupo forma uma fila e todos ficam com as mãos unidas e entreabertas, como uma concha fechada. O participante também posiciona as mãos em formato de concha, mas com o anel dentro. Ele deve passar as mãos dele por dentro das mãos de cada participante. Em um determinado momento ele escolhe um dos jogadores e deixa o anel cair nas mãos dele sem que o resto do grupo perceba. Depois ele deve passar pelo menos mais uma vez pela fila inteira novamente, para que ninguém desconfie onde está o anel. Depois disso ele escolherá outro participante que não esteja com o objeto e este deve adivinhar onde o anel está. Se acertar será a vez dele passar o anel. Se errar é eliminado do jogo. A brincadeira pode ficar mais interessante se o passador tiver mais de um objeto na mão. Pode ser um anel, uma bola de gude e uma moeda, por exemplo. Neste caso é preciso escolher antes quem deverá tentar adivinhar. Cada objeto é passado de uma vez. O jogador escolhido terá então que adivinhar qual objeto está na mão de quem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	É preciso refletir sobre a necessidade de se inserir uma metodologia ativa baseada em brinquedos e brincadeiras, considerando a idade da criança e o processo de construção do conhecimento, respeitando-se assim sua predisposição natural, pois criatividade e autonomia se desenvolvem quando se propicia à criança um ambiente familiar e escolar que favorecem essas características.
	O lúdico está presente em todas as fases da vida do ser humano, em especial na infância que é uma fase tão importante, pois é nela que moldamos o caráter e a personalidade do individuo. É um assunto que tem conquistado espaço nas mais diversas áreas do conhecimento.
	A consciência da importância do ensino infantil e do primeiro ano para a criança vai muito além do que se pensava. Antigamente via-se que somente o ensino fundamental era a base para uma boa educação, já em nossos dias vemos que crianças bem trabalhadas no ensino infantil se saem melhor no ensino fundamental, ou seja, elas tiveram o necessário para fazer a passagem do brincar para o estudar sem que isso as levasse ao desinteresse.
Diante disso, o atendimento da criança de zero a seis anos intensificou-se com a LDB – 1996, onde o Ministério da Educação e do Desporto propôs um documento intitulado Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, que tem como objetivo servir de referência para a elaboração dos currículos e a definição dos conteúdos básicos para Creches e Pré-escolas, além de oferecer subsídios para o trabalho do professor.
É importante salientar que a escola deve valorizar os muitos saberes do aluno  oferecendo-lhe meios para que se desenvolva, produzindo conhecimentos importantes e necessários para sua vida futura, colocando-o em contato com suas habilidades e dificuldades, despertando sua imaginação e a criatividade.
         A pesquisa ofereceu subsídios para analisar qual a contribuição dos brinquedos e brincadeiras no desenvolvimento do processo de aprendizagem da criança; relacionar o ato de brincar e o ato de aprender, analisando os benefícios proporcionados ao desenvolvimento da criança, propondo um conjunto de atividades e objetos lúdicos que devem fazer parte do cotidiano escolar, e por fim, explorar a riqueza do brincar como uma forma de exercitar capacidades daqueles que de uma forma ou outra, estão encontrando alguma dificuldade em sua história escolar.
Os jogos têm importância fundamental para o desenvolvimento social, emocional e intelectual do ser humano. Ao jogar é possível transpor limites, aventura-se e descobrir o próprio eu.
As situações problemas contidas na manipulação dos jogos e brincadeiras faz a criança crescer através da procura de soluções e de alternativas, contribuindo para a eficiência e o equilíbrio do indivíduo. Favorece a concentração, a atenção, o engajamento, a imaginação, o raciocínio lógico, a aceitação de regras e a socialização. Como consequência a criança fica mais calma, relaxada e aprende a pensar, estimulando sua inteligência.
Com o passar do tempo, a educação deverá tomar novos rumos e teorias, respeitando as necessidades da sociedade. Por conta disso, o educador deve estimular o aluno a se tornar um ser crítico, criativo e pensante, características estas que são passíveis de ser alcançadas por meio da ludicidade.
Bibliografia
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MONTESSORI, Maria. Educação Para a Paz. Editora Papirus, Campinas, 2004
NEGRINE, Airton.   O lúdico no contexto da vida humana: da primeira infância à terceira idade.  In: Brinquedoteca: a criança, o adulto e o lúdico. 1ª ed. Petrópolis-RS : Vozes, 2000;
PARREIRAS, Ninfa. O brinquedo na literatura infantil: uma leitura psicanalítica. São Paulo: Biruta, 2008;
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