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1 Salário e Remuneração

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Curso de Direito 
 
Direito do Trabalho II 
Professor: César Claudino Pereira. 
E-mail: 
cesarclaudinoadvogado@gmail.com 
 
1 
Salário 
 e 
Remuneração 
2 
Ao celebrar o contrato de 
trabalho, o empregado assume a 
obrigação de fazer, 
consubstanciada na prestação 
de serviços. Por outro lado, o 
empregador assume a obrigação 
de dar, ou seja, pagar o salário 
do trabalhador. 
3 
A CLT diferencia os termos salário 
e remuneração. Salário é a 
contraprestação paga diretamente 
pelo empregador. 
Remuneração é a contraprestação 
paga diretamente pelo 
empregador e, ainda, por 
terceiros, por meio de gorjetas. 
4 
As gorjetas são pagas de forma 
espontânea ou obrigatória, não 
integrando o salário, mas a 
remuneração do empregado. 
Nesse sentido, prevê caput do 
art. 457 e § 3º deste artigo da 
CLT. 
5 
O recebimento das gorjetas 
deverá ser anotado na CTPS do 
empregado. Esse valor, calculado 
sobre a média, reflete nas demais 
verbas trabalhistas, calculadas 
com base na remuneração, como: 
férias + 1/3, décimo terceiro 
salário e FGTS. 
6 
Não integra, contudo, as seguintes 
verbas: aviso-prévio, adicional 
noturno, hora extra e descanso 
semanal remunerado. Essas 
verbas são calculadas com base no 
salário. Assim sendo, não há 
reflexo sobre elas do valor das 
gorjetas. 
7 
Salário-mínimo, salário 
profissional, piso salarial e 
salário normativo 
O salário-mínimo tem previsão constitucional, 
de acordo com art. 7º, IV, da CF/88. 
Cabe frisar que o salário-mínimo 
deverá ser previsto em lei e será 
nacionalmente unificado. 
8 
Nada impede que seja 
fixado em valor superior ao 
mínimo fixado em lei, como 
ocorre em alguns estados 
da Federação onde existe o 
piso estadual. 
9 
Parâmetros para o aumento do salário-mínimo 
 Lei nº12.382/11 
Ademais, é vedada a 
utilização do salário-
mínimo como indexador, 
ou seja, é “vedada a 
vinculação para qualquer 
fim”. 
10 
Exemplo 
Contrato de aluguel ou mensalidade 
escolar prevê, como pagamento, o 
valor de dois salários-mínimos 
mensais. Nesse caso, ao elevar o valor 
do salário-mínimo, gera-se o aumento 
de vários itens ligados ao valor do 
mínimo, como efeito cascata, 
alimentando o processo inflacionário. 
11 
Salário mínimo é patamar mais baixo 
que um empregado pode ganhar. 
Lembre-se de que esse patamar 
mínimo é estendido também ao 
menor de 18 anos, inclusive 
aprendizes. E ainda, de acordo com o 
art.39, §3º, da CF, os servidores 
públicos terão direito ao salário-
mínimo. 
12 
Salário mínimo 
Salário mínimo Necessidades básicas: 
Previsto em lei 1- Moradia; 
Nacionalmente unificado 2- Alimentação; 
Reajustes periódicos 3- Educação; 
Vedada sua vinculação para qualquer fim 4- Saúde; 
5- Lazer; 
6- Vestuário; 
7- Higiene; 
8- Transporte; 
9- Previdência Social. 
13 
Algumas profissões organizadas 
possuem patamar mínimo fixado 
em lei, são os chamados salários 
profissionais. 
Exemplo: os médicos possuem 
salário profissional previsto na Lei 
nº 3.999/61 
14 
Art 5º Fica fixado o salário-mínimo dos médicos em quantia igual a 
três vezes e o dos auxiliares a duas vezes mais o salário-mínimo 
comum das regiões ou sub-regiões em que exercerem a profissão. 
