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manual de julgamento

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MANUAL 
DE 
JULGAMENTO 
 
 
Barbacena, 21 de março de 2012. 
 
 
A ARTE DE JULGAR 
 
Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos da Raça Holandesa 
Av. Brigadeiro Luis Antonio 1930, Sala 7 - Bela Vista - São Paulo - SP - CEP 01318-909 
Telefone: (11) 3285-1018 www.gadoholandes.com.br 
 
Introdução 
 
A Ezoognósia ou Exterior é o ramo da Zootecnia que estuda a conformação externa dos animais domésticos, 
apreciando as belezas e defeitos, para a conseqüente avaliação do mérito de cada indivíduo. O termo Ezoognósia vem 
do grego: ex = fora, zoo = animal; gnosia = conhecimento. 
 
Alguns autores preferem definir a Ezoognósia como o estudo da morfologia externa dos animais em função de suas 
atividades econômicas. De qualquer forma, a Ezoognósia está intimamente relacionada à arte de julgar ou apreciar os 
animais. Ela confere ao criador as bases indispensáveis para o julgamento. 
 
O julgamento dos animais com base no exterior se apoia principalmente na existência de uma associação entre a 
forma do indivíduo e a função por ele desempenhada. Esta correlação entre forma do indivíduo e função resulta em 
última análise no tipo. 
Em Zootecnia, quando se menciona apenas o tipo, subtende-se a soma dos atributos morfológicos externos que 
indicam a tendência do animal para uma determinada produção. 
 
Desde milênios o homem tem revelado essa preocupação de colocar num mesmo indivíduo as boas qualidades de 
conformação aliadas às de elevada produção. A História relata que as observações dos primeiros agricultores levaram 
à dedução de que certas caraterísticas morfológicas externas eram desejáveis nos animais realizando funções 
específicas, como a de produzir leite, carne, trabalho ou lã. 
 
O julgamento pelo exterior se baseia principalmente no exame de conformação, e deve incluir não somente as 
características raciais, mas também aqueles que acusam o tipo. Justamente neste particular, isto é, quando leva em 
consideração o tipo, é que a apreciação pelo exterior adquire importância como prática de melhoramento. Em algumas 
categorias, a associação entre tipo e produção é mais nítida, como por exemplo, no gado de corte. Muitas 
características de importância econômica para a produção de carne podem ser observadas tanto no macho como na 
fêmea, e alguns deles, até muito antes dos animais atingirem a maturidade sexual. 
 
Para outras características ainda, como a qualidade da carcaça por exemplo, a aparência externa do animal oferece 
muitos bons indícios de avaliação. Já no gado leiteiro, a associação é menos definida. Mas, o grosso das investigações 
relatadas mostra que há uma tendência para que os animais de tipo mais desejado produzam maiores quantidades de 
leite. 
 
O estudo da Ezoognósia apresenta várias vantagens importantes de ordem prática: 
 
1º) Ele interessa principalmente do ponto de vista do melhoramento do rebanho. Só se pode melhorar alguma coisa 
quando esta se conhece bem. A Ezoognósia nos ensina a identificar a caracterização racial dos animais e reconhecer os 
atributos morfológicos de importância econômica. Portanto, dá elementos ao criador para fazer melhoramento; 
 
2º) Nas transações comerciais, o conhecimento de Exterior tem grande utilidade. Toda vez que um animal é 
comprado ou vendido, entra em cena o seu julgamento, ou a apreciação de seus méritos. Em nosso meio, a maioria dos 
animais é ainda negociada com base em sua aparência externa, de tal sorte que o indivíduo, tendo bom conhecimento 
sobre o padrão racial ou as características de bom tipo, leva decisiva vantagem sobre aquele que não os tem; 
 
3º) O estudo da Ezoognósia interessa muito de perto ao Zootecnista, Agrônomo ou Méd. Veterinário, pois, além de 
lhe conferir maior soma de conhecimentos sobre sua especialidade, lhe dá maior proficiência na profissão, 
consolidando-lhe a reputação como técnico junto aos criadores práticos. 
 
A ARTE DE JULGAR 
 
Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos da Raça Holandesa 
Av. Brigadeiro Luis Antonio 1930, Sala 7 - Bela Vista - São Paulo - SP - CEP 01318-909 
Telefone: (11) 3285-1018 www.gadoholandes.com.br 
O julgamento é uma arte cuja perfeição depende das aptidões e dos conhecimentos de quem a exerce. Poder-se-ia 
definir mais precisamente o julgamento como sendo “a arte de determinar as qualidades de um animal, comparando-as 
ao tipo ideal ou a um padrão reconhecido” (Isidore, 1934). 
 
Sendo uma arte, os seus rudimentos podem ser adquiridos pelo estudo e treino. Porém, grande eficiência de 
julgamento somente é alcançada por aqueles que possuem um Dom especial, quase que intuitivo, para a apreciação dos 
animais. Um adágio muito conhecido diz que “ os bons jurados já nascem feitos, não se fazem “ . Apesar disso, a 
observação cuidadosa e metódica, a prática constante por vários anos podem conduzir à formação de bons jurados. O 
jurado eficiente é um constante estudioso da forma e função dos animais. 
 
A eficiência do julgamento tende a aumentar com a observação e o estudo que se adquire pela prática constante de 
observar animais. Por essa razão, para aqueles que desejam se aperfeiçoar nessa arte, o contato freqüente com animais 
bem caracterizados quanto à raça, e bem definidos quanto ao tipo, é um meio seguro de alcançar maior proficiência. 
Os seguintes elementos são considerados essenciais para bem julgar: 
 
1º) Conhecimento aprofundado da raça em julgamento. 
O interessado deve adquirir primeiramente bom conhecimento do tipo padrão da raça. Em outras palavras, deve ter 
em mente as características ideais da raça, os defeitos desclassificantes e bem assim, os toleráveis ou permissíveis. 
 
2º) Observação acurada 
Grande parte dos erros cometidos no julgamento provem da observação imperfeita ou apressada. Sem observação 
acurada não se pode ver o indivíduo como ele realmente é, e como conseqüência, a decisão final deixa de ser correta. 
O poder de observação acurada se costuma chamar de “olho”. Muitas pessoas possuem naturalmente esta 
qualidade, que se traduz por um espírito de observação muito agudo. Mas, pode-se adquiri-la, fazendo-se uso 
sistemático da observação mediante prática bem orientada. 
 
3º) Bom senso 
O jurado de bom senso e habilidade ao fazer comparações, pesar bem as características evidentes, e assim alcançar 
uma conclusão lógica e justa. O jurado pode ter em mente um quadro bem completo das características ideais de um 
tipo padrão; pode ser bem cuidadoso na observação dos defeitos e qualidades dos animais; mas, pode falhar na decisão 
final, porque não teve suficiente bom senso ou critério ao balancear as vantagens e as faltas de um animal em 
confronto com as de outro. Este último elemento é essencial a um jurado, embora de difícil aprendizado, pois depende 
de uma condição inerente à pessoa, e que, freqüentemente, não pode ser ensinada ou demonstrada. 
 
4º) Coragem e honestidade 
São duas características indispensáveis aos bons jurados. Uma vez apreciado o animal de forma conscienciosa e 
científica, o jurado deve dar a sua decisão, revelando as suas convicções com coragem, não se deixando influenciar por 
opinião alheia. Se a sua decisão é séria, a honestidade em apresentá-la compensará perfeitamente os erros e as falhas 
por ventura existentes, e que tenham provocado descontentamento. Não há pior coisa para o insucesso de uma 
exposição que a suspeita, por parte dos exibidores, de que o jurado não esteja agindo de acordo com as suas 
convicções, e sofrendo a influência de estranhos. Finalmente, é preciso não esquecer que a capacidade de bem julgar 
não se adquire sem estudo, e que um jurado não alcança a perfeição na habilidade de sua arte, de uma hora para outra. 
Pelo contrário, aquela qualidade de julgar intuitivamente se manifestadepois de alguns anos de um trabalho sério, 
sistemático e criterioso. 
 
 
 
 
 
A ARTE DE JULGAR 
 
Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos da Raça Holandesa 
Av. Brigadeiro Luis Antonio 1930, Sala 7 - Bela Vista - São Paulo - SP - CEP 01318-909 
Telefone: (11) 3285-1018 www.gadoholandes.com.br 
Técnicas de Julgamento 
 
MAX L. R. REZENDE 
 
 
1. Nunca percorrer os pavilhões de gado, antes do julgamento e sim após o término do mesmo, comentando alguns 
animais com os expositores. 
 
2. Se surgir alguma crítica, uma boa resposta é “uma coisa é um animal dentro do galpão e outra, dentro da pista”. 
 
3. Os animais devem mover-se no sentido dos ponteiros do relógio e o jurado indica, por meio de gestos, quando quer 
que caminhem ou parem. 
 
4. Primeira inspeção ao entrar na pista: de frente, de lado e de trás (olhado por cima). 
 de frente: analisa a cabeça, largura do peito e aprumos das mãos (membros anteriores). 
 de lado: analisa o corpo em geral (pescoço, paletas, costado e garupa). 
 de trás e por cima: analisa a garupa, pernas e pés, aprumos, Cruz, bacia e região dorso lombar. 
 IMPORTANTE: o exame individual deve durar aproximadamente 30 segundos. 
 
5. O jurado fica no centro da pista a 7 ou 8 metros, vendo caminhar os animais no período de duas voltas na pista (que é 
suficiente) e neste período imagina as colocações. 
TODOS OS ANIMAIS DEVEM SER EXAMINADOS COM O MESMO INTERESSE. 
 
