Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
COLENDO TRIBUNAL REGIONAL D O TR ABALHO DA _ RE GIÃO RECURSO ADESIVO EM RECURSO ORDINÁR IO PROCESSO N º : XX. RECORRENTE: MAURO MATIAS RECORRIDA: ___ MAURO MATIAS, inconformado com a sentença proferida pelo juízo a quo no que concerne ao deferimento do adicionais de periculosidade, vem perante a Vossa Excelência apresentar RECURSO ADESIVO, requerendo sua remessa a instancia à quem para julgamento. Requer a intimação do Recorrido para apresentação de contrarrazões. EGRÉRIO TRIBUNAL REGIONAL D O TR ABALHO DA _ RE GIÃO RAZÕES: RECURSO ADESIVO EM RECURSO RECORRENTE: MAURO MATIAS RECORRIDA: ___ RECORRIDO: EX-EMPREGADO PROCESSO N º : XX. I-INCLITOS JUGALDORES Entende o recorrente, não obstante a sabedoria do juízo singular, que a sentença merece reforma, eis que deixou de observar dispositivo legal aplicado à matéria em discussão, em franco prejuízo ao recorrente. II-DA JUSTIÇA GRATUITA O requerente não possui condições para arcar com o pagamento dos autos do processo processuais e honorários de sucumbência, sem comprometer o sustento próprio e de sua família, com fundamento no art.98 do CPC e 790 –A da CLT. III-DA TEMPESTIVIDADE Cumpre registrar a tempestividade do instrumento recursal aqui utilizado, visto a sentença ter sido publicada na data xx/ xx/ xxxx, e tendo sido oferecido recurso ordinário pela parte reclamante na data de xx/ xx/ xxxx , findando então no dia xx/ xx/ xxxx o prazo para oferecimento de contrarrazões , em que se aproveita o reclamado e interpõe o instrumento acessório do recurso adesivo neste presente dia, por então , resta-se demonstrado a regular temporalidade do seguinte instrumento, conforme interpretação dos artigos 997, e 998 do CPC/15, e súmula 283 do TST . IV-DA SÍNTESE DA DEMANDA Sr. Mauro Matias, microempresário, ora recorrente , é parte em reclamação trabalhista ajuizada por sua ex-empregada, ora recorrida, na qual requeria-se o pagamento de verbas referentes a horas extras laboradas, bem como recebimento de adicional de periculosidade calculado sobre a remuneração da obreira. Acontece que o Sr. Mauro, comparecera pessoalmente sem estar assistido de advogado, à primeira audiência , oportunidade em que aduziu simplesmente nada dever a empregada. Encerrada a instrução, sem produção de outras provas, sob a alegação de falta de contestação específica dos fatos, o juiz de primeiro grau julgou parcialmente procedente os pedidos formulados pela reclamante, condenando-o ao pagamento do adicional de periculosidade, calculado sobre a remuneração da trabalhadora. O recorrente, intimado da sentença , mesmo não concordando com o entendimento firma do na parte dispositiva da peça, não a impugna . Já a empregada, por sua vez, oferecera recurso ordinário, postulando o pagamento das horas extraordinárias. Sendo assim, uma das razões por que se dá a interposição deste instrumento adesivo, sob os fundamentos fáticos e jurídicos que se passa agora a expor. V. DA IMPOSSIBILIDADE DE CONCESSÃO DE HORAS EXTRAS Colenda câmara, não pode prosperar o argumento levantado pela reclamante acerca das horas extras supostamente laboradas, visto o fato inequívoco de que aqui se trata de empregador microempresário, e em razão disso é ônus da parte reclamante trazer ao juízo a comprovação clara das horas extraordinárias eventualmente efetuadas. Conforme entendimento que se extrai da súmula nº 338 do TST, e ainda pelo fato de que no setor do comércio e serviços (como ocorre na espécie), ter -se o entendimento consolidado na doutrina e jurisprudência pátria , de que em uma microempresa não se pode ter mais de nove funcionários. Nesse sentido: SÚMULA Nº 338 DO TST JORNADA DE TRAB ALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 234 e 306 da SBD I-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (de z ) empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT . A não- apresentação injustificada dos controles de frequência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário. (e x -Súmula nº 338 – alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.20 03). II- A presunção de veracidade da jornada de trabalho , ainda que prevista em instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário. (ex- OJ nº 234 da SBDI-1 -inserida em 20.06.2001). III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos com o meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial s e dele não s e desincumbir. (ex-OJ nº 306 da SBD I-1- DJ 11.08.2003) (Destaquei) Portanto, à luz do exposto, requer -se desde logo a decretação de improcedência do pedido de horas extras da reclamante. VI-. DA IMPROCEDÊNCIA DO PAGAMENTO DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE . O doutor juízo de primeira instância, sob a justificativa de que o Sr. Matias não contestou especificamente os pedidos formulados pela Reclamante, acabou condenando -o ao pagamento de adicional de periculosidade calculado sobre a remuneração da obreira. Ocorre que, em que pese a expressiva capacidade judicante do MM. juiz de primeira instância, o mesmo laborara em erro pelo menos duas vezes, assim até agora vê-se, no caso em tela , vez que não poderia ter procedência o pedido da reclamante sem prévia perícia executada por perito efetivamente habilitado em juízo , e ainda, o cálculo do adicional aludido teria que ter se dado sob o salário base da autora , e não sob a sua remuneração integral, como ocorrerá, e que como bem sabemos , são valores expressamente discrepantes. Assim, não poderia o magistrado arbitrar ex officio qualquer grau de periculosidade em total arrepio da lei pertinente . Como é expressão dos artigos 192, 19 3 e 195, parágrafo 2º, todos da C L T , e súmula nº 191 do TST: Art. 