 
Piso salarial consiste no patamar 
mínimo para determinada categoria 
previsto em norma coletiva (acordo ou 
convenção). O parâmetro para a 
fixação do piso salarial é a categoria a 
que pertence o trabalhador 
(metalúrgicos, por exemplo) e não a 
sua profissão. 
15 
O salário normativo é aquele 
fixado em sentença normativa 
proferida em dissídio coletivo pelos 
Tribunais de Justiça do Trabalho. 
Essa Justiça especializada possui o 
poder de criar normas jurídicas 
em determinadas situações, 
chamado de poder normativo. 
16 
Observação 
Se o trabalhador for contratado 
para trabalhar em jornada inferior à 
duração normal de 8 horas diárias 
e 44 horas semanais, ele receberá 
o salário-mínimo profissional ou 
o piso salarial proporcional às 
horas trabalhadas. 
17 
Verificar OJ nº 358 e 393 da SDI-I do TST. 
Salário Complessivo 
O pagamento do salário deve ser realizado de forma clara e 
transparente. Desse modo, o empregado saberá, exatamente, o 
que está recebendo. 
 
18 
Salário Complessivo 
É vedado o salário complessivo, 
ou seja, o pagamento sem que 
haja discriminação, 
detalhamento de cada uma das 
verbas recebidas. 
19 
Verificar súmula nº 91 do TST. 
Parcelas salariais 
Para o estudo da remuneração torna-
se imprescindível a diferenciação das 
parcelas salariais e as verbas 
recebidas sem natureza salarial 
(parcelas indenizatórias). Essa 
diferença é importante porque as 
primeiras refletem nas demais verbas 
trabalhistas. 
20 
Exemplo 
Para o empregado que 
recebe horas extras, 
ocorrerá reflexo no valor 
das férias e nos depósitos 
do FGTS. 
21 
Parcelas de natureza salarial (art. 457, 
§1º, da CLT). 
 “Integram o salário, não só a 
importância fixa estipulada, 
como também as comissões, 
percentagens, gratificações 
ajustadas, diárias para viagens e 
abonos pagos pelo empregador.” 
22 
Comissões e percentagens 
Cabe frisar que o empregado que 
recebe comissões ou percentagens 
possui remuneração variável. Diante 
disso, mesmo nos meses em que não 
houver venda, o salário-mínimo ou 
piso da categoria deverá ser pago. 
Nesse sentido estabelece o art.7º, VII, 
da CF/88. 
23 
As comissões são parcelas com 
valores fixos recebidos em razão da 
venda de determinado produto. Já 
percentagens constituem um 
determinado percentual que incide 
sobre o valor da venda do produto. 
Esses conceitos são, frequentemente, 
desvirtuados na prática. 
24 
É e chamado de comissionista puro o 
empregado que recebe, 
exclusivamente, por comissão. Já o 
comissionista misto recebe parte do 
salário em comissão e a outra, em 
salário fixo. Para esses trabalhadores 
que recebem por produção também é 
garantido o direito ao descanso 
semanal remunerado e feriados. 
25 
Se o comissionista puro é sujeito a controle de 
horários, o pagamento das suas horas 
extraordinárias é diferente do pagamento dos 
demais empregados. 
 
Como esse empregado continua recebendo as 
comissões durante as horas que ultrapassarem 
o horário normal, ele receberá apenas o 
adicional de, no mínimo, 50%, pois as horas 
trabalhadas já estão sendo pagas pelo valor da 
comissão. 
26 
Cortador de cana recebe HORA NORMAL + 50% ( OJ nº 235 SDI-I) 
Época do pagamento das comissões e 
percentagens 
Nas vendas a prazo, o empregado 
receberá suas comissões e 
percentagens de forma parcelada. 
Ademais, o término do contrato de 
trabalho não prejudica o recebimento 
dos valores já adquiridos. Nesse 
sentido estabelece o art.466 da CLT. 
27 
LEI Nº 3.207, DE 18 DE JULHO DE 1957. Regulamenta as atividades dos empregados vendedores, 
viajantes ou pracistas. 