6. Uma vez parados, revisar individualmente dos dois lados, de frente e por trás. 
 
7. Decidida a classificação, colocam-se os animais na ordem preferida, sempre de frente para o público. 
 
8. O jurado percorre as colocações e indica para que caminhem 5 ou 6 animais primeiros colocados, com igual distancia 
entre eles. Uma volta é o suficiente para decidir definitivamente. 
 
9. Se for necessária uma troca de posições, é melhor o inferior passar para melhor do que remover o superior para a 
classificação inferior. 
 
10. Antes de indicar a decisão ao secretário, o jurado revisa todos, caminhando pela fernte e voltando por trás do animal. 
 
11. Para cada categoria, geralmente 20 minutos são suficientes. Uma jurado demorado prejudica o espetáculo por 
aborrecer e cansar o público. O jurado deve andar rápido, seguro sem titubeio que fazem perder tempo. 
 
12. Alguns jurados preferem escolher enquanto os animais andam, escolhendo o melhor, e os outros a seguir na ordem 
para logo alinhá-los. Qualquer que seja o método deve ser o mesmo para todas as categorias. 
 
13. Quando surgem dúvidas com 2 ou 3 animais um processo recomendável é o de levar esses animais a um canto 
isolado da pista, caminhando juntos, compará-los e decidir. 
 
14. O jurado deve explicar as razões de sua decisão em voz alta e clara: não se exceder em cada animal, ser conciso, 
preciso e explicar até o 4º ou 5ª prêmio, quando julgar conveniente. 
 
15. Quatro ou cinco razões em linguagem clara e técnica (não pedante) são suficientes. Deve evitar conceitos sobre o 
futuro do animal (o jurado julga o que vê e não o que acredita ver). 
 
 
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16. Ao analisar convém observar e falar do animal numa só maneira, referindo-se ao mesmo de frente para trás ou de trás 
para frente. A linguagem deve ser exercitada e precisa. A análise ou crítica exagerada a um animal deve ser evitada. 
É preferível ignorar o animal. Não repetir com frequência: “Muito Bom”, “Bom”, “Muito Mal”; “Me Agrada”. 
 
17. Uma linguagem clara, precisa, técnica, deixa geralmente uma impressão muito útil, inesquecível. Assim, o animal 
“X” é superior por seu conjunto harmônico, e boa união de suas partes. Cabeça típica, pescoço descarnado, boa linha 
superior, muita profundidade de coração, garupa bem nivelada, muita qualidade e temperamento leiteiro. Em 2º 
lugar, um animal menos perfeito de cabeça com mais papada (garganta) muito bom na linha superior. Possui muita 
profundidade, bons aprumos, porém com menos qualidade e temperamento leiteiro. 
 
18. Frases como: “preciosidade”, “realmente atraente”, “hoje é o dia dele”, acompanhadas de correto vocabulário podem 
ser usadas, mas não educam o público. 
 
19. Sempre usar expressões tais como: “Gostaria de ver esse animal com melhor ligamento posterior”. 
 
 
Ao olhar um touro: a ordem é o corpo, cabeça, pescoço, membros e cauda. Especial atenção aos testículos e cordões. 
 
Ao olhar uma vaca: a ordem é a mesma com especial atenção ao sistema mamário. 
 
 
Alguns termos usados tecnicamente: 
 
Cabeça: atrativa – típica da raça – masculina – feminina - tosca – com pouca qualidade, com pouca caracterização. 
 
Pescoço: fino - bem unido à cabeça e ao corpo; grosso - carregado de carne - muito fino – muito grosso – curto. 
 
Corpo: Linha superior reta – fino na cruz (Cruz) – paletas finas, bem aderidas – profundo no coração – muita 
capacidade –linha superior irregular – grosso na cruz – paletas abertas - cilíndrico apertado ou encoletados – bom 
arqueamento de costelas – costelas oblíquas, longas - costelas verticais, curtas – flanco profundo. 
 
Garupa ou anca: Bem nivelada – comprida (larga) – inserção da cauda suave - largo de ísquios – estreito de ísquios 
– larga dos íleos aos ísquios – coxas de cauda alta ou grosseira – garupa curta ou estreita – coxas musculosas, 
arredondadas. 
 
Membros e prezunhas: bons aprumos (anteriores ou posteriores) jarretes secos (descarnados) – talões fortes altos 
preferivelmente ou baixos – jarretes juntos – ossos redondos – ossos débeis (delicados) – unhas abertas – quartelas 
fortes ou fracas. 
 
Sistema mamário: Grande capacidade – muita qualidade – bem nivelado – inserções posteriores altas e largas – 
inserções anteriores bem aderidas ao corpo – disposição e forma das tetas recomendáveis – falta de capacidade – 
carnoso – desnivelado ou inclinado – inserção posterior baixa – inserção anterior curta – tetas grossas ou cumpridas. 
bem ou mal orientadas – inserção fraca. 
 
 
 
 
 
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JULGAMENTO DOS CONJUNTOS 
 
Os conjuntos deverão mostrar antes de tudo uniformidade. Não é justo somar simplesmente a classificação obtida 
pelos animais individualmente nas categorias, obter uma média e dar o primeiro lugar ao conjunto de média mais alta. 
Ao classificar os conjuntos, dê igual importância à individualidade (pontos tais como; conformação, qualidade e 
características das raças usadas previamente na classificação individual) e à uniformidade. Dê atenção relativa ao 
tamanho, especialmente com relação ao peso por idade em cada animal, atendendo às características hereditárias que 
podem determinar as considerações expostas acima. 
 
Sugere-se os seguintes passos para o julgamento de conjuntos: 
 
1. Se o grupo de animais não é muito numeroso ponha-os em linha do mesmo modo como foram postos nos 
julgamentos individuais. 
 
2. A classificação dos conjuntos deve ser feita revendo cuidadosamente todos os grupos a partir do primeiro. 
 
3. Movimente os grupos para o centro da pista, pela ordem de classificação. 
 
4. Em caso de conjuntos atrelados será necessário guiar os animais de forma que se veja desde a cabeça até a 
cauda. Deve-se fazer uma inspeção lateral antes de decidir a classificação final. 
 
Descrição do conjunto: 
Muita harmonia – simétrico – suave – boa uniãodas partes – porte atraente – muito ou pouco expressivo – muita ou 
pouca qualidade e temperamento leiteiro – masculino – feminino – desarmônico – assimétrico – grosseiro – pouco 
atraente – falho de qualidade – estilizado – compacto. 
 
Razões de julgamento: 
 
1. O 1º deve ser harmônico, melhor tamanho e profundidades com as melhores características leiteiras, bons 
aprumos. 
2. O último menos atraente, desarmônico, com defeitos sérios. 
3. O maior deve sempre ser melhor colocado do que o menor quando todas as outras qualidades se igualem. 
4. Os menores sobre os maiores quando a este falte balanceamento ou simetria ou também outros defeitos 
graves. É preferível um pequeno de qualidade, a um animal maior, alvo de críticas em vários aspectos. 
5. Nas fêmeas geralmente, a de melhor úbere. 
6. Um úbere mal conformado pode levar ao último posto um animal com outras boas qualidades. 
7. Há vários graus de desvios (nuances) de qualquer aspecto considerado. 
8. As patas devem ser examinadas ao andar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A ARTE DE JULGAR 
 
Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos da Raça Holandesa 
Av. Brigadeiro Luis Antonio 1930, Sala 7 - Bela Vista - São Paulo - SP - CEP 01318-909 
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TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE UM JURADO 
 
1. PRÉ-JULGAMENTO 
a. Horário de chegada; 
b. Traje pessoal; 
c. Apresentação à Comissão Organizadora; 
d. Verificação do Regulamento Oficial, e das particularidades regionais; 
e. Inspeção da pista de julgamento; 
f. Determinação da disposição, fluxo e ritmo das categorias em pista; 
g. Cálculo do tempo de trabalho em função do número de animais e categorias; 
 
Observação: O jurado deve evitar visita aos galpões e aos criadores antes do julgamento. 
 
2. FORMAÇÃO DE PISTA 
a. Cobrar do Assistente de Pista o respeito aos horários estabelecidos; 
b. Autorizar a movimentação inicial da categoria, indicando o sentido-relógio para giro, com os animais 
em ordem crescente de idade; 
c. Instruir, quando necessário, os puxadores para posicionamento correto; 
 
Observação: O jurado comanda os movimentos dos animais na pista e comunica-se com os apresentadores 
sempre por gestos. 
 
3. ANÁLISE – PERSPECTIVA A (FRONTAL) Foto 01 próx. página 
O Jurado posiciona-se à frente da categoria e faz andarem os animais, observando o intervalo entre indivíduos e 
analisando: 
a. Forma e temperamento da cabeça; 
b. Pescoço; 
c. Amplitude do peito; 
d. Articulação úmero-escapular; 
e. Implantação dos aprumos dianteiros; 
 
4. ANÁLISE - PERSPECTIVA B (LATERAL INTERNA) Vide Foto 02 na próxima página 
O Jurado posiciona-se no centro da pista e mantendo distância conveniente observa os animais, em movimento; 
a. O perfil lateral; 
b. Perfil da cabeça; pescoço e paletas; 
c. Profundidade do tórax, abdômen e flanco; 
d. Inclinação e comprimento da garupa; 
e. Sistema mamário (vista lateral) forma – volume - inserção anterior - vascularização; 
 
Observação: Nesta perspectiva o jurado avalia a harmonia da forma, do temperamento leiteiro e facilidade de 
locomoção. 
 
