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UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br CENTRO UNIVERSITÁRIO DE LAVRAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL PORTFÓLIO ACADÊMICO ANÁLISE DO DESENVOLVIMENTO DE UMA OBRA A PARTIR DA FUNDAÇÃO: RELATO DE VIVÊNCIA TIAGO LUIZ SCHULZ LAVRAS-MG 2017 UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br TIAGO LUIZ SCHULZ ANÁLISE DO DESENVOLVIMENTO DE UMA OBRA A PARTIR DA FUNDAÇÃO: RELATO DE VIVÊNCIA Portfólio Acadêmico apresentado ao Centro Universitário de Lavras, como parte das exigências da disciplina Metodologia da Pesquisa II, curso de graduação em Engenharia Civil. ORIENTADORA Profª. Drª. Luciana Aparecida Gonçalves Oliveira LAVRAS-MG 2017 UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br TIAGO LUIZ SCHULZ ANÁLISE DO DESENVOLVIMENTO DE UMA OBRA A PARTIR DA FUNDAÇÃO: RELATO DE VIVÊNCIA Portfólio Acadêmico apresentado ao Centro Universitário de Lavras, como parte das exigências da disciplina Metodologia da Pesquisa II, curso de graduação em Engenharia Civil. Aprovado em ___/___/___ ORIENTADORA Profª. Drª. Luciana Aparecida Gonçalves Oliveira LAVRAS-MG 2017 UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br À minha mãe Maria Cristina Schulz, que além de ter me dado a vida, ensinou-me princípios e valores para que eu viesse a ser um bom ser- humano. Minha amada mãe, obrigado por tudo. UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br AGRADECIMENTOS Agradeço primeiro a Deus, por ter me proporcionado a vida e a oportunidade de fazer curso que eu gosto. À minha orientadora, Profª. Drª. Luciana Aparecida Gonçalves Oliveira, por não poupar esforços para transferir seus conhecimentos. Aos meus familiares, por terem me apoiado e compreendido as minhas ausências durante esse tempo de curso. Ao meu irmão, André Rodrigo Schulz Santos, por sempre ter sido um exemplo de caráter, esforço e honestidade, sempre fazendo o seu melhor em tudo na vida. À minha irmã, Janaína Cristina Schulz Santos, que me faz acreditar que tudo é possível, tendo muita coragem ao encarar desafios e nunca deixa eu desistir dos meus sonhos. À minha esposa, Dulceléa Aparecida Firmino Schulz, por sempre me apoiar e por vezes suportar minha impaciência devido às provas e trabalhos acadêmicos, e apesar disso sempre estar ao meu lado. Aos meus filhos, Thales e Théo, que são inspiração para que eu queira ser cada vez mais um ser-humano melhor e que despertam o que há de melhor em mim. Aos meus colegas de classe, por todo o tempo em que passamos estudando e nos ajudando, e em especial à Nádisson Oliveira Macêdo por tanto tempo estudando arduamente Mecânica Aplicada e Mecânica dos Sólidos, e por ser um amigo para todas as horas. Ao professor Paulo Renato (Curió), por fazer da sala de aula mais do que um local de ensino acadêmico, mas também um local de aprendizados para a vida. E aos demais professores por sempre estarem buscando transmitir todo o conhecimento possível e procurando novos meios de otimizar o ensino. Aos proprietários e demais trabalhadores do escritório de engenharia responsável pela obra que visitei, por serem tão compreensivos e receptivos comigo. UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br Os sábios são os que mais buscam a sabedoria. Os tolos pensam já tê-la encontrado. Napoleão Bonaparte (1769-1821) UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br RESUMO A obra que irei acompanhar durante a execução deste portfólio está situada na cidade de Lavras-MG e é de responsabilidade de um escritório de Engenharia da mesma cidade. Esta obra é residencial, térrea, possui 100 m² de área construída e 5 cômodos. Durante o tempo em que visitei a obra tirei várias fotografias, algumas delas serão apresentadas para facilitar o entendimento do processo de construção. Todas as imagens acompanham referencial teórico. Palavras-Chave: Sapata Corrida; Alvenaria de Vedação; Laje Nervurada; UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br SUMÁRIO 1Introdução..........................................................................................................8 2 Desenvolvimento..............................................................................................9 2.1 Sapata corrida..............................................................................................9 