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Direito Processual Penal Prof. Fabrizio Lara 1ª Fase OAB Características da Lei processual penal • Lei Penal: estabelece crimes e impõe aplicação de penas, regulamentando a pretensão punitiva do estado (natureza material) • Lei Processual Penal: cria regras de procedimento, direitos, deveres e ônus entre as partes e o juiz, organizando a atividade jurisdicional do estado e o acesso à Justiça (natureza processual/instrumental). Aplicação da Lei Processual Penal no tempo • Princípio da imediata aplicação da Lei Processual Penal: Código de Processo Penal Art. 2º. A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. •Caso de aplicação da Lei anterior: • Art. 3º da Lei de Introdução ao Código de Processo Penal (Dec- Lei 3.931/41: o prazo já iniciado, inclusive o estabelecido para a interposição de recurso, será regulado pela lei anterior, se esta não prescrever prazo menor do que o fixado no Código de Processo Penal”. Quadro comparativo Lei penal Lei processual penal Aplica-se somente aos fatos praticados na vigência da nova lei. Leva em consideração a data do crime. Poderá retroagir somente se a nova lei for mais benéfica ao réu. Lei nova será aplicada desde logo, mesmo que o crime tenha ocorrido antes da sua vigência. Leva em consideração a data da realização do ato processual, (tempus regit actum) não ocorrendo retroatividade. Não importa se a nova lei processual é mais benéfica ou não. Não poderá retroagir de modo algum. Lei processual penal no espaço •Princípio da territorialidade – Art. 1º do CPP •A aplicação da lei processual acompanha a aplicação do Código Penal. • Art. 5º do Código Penal: Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. Exceções à aplicação do Código de Processo Penal previstas em seu art. 1º •I – os tratados, as convenções e as regras de direito internacional; •Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas. • Aprovada pelo Decreto legislativo 103/64 e promulgada pelo Decreto n. 56.435/65 – confere imunidade plena a agentes diplomáticos, extensiva a familiares. •Convenção de Viena sobre as Relações Consulares. • Dec. Legislativo 106/67 e promulgada pelo Dec. 61.078/67 – imunidade de jurisdição aos empregados consulares, somente a crimes cometidos no exercício da função. •Tribunal Penal Internacional: Art 5º § 4º da Constituição Federal: o Brasil se submete á jurisdição de Tribunal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. •Dec. Legislativo n. 112/2002, promulgado pelo Dec. n. 4.388/2002. Segundo as regras o TPI (com sede em Haia, na Holanda) é competente para julgar • Crimes de genocídio • Crimes contra a humanidade • Crimes de guerra • Crimes de agressão Esses crimes serão julgados no TPI mesmo que tenham sido cometidos em território brasileiro. • II – As prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade. • CF/88: Arts. 50 § 2º; 52, I e par. Único; arts 85, 86 § 1º, II e 102 I b. • Lei 1.079/50: Crimes de Responsabilidade. º • III – Os processos de competência da Justiça Militar. • Dec-lei n. 1002/69 – Código de Processo Penal Militar. • VI – Os processos de competência do tribunal especial. Obs.: Art. 5º XXXVII da CF/88 veda os Tribunais de Exceção. -Crimes políticos: Justiça Federal (art. 109, IV da CF. •V – Processo por crime de imprensa: • STF declarou a lei de imprensa não recepcionada pela CF/88. • Crimes praticados através da imprensa são julgados como crimes comuns, nos termos do CPP. Normas processuais penais previstas na legislação especial • Lei 11.343/2006 (Lei de drogas) – prevê regras especiais de investigação, e rito processual diferenciado, aplicando-se o CPP de forma suplementar. • Lei 11.101/2005 (crimes falimentares) – rito processual especial para o crimes falimentares. • Lei 9.099/96 (Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais) – trata do procedimento sumaríssimo aplicado aos crimes de menor potencial ofensivo e das contravenções penais.
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