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* MACHADO-JOSEPH Professor Marcos Couto * HISTÓRICO A doença foi descrita pela 1° vez por Nakano e Cols em 1972, os quais caracterizaram a familia Machado, de descendência açoriana, que era afetada por uma forma de ataxia, nistagmo , hiporreflexia, variados graus de amiotrofia e sinais de lesão do cordão posterior da medula. Rosemberg e Cols 4 anos depois descreveram uma nova família nos EUA, com sobrenome Joseph, também de origem açoriana, e apresentavam ataxia progressiva, disartria, nistagmo, bradicinesia, fasciculações de língua e face, hiperrreflexia e sinal de Babinski em sete gerações. * CEREBELO Órgão altamente organizado, com três camadas. Vestibulocerebelo (arquicerebelo) com conexões predominantemente para o sistema vestibular; Espinocerebelo (paleocerebelo) com conexões predominantemente para os tratos somatossensoriais ascendentes da medula espinhal; Cerebropontocerebelo (neocerebelo) com conexões para o córtex cerebral, principalmente por meio dos núcleos da ponte * CEREBELO As conexões com as estruturas inferiores são ipsilaterais, já as com o córtex e outras estruturas com o cérebro são contra laterais. O cerebelo comunica-se com o resto do cérebro por meio de 3 pares de núcleos cerebelares profundos: os núcleos fastigial, interpósito e denteado. As conexões entre o cerebelo e o resto do cérebro ocorrem em 3 grandes fascículos: o pedunculo cerebelar superior, médio e inferior. * CEREBELO Esse órgão está continuamente recebendo informações a serem computadas, e, em sequência, está continuamente atuando sobre as atividades motoras em geral. É capaz de prever deturpações motoras, através das informações que recebe, analisando-as, processando-as e convertendo em impulsos “corretores das atividades motoras” * O CEREBELO COMO RECEPTOR Via vestibulo cerebelar: Transmite informações oriundas do labirinto vestibular, relacionadas com a posição da cabeça assim como relacionadas com os movimentos cefálicos. Espinocerebelares: Transmitem informações relacionadas com a situação muscular dos membros e tronco. Via corticopontocerebelar: Informações do córtex motor primário relacionadas com mensagens de programação motora. * DEFICIÊNCIAS EM FUNÇÃO DA LESÃO CEREBELAR Balanço e equilíbrio Como suas estruturas anatômicas podem indicar, o cerebelo é uma estrutura vital na manutenção da postura ereta. As lesões do cerebelo que incluem o vestibulocerebelo ou o núcleo fastigial resultam em oscilação postural e reações de equilíbrio atrasadas. * CONTROLE DO TÔNUS A diminuição do tônus ou a hipotonicidade tem sido relacionada a lesão espinocerebelar. Isso decorre devido à diminuição na excitação dos núcleos cerebelares profundos para as regiões do cérebro que excitam neurônios motores alfa e gama. O músculo torna-se menos firme a palpação, e ao movimento passivo apresenta maior amplitude que o normal. * DISMETRIA É definida como uma deficiência em alcançar um alvo. Ela resulta da deficiência em definir direção, extensão, força e tempo de movimento do membro de forma precisa, um papel da função cerebelar. Exame clássico, dedo do paciente no dedo do examinador ou dedo nariz. * DISDIADOCOCINESIA Incapacidade de realizar movimentos alternados rapidamente. Em pessoas com lesões cerebelares, a atividade do músculo antagonista geralmente se sobrepõe, resultando numa ação que freia o movimento. Comparando com uma pessoa sem lesão, o movimento de uma pessoa com lesão cerebelar, parece lento e rapidamente perde amplitude e ritmo. * ATAXIA É um sinal clássico da doença cerebelar, aparece no tronco, em múltiplas articulações, nas extremidades, na cabeça, boca e língua (fala). Perda do ritmo da marcha, com duração irregular nas fases de apoio e balanceio e o paciente não consegue ajustar-se aos desvios na superfície na qual ele anda. A incapacidade de regular a postura também diminuirá a eficiência e suavidade da marcha. * FALA As lesões cerebelares também causam distúrbios da fala, que é uma função complexa. As palavras e as silabas são pronunciadas lentamente, há perda na qualidade melódica e no ritmo da fala, esse distúrbio é denominado disartria. * DOENÇA DE MACHADO-JOSEPH Doença hereditária primariamente neurológica afetando o S.N, de forma degenerativa progressiva que envolve fundamentalmente o cerebelo. Ocorre uma mutação genética na produção da proteína “Ataxina-3” , apresentando-se uma característica tóxica gerando atrofia nas estruturas do cerebelo. * ASPECTOS CLINICOS Faixa etária mais comum 38 a 40 anos, mas existem relatos de extremos na literatura. A DMJ tem uma ampla variação e cinco subtipos clínicos. Tipo III, o paciente apresenta sinais cerebelares e neuropatias periféricas e manifestação mais tardia. Os achados cerebelares abrangem, ataxia da marcha, disartria e incoordenação apendicular, os extrapiramidais como bradicinesia e rigidez. Outros, hiperreflexia, retração palpebral e oftalmoplegia. * DIAGNÓSTICO Exame físico, história familiar e teste genético” análise do DNA no exame de sangue” TRATAMENTO CLINICO: Suporte, fármacos neuroprotetores ainda não tem cura. ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR * AVALIAÇÃO Parte respiratória Mobilidade na cama e postura Capacidade de sentar a partir de uma posição reclinada Manutenção da postura sentada Capacidade de ficar de pé a partir de uma posição sentada Manutenção da postura de pé Deambulação Capacidade de vestir-se, arrumar-se e comer. * Marcos_couto@oi.com.br
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