2.2 Alvenaria de vedação.................................................................................11 2.3 Aplicação de chapisco................................................................................13 2.4 Laje nervurada............................................................................................14 2.5 Eletrodutos..................................................................................................17 2.6 Telhados.....................................................................................................19 2.7 Andaime......................................................................................................22 2.8 Assentamento de pisos...............................................................................23 3 Auto-avaliação................................................................................................24 4 Conclusão.......................................................................................................25 Referências Bibliográficas..................................................................................26 UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 8 1 INTRODUÇÃO Sempre tive curiosidade em saber como as casas e edifícios eram construídos, essa curiosidade só aumentou com o passar dos anos. Durante minha adolescência tive várias ideias para construções inovadoras, porém não possuía o conhecimento necessário para executá-las. E assim foi surgindo o interesse pelo curso de Engenharia Civil, onde tenho a oportunidade de aprender a projetar e executar as minhas ideias, além de conhecer técnicas inovadoras para construções. Vários anos após ter concluído o Ensino Médio finalmente consegui ingressar no curso desejado. Esse fascínio pela construção foi aumentando com o decorrer dos estudos, cada dia me surpreendo com as tecnologias e com as infinitas possibilidades que existem no ramo da construção, isso só reforça a certeza que eu tenho de estar no curso certo. Após concluir a graduação pretendo continuar os estudos, buscando especialização na área de madeira como sistema estrutural. Por ser um produto renovável e de infinitaspossibilidades de aplicação, chamou muito minha atenção e pretendo estuda-la à fundo. O objetivo é mostrar o desenvolvimento de uma obra desde a sua fundação. Com essa experiência pretendo aumentar meus conhecimentos a respeito do assunto para assim me tornar um profissional mais capacitado. UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 9 2 DESENVOLVIMENTO A seguir serão apresentadas algumas imagens da obra, com o objetivo de mostrar a evolução da mesma ao longo do tempo e explicar sobre cada elemento dessa construção. 2.1 Sapata corrida A imagem 1 apresenta uma sapata corrida. Imagem 1: Sapata Corrida Fonte: Autor (2017) A imagem 1 apresenta a concretagem de uma sapata corrida, pode-se correlacionar essa imagem com a disciplina de Materiais de Construção Civil pelo fato de ser nessa disciplina onde aprendemos quais materiais são adequados para cada fim e como calcular a quantidade certa de cada elemento UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 10 utilizado para fazer o concreto de acordo com a resistência especificada em projeto. Segundo a NBR 6122 (ABNT, 2010), sapata corrida é uma sapata sujeita à ação de uma carga distribuída linearmente ou de pilares ao longo de um mesmo alinhamento. A distribuição das tensões da estrutura nessas fundações é feita totalmente pela área de sua base (FERNANDES, 2014). A sapata corrida tem um custo médio superior quando comparado com a fundação tipo radier, porém para a escolha do tipo de fundação devem-se levar em consideração as características do solo e as cargas atuantes (BANDEIRA et al., 2015). A qualidade e o comportamento de uma fundação dependem de uma boa escolha, que melhor concilie os aspectos técnicos e econômicos de cada obra. Qualquer insucesso nessa escolha pode representar, além de outros inconvenientes, custos elevadíssimos de recuperação ou até mesmo o colapso da estrutura ou do solo. O engenheiro de fundações, ao planejar e desenvolver o projeto, deve obter todas as informações possíveis referentes ao problema: estudar as diferentes soluções e variantes; analisar os processos