Gratificações 
Trata-se de contraprestação 
paga pelo serviço prestado em 
certas condições, ou em 
ocasiões especiais 
diferenciadas, como a 
gratificação de função, a 
gratificação de tempo etc... 
28 
As gratificações integram o 
salário. Se pagas mensalmente, 
não refletem no desconto 
semanal remunerado, pois no 
pagamento dessas gratificações 
já está incluído o repouso 
semanal remunerado. 
29 
Súmula nº 225 do TST 
Essas gratificações poderão 
ocorrer de forma expressa ou 
tácita. De forma expressa, é o 
pagamento realizado em razão do 
ajuste entre empregado e 
empregador. Exemplo: a empresa 
paga a todos os empregados o 14º 
salário em dezembro.30 
Poderá ocorrer, ainda, o 
pagamento habitual de certa 
quantia, em razão de metas 
conquistadas, sem que haja 
qualquer menção prévia do 
empregador a respeito. Essa 
habitualidade no pagamento 
caracteriza a forma tácita. 
31 
Importante frisar que, se 
não houver habitualidade no 
pagamento da gratificação, 
isto é, caso tenha sido paga 
apenas uma única vez, não 
terá caráter salarial. 
32 
Súmula nº 372 TST. Gratificação de função. 
Supressão ou redução. 
Observação 
Cabe frisar, ainda que a gratificação 
ou adicional por tempo de serviço 
não é prevista na CLT. Ela tem o 
objetivo de beneficiar o empregado 
que permanece, por anos, na 
empresa, retribuindo o tempo de 
serviço prestado ao empregador. 
33 
Súmula nº 202 do TST 
Décimo terceiro salário 
O décimo terceiro salário é uma 
gratificação salarial obrigatória 
prevista na CF/88 e na Lei nº 
4.090/1962. São destinatários dessa 
gratificação empregados urbanos e 
rurais, os trabalhadores avulsos e os 
empregados domésticos. 
34 
Art.7º, VIII, da CF/88 
“ São direitos dos trabalhadores 
urbanos e rurais, além de outros 
que visem à melhoria de sua 
condição social: décimo terceiro 
salário com base na remuneração 
integral ou no valor da 
aposentadoria.” 
35 
O pagamento deverá ocorrer 
até o dia 20 de dezembro, e 
corresponderá a um doze avos 
da remuneração devida em 
dezembro, por mês de 
trabalhado ou fração igual ou 
superior a quinze dias. 
36 
Exemplo 
Empregado iniciou a prestação de 
serviços em agosto de 2016. 
Receberá, até o dia 20 de 
dezembro de 2016, cinco doze 
avos a título de décimo terceiro, 
referente a cinco meses 
trabalhados. 
37 
Entre os meses de fevereiro e 
novembro, o empregador pagará, de 
uma só vez, em razão do 
adiantamento do décimo terceiro, 
metade do salário recebido pelo 
empregado no mês anterior. Esse 
adiantamento é obrigatório e não é 
necessário que seja pago a todos os 
empregados da empresa no mesmo 
mês. 
38 
É possível, ainda, que o 
adiantamento seja pago 
juntamente com as férias, 
desde que o empregado 
requeira esse direito no mês de 
janeiro do correspondente ano. 
39 
Se o empregador adiantar a primeira 
parcela do décimo terceiro salário e 
posteriormente ocorrer o término do 
contrato de trabalho, há possibilidade 
de compensação com o valor da 
segunda parcela do décimo terceiro 
ou, ainda, com outro crédito 
trabalhista que será pago na rescisão. 
40 
O décimo terceiro é calculado com 
base na remuneração. Logo, há 
reflexo das verbas trabalhistas 
sobre o seu valor. Exemplo: se o 
empregado prestar habitualmente 
horas extraordinárias, esse valor 
das horas extras irá influenciar no 
valor do 13º salário. 