5. ANÁLISE – PERSPECTIVA C (POSTERIOR) Foto 03 próx. página 
O Jurado posiciona-se entre os animais, em movimento, mantendo distância adequada entre um e outro e 
analisa; 
a. A linha caudal – frontal ; 
b. Pescoço, cruz, inserção de paletas; Vértebras dorsais, lombares e apófises; 
c. Saída e arqueamento das costelas; 
d. Firmeza da linha dorsal; 
e. Largura e inclinação da garupa; 
f. Posição da vulva e cauda; 
 
A ARTE DE JULGAR 
 
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g. Largura e altura do úbere posterior; 
h. Ligamento mediano; 
i. Forma e posição das tetas; 
j. Forma e limpeza das coxas 
k. Articulação e aprumos posteriores; 
 
Observação: Em categorias, com elevado número de animais, o jurado forma um círculo menor na pista com 
os selecionados, para facilitar a decisão. os animais não selecionados, poderão ser dispensados, se a pista 
estiver congestionada (permanecerão, no mínimo, 10 animais em pista). 
 
6. ANÁLISE – PERSPECTIVA D (LATERAL EXTERNA) Foto 04 na próxima página 
a. O Jurado caminha em sentido contrário ao movimento dos animais e faz uma rápida inspeção lateral. 
b. Se julgar necessário, o Jurado pode determinar a parada de cada animal para análise minuciosa e/ou 
apalpação. 
c. O Jurado repetirá em todos os animais o mesmo comportamento de observação; 
d. Nesta análise mais próxima e detalhada, o Jurado irá construindo mentalmente os argumentos para as 
justificativas. 
 
7. PRÉ - ORDENAMENTO 
a. O Jurado, chama para o centro da pista, os animais pela ordem de preferência ou de idade. 
b. A categoria mantém-se em movimento circular periférico. 
c. Os animais chamados ficarão parados da direita para a esquerda, pela ordem decrescente. 
 
8. DECISÃO – COMPARAÇÃO ESTÁTICA 
a. Alinhados todos os animais, pela ordem inicial, o Jurado movimenta-se, observando; 
i. A perspectiva posterior comparativa; 
ii. A linha superior, em posição estática; 
iii. Perspectiva frontal comparativa; 
b. Após as comparações, o Jurado poderá proceder às alterações de ordenamento que julgar necessárias. 
c. Eventualmente poderá estabelecer comparação específica entre dois animais, movimentando-os 
separadamente 
 
9. DECISÃO – ORDENAMENTO FINAL 
a. Efetuada a comparação estática, o Jurado ordena a movimentação final da categoria. 
b. Após uma volta na pista, o Jurado ordena ao secretário de pista a formação para premiação, no 
pódium. 
c. 
10. PREMIAÇÃO 
O Secretário de pista posiciona os animais no pódium, em ordem decrescente, da esquerda para a direita, com o 
posterior voltado para o público. 
 
11. ARGUMENTACÃO DIDÁTICA 
- Este é o momento decisivo do sucesso do trabalho do Jurado. 
- Suas razões tem de ser: 
a. Claras; 
b. Concisas; 
c. Tecnicamente corretas; 
 
- Durante o comentário de cada animal, o Jurado determina a sua movimentação de saída do pódium. 
- No comentário, o Jurado sempre destacará as virtudes de um animal sobre seu subsequente. 
- O Jurado abster-se-à de comentar defeitos, dando-lhes destaque. 
- A linguagem nos comentários obedecerá aos padrões e vocabulário técnico. 
 
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FOTO 01: ANÁLISE PERSPECTIVA A (FRONTAL) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FOTO 02: ANÁLISE – PERSPECTIVA B (LATERAL INTERNA) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FOTO 03: ANÁLISE – PERSPECTIVA C (POSTERIOR) 
 
 
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FOTO 04: ANÁLISE – PERSPECTIVA (LATERAL EXTERNA) 
 
 
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Alguns Critérios para um bom julgamento 
 
RAUL PIMENTA DE CASTRO 
 
O Julgamento de gado leiteiro é, em regra geral, determinado por quatro características que, em ordem de 
prioridade, são observadas pelo jurado. 
 
ORDEM DE PRIORIDADE 
1º Aparência geral 
2º Sistema mamário 
3º Características leiteiras 
4º Capacidade corporal 
 
Detalhes descritivos de tipo que são observados no animal compõem cada característica. 
 
O cartel de julgamento que, de comum acordo, é adotado pelas Associações de gado leiteiro (Holandês, Ayrshire, 
Jersey, Guernsey, Pardo Suiço, Shorthorn Leiteiro) é aplicado por elas indistintamente. Uma pequena variação existe 
nas raças, porém é sempre desejável uma vaca leiteira bem semelhante, ainda que as raças diferentes. 
 
APARÊNCIA GERAL (foto 05 próxima página) 
Observação de toda a vaca 
A aparência geral inclui a vaca como um todo, feminilidade, vigor, equilíbrio, força, estilo e uma boa união de 
partes. Isto inclui todas as partes de vaca e se vincula às seguintes subpartes: estatura, parte anterior, linha superior 
(dorso - lombar), pernas e cascos. 
 
a.) Estatura 
 Vacas com estatura de mediana para altas são mais desejada. 
 Acima de tudo elas possuem mais capacidade de produção de leite. Por outro, lado, uma vaca alta, usualmente 
possui pernas longas, acarretando maior distância do corpo ao solo podendo acolher um sistema mamário com maior 
capacidade. 
 
b.) Parte Anterior 
 As paletas e ombros, assim como os cotovelos, ajustam-se suavemente contra a parede do tórax. A cruz bem 
definida é formada pela união firme e suave das paletas, com a linha dorsal que se eleva ligeiramente acima das pontas 
das paletas podendo-se observar as vértebras dorsais bem marcadas. 
 
c.) Linha Superior 
 A linha dorso – lombar deve ser retilínea e levemente ascendente. Será melhor se uma vaca jovem (2 anos) possuir 
discreta sifose - arqueamento na região dorso lombar porque a própria idade se encarregará de nivelar a linha. Uma 
garupa desejável é longa, larga e levemente desnivelada no sentido íleo ísquio. 
 O discreto desnível (2cm) facilita a drenagem do trato reprodutivo, quando comparadas com garupas perfeitamente 
planas e niveladas ou com aqueles que apresentam os ísquios mais altos que os íleos. As articulações coxofemorais 
devem ser altas, largas e colocadas próximas à metade da distancia entre as pontas dos íleos e ísquios, quando 
observadas (vista lateral). 
 
d.) Pernas e Cascos 
 Bons pés e pernas ajudam as vacas a permanecerem maior tempo em produção. As quatro patas deverão estar 
colocadas formando um paralelograma embaixo do corpo do animal e, ao caminhar, deixar um rastro retilíneo e 
paralelo. As patas posteriores necessitam de uma ossadura plana, achatada, limpas nos jarretes e deverão estar 
posicionadas próximo a perpendicular na região do jarrete à quartela (metatarso) quando observadas (vista lateral). As 
 
A ARTE DE JULGAR 
 
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quartelas devem ser fortes e curtas, enquanto que os casos deverão ser bem formados, curtos, com talões profundos e 
com as unhas fechadas. 
 
FOTO 05: APARÊNCIA GERAL (Vernla Gibson Crystal) 
 
 
 
 
 
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1. SISTEMA MAMÁRIO 
 
 O úbere é valorizado no julgamento porque produz a maior renda do criador. 
 
 Vacas leiteiras necessitam de úberes íntegros e funcionais para produzirem grandes quantidades de leite por 
um longo período e sucessivas lactações. O criador deve reconhecer e valorizar um úbere produtivo. 
 
 Moderado comprimento, largura e profundidade; simétrico; não septado lateralmente; piso nivelado (vista 
lateral) e sobretudo bem balanceado. 
 
 Os ligamentos do úbere são as mais importantes partes do sistema mamário. Bons ligamentos sustentam o 
úbere acima dos jarretes, com um forte ligamento central suspensório formando uma profunda fenda entre os 
quartos posteriores (vista posterior). 
 
 As vacas precisam de úberes com o piso fendido (ligamento central forte, vista posterior) para manter sus tetas 
colocadas sob úbere e não apontadas lateralmente. 
 
 O piso do úbere plano demonstra um suporte central fraco (vista posterior). Uma vaca com ligamento central 
rompido usualmente apresenta um úbere profundo, com um piso abaixo dos jarretes, e as tetas apontadas 
lateralmente. 
 
 O Jurado de classificação deve sempre colocar uma vaca com o úbere profundo e muito penduloso em último 
ou próximo aos últimos lugares da categoria. 
 
 O úbere dianteiro deve ser moderado em comprimento e largura, uniforme, suave e firmemente aderido à 
parede do abdômen. O melhor úbere posterior é alto, largo e balanceado, suavemente arredondado quando se 
aproxima da base das testas (vista posterior). 
 
 As tetas mais funcionais são aquelas em forma de paralelogramo, centralmente a cada quarto, a prumo; são 
uniformes; de forma cilíndrica, medindo no comprimento (6 – 7 cm) e diâmetro (1,5 – 2 cm); e bem espaçadas 
tanto na vista lateral como na posterior. 
 