executivos; prever suas repercussões; estimar os seus custos e, então, decidir sobre as viabilidades técnica e econômica da sua execução (ALVA, 2007). Se o terreno for inclinado, as sapatas não poderão seguir a inclinação do terreno, deverão ser escalonadas em degraus, em nível, para que as cargas sejam transmitidas sempre para o plano horizontal (BARROS, 2011). UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 11 2.2 Alvenaria de vedação A imagem 2 mostra a construção de uma alvenaria de vedação. Imagem 2: Alvenaria de Vedação Fonte: Autor (2017) A alvenaria de vedação pode ser correlacionada com as disciplinas de Sistemas Estruturais e de Construção Civil I, pois nessas disciplinas nos são apresentados os diversos tipos de estruturas e suas finalidades. A alvenaria de vedação pode ser definida como a alvenaria que não é dimensionada para resistir a ações além de seu próprio peso. O subsistema vedação vertical é responsável pela proteção do edifício de agentes indesejáveis (chuva, vento etc.) e também pela compartimentação dos ambientes internos, além disso possui também outros requisitos funcionais que estão relacionados aos processos construtivos tradicionais, ao suporte de componentes de outros subsistemas como por exemplo esquadrias, tubulações, quadros de luz, peças suspensas, elementos decorativos, entre outros (SILVA, 2003). A maioria das edificações executadas pelo processo construtivo convencional (estrutura reticulada de UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 12 concreto armado moldada no local) utiliza para o fechamento dos vãos paredes de alvenaria (TÉCHNE, 2006). Esse é um sistema construtivo formado de um conjunto coeso e rígido de tijolos ou blocos (elementos de alvenaria), unidos entre si, com ou sem argamassa de ligação, em fiadas horizontais que se sobrepõem uma sobre as outras (MARINOSKI, 2011). Esse tipo de alvenaria não é dimensionada para resistir a ações além do seu próprio peso. Como nesse caso não há função estrutural, os blocos cerâmicos de vedação não precisam ter alta resistência à compressão (TÉCHNE, 2017), segundo a NBR 15279- 1:2005, a resistência mínima para blocos cerâmicos de vedação com furos na vertical é de 3,0 Mpa. O bloco cerâmico de vedação deve ser fabricado por conformação plástica de matéria prima argilosa, contendo ou não aditivos, e queimado a elevadas temperaturas (ABNT NBR 15270-1, 2005). UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 13 2.3 Aplicação de chapisco A imagem 3 mostra uma parede sendo chapiscada. Imagem 3: Chapisco Fonte: Autor (2017) Esse tipo de revestimento é apresentado na disciplina de Materiais de Construção Civil, onde vemos quais são os componentes de revestimento. Chapisco é argamassa básica de cimento e areia grossa, na proporção de 1:3 ou 1:4, bastante fluída, que é aplicada sobre as superfícies previamente umedecidas e tem a propriedade de produzir um véu impermeabilizante, além de criar um substrato de aderência para a fixação de outro elemento (DONÁ; VARGAS; ZULIAN, 2002). Segundo a NBR 13529:1995, Chapisco é a camada de preparo da base, aplicada de forma contínua ou descontínua, com a finalidade de uniformizar a superfície quanto à absorção e melhorar a aderência do revestimento. Usualmente é preparado em obra, mas também é vendido como rolado na parede (CARMO; FONSECA; TAVARES, 2011). UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 14 Segundo a NBR 7200:1998, as bases que apresentam alta absorção, exceto o concreto, devem ser molhadas previamente a execução do chapisco. Quando a base apresentar pouca ou nenhuma absorção, e ainda pouca rugosidade, o chapisco é executado diretamente. Outra função de se molhar a base é para a limpeza desta: o pó gerado na obra, assim como óleos, graxas e tintas podem prejudicar a aderência do chapisco, portanto, a superfície deve ser limpa. 