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres , acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, as segura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário-mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo. Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas , na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a: I – inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; (Incluído pela Lei nº 1 2.740, de 2012). II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. (Incluído pela Leinº 12. 740, de 2012). § 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao em pregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da em presa. (Incluído pela Lei nº 6. 514, de 2 2.12.1977). § 2º - O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.1 2.1977). § 3º Serão descontados ou compensados do adicional outros da mesma natureza eventualmente já concedidos ao vigilante por meio de acordo coletivo. (Incluído pela L ei nº 12.740, de 2012) § 4º São também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em motocicleta. (Incluído pela Lei n º 12.997, de 2014) Art. 195 - A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho , far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenhe iro do Trabalho , registrados no Ministério do Trabalho . § 2º - Arguida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado , seja por Sindicato em favor de grupo de associado , o juiz designará perito habilita do na forma deste artigo , e , onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do Trabalho . (Redação da pela Le i n º 6.514 , de 22.12 .1977) (CL T . Destaquei) SÚMULA Nº 191. TST ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. INCIDÊNCIA BASE DE CÁLCULO (cancelada a parte final da antiga redação e inseridos os itens II e III) - Res. 214/2016, DEJT divulgado em 30.11.20 16 e 01 e 02.12.2016. I – O adicional de periculosidade incide apenas sobre o salário básico e não sobre este acrescido de outros adicionais. II – O adicional de periculosidade do empregado eletricitário, contratado sob a égide d a Lei n º 7.369/ 1985, deve ser calculado sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial. Não é válida norma coletiva mediante a qual se determina a incidência do referido adicional sobre o salário básico. III - A alteração da base de cálculo do adicional de periculosidade do eletricitário promovida pela Lei nº 12.740/201 2 atinge somente contrato de trabalho firmado a partir de sua vigência, de m odo que, nesse caso, o cálculo será realizado exclusivamente sobre o salário básico, conforme determina o § 1º do art. 1 93 da CLT. (Destaquei) Pelo exposto, Excelências, requer-se a modificação da sentença afim de que assim seja reconhecida a improcedência de fixação de grau de insalubridade pelo juízo de primeira instância sem perícia prévia , quando o mandamento expresso da consolidação das leis do trabalho , exige o laudo técnico elaborado por perito oficial previamente habilitado , e ainda , por ter sido concedida a referida verba adicional calculada sob o salário base da parte autora , sendo também equivocado o julgamento, com base no que se extrai da fundamentação supra. VI. DO PEDIDO Pelo exposto, Excelências, requer -se a modificação da sentença afim de que assim se já reconhecida a improcedência de fixação de grau de insalubridade pelo juízo de primeira instância sem perícia prévia , quando o mandamento expresso da consolidação das leis do trabalho , exige o laudo técnico elaborado por perito oficial previamente habilitado , e ainda , por ter sido concedida a referida verba adicional calculada sob o salário base da parte autora , sendo também equivocado o julgamento, com base no que se extrai da fundamentação supra. I- Seja declarada a impossibilidade de concessão de horas extras, visto o fato inequívoco de que aqui se trata de empregador microempresário, e em razão disso é ônus da parte reclamante trazer ao juízo a com provação cl ara das horas extraordinárias eventualmente efetuadas. Conforme entendimento que se extrai da súmula nº 338 do TST, e ainda pelo fato de que no setor do comércio e serviços (com o ocorre na espécie), ter-se o entendimento consolidado na doutrina e jurisprudência pátria, de que em uma microempresa não se pode ter mais de nove funcionários; II. Seja modificada a sentença afim de que assim dê-se reconhecida a improcedência de fixação de grau de insalubridade pelo juízo de primeira instância sem perícia prévia , quando o mandamento expresso da consolidação das leis do trabalho exige o laudo técnico elaborado por perito oficial previamente habilitado, e ainda, por ter sido concedida a referida verba adicional calculada sob o salário base da parte autora, em flagrante desrespeito aos mandamentos previstos nos artigos 192, 193 e 195 , parágrafo 2º , todos d a C LT , e na súmula nº 191 do Tribunal Superior do Trabalho ; Nestes termos, espera deferimento. Local, Data. Advogado OAB/UF...
Compartilhar