41 
Parcelas que refletem no valor do 
décimo terceiro: 
42 
• Gorjetas. 
• Horas Extras (Súmula nº 45 do TST). 
• Adicional noturno (Súmula nº 60, item I, do 
TST). 
• Adicional de Insalubridade (Súmula nº 139 do 
TST). 
• Adicional de periculosidade. 
• Gratificação semestral (Súmula nº 253 do TST). 
Décimo terceiro salário proporcional 
Ocorrerá o pagamento proporcional, 
mesmo que ocorra a extinção do 
contrato antes do mês de dezembro. 
Lembre-se de que o empregado 
adquire o direito ao décimo terceiro a 
cada mês ou período igual ou 
superior a quinze dias trabalhados. 
43 
O pagamento do décimo terceiro proporcional 
aos meses trabalhados ocorrerá nas seguintes 
hipóteses: 
a) Empregado dispensado sem justa causa; 
b) Pedido de demissão; 
c) Culpa recíproca; 
d) Término dos contratos a prazo. 
Não terá direito ao décimo terceiro 
proporcional o empregado que foi dispensado 
por justa causa (hipóteses do art.482 da CLT, 
exemplo: violação de sigilo, desídia, agressão 
física etc...) 
44 
Outras parcelas salariais 
De acordo com o art.457, §1º, da 
CLT, os abonos pagos pelo 
empregador possuem natureza 
salarial. Exemplo clássico é o 
adiantamento ou antecipação 
salarial. 
45 
Deve-se destacar que esse abono 
(natureza salarial) não se confunde 
com o abono pecuniário de férias, 
previsto no art.144 da CLT, que tem 
natureza indenizatória. Ademais, há 
possibilidade das partes, via 
negociação coletiva, retirarem a 
natureza salarial do abono. 
46 
OJ nº 346 da SDI I do TST 
Outra parcela que possui natureza 
salarial é a chamada quebra de caixa, 
paga com habitualidade para 
compensar o risco exercido pelos 
trabalhadores que lidam com 
dinheiro. Essa parcela é paga, 
mensalmente, independentemente 
de ocorrer o desfalque no caixa. 
47 
Súmula nº 247 do TST. 
Os prêmios pagos com 
habitualidade possuem natureza 
salarial. Os prêmios decorrem da 
produtividade do trabalhador, 
dizendo respeito a fatores de 
ordem pessoal dele, como a 
produção, a assiduidade, a 
qualidade. 
48 
Não podem, porém, ser a única forma 
de pagamento do salário, por serem 
dependentes de uma condição, 
devendo o obreiro perceber pelo 
menos um salário fixo. Importante 
frisar que essa parcela denominada 
de “prêmios” não possui previsão na 
CLT, podendo ser adotadas outras 
terminologias pelo empregador. 
49 
Adicionais salariais 
Os adicionais descritos a seguir 
são pagos em razão de trabalho 
prestado em situações 
prejudiciais à saúde ou, ainda, 
que prejudiquem o convívio 
familiar e social. 
50 
Esses adicionais são chamados de 
salário-condição, isto é, paga-se o 
adicional enquanto o empregado 
estiver em condições prejudicial, por 
exemplo, prestando horas extras, ou 
trabalhando no período noturno. 
Cessada a condição gravosa, cessa o 
adicional sem que esse fato configure 
alteração prejudicial. 
51 
Serão pagos sobre o salário do 
empregado e, quando os serviços 
nessas situações são prestados de 
forma habitual, irão refletir nas 
demais verbas trabalhistas, como 
férias, décimo terceiro salário, 
depósito do FGTS etc... 
52 
Adicional de hora extraordinária 
A duração normal do tempo de 
trabalho do empregado é de oito 
horas diárias e quarenta e quatro 
horas semanais. Se ultrapassado esse 
período, terá incidência de adicional, 
chamado de hora extraordinária ou 
suplementar. 