2.4 Laje nervurada A imagem a seguir mostra uma laje nervurada pré-moldada com escoras para sua sustentação. Imagem 4: Laje nervurada pré-moldada com escoras Fonte: Autor (2017) O escoramento é essencial para realizar a concretagem segura de vigas e lajes, o escoramento de laje, junto com as fôrmas, faz parte do cimbramento, sistema que irá sustentar o peso do pavimento enquanto o concreto não endurece e adquire resistência. Provisório, o escoramento (seja de madeira ou UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 15 metálico) tem de ser projetado para suportar, além do próprio concreto, o peso dos integrantes da equipe de trabalho e de eventuais equipamentos utilizados na construção civil (VETTORE, 2017). Antes do lançamento do concreto devem ser devidamente conferidas as posições e condições estruturais do escoramento, a fim de assegurar que as dimensões e posições das fôrmas sejam mantidas de acordo com o projeto e permitir o tráfego de pessoal e equipamento necessários à operação de concretagem com segurança (NBR 14931:2004). De acordo com a NBR 6118:2003, a espessura da mesa quando não houver tubulações horizontais embutidas, deve ser maior ou iguala 1/15 da distância entre nervuras e não menor que 3 cm. O valor mínimo absoluto deve ser 4 cm, quando existirem tubulações embutidas de diâmetro máximo 12,5 mm. A espessura das nervuras não deve ser inferior a 5 cm. Nervuras com espessura menor que 8 cm não devem conter armadura de compressão. Além de estarem no prumo, os escoramentos precisam estar assentados sobre base firme. A colocação de chapas de madeira sobre apoios das torres e escoras ajuda a redistribuir a carga no solo. Mas se este for frágil ou fofo, sem resistência adequada, pode ser necessária a execução de uma base em concreto magro (TÉCHNE, 2014). Um momento importante da obra é a retirada das fôrmas e do escoramento, que somente poderá ser realizado quando o concreto estiver suficientemente endurecido para resistir aos esforços que nele atuarem. A desforma deve ser progressiva a fim de impedir o aparecimento de fissuras e trincas (CARMO, E., 2007). UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 16 A imagem 5 apresenta uma laje nervurada pré-moldada após a retirada das escoras. Imagem 5: Laje Nervurada Pré-moldada sem escoras Fonte: Autor (2017) Esse elemento estrutural foi apresentado na disciplina de Sistemas Estruturais e posteriormente na disciplinas de Concreto Armado e Protendido será mostrado como executar os cálculos para esse elemento. Segundo a NBR 6118:2003, lajes nervuradas são "lajes moldadas no local ou com nervuras pré-moldadas, cuja zona de tração é constituída por nervuras entre as quais pode ser colocado material inerte." As nervuras são compostas de vigotas pré-moldadas, que dispensam o uso do tabuleiro da fôrma tradicional. Essas vigotas são capazes de suportar seu peso próprio e as ações de construção, necessitando apenas de cimbramentos intermediários. Além das vigotas, essas lajes são constituídas de elementos de enchimento, que são colocados sobre os elementos pré-moldados, e também de concreto moldado no local (PINHEIRO; RAZENTE, 2003). Os blocos de EPS (poliestireno expandido) possuem a função exclusiva de material de enchimento para as lajes, preenchendo os espaços vazios entre nervuras. Dessa forma UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 17 acabam também por propiciar uma superfície inferior plana, sem as nervuras aparentes. O EPS é um material plástico, derivado do petróleo, que após um processo de polimerização e expansão apresenta 98% de ar e 2% de matéria sólida. Seu peso específico é da ordem de 15 Kg/m3. Como se vê a leveza é um dos grandes atributos desse material, que executa a função de enchimento sem agregar peso à laje (PEREIRA, 2001). As evoluções arquitetônicas, que forçaram o aumento dos vãos, e o alto custo das fôrmas tornaram as lajes maciças desfavoráveis economicamente, na maioria dos casos. Surgem, como uma das alternativas, as lajes nervuradas resultantes da eliminação do concreto abaixo da linha neutra, elas propiciam uma redução no peso próprio e um melhor aproveitamento do aço e do concreto. A resistência à tração é concentrada nas nervuras, e os materiais de enchimento têm como função única substituir o concreto, sem colaborar na resistência. Essas reduções propiciam uma economia de materiais, de mão-de-obra e de fôrmas, aumentando assim a viabilidade do sistema construtivo. Além disso, o emprego de lajes nervuradas simplifica a execução e permite a industrialização, com redução de perdas e aumento da produtividade, racionalizando a construção (KUPINSKI, 2011). Tendo em vista o consumo de concreto e aço pode-se dizer que as lajes maciças consomem menos material quando o