2. CARACTERÍSTICAS LEITEIRAS 
 
 Características leiteiras, ou angulosidade, é um indicativo do grau de produção que se pode esperar de uma 
vaca. 
 Vacas angulosas possuem longo e refinado pescoço; cruz bem definida e angula; possuem costelas 
arqueadas, oblíquas e espaçadas; são limpas (sem gordura) nos íleos, no coxo – femural e nos ísquios; 
possuem coxas descarnadas, retilíneas ou subcôncavas (vista lateral). Coxas planas e descarnadas 
proporcionam alojamento para um largo úbere posterior. 
 
 Embora a maioria dos criadores prefira vacas angulosas, uma vaca que seja muito angulosa ou fraca (magra 
ou débil), não é considerada desejável. 
 
 Vacas delicadas (débeis, frágeis) não são portadoras de estrutura e compleição corporal para manutenção 
de altas produções através dos tempos e usualmente são mais suscetíveis a problemas de saúde. 
 
 Detalhes descritivos do tipo de uma vaca débil incluem: narinas estreitas, mandíbulas fracas, parte anterior 
estreita e aprumos fechados, com tendência a ser estreita ou fechada completamente. 
 
 
 
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3. CAPACIDADE CORPORAL 
 
 O corpo de uma vaca deve ser longelíneo, profundo, amplo e proporcional, mantendo equilíbrio coma s 
outras partes. 
 
 O assoalho do peito, região cardíaca, e o abdômen devem ser profundos e amplos. As costelas devem ser 
arqueadas e ter projeções oblíquas bem espaçadas e profundas. 
 
 Vacas estreitas e pouco profundas comparadas com vacas profundas e amplas, não mostram tanta 
capacidade na produção de leite. 
 
 
FOTO 06: SISTEMAMAMÁRIO E CAPACIDADE CORPORAL 
 
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ALGUMAS SUGESTÕES QUE PODEM AJUDAR NAS DECISÕES 
 
Você sempre deve ter em mente que uma vaca deve se assemelhar a “TRUE TYPE” (Tipo ideal). 
 
Para ajudar, aqui vão algumas sugestões que poderão culminar num julgamento bem sucedido. 
 
1º) Conserve sempre em mente os detalhes descritivos para tipo em ordem de importância: o úbere, as pernas, 
angulosidade, a forma e estrutura. 
2º) Estude vendo boas vacas ou acostume-se vendo fotos de bons animais. 
3º) Coloque-se a uma distância conveniente que lhe permita visualizar o maior número de animais da categoria. 
4º) Também tente não selecionar animais com defeitos e dê ênfase a esses detalhes na sua decisão. 
5º) Conserve, em princípio, sua atenção na vaca que mais lhe impressionar à primeira vista, porque usualmente é 
a melhor. 
6º) Em casos de dúvida na organização da categoria, volte-se para a sua mente, onde está gravada a imagem do 
tipo ideal, dê uma volta e selecione em primeiro lugar a vaca que mais dele se aproxima, depois a segunda 
melhor e assim por diante até o final da categoria. 
7º) Se for o caso de duas vacas muito semelhantes em tipo, dê preferência àquela que possui o melhor úbere. 
8º) Sorria, pense positivamente, acredite que você pode julgar ou então, instrua-se para tal. Trabalhe seriamente, 
porém não se esqueça que gosta do seu trabalho. 
 
 
PRATIQUE UM POUCO 
 
Para ajudá-lo a se preparar para as futuras exposições, observe as figuras destas duas vacas Holandesas, escolha a 
melhor e justifique a colocação. 
 
Foto A 
 
Foto B 
 
A colocação correta é B sobre A. B possui melhor aparência geral. B é mais limpa na garganta, mais alongada em 
suas linhas, ombros e cruz melhor formados, possui melhor arqueamento e profundidade de costelas anteriores e 
posterior. B tem mais caracterização leiteira e o úbere melhor, com melhor capacidade. A inserção do úbere anterior de 
B é mais forte e suave do que A. As tetas de B estão melhor colocadas, porém lhes falta um pouco de tamanho. B 
possui mais caracterização racial na cabeça, mandíbulas e narinas mais desejáveis e amplas. 
 
 
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DESCRIÇÃO ANATOMIA FUNCIONAL 
 
Cabeça 
1.1. Face anterior – fronte, chanfro, espelho. 
1.2. Faces laterais – (2) – orelha, fonte, olho, bochecha, chifre, narina, olhal. 
1.3. Face posterior – ganacha, entre-ganacha, barba. 
1.4. Extremidade superior – nuca, parótida, garganta. 
1.5. Extremidade inferior – boca. 
 
1. Fronte ( testa ) 
a.) Localização – região impar, situada na parte anterior superior da cabeça, limitada atrás pela nuca, 
inferiormente pelo chanfro, lateralmente pelas orelhas, fontes, chifres, olhais e olhos. 
b.) Base anatômica – osso frontal. 
c.) Características – A parte superior recebe a denominação especial de marrafa, cuja base óssea é o bordo 
superior do frontal, e o lugar onde se implantam os chifres. Em algumas raças zebuínas a marrafa se situa 
praticamente na extremidade superior da cabeça, pois, apresenta localização bem traseira (Gir). Em 
outras raças indianas, a fronte pode mostrar uma saliência ou crista óssea, de tamanho variável, que desce 
até a parte inferior do osso, e que recebe a denominação de nimbure ou nimburi, ou ainda nimburg 
(termo de origem Indiana sem tradução em português). 
No seu sentido longitudinal, a fronte apresenta, em algumas raças, uma ligeira depressão que se 
convencionou chamar de goteira. A forma de fronte varia segundo a idade e a raça, e o seu tamanho 
deve ser de médio a grande, pois, dá à cabeça um aspecto mais expressivo. 
 
2. Chanfro 
a.) Localização: região ímpar, limitada superiormente ela fronte, lateralmente pelas bochechas, 
inferiormente pelas narinas e o espelho. Seu limite superior é dado pela linha que une os ângulos internos 
dos olhos. 
b.) Base anatômica – constituída pelas extremidades ínfero-laterais do frontal, os nasais, os lacrimais, os 
zigomáticos, ou maxilares superiores e as apófises dos intermaxilares. 
c.) Características – O chanfro, juntamente com a fronte, determina o perfil, que pode ser: retilíneo, 
concavilíneo, e convexilíneo. 
 Perfil retilíneo – fronte plana, marrafa sem protuberância ou escavação pronunciada, órbitas 
arredondadas, situadas na linha lateral, sem formarem saliência, sem serem apagadas, chanfro reto. 
 Perfil concavilíneo – fronte reentrante ou escavada, órbitas grandes e salientes devido à forte 
escavação frontal, marrafa sem saliência, às vezes um pouco escavada ao centro, chanfro reto ou 
ligeiramente reentrante, focinho um tanto saliente, devido à reentrância fronto - nasal. O perfil 
côncavo pode ser ainda: sub-côncavo e ultra-côncavo. 
 
3. Espelho (focinho) 
a.) Localização – região impar, situada abaixo do chanfro, entre as narinas e sobre o lábio superior. 
b.) Base anatômica – músculos, vasos sangüíneos e nervos da região. 
c.) Caraterísticas – é uma superfície glabra, constituída por um tegumento abundantemente provido de 
glândulas, e que continua sem nenhuma linha de demarcação com a mucosa pituitária das vias nasais. É por 
isso chamado impropriamente de mucosa. O espelho deve se apresentar bem largo e desenvolvido, sempre 
úmido e fresco, o que denota saúde e vigor. 
Os pelos que circundam a região são, às vezes, mais claros, que os da totalidade da cabeça, caracterizando 
certas raças. Em algumas raças, a pigmentação do espelho é um atributo étnico, revelador de pureza. As 
impressões obtidas das rugosidades do espelho, e que persistem por toda vida do animal, fornecem o 
nasograma, usado como meio de identificação. 
 
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4. Orelha 
a.) Localização – região par, situada ao lado da fronte, abaixo e pouco atrás da inserção dos chifres. 
b.) Base anatômica - constituída pela cartilagem auricular e seus músculos próprios. 
c.) Características – o tamanho, a forma e direção das orelhas variam com as raças. Nas européias, 
geralmente, são largas, de situação horizontal, e com a face interna voltada para a frente. 
 
5. Fonte (têmpora) 
a.) Localização – região par, situada entre a fronte, bochecha, orelha e olho. 
b.) Base anatômica – articulação têmporo – maxilar. 
c.) Características - esta região deve ser seca e limpa. 
6. Olhal 
a.) Localização – região par, situada acima do olho. 
b.) Base anatômica – parte anterior da fossa temporal, que nos bovinos se situa mais lateralmente que 
nos equídeos. 
c.) Características – a região deve ser nítida, mas pouco deprimida. 
7. Olho 
a.) Localização – região par, situada entre a bochecha e a fronte, logo abaixo do olhal. 
b.) Base anatômica – cavidade orbitaria, músculos e nervos próprios. 
c.) Características – do ponto de vista do exterior, no estudo do olho apenas se leva em conta as partes 
aparentes, isto é, o globo ocular (na sua porção anterior ), as pálpebras, chamadas vulgarmente de 
órbitas, se assentam sobre o contorno da cavidade orbitaria, formada pelos ossos frontal, lacrimal e 
malar. 
 