53 
Art.7º, XVI, da CF/88 
“ São direitos dos trabalhadores 
urbanos e rurais, além de outros 
que visem à melhoria de sua 
condição social: remuneração do 
serviço extraordinário superior, no 
mínimo, em cinquenta por cento á 
do normal.” 
54 
O pagamento da hora 
extraordinária será: normal 
acrescida de adicional de, no 
mínimo, 50%. Paga-se a hora 
normal, pois esta não foi 
combinada previamente com o 
empregado. 
55 
Exemplo 
No ato da contratação, salário combinado 
foi de R$ 1.000,00. Logo esse salário é 
referente à duração normal (oito horas 
diárias). Se houver trabalho além do 
horário normal, deve-se pagar a hora (não 
combinada) acrescida do adicional de, no 
mínimo, 50%. Ressalte-se que o valor da 
hora normal é o da época do pagamento. 
56 
Súmula nº 347 do TST 
No caso de jornada de 8 horas, 
o cálculo para se chegar à hora 
normal é feito dividindo o 
salário do empregado por 220. 
No caso de o empregado com 
jornada de 6 horas, o divisor é 
de 180. 
57 
O divisor 220 ocorre em razão de duração de 44 
horas, multiplicadas por 5 semanas de trabalho. 
Alcançando o valor da hora 
suplementar, é só multiplicar pelo 
número de hora efetivamente prestadas 
além do horário normal. Ademais, o 
calculo desse adicional deve ser 
realizado sobre a globalidade salarial, 
ou seja, as horas extras são calculadas 
com base na hora normal, acrescidas de 
adicional noturno, de insalubridade, de 
periculosidade etc... 
58 
Nesse sentido, a Súmula 264 do 
TST afirma:“ A remuneração do serviço 
suplementar é composta do valor 
da hora normal, integrado por 
parcelas de natureza salarial e 
acrescido do adicional previsto em 
lei, contrato, acordo, convenção 
coletiva ou sentença normativa.” 
59 
Cálculo da Hora Extra 
60 
Valor da hora 
extra: RS 18,00 
(globalidade 
salarial) 
Hora normal: 
RS 10,00 
Adicional 
Noturno 
RS 12,00 
(20%) 
Valor das horas extras (reflexos) 
• Descanso semanal remunerado (Súmula nº 
172 do TST). 
• Décimo terceiro salário (Súmula nº 45 do 
TST). 
• Féria + 1/3 (Artigo 142, §5º, da CLT). 
• FGTS ( Súmula nº 63 do TST). 
• Aviso-prévio. 
61 
Adicional noturno 
 O trabalho prestado no período 
noturno será remunerado em 
valor superior ao trabalho 
diurno. Esse adicional, se pago 
habitualmente, integra o salário 
do empregado. 
62 
Deve-se diferenciar, nesse caso, o 
trabalho rural e o trabalho 
urbano, em razão das 
peculiaridades daquele. Assim 
sendo, embora ambos tenham 
adicional noturno, o percentuais 
serão diferentes: 
63 
a) Empregado urbano: 
 Jornada noturna inicia-se às 22h 
e termina às 5h. Adicional de, no 
mínimo, 20% sobre a hora 
diurna. Ademais, a hora noturna 
será reduzida, ou seja, terá 52 
minutos e 30 segundos. 
64 
 
65 
b) Empregado rural: 
 Jornada noturna inicia-se às 20h e 
termina às 4h na pecuária. Na 
lavoura, será das 21h até as 5h. 
Adicional noturno é de, no mínimo, 
25% superior à hora diurna. Por fim, 
a hora noturna não é reduzida, ou 
seja, possui 60 minutos. 
66 
O adicional noturno possui 
natureza salarial, refletindo nas 
demais verbas trabalhistas. 
Assim sendo, o valor recebido 
em razão desse adicional irá 
integrar as parcelas 
demonstradas a seguir. 
67 
Reflexos do adicional noturno 
• Décimo terceiro salário. 
• Féria + 1/3. 
• FGTS. 
• Descanso Semanal Remunerado. 
• Aviso-prévio. 