vão a ser vencido é inferior a seis metros, a partir desse valor recomenda-se o uso de lajes nervuradas. Porém, estudos mostram que a partir de doze metros de vão a laje nervurada apresenta um grande consumo de material, nesse caso é necessário considerar o uso da laje protendida (SILVA, L. 2010). UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 18 2.5 Eletrodutos A imagem abaixo apresenta eletrodutos plásticos para instalação elétrica. Imagem 6: Eletrodutos plásticos Fonte: Autor (2017) Segundo a NBR 15465:2007, o eletroduto é elemento de linha elétrica fechada, de seção circular ou não, destinado a conter condutores elétricos providos de isolação, permitindo tanto a enfiação como a retirada destes. Nos eletrodutos só devem ser instalados condutores isolados, cabos unipolares ou cabos multipolares, admitindo-se a utilização de condutor nu em eletroduto isolante exclusivo, quando tal condutor destinar-se a aterramento (NBR 5410, 1997). UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 19 2.6 Telhados A imagem a seguir mostra a estrutura de suporte do telhado. Imagem 7: Suporte do telhado Fonte: Autor (2017) A estrutura de suporte para os elementos do telhado pode ser constituída por lajes de concreto, forros, estruturas metálicas e, especialmente, estruturas de madeira, a qual apresenta uma armação principal (representada por tesouras, ou pontaletes, ou vigas principais) e outra secundária, classificada como trama, composta pelas ripas, caibros e terças (SILVA, A., 2004). A distância entre dois caibros e entre duas terças depende do tipo de telha (peso) e das dimensões da sua seção e do tipo de madeira com que são fabricados. As terças são peças horizontais colocadas na direção perpendicular à estrutura de apoio, os caibros, por sua vez, são colocados na direção perpendicular à das terças e, portanto, paralelamente à estrutura de apoio, as ripas constituem a última parte da trama. São pregadas transversalmente aos caibros e, portanto, paralelamente às terças (vigas) (CARDOSO, 2000). As terças também funcionam como travamentos, reduzindo o comprimento de flambagem do banzo superior da estrutura principal UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 20 do telhado (tesoura, no caso mais comum), motivo pelo qual a ligação entre a terça e esta estrutura deve ser bastante resistente (LOGSDON, 2002). A execução desse tipo de estrutura geralmente é feita por um carpinteiro ou por uma equipe de carpinteiros que montam de forma artesanal a partir de peças de madeira serrada de comprimento padrão. Nenhum tipo de pré- fabricação é utilizada e muitas vezes nem o projeto da estrutura foi feito por um profissional habilitado, sendo a construção da mesma totalmente dependente do conhecimento do executor. Em contrapartida, esse método apresenta grande flexibilidade perante modificações a serem realizadas durante o processo (FLACH, 2012). A imagem 8 apresenta as telhas cerâmicas que serão utilizadas para o cobrimento do telhado. Imagem 8: Telhas cerâmicas Fonte: Autor (2017) UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 21 Segundo a NBR 15310:2005, as telhas cerâmicas devem ser fabricadas com argila conformada, por prensagem ou extrusão, e queimadas de forma a permitir que o produto final atenda às condições determinadas por esta Norma. As telhas cerâmicas são muito utilizadas em residências, dada a facilidade de ser encontrada e utilizada, bem como a diversidade oferecida no comércio. Além disso possibilita um conforto térmico muito melhor que as demais (LOGSDON, 2002). O controle expedito da impermeabilidade (estanqueidade à agua) é feito moldando sobre ela um anel de argamassa, no interior do qual se põe água até 5 cm de altura.Uma boa telha, em 24 horas, não deixa infiltrar umidade (CARDOSO, 2000). A imagem 9 mostra a linha para nivelamento do telhado. Uma parte importante da execução, pois se não for feito corretamente o telhado pode ficar torto causando vários transtornos. Imagem 9: Linha para nivelamento Fonte: Autor (2017) Para garantir 100% de nivelamento nessa primeira fiada, antes de pregar a ripa, fixe o sargento na madeira e utilize a linha como referência (NAKAMURA, UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 22 2007). Reconhece-se um bom trabalho de carpinteiro, quando os alinhamentos das peças são perfeitos, formando cada painel do telhado um plano uniforme. Um madeiramento defeituoso nos dará um telhado ondulado e de péssimo aspecto. 