8. Chifre 
a.) Localização – região par, situada ao lado da fronte e acima da orelha. 
b.) Base anatômica – chavelhos ósseosdo frontal. Pode-se distinguir a seguinte estrutura, de fora para 
dentro; 
 Capa ou estuque córneo, mais espessa na base do que na ponta, composta de uma série de 
lâminas, em forma de escamas invaginantes, que se formam por brotamentos sucessivos; 
 Membrana queratógena ou derme que envolve os chavelhos ou suportes ósseos; 
 Chavelhos ósseos, que constituem os prolongamentos do osso frontal, e apresentam em seu 
interior uma série de cavidades denominadas seios. 
c.) Características- A inserção, direção e forma dos chifres podem ser ortóceros, próceros e 
opstóceros, segundo estejam na mesma linha, adiante ou atras da marrafa, respectivamente. 
 
9. Bochecha 
a.) Localização – região par, limitada pelo chanfro, olho, pela fonte, parótida, ganacha e boca. 
b.) Base anatômica – parte dos maxilares inferior e superior, zigomático (ou malar) e lacrimal. 
c.) Característica – bochecha compreende duas partes: 
 Chato cuja base é o músculo masseter, e de localização superior, devendo ser bem ampla, plana e 
de pele fina; 
 Bolsa; de situação inferior, e que corresponde à porção dilatável da boca (músculos, bucinador, 
abaixador do lábio inferior, zigomático e risórius de Santorini). Aqui a pele é mais espessa devido 
ao grande número de papilas (grossas e longas) que possui a face interna (mucosa), voltada para o 
interior da boca. 
10. Narina ( venta) 
a.) Localização – região par, situada ao lado do espelho e abaixo do chanfro. 
b.) Base Anatômica - cartilagem lateral do nariz, e cartilagens alares. 
 
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c.) Características – a narina tem a forma de uma vírgula invertida, com a concavidade dirigida para o 
espelho. É conveniente que as narinas sejam amplas e abertas, muito embora, os bovinos respirem 
muito mais pela boca que pelo nariz. 
11. Ganacha 
a.) Localização – região par, situada abaixo da bochecha. 
b.) Base Anatômica – bordo do maxilar inferior. 
c.) Características – apresenta-se ligeiramente convexa, e convém que seja comprida, pois indica boa 
mistigação. As ganachas devem ser bem afastadas entre si, e não apresentar fistulas ou tumefações. 
 
12. Entre-ganacha (fauce) 
a.) Localização – região impar, situada abaixo da garganta e entre as ganachas 
b.) Base anatômica – caso hióide e músculos próprios. 
c.) Características – nos bovinos a entre-ganachas não é reentrante como nos equídeos; pelo contrário, 
ela se apresenta convexa, acompanhando os bordos do maxilar inferior. Deve ser larga, não empastada 
e com a pele fina. Na sua porção posterior, a pela mostra pregas mais ou menos desenvolvidas, 
conforme a raça, e que continuam através do pescoço, formando a papada ou barbela. 
13. Barbela 
a.) Localização – região impar, adiante da entre-ganacha, e limitada embaixo e lateralmente pelo lábio 
inferior. 
b.) Base anatômica – corpo do maxilar inferior, isto é, a região do osso onde se reúnem os dois ramos 
laterais (nos bovinos eles nunca se soldam completamente). 
c.) Características – nesta região a pele é relativamente fina e móvel. 
14. Nuca 
a.) Localização – região impar, situada atrás da marrafa e adiante do pescoço. 
b.) Base anatômico – articulação atlóide – occipital. 
c.) Características – deve ser curta larga e cheia nos touros e animais de corte; estreita e longa nas vacas 
leiteiras. 
15. Parótida 
a.) Localização – região par, situada na linha da união do pescoço à cabeça, ficando abaixo da orelha, 
acima da garganta e atrás da fonte, bochecha e ganacha. 
b.) Base anatômica – glândular salivar do mesmo nome, abaixo da articulação têmporo-maxilar, entre o 
masseter e a parótida, se encontra o gânglio parotidiano, muito desenvolvido nos ruminantes, e que se 
limita com a parótida na sua porção anterior. 
c.) Características – a parótida deve ser ligeiramente deprimida, mas o suficiente larga para dar a 
impressão de que a inserção do pescoço à cabeça é firme, sem solução de continuidade. 
 
16. Garganta 
a.) Localização – região impar, adiante do espelho e da barba, e limitada lateralmente pela porção 
anterior das ganachas. 
b.) Base anatômica – músculos e nervos próprios das partes que a constituem. 
c.) Característica – do ponto de vista de exterior, pode-se distinguir na boca as seguintes partes: 
1º ) lábios, superior e inferior, reunidos por duas comissuras laterais, que circunscrevem a entrada 
da cavidade bucal. Os lábios dos bovinos são notáveis pela sua resistência. São pouco móveis, e, 
apesar do grande desenvolvimento dos músculos envolvidos, eles servem apenas para a apreensão 
indireta dos alimentos. O lábio Inferior é o menos espesso e menos móvel que o superior. Os lábios 
devem apresentar-se bem ajustados, indicando que o mesmo acontece com as mandíbulas. Quando 
isso não ocorre, surgem os casos de prognatismo superior ou inferior, que resultam da 
proeminência ou redução de um dos maxilares, e que prejudicam os animais na preensão dos 
alimentos, especialmente nos pastos. 
 
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2º ) dentes. Os bovinos são classificados no grupo dos animais heterodontes incompletos (vários 
tios de dentes, com ausência de caninos), e difiodontes (duas dentições). A integridade dos dentes e 
das gengivas é uma condição essencial à preensão e mastigação dos alimentos. 
3º ) Barras – correspondem ao espaço inter-dental, que vai desde o primeiro molar até o incisivo 
extremo, denominado cato. 
4º ) Língua – órgão musculoso, alojado no canal lingual, e que se destina à preensão dos alimentos. 
Sua parte livre é revestida de papilas filiformes, coriáceas, e inclinadas para trás, e são elas as 
responsáveis pela textura grosseira do órgão. A língua tem por base anatômica uma parte do osso 
hioíde. 
5º ) Canal lingual – constitui o piso da boca, em forma de goteira, dividida ao meio pelo freio da 
língua. A integridade e ausência de tumefações são qualidades essenciais nesta região. 
6º ) Palato – constitui o forro ou céu da boca, que apresenta na sua parte anterior uma almofada 
fibro-cartilaginosa, em oposição aos dentes incisivos no maxilar inferior, segue-se uma série de 
rugosidade bem pronunciadas e dispostas em arco. O palato tem por base anatômica o corpo do 
osso inter-maxilar, e partes do maxilar superior e do palatino. 
 
Pescoço 
 
Localização – região impar, entre a cabeça e o tronco , liga-se a este pelas regiões do garrote, espáduas e peito. 
 
Base anatômica – vértebras e cervicais (em número de sete), e músculos e ligamentos próprios. 
 
Características – o pescoço possui duas extremidades, dois bordos e duas faces; 
 
1º ) Extremidades – a anterior liga-se à cabeça por intermédio da nuca, das parótidas e da gargantas; a posterior 
(ou base). mas larga, prende-se ao tórax lateralmente, nos bordos anteriores das espáduas, superiormente ao garrote, e 
inferiormente ao peito. 
 
2º ) Bordos – o superior é fino e cortante nas vacas leiteiras, mais grosso e volumoso nos animais de corte. 
Geralmente se apresenta mais espesso e musculoso nos touros, como bom indício de masculinidade. A forma do bordo 
superior pode ser direita, côncava e convexa, conforme a raça e categoria (vacas, garrotes ou touros ). O inferior é 
sempre mais afilado, devido à pele que aí se mostra mais ou menos pendente, cheia de pregas, constituindo a barbela 
ou papada. 
 
3º ) Face – direita e esquerda, também chamadas táboas do pescoço. Cada fase compreendena parte de cima uma 
superfície plana que tem por base os músculos da região cervical superior; mais abaixo, em relevo, a chamada coluna 
cervical, que corresponde à série de vértebras cervicais; em baixo, a goteira jugular, que aloja as veias jugulares. A 
pele que recobre as faces do pescoço pode apresentar uma superfície completamente lisa, ou recoberta de pregas mais 
ou menos numerosas, conforme a raça. O pescoço desempenha um papel muito importante na progressão e no 
equilíbrio do animal. Atua ainda como elemento tensor da coluna vertebral. O pescoço deve ser horizontal, volumoso e 
curto nos touros, mais comprido e delgado nas fêmeas. Em todos os casos, porém o pescoço deve ligar-se à cabeça e 
ao tronco por linhas regulares e harmônicas, não apresentando saliência ou depressões exageradas nos pontos de 
inserção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Tronco 
O tronco apresenta quatro faces e duas extremidades, com as seguintes regiões: 
a ) face superior – cruz, dorso, lombo e garupa 
b ) face lateral – costado, flanco e anca 
c ) face inferior – cilhadouro, ventre e inguinal 
d ) extremidade anterior – peito, axila e inter-axila. 
e ) extremidade posterior – causa , períneo , anus e vulva 
 
1. Cruz (garrote ou Cruz) 
a) Localização – região impar situada entre o pescoço e o dorso, acima das espáduas. 
b) Base anatômica – as apófises espinhosas das cinco ou seis primeiras vértebras dorsais, o alto das 
omoplatas, e a parte superior das cinco a sete primeiras costelas. 
c) Características – o garrote deve ser pouco saliente, e bem ajustado ao pescoço e às espáduas, 
apresentando-se musculado e largo nas raças de corte, e mais fino nas leiteiras. Nos machos esta região é 
sempre mais desenvolvida que nas fêmeas. 
d) Giba (cupim) – nas raças zebuínas, sobre esta região se assenta a giba (impropriamente denominada 
cupim) e que resulta, (segundo French, Helman e outros) do crescimento do músculo rombóide (músculo 
que partindo do ligamento da nuca se estende na segunda vértebra cervical até à oitava vértebra torácica). 
Apresenta a forma de uma castanha de caju, ou rim, e consiste numa massa muscular entreverada de 
gordura; seu tamanho e peso variam consideravelmente com as condições de nutrição do animal, com a 
raça e o sexo, podendo alcançar entre 1 e 9 quilos. Sua situação também é algo variável entre as raças 
zebuínas, às vezes se apresentando um pouco adiantado em relação ao garrote. 
 