68 
Adicional de transferência 
 Esse adicional é pago em razão da 
transferência provisória do 
empregado, inclusive é pago ao 
empregado que exerce cargo de 
confiança na empresa ou, ainda, se 
houver previsão de transferência no 
contrato de trabalho. 
69 
OJ nº 113 da SDI I do TST. 
Art.469, § 3º da CLT 
 O valor é de, no mínimo, 
25% da salário que o 
empregado recebia no 
local anterior. 
70 
O adicional de transferência 
possui natureza salarial, 
refletindo nas demais 
verbas trabalhistas. Assim 
sendo, o valor recebido em razão 
desse adicional irá integrar as 
verbas a seguir. 
71 
Reflexos do Adicional de transferência 
• Décimo terceiro salário. 
• Féria + 1/3. 
• FGTS. 
• Descanso Semanal Remunerado. 
• Aviso-prévio. 
72 
Adicional de periculosidade 
 O pagamento dos adicionais 
de periculosidade e 
insalubridade tem previsão 
constitucional. De acordo com 
art.7º, XXIII, da CF/88. 
73 
Atividade perigosa é aquela em 
que há contato permanente com 
explosivos ou inflamáveis em 
condições de risco acentuado. A 
atividade perigosa é comprovada 
mediante perícia (art. 195 da CLT). 
74 
OJ nº 385 da SDI I do TST. 
Exemplos 
 Empregados em contato com energia elétrica, 
o operadores de bomba de gasolina, 
instaladores de linhas e aparelhos de 
telefonia e exposição à substância radioativa 
e armazenamento de líquido inflamável no 
prédio. O adicional de periculosidade é de 
30% sobre o salário base, ou seja, o cálculo 
não leva em conta outros acréscimos. 
Verificar art. 193, §1º, da CLT. 
75 
OJs nº 345; 347 da SDI I e súmula nº 39 do TST. 
Esse adicional integra as demais verbas 
trabalhistas. Assim sendo, o valor 
recebido em razão desse adicional irá 
integrar as parcelas demonstradas a 
seguir. 
• Décimo terceiro salário. 
• Féria + 1/3. 
• FGTS. 
• Aviso-prévio. 
76 
O adicional de periculosidade não reflete no DSR. 
O empregado que presta 
serviços no período noturno e 
em atividades perigosas terá 
direito de acumular os dois 
adicionais, noturno e 
periculosidade. 
77 
Para tanto, calcula-se primeiro a hora 
normal acrescida do adicional de 
periculosidade. Após, soma-se o 
adicional noturno. O mesmo 
raciocínio é utilizado para o cálculo de 
horas extras: soma-se primeiro a hora 
normal ao adicional de periculosidade, 
somente depois o adicional de horas 
extras. 
78 
Súmula nº 132, item I, do TST 
Observação 
 Na hipótese de o empregado 
laborar em atividade insalubre e 
perigosa, prevalece o 
entendimento de que não há 
possibilidade de cumulação desses 
dois adicionais. Dessa forma, cabe 
ao empregado optar por um desses 
adicionais. 
79 
Súmula nº 132, item II, do TST 
O adicional de periculosidade é 
devido quando a exposição ao 
risco é permanente ou 
intermitente. É indevido se o 
contato for meramente eventual 
ou se mesmo que habitual, 
ocorrer por tempo extremamente 
reduzido. 
80 
Súmula nº 364, do TST 
Adicional de insalubridade 
 Atividades insalubres são aquelas 
que expõe o empregado a agentes 
nocivos à sua saúde e que 
ultrapassam o seu limite de 
tolerância. Exemplo: agentes 
químicos (chumbo), biológicos 
(bactérias) e físicos (ruídos). 
81 
Para a obtenção do adicional de 
insalubridade,há necessidade de 
preencher dois requisitos: 
a) Atividade nociva deverá ser constatada 
via perícia por profissional habilitado, 
médico ou engenheiro do trabalho. 
b) É necessário que o agente nocivo à 
saúde esteja incluído na relação oficial 
do Ministério do Trabalho e Emprego – 
MTE. 