2.7 Andaime A seguir será mostrado um andaime, que é de suma importância nas obras. Figura 10: Andaime Fonte: Autor (2017) De acordo com a NBR 6494:1990, andaimes são plataformas necessárias à execução de trabalhos em lugares elevados, onde não possam ser executados em condições de segurança a partir do piso. São utilizados em serviços de construção, reforma, demolição, pintura, limpeza e manutenção. O dimensionamento dos andaimes, sua estrutura de sustentação e fixação, deve ser realizado por profissional legalmente habilitado (NR 18.15). UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 23 2.8 Assentamento de pisos A imagem abaixo mostra o assentamento de piso com a utilização de cunhas e clipes. Imagem 11: Assentamento de piso Fonte: Autor (2017) Conhecidos como pisos frios, devido à rápida difusão de calor, os produtos disponíveis no mercado podem ser classificados com relação ao recebimento de esmalte, método de fabricação, absorção de água, classes de resistência à abrasão superficial, ao manchamento e a ataques químicos, e ao aspecto superficial (TÉCHNE, 2007). A NBR 13753:1996, diz que antes do início da execução do revestimento, deve ser certificado se a quantidade de placas cerâmicas existentes na obra é suficiente, recomendando-se uma margem de sobra para cortes, imprevistos ou futuros reparos. Com a peça praticamente na posição final coloque a cunha do espaçador, como mostrado na imagem 11, dentro dos clipes e com o auxílio do alicate pressione a cunha até garantir o nivelamento entre as peças e a posição UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 24 final, eliminando dentes, colocando as peças no mesmo plano e amarrando o plano de forma homogênea (INCEPA). 3 AUTO-AVALIAÇÃO Durante o tempo em que passei acompanhando a obra tive a oportunidade de aprender mais a respeito da profissão que pretendo seguir. Visualizei situações que acontecem no dia a dia de uma obra, e isso serviu para que pudesse ter uma visão mais ampla das atribuições de um Engenheiro Civil. Foi possível aprender bastante com as pesquisas realizadas e com o conhecimento dos executores da obra. Como aspectos positivos posso destacar o fato de conhecer pessoas novas e dispostas a transmitir o conhecimento que possuem, além de iniciar um relacionamento que no futuro pode ser produtivo profissionalmente e pessoalmente também. Como pontos negativos destaco aqui a falta de uso de EPI’s, e a ausência, pelo menos nos dias em que visitei a obra, de Engenheiros responsáveis pela mesma. Foi muito interessante poder correlacionar as disciplinas com a prática e poder constatar que muita coisa que vemos em sala de aula realmente é utilizado no mercado de trabalho, apesar de ter algumas divergências, pois nem tudo que é estudado dentro da graduação é realmente aplicado nas obras. UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 25 4 CONCLUSÃO Através da oportunidade que tive em visitar uma obra foi possível acompanhar seu desenvolvimento, podendo assim associar os conteúdos das disciplinas com a prática. Sendo assim o objetivo principal foi alcançado. Com o conhecimento obtido através de diversos artigos sobre os mais diversos assuntos abordados, pretendo futuramente me aprofundar mais nos temas, tendo em vista a importância dos mesmos para a construção civil e para o meu crescimento profissional. A sugestão que eu deixo para aqueles que ainda irão fazer o seu portfólio, ou qualquer outro trabalho, é a mesma da orientadora: salvem seus trabalhos em dispositivos externos, na nuvem, mandem por e-mail, porque durante a execução deste trabalho eu não fiz isso e o meu computador teve um problema e eu perdi todos os arquivos que estavam nele, inclusive o meu portfólio. Tive que fazer o meu trabalho todo novamente e com o tempo bem curto, pois quando isso ocorreu já estávamos perto da data de entrega. Mas levo isso como lição para não cometer o mesmo erro no futuro. E espero que mais ninguém o cometa também. UNILAVRAS Centro Universitário de Lavras www.unilavras.edu.br 26 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVA, G.M.S. (2007). 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