2. Dorso 
a) Localização – região impar, situada após o garrote, adiante do lombo e acima dos costados. 
b) Base anatômica – apófises espinhosa das sete a oito vértebras dorsais que se seguem as do garrote; 
extremidade superior das costelas correspondentes; e músculos próprios que flanqueiam as apófises (os 
dorsais, os ileo-espinhasis, etc.). 
c) Características – O dorso deve ser reto, comprido e largo. É, em geral, mais curto nas raças precoces, e 
dentro da mesma raça, o dorso se apresenta mais estreito quando os animais são mal nutridos. O dorso 
elevado com convexidade ou côncavo representa o defeito ainda mais sério e só deve ser tolerado, em 
vacas próximas da parição, ou então, em animais muito velhos. O desvio lateral do dorso se denomina 
escoliose. O dorso selado em gado em crescimento revela, em última análise, falta de constituição, com 
ligações fracas na coluna vertebral). 
 
3. Lombo 
a) Localização – região impar, situada entre o dorso e a garupa, acima dos flancos. 
b) Base anatômica – vértebras lombares (em número de seis), cujas apófises laterais estão recobertas pelos 
músculos ielo – espinhas. 
c) Características – convém que o lombo seja horizontal, curto, largo, espesso e bem ligado. Os mesmos 
defeitos citados para o dorso podem se encontrar no lombo, isto é, selamento, arqueamento ou desvio 
lateral. No gado leiteiro, o lombo e mais descarnado, um tanto anguloso, com linhas laterais mais nítidas. 
 
4. Garupa 
a) Localização – região impar, situada entre o lombo e a causa, acima das coxas. Sua forma em projeção 
vertical é dada pelas seguintes linhas: 
 unindo um dos ângulos anteriores e externos dos íleos, isto é, as duas ancas. 
 unindo as duas tuberosidades isquiáticas, ou pontas de nádegas; 
 unindo, de cada lado do corpo, a ponta de anca à ponta de nádega. 
b) Base anatômica – o sacro e os coxais recobertos pelos músculos glúteos, psoas, isquio – tibiais, e 
outros, que aí formam espessas massas musculares. 
 
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c) Características – a garupa é considerada uma região importantíssima pelas seguintes razões: 
 É centro de impulsão do corpo e os músculos glúteos e os isquio-tibiais são os agentes principais 
da propulsão, a garupa agindo como elemento tensor a coluna vertebral. O rim se eleva quando 
aqueles músculos se contraem em vista da progressão do corpo, na ocasião do estiramento da 
tíbia; ao contrário , na posição inversa, a tíbia encolhida, a garupa se eleva atrás e se abaixa na 
frente, ocasionando um selamento na região do lombo. 
 É centro de transmissão, enviando aos membros posteriores os impulsos da contração dos 
músculos próprios, e cuja resultante se apoia na articulação coxo – femural. 
 É uma região de carne de primeira qualidade, e portanto, bastante espessa e musculada nos animais 
de açougue. 
 Finalmente, abaixo desta região estão os órgãos reprodutores, e particularmente, o útero da fêmea. 
Se a garupa é estreita, os partos são em geral, defeituosos. Em se tratando de vacas leiteiras, a 
maior amplidão da garupa possibilita um maior desenvolvimento transversal do úbere. É sempre 
desejável que a garupa seja comprida, larga e bem dirigida. A direção é variável, com as raças, 
podendo se apresentar horizontal ou oblíqua. A garupa se diz horizontal, quando o sacro continua 
regularmente a linha dorso - lombar, até a inserção da cauda, e as pontas de nádega se acham num 
mesmo nível das pontas de ancas. Por isso se chama também nivelada. A garupa se diz oblíqua 
(ou inclinada), quando a linha que une a ponta de anca à ponta de nádega se apresenta inclinada 
para o lado desta última. A garupa pode ser ainda: cortante, quando o sacro se mostra muito 
saliente, e com ele, a extremidade posterior da coluna vertebral; pontuda, quando se observa de 
cada lado uma saliência muscular, e a crista mediana se transforma num sulco. Na prática, esse 
tipo se conhece como garupa de potro. 
 
 
5. Costado 
a) Localização – região par, Limitada adiante pela espádua, em cima pelo dorso, atrás pelo flanco, em 
baixo pelo cilhadouro e pelo ventre. 
b) Base anatômica – as costelas que não são cobertas pelas espáduas (em geral, as últimas oito ou nove, 
das treze existentes) e mais os músculos próprios da região: grande dorsal, grande obliquo (terço inferior) e 
grande denteado. 
c) Características – o costado forma a parede lateral da caixa torácica, onde se encerram os órgãos 
responsáveis pelas funções respiratória e circulatória. O costado deve ser longo, arredondado e profundo. O 
arqueamento das costelas determina maior ou menor amplidão da caixa torácica. No gado de corte, o 
costado é bem coberto muscularmente, e se apresenta cheio de arredondado. No gado leiteiro ele se mostra 
mais descarnado, com as costelas mais separadas com o arqueamento dirigido mais para trás, isto é, um 
tanto inclinadas. Em alguns animais aparece, às vezes, uma costela falsade número 14, que não se apoia 
sobre a precedente por falta de cartilagem, e é sustentada apenas pelos músculos. A anomalia pode ser uni 
ou bilateral. Acredita-se que os animais portadores deste defeito, com o lombo mais comprido, sejam de 
engorda mais difícil. 
 
6. Flanco 
a) Localização – região par, situada atrás do costado, adiante da coxa e da anca, abaixo do lombo, acima 
do ventre. 
b) Base anatômica – a parte carnosa do pequeno oblíquo. 
c) Características – o flanco, juntamente com o ventre, faz parte da parede abdominal. O flanco é 
considerado o espelho da respiração, pois, os movimentos respiratórios resultantes da contração rítmica do 
diafragma são bem evidentes nessa região, mais que no costado. O flanco apresenta três partes: 
1º) cavidade, uma reentrância triangular, locada superiormente, às vezes chamada de vazio; 
2º) corda, uma saliência que vai da anca à borda posterior da última costela, em direção ao hipocôndrio 
(base anatômica – bordo superior do pequeno oblíquo) ; 
3º) declive, parte inferior que continua insensivelmente até o ventre. O flanco deve ser curto, cheio, com 
movimentos normais, isto é, de 18 a 20 por minuto nos animais jovens, 15 a 18 nos adultos, e 12 a 15 nos 
 
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velhos. O flanco se diz cavado, quando a cavidade é muito pronunciada; cordado, quando a corda é muito 
saliente. 
 
7. Anca 
a) Localização – região par, situada ente o lombo e a garupa, acima do flanco e da coxa. 
b) Base anatômica – ângulo anterior e extremo do íleo. 
c) Características – as ancas devem ser separada, em nível, e regulamento destacadas e musculadas. 
 
8. Cilhadouro 
a) Localização – região impar, situada entre a inter-axila e o ventre, a abaixo do costado. 
b) Base anatômica – parte posterior do externo, as extremidades inferiores das quatro últimas costelas 
externais, e as cartilagens costais correspondentes. 
c) Características – a conformação do cilhadouro varia com as raças. Nas de corte é arredondada, 
regularmente convexa nas leiteiras, de peito relativamente estreita, se apresenta saliente. 
 
9. Ventre 
a) Localização – região impar, situada entre o cilhadouro e a região inguinal, abaixo do costado e do flanco. 
b) Base anatômica – músculos abdominais recobertos superficialmente pela túnica abdominal, 
eminentemente elástica (grande e pequeno oblíquo do abdômen). 
c) Características – o ventre forma a parede inferior da cavidade abdominal, e sustenta a massa de vísceras 
digestivas. Na parte mediana, o ventre é percorrido de diante para trás pela linha alba, que se prende por um 
lado ao apêndice xifóide, e por outro, ao tendão pré-pubiano dos músculos abdominais. Sobre essa linha 
mediana se localiza o umbigo, mais ou menos desenvolvido segundo as raças, e bem pendente em alguns 
zebus (barbela do umbigo). A dobra da pele que faz a união do ventre com o membro posterior, de cada lado, 
recebe a denominação de virilha. As paredes abdominais sendo elásticas, o ventre pode variar de volume 
dentro dos limites relativamente largos. O ventre se diz redondo quando apresenta um volume médio, e seu 
perfil é dado por uma linha ligeiramente convexa e regulamente ascendente desde o cilhadouro até as 
virilhas, e quando lateralmente os seus contornos se confundem de maneira suave com os hipocôndrios e os 
flancos, sem dar saliência atrás do costado. 
 