82 
Observação 
 Se a atividade não desenvolvida 
pelo empregado não estiver prevista 
nessa listagem do MTE há 
entendimento majoritário de que o 
empregado não terá direito ao 
adicional. 
83 
OJ nº 165, 173 e 278; da SDI I. 
O adicional de insalubridade era 
calculado com base no salário-
mínimo, variando de acordo com a 
agressividade do agente nocivo. Está 
previsto no art. 192 da CLT (Não mais 
é utilizado). 
Ocorre que o STF proibiu que salário-
mínimo sirva de base de cálculo 
(indexador do adicional de 
insalubridade). 
84 
Súmula Vinculante nº4 
 “Salvo nos casos previstos na 
Constituição, o salário-mínimo 
não pode ser usado como 
indexador de base de cálculo de 
vantagem de servidor público ou 
de empregado, nem ser 
substituído por decisão judicial.” 
85 
Esse adicional, pago com 
habitualidade, integra as demais 
verbas trabalhistas. Assim sendo, o 
valor recebido com habitualidade em 
razão desse adicional: 
a) Décimo terceiro salário; 
b) Férias + 1/3; 
c) FGTS; 
d) Aviso Prévio. 
86 
Vale ressaltar que o trabalho eventual 
em condições insalubres não dá 
direito ao adicional, entretanto, se 
executado em caráter intermitente 
(descontínuo, mas diário), terá direito 
à percepção do adicional de 
insalubridade, conforme previsto na 
Súmula nº 47 TST. 
87 
Para o cálculo de horas 
extras, soma-se primeiro a 
hora normal ao adicional de 
insalubridade, somente 
depois o adicional de horas 
extras. 
88 
Cabe ao empregador adotar todos os 
meios necessários para neutralizar ou 
eliminar os agentes nocivos à saúde 
do trabalhador, adotando medidas de 
caráter geral e medidas individuais, 
por meio do fornecimento de 
equipamentos de proteção e 
obrigatoriedade de uso deles. 
89 
Ressalte-se que o mero 
fornecimento de EPIs – 
equipamentos de proteção 
individual – não exime o 
empregador de continuar pagando 
o adicional. 
90 
Súmula nº 289 do TST. 
Lei 13.467/2017 
“Art. 457. ........................................................... 
§ 1º Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações 
legais e as comissões pagaspelo empregador. 
§ 2º As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de 
custo, auxílio alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias 
para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do 
empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não 
constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e 
previdenciário. 
............................................................................................. 
§ 4º Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo 
empregador em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro a 
empregado ou a grupo de empregados, em razão de desempenho 
superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades.” 
(NR) 
91 
Lei 13.467/2017 
“Art. 458. 
§ 5º O valor relativo à assistência prestada por serviço 
médico ou odontológico, próprio ou não, inclusive o 
reembolso de despesas com medicamentos, óculos, 
aparelhos ortopédicos, 
próteses, órteses, despesas médico-hospitalares e outras 
similares, mesmo quando concedido em diferentes 
modalidades de planos e coberturas, não integram o salário 
do empregado para qualquer efeito nem o salário de 
contribuição, para efeitos do previsto na alínea q do § 9º do 
art. 28 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991.”(NR) 
92 
 
93 
Referência Bibliográfica 
1- Curso de Direito do Trabalho- Maurício Godinho 
Delgado – Editora LTr. 
2- CLT-LTr – Armando Casimiro Costa; Melchíades 
Rodrigues Martins e Sonia Regina da S. Claro. 
3- Direito do Trabalho – Para os concursos do TRT e 
do MPU – Henrique Correia – Editora JusPodivm. 
OBS.: Material Didático Pedagógico com o 
propósito de orientar o aluno no estudo do direito 
do trabalho, se faz necessário acompanhamento 
doutrinário, jurisprudencial e da legislação em 
vigor. 
 
94

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