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Ação Popular Allanderson Pereira (1)

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AO EMERITO JUIZO DA VARA FEDERAL DE FLORIANÓPOLIS DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE SANTA CATARINA.
JOÃO DE TAL, brasileiro, solteiro, estudante, inscrito sob o nº CPF/MF n° e cédula de identidade n°, portador da cédula eleitoral de nº, residente e domiciliado no endereço Rua Doutor Antônio de Morais 1130, nesta cidade, por seu advogado infra - assinado, conforme procuração anexa, com escritório à rua Tal, endereço para onde devem ser remetidas notificações e intimações, vem mui respeitosamente a presença de Vossa Excelência, com fulcro nos termos do art. 5º, LXXIII, da CRFB/ 88 e da Lei nº 4.717/65, apresentar:
AÇÃO POPULAR
Em desfavor do senhor SENADOR DA REPÚBLICA, tendo com domicílio profissional o prédio do Senado Federal, na esplanada dos Ministérios, Brasília-DF, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
DOS FATOS
JOÃO DE TAL indignou-se ao saber, em abril de 2009, por meio da imprensa, que o senador ao qual votou nas últimas eleições havia determinado a reforma total de seu gabinete, orçada em mais de 1 Milhão de reais, que seria custeada pelo Senado Federal.
A reforma abrangia a instalação de aquecimento e resfriamento com controle individualizado para o ambiente e instalação de ambiente físico para projeção de filmes em DVD, melhorias suntuosas, incompatíveis com a realidade brasileira.
O senador declarou em entrevistas, que os gastos com a reforma seriam necessários para a manutenção da representação adequada ao cargo que exerce.
DO DIREITO
A ação popular é um ato constitucional de natureza civil, conferida a todos os cidadãos para a impugnação e a anulação dos atos administrativos comissivos e omissivos que sejam lesivos ao patrimônio público em geral, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, conforme estabelece o art. 5º, LXXIII, da CRFB/88, onde se lê:
Art. 5º, LXXIII - Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado partícipe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
Assim, para ser legitimado ativo da ação popular segundo o m andamento constitucional do art. 5º, LXXIII, combinado com o art. 1º da Lei n. 4.717/65, é necessário ser cidadão na forma do art. 12 da CRFB/88, desde que em pleno gozo dos seus direitos políticos, o que o impetrante comprova juntando Título de Eleitor e a certidão de regularidade da Justiça Eleitoral.
A exigência de ser cidadão também está expressamente prevista n o art. 1º da Lei n. 4.717/65, abaixo transcrito:
Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Municípios, de entidades autárquicas, de sociedades de economia mista, de sociedades mútuas de seguro nas quais a União represente os segurados ausentes, de empresas públicas, de serviços sociais autônomos, de instituições ou fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos.
Além disso, para a propositura da Ação Popular, há ainda os requisitos legais previstos no art. 2º da Lei n. 4. 717/65, onde se lê:
Observa-se a expressa violação ao princípio da moralidade, já que o dinheiro gasto irá sair dos cofres públicos, visando atender os fins pessoais do Senador.
DA MEDIDA LIMINAR
Conforme estabelece o art. 5º, § 4º, da Lei n. 4. 717/65, em defesa do patrimônio público cabe à suspensão liminar do ato lesivo. Ato este contra a moralidade administrativa, princípio expresso no caput do art. 37 da Constituição Federal. Pelo fato do processo licitatório já ter se encerrado, faz-se necessário evitar que os gastos sejam efetuados.
DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer:
Citação do réu;
Oitiva do Ministério Público
Deferimento do pedido de tutela provisória suspendendo a obra
 Seja julgado procedente o pedido para invalidar o ato administrativo impugnado, bem como o eventual ressarcimento ao erário por despesas que venham a ser efetuados e já tenham sido efetuadas ao longo do processo;
 A condenação do réu nos ônus de sucumbência;
VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ R$ 1.000.000,00 (Um Milhão de Reais) 
Nesses termos,
Pede deferimento.
Allanderson Pereira de Melo
Florianópolis - SC
OAB 77.777/SC

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