10. Região Inguinal 
a) Localização – região impar, limitada anteriormente, pelo ventre e atrás, pelo períneo, situada entre as coxas. 
b) Base anatômica – os órgãos genitais externos: o úbere na fêmea; a bainha e o escroto no macho. 
c) Características: 
 1º) Úbere – órgão dividido em quatro quartos ou mamas, deve ser volumoso, largo, com boas 
ligações dianteira e traseira, constituído de maior porção de tecido secretor, com as tetas 
uniformes, íntegras, situadas num mesmo plano horizontal. A abundante irrigação sangüínea do 
útero é essencial para a atividade secretora. 
 2º) Escroto – compreende a bolsa que envolve os testículos. Estes devem ser oblongos, 
piriformes, soltos, bem desenvolvidos e descidos. Constitui sério defeito o criptorquidimo, 
quando ambos os testículos não descem para a bolsa, e permanecem na cavidade abdominal. O 
animal se diz monorquídeo ou roncolho, quando uns dos testículos, apenas, desce para a bolsa. 
 3º) Bainha – é formada pela pele que recobre a verga em repouso. Nas raças zebrinas, a bainha 
se apresenta bastante desenvolvida e pendente. Quando em ereção, a verga se projeta pela 
abertura anterior da bainha, constituída pelo prepúcio. 
 
11. Peito 
a) Localização – região impar, situada entre o pescoço, as espáduas e a inter-axila. 
b) Base anatômica – a extremidade anterior do externo. 
c) Características – o peito deve se apresentar amplo e com bom desenvolvimento muscular. O peito amplo 
denota grande capacidade respiratória, e está ligado à boa construção de animal. A estreiteza dessa região é 
sempre um atributo indesejável. O peito estreito não está correlacionado com o pequeno afastamento das duas 
 
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primeiras costelas, como poderia parecer à primeira vista. Mas, é justamente o afastamento das costelas 
posteriores que regula as dimensões transversais do peito. A parte anterior do peito se denomina maça. Quando 
esta se mostra muito proeminente, por falta do desenvolvimento muscular, diz-se que o peito é saliente ou 
cortante. 
 
12. Axila 
a) Localização – região par, situada entre o membro anterior e a inter-axila. 
b) Base anatômica – dada pela pele que se destaca do corpo para contornar o membro anterior. 
c) Características – a região deve apresentar a pela macia e íntegra. 
 
13. Inter-Axila 
a) Localização – região impar, situada entre as axilas, o peito e o cilhadouro. 
b) Base anatômica – porção anterior e mediana do externo. 
c) Características – deve ser larga, acusando assim boa amplidão do tórax. Em geral, se apresenta em relevo ou 
deprimida, segundo o maior ou menor desenvolvimento muscular no peito. 
 
14. Cauda 
a) Localização – região impar, implantada na parte posterior da garupa. 
b) Base anatômica – vértebras coccigeanas, em número de 18 a 20, envoltas pelos músculos do mesmo nome 
c) Características – no estudo da causa, devem-se distinguir três partes essenciais: 
 1º) Inserção – a inserção se diz normal quando a causa se dirige suavemente para trás, e depois 
de uma inclinação regular, cai verticalmente. Quando a causa se dirige para trás, obliquamente, 
em relação à garupa, de baixa para cima, ou de cima para baixo, constitui o que se 
convencionou chamar de inserção alta ou baixa, respectivamente. 
 2º) Corpo – corresponde à sua parte mediana, podendo ser mais grossa ou fina, segundo a 
espessura na inserção. O comprimento é variável de acordo com a raça e a individualidade, e 
segundo antigos autores apresenta alguma correlação com a aptidão leiteira. 
 3º) Vassoura – situada na extremidade livre, é formada por um tufo de pelos, lisos ou crespos, 
segundo a raça, e cuja periferia denomina-se de capa, envolvendo a parte interna da ponta da 
cauda, denominada sabugo. 
 
15. Anus 
a) Localização – região impar, situada abaixo das cauda, entre as nádegas, acima do períneo no macho, e da 
vulva da fêmea. 
b) Base anatômica – esfíncter anal, músculos e ligamentos. 
c) Características – arredondado, rijo, bem fechado. Em geral, não se mostra salientecomo nos eqüinos, mas 
apresenta-se encovado nos animais fracos e velhos. 
 
16. Períneo 
a) Localização – região ímpar, situada abaixo do anus, entre as nádegas, e no macho se estende até o escroto; na 
fêmea vai até o úbere, passando pela vulva. 
b) Base anatômica – a porção fixa do pênis (S peniano) e os músculos próprios da região, no macho; o músculo 
constritor da vulva, e a parte superior do invólucro fibro - elástico do úbere na fêmea. 
c) Características – Na fêmea, o períneo se divide em duas partes: uma perineal superior, do anus à vulva, e 
outra, perineal inferior da vulva ao úbere. Prefere-se que o períneo seja largo, com pele fina, solta, elástica, e 
coberta de pelos curtos e sedosos. Guenon, zootecnista francês do século passado, admitiu a existência no 
períneo dos estudos indicativos da capacidade leiteira das vacas. O escudo nada mais é do que o conjunto de 
pelos na região do períneo que mostra direção diferente das normal, isto é, são dirigidos de baixo para cima. Nos 
seus estudos, aquele autor concluiu que nas boas vacas leiteiras o escudo se mostrava bem delimitado, e que a 
produção de leite era tanto mais alta quanto maior a superfície ocupada pelo escudo. Além dos escudos, Guenon 
observou que dentro deles ou ao seu lado de desenvolvem, às vezes, espigas, as quais modificam o valor do 
escudo, segundo de mostram mais ou menos distintas, ou se acham do lado de dentro ou de fora. Trabalhos 
 
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experimentais posteriores, bem como a aplicação do controle leiteiro, não conseguiram provar a veracidade das 
observações de Guenon. 
 
17. Vulva 
a) Localização –região ímpar, situada abaixo do anus, entre as nádegas, constitui a abertura externa das vias 
genito - urinárias, nas fêmeas. 
b) Características – apresenta dois lábios, ligados por duas comissuras. Os lábios possuem uma superfície 
externa convexa, de cor escura, preta, ou marmorizada, recoberta de pelos finos e macios. A comissura inferior 
quase sempre é provida de um tufo de pelos, mais longos. 
 
 
Membros 
 
 O estudo das extremidades ou membros, que constituem as partes da organografia do animal destinadas à 
sustentação e locomoção do corpo, apresenta menor importância em bovinotecnia do que em hipotecnia. Todavia, de 
qualquer forma, o seu conhecimento é necessário, especialmente pelo interesse que tem na apreciação e aquisição de 
reprodutores e animai de trabalho. 
Os membros são em número de 4, sendo dois anteriores, também chamados torácicos ou peitorais, e dois 
posteriores, denominados abdominais ou pelvianos. Os membros se compõem de uma série de raios, que são partes 
constituídas de ossos, músculos e tendões, unidos uns aos outros por ligamentos e articulações, de tal sorte que forma 
entre si ângulos articulares, que se abrem mais ou menos, permitindo aos membros se encurtarem ou se distenderem, 
durante a marcha. Os raios que compõem os membros, vão diminuindo de volume, de superfície, e em geral, de 
inclinação, no sentido de alto para baixo. Mas eles aumentam gradualmente em número, capacidade, e resistência. Na 
parte superior do corpo são cheios de massas musculares, nas partes inferiores são mais ósseos e tendinosos. Os 
membros anteriores são, sobretudo, gentes de sustentação do corpo e amortecimento de choques, devido à sua maior 
proximidade de sustentação do centro de gravidade do corpo. Somente agem como propulsores quando o animal 
recua, ou quando puxa ou sobe com o corpo inclinado para diante. Os membros posteriores, cuja musculatura é 
muito mais desenvolvida, embora contribuam para a sustentação do corpo, são os principais agentes propulsores. É 
curioso salientar que os membros anteriores não se acham propriamente articulados ao tronco, mas a ele se ligam por 
meio de partes moles, isto é, através de músculos (os grandes denteados, e os peitorais, dos dois lados), e de 
ligamentos. Isto constitui uma explicação para o sistema de amortecimento do corpo por intermédio dos membros 
anteriores. O espessamento superior dos membros constitui, portanto, uma disposição vantajosa, uma vez que confere 
elasticidade indispensável para amortecer os choques dos pés sobre o terreno. As regiões dos membros se distribuem 
da seguinte forma: 
a.) Regiões próprias dos membros anteriores: espádua, braço, cotovelo, antebraço e joelho. 
b.) Regiões próprias dos membros posteriores: coxa, soldra, perna e jarrete. 
c.) Regiões comuns aos quatro membros: canela, boleto, quartela e pé. 
 
1.) Espádua (pá) 
a) Localização – região par, justaposta lateralmente ao tórax, entre o garrote e o braço, limitada anteriormente pelo 
pescoço e posteriormente pelo costado. 
b) Base anatômica – o escapulo recoberto de seus músculos próprios, bem como a parte superior dos músculos 
olecranianos e peitorais, e as extremidades dos músculos mastoideo-umeral, rombóide, trapézio e omo-traqueliano. 
Dois possantes músculos partem do tronco e se inserem na face interna e superior do escapulo ( o angular do omoplata 
e o grande denteado), através de uma forte aponevrose. 
c) Características – a espádua deve ser longa, oblíqua e corretamente musculada. O comprimento da espádua 
oscila entre 35 a 40% da altura da Cruz. Sendo a espádua longa, seus músculos intrínsecos são os que movimentam o 
braço, aumentando a extensão da contração, e por conseqüente a amplitude do passo aumenta. A espádua deve ser 
obliqua, de modo a formar um ângulo de 45º a 130º. Quando a espádua se apresenta muito inclinada, há maior 
probabilidade do animal ser bastante veloz mas, se for mais vertical, será favorecida a potência de tração. Deseja-se 
ainda que a espádua seja larga e musculada, sem excessos, porém, isto é, em harmonia com as regiões vizinhas, e bem 
 
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justaposta ao corpo. O ângulo inferior da espádua, na sua articulação com o braço (articulação escapulo - umeral) 
recebe o nome de ombro ou de ponta de espádua, ou ainda encontro. Finalmente, a espádua deve ser uma região ampla 
e limpa. 
 
