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Narrativa Curriculo 20.03

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O currículo por si só descreve ser uma errância, uma trajetória inserida no contexto escolar, seja ela de ensinos básicos, fundamental ou profissionalizante. Como diz no texto de Shirley Malta (2013) não precisamos buscar conceitos fechados para o currículo, até porque é um conceito em construção (e relativo demais), mas o importante é entender como ocorre a trajetória do aluno dentro do currículo e qual sua finalidade, que princípios e historicidade estão embarcando esta trajetória do aluno na sua formação.
	Entendendo que o educando não se desenvolve a sua maneira, e está sujeito à percorrer um caminho exposto nas disciplinas do seu curso, posso fazer uma analogia ao meu curso de formação. Sou formada em Educação Física, uma profissão relativamente nova, em que a força bruta ainda é muito vista (entre linhas) nas disciplinas e conteúdos oferecidos. Com o intuito de formar escolas de Educação Física e formar treinadores do físico do ser humano, não é difícil encontrar um currículo muito prático e pouco teórico. Onde a condição física, o aporte físico, a disposição física pode determinar sua jornada pela disciplina curricular. É errado pensar que é mais prático visto que na prática se torna prático demais? É errado pensar que não é preciso ser para ensinar como ser? (neste caso, não seria importante ser forte para ensinar força, por exemplo). 
	A subjetividade do currículo está presente na didática do professor e na visão do aluno diante dele. Acredito que aqui seja pertinente me remeter ao currículo oculto citado no artigo de Shirley, onde as competências do professor estão implícitas no currículo. Aqui vale ressaltar que os professores mesmo vindo de uma formação talvez até mais tradicional ou militante, transmite a importância da preparação teórica para a prática (Este fato pode ser explicado diante da presença de professores com formações em lato sensu e stricto sensu) Alguns alunos não se identificavam com tal enfoque porque já estavam inseridos na prática pedagógica, ou eram esportistas, ou então ainda carregavam a visão somente física e de resultados desta profissão. Eu, em particular, entrei na faculdade porque o que me movia era a inquietação de não poder mais ser atleta de vôlei por problemas de saúde, e então a minha forma de continuar a fazer parte disso era poder ensinar vôlei e passar a minha paixão por esporte. Percebe-se então que a minha visão, que no início estava voltada para a prática do esporte, por um empecilho, minha visão tornou-se teórico-prática no intuito de fazer ciências na Educação Física. 
 	Pensando na visão mais tradicional do currículo, baseada na eficiência, na mecânica, é possível observar que o currículo em si determinava a formação de treinadores, professores-treinadores, professores (no caso da licenciatura), sem considerar o interesse do aluno que chega no curso. A subjetividade vem surgindo enquanto o conteúdo é transmitido (também uma característica do currículo tradicional) e nos faz gostar mais de um que outro, ter mais habilidade em um que outro. Somos regidos pelos interesses. 
	Após as aulas sobre o currículo, o qual tenta explicar o processo educacional num discurso amplo e organizado, foi possível comparar meus dois currículos na formação de Bacharelado e Licenciatura, e encontrar as finalidades distintas em cada uma delas através da grade curricular. Ficou nítida a preocupação na Licenciatura (minha primeira formação) pela formação discente, relacionando com a psicologia da aprendizagem; enquanto que no currículo do Bacharelado a maior carga horaria estava nas disciplinas que nos fazia entender o funcionamento do corpo para então poder prescrever treinamentos. 
	Sacristan (pág. 16) se refere que quando definimos os currículos estamos descrevendo a concretização da escola dentro de um momento histórico e social determinados. Diante disso, vendo o tratamento da Educação Física na escola numa visão de ensinar e educar pelo movimento e não o educar o físico, é que percebemos as mudanças do currículo na formação de professores de Educação Física pelos anos. Mas aí fica uma pergunta... A escola que influenciou o currículo de formação em Educação Física? Ou foi pela mudança curricular que levou a escola percebeu outros aspectos desta disciplina? Ou foi o momento histórico preocupado com a formação do aluno como um todo, um ser físico, psíquico e social? 
	Na minha prática docente, pude perceber a visão tradicional do currículo, onde professor não participa da construção do mesmo. No caso em particular, as disciplinas eram agrupadas de forma a atender o mercado de trabalho; e num curso de licenciatura em Educação Física, via-se a disciplina que não condizia à atuação para licenciados. É importante ressaltar que a procura maior pelo curso eram por professores de musculação ou alunos interessados nas aulas em academias, além disso, a crescente preocupação e busca de saúde e corpo perfeito na sociedade moderna aumentando o público nas academias, e, consequentemente maior oferta de trabalho. Então diante desses interesses (talvez até para garantir a continuidade no curso, pensando no fator financeiro da instituição) podemos supor que o currículo se apresentava de tal forma. 
	“Um currículo tem sempre atrás de si condicionantes sócio-político-culturais, explícitos ou não, que determinam diferentes visões de homem e de sociedade com implicações no tipo de ensino que se desenvolve” (Shirley,2013. Pág. 342)

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