2.) Braço 
a) Localização – região par, entre a ponta da espádua e o cotovelo, abaixo da espádua e a cima do antebraço. 
b) Base anatômica – o úmero, rodeado de grossos músculos. 
c) Características – a direção do braço é paralela ao plano médio do corpo, de tal forma que o cotovelo não seja 
nem reentrante, nem saliente. O braço varia no seu desenvolvimento muscular segundo o tipo procurado; leiteiro ou 
de corte. 
 
3.) Cotovelo 
a) Localização – região par, entre o braço e o antebraço, na região do olecrâneo (saliência arredondada da 
extremidade umeral do cúbito). 
b) Base anatômica – articulação úmero-radio-cubital. 
c) Características – a situação do cotovelo é importante porque determina o maior ou menor afastamento dos 
membros anteriores. Quando os cotovelos estão muito juntos ao tronco, os membros anteriores se dirigem para 
fora, e vice-versa. Na articulação do cotovelo o ângulo formado pelo braço e antebraço oscila ao redor de 14º. O 
cotovelo é recoberto de pele bastante solta, e se mostra pouco visível quando o animal está em apoio; mas, se torna 
bem aparente quando em movimento. A situação do cotovelo também dá uma idéia da profundidade torácica, por 
isso, sua localização deve ser alta. 
 
4.) Antebraço 
a) Localização – região par, situada entre o cotovelo e o joelho. 
b) Base anatômica – rádio e cúbito. Nos bovinos,o cúbito não é tão reduzido quanto nos eqüinos, e, embora 
soldado com parte do rádio, articula-se também com os ossos do corpo. 
c) Característica – o antebraço tem a forma de um tronco de cone invertido. Na face interna apresenta duas 
saliências longitudinais; a anterior corresponde aos músculos extensores, e a posterior, aos músculos flexores. No 
bovino o antebraço é mais volumosos que no cavalo, e se apresenta ligeiramente obliquo de alta a baixo, e um 
pouco inclinado de fora para dentro, de tal sorte que os membros anteriores convergem para os joelhos. 
O comprimento do antebraço pode alcançar a 30% da altura da Cruz, e será maior no gado de trabalho do que no 
leiteiro ou de carne. Em geral, é uma região mais musculada nos animais de carne. 
 
5.) Joelhos 
a) Localização – região par, situada entre o antebraço e a canela. 
b) Base anatômica – é constituída por: 
1º extremidade digital do rádio; 
2º ossos de carpo eu se dispõem em duas filas, sendo a superior de quatro e a inferior de dois (excepcionalmente 
três); 
3º extremidade proximal dos metacarpianos. Ainda se acham envolvidos os ligamentos das articulações rádio-carpo 
e carpo-metacarpo. 
c) Características – joelho do animal equivale à munheca do homem. E uma região bastante complexa, que 
corresponde a uma série de articulações mantidas por ligamentos, e dotadas de movimento múltiplos. O joelho 
apresenta para estudo três faces: uma face anterior, convexa em toda sua extensão, coberta de pele espessa e móvel, 
uma face externa, convexa, na frente e quase plana atrás e uma face interna, também convexa até a sua metade 
anterior. O joelho possui ainda três bordos laterais, que se caracterizam por dois relevos que começam na canela, 
perfeitamente observáveis quando se olha a região pela frente; e o bordo posterior, dividido por uma saliência do 
osso pisiforme. Os ossos do joelho, correspondentes ao carpo nos bovinos são os seguintes: 
1º fila – pisiforme, piramidal, escafoide e semi-lunar; 
2º fila capitado e trapezóide. O joelho do bovino visto de frente não se encontra exatamente no centro da linha que 
une o braço com a canela, mas, se mostra um pouco desviado para dentro. O joelho finalmente, deve ser amplo, 
 
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seco, bem conformado. Joelho empastado ou com desvios constitui série defeito. No estudo dos aprumos serão 
considerados os desvios do joelho, com pormenores. 
 
6.) Coxa 
a) Localização – região par, situada abaixo da garupa, atrás do flanco, acima da soldra e da perna. 
b) Base anatômica – o fêmur, o maior osso do corpo, circundado por espessas massas musculares, que formam 
três regiões anatomicamente distintas: crural anterior (quadriceps crural, sub-crural), crural posterior (isquio-tibial, 
músculo da nádega), crural interna (chato da coxa, coxal médio, etc.). 
c) Características – a coxa atua como órgão propulsor do movimento, e ainda constitui uma região de carne de 
primeira qualidade. 
Apresenta para estudo três faces: bragada (interna), nádega (posterior) e a externa, sem denominação própria. A 
coxa deve ser longa, bem dirigida e musculada. A direção da coxa será tal que a rótula seja colocada sobre a 
vertical baixada da ponta de anca; desta forma a coxa será igualmente larga. O ideal é que a coxa e a bacia formem 
um ângulo reto ao nível da articulação coxo-femural, ficando assim a garupa horizontal, ou ligeiramente inclinada. 
Se o ângulo é agudo, a garupa se eleva na sua parte posterior se é obtuso, a garupa se mostra inclinada para trás, e 
o fêmur adquire uma posição muito em pé. A nádega deve ser musculada, longa e bem dirigida; nos animais 
leiteiros ela é, geralmente, reta e adelgaçada. Nos de corte, se apresenta arredondada e cheia quando vista de perfil. 
A nádega começa na ponta de nádega ou tuberosidade isquiática, e termina na corda do jarrete, justamente onde se 
insere o tendão dessa parte do membro posterior. Nos animais de corte, esta porção inferior da coxa, incluindo a 
nádega, dá-se o nome de culote. Diz-se que o culote, é baixo ou alto, quando as nádegas são pouco ou bem 
descidas. A ponta de nádega deve ser bem saliente nos animais leiteiros, graças ao desenvolvimento suficiente do 
ísquio, e não devido à insuficiência da musculatura da região. 
 
7.) Soldra 
a) Localização – região par, situada no limite da coxa e da perna. 
b) Base anatômica – corresponde à porção anterior da articulação fêmur – rótulo -tibiana. 
c) Características – a formada soldra não é fixa mas, depende da posição do membro Quando está em apoio 
observa-se no alto da região, uma massa mole formada pela prega de soldra, mais abaixo, uma depressão 
transversal que corresponde ao bordo inferior da rótula; depois, uma nova elevação indicando a presença dos três 
ligamentos rotulianos A soldra deve estar situada a certa distância do ventre, e manter uma correlação com a 
posição dos membros, isto é, nem muito separada, nem muito junta do corpo ( ângulo de 145 à 150º). A prega da 
pele que na frente da soldra liga o membro posterior ao tronco marca a região conhecida por virilha. 
 
8.) Perna 
a) Localização – região par, situada abaixo da soldra e da coxa e acima do jarrete. 
b) Base anatômica – a tíbia, coberta por músculos próprios, exceção de sua face interna, que se põe em contato 
direto com a pele. O perônio é atrofiado. 
c) Características – esta região deve apresentar acentuada robustez, isto é, ser longa, larga e bem musculada. Em 
geral, é mais comprida no boi do que no touro; é mais curta nas raças precoces do que nas tardias. A direção da 
perna guarda relação com a do músculo. No gado de trabalho esta região deve tender para a vertical. A posição da 
perna é largamente influenciada pelo ângulo fêmur – tibial, e consequentemente pela direção do fêmur; a sua 
inclinação em relação àquele osso varia de 145 à 150º. 
 
9.) Jarrete (garrão ou curvilhão) 
a) Localização – região par, situada entre a perna e a canela. 
b) Base anatômica – os ossos do tarso, ou mais corretamente, as articulações tarsianas, isto é, tibio-tarsiana, 
intertarsiana e tarso-metatarsiana. ( Os ossos do tarso são em número de seis, excepcionalmente sete: calcâneo, 
astrágalo, cubóide, escafóide, grande e pequeno cuneiforme. 
A região é ainda bem provida de ligamento extremamente possantes. 
c) Características – o jarrete é uma região de importância muito grande, porque para ela convergem as forças 
decorrente do peso do corpo, e do choque dos membros sobre o solo, assim como as que resultam de contrações 
 
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musculares. Para o seu estudo o jarrete apresenta três faces: anterior, externa e interna; e três bordos: um posterior e 
dois laterais. 
A face anterior chamada prega, é ligeiramente convexa, de alto a baixo, e de um lado para o outro. Esta 
convexidade se deve a um conjunto de tendões dos músculos flexor do pé, extensor comum dos dedos e extensores 
próprios dos dedos. As faces externa e interna são convexas e semelhantes; a primeira apresenta na metade 
posterior uma concavidade chamada goteira de jarrete. Os bordos laterais marcam a delimitação entre a face 
anterior e as faces laterais . (Os bordos laterais). O bordo posterior apresenta na parte superior a ponta, no alto do 
osso calcâneo, a corda, acima da ponta, com duas depressões separando da perna, que são as fontes; finalmente, 
embaixo, aparece a linha do tendão, que é

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