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Odontogênese Processo de formação do órgão dentário, que ocorre na região mandibular e maxilar. São gerados, normalmente, 20 dentes decíduos (de leite) e posteriormente, 32 dentes permanentes. Na dentição decídua temos 3 grupos de dentes – incisivos, caninos e molares. Já na permanente são 4 grupos – incisivos, caninos, pré-molares e molares. Banda epitelial primária A cavidade oral primitiva é revestida por ectoderma com um tecido mesenquimal subjacente. Células provenientes da crista neural migram para o mesoderma e passa a se diferenciar e irão formar tecidos conjuntivos, esse tecido é chamado ectomesênquima O ectoderma tem forma de ferradura e é composto por uma camada de três células. Com a mudança do eixo de mitose das células epiteliais faz com que ocorra o espessamento do epitélio oral para “dentro” do ectomesênquima. Esse espessamento recebe o nome de banda epitelial primária. Lâmina dentária e lâmina vestibular Com o desenvolvimento da banda epitelial, ocorre uma bifurcação. Duas lâminas são formadas que correm paralelas, por toda extensão da “ferradura”. A lâmina vestibular (mais externa) se prolifera rapidamente em direção do ectomesênquima e, em determinado ponto, as células centrais dessa lâmina se degeneram, criando um sulco. Esse sulco (vestibular) irá formar o fundo de saco do sulco vestibular. A lâmina dentária (mais interna) irá formar os dentes. Após a definição do sulco vestibular, a lâmina dentária é a única estrutura que segue o formato de ferradura. O tecido epitelial mantém sua proliferação para dentro do ectomesênquima. Como em todo tecido epitelial da cavidade oral, uma lâmina basal subjacente separa o epitélio do futuro tecido conjuntivo (mesênquima). Formação do dente A partir da lâmina dentária, algumas porções de células começam a se diferenciar com sinalização entre epitélio e mesênquima nas regiões dos futuros dentes. A formação dos dentes segue a seguinte ordem: fase de botão, fase de capuz, fase de campânula, fase de coroa e fase de raiz. Fase de botão Nessa fase o crescimento do tecido epitelial não é mais uniforme, no formato de ferradura. Ocorre a formação de 10 pequenas esferas em cada arco (referente aos 10 dentes decíduos). As células epiteliais passam a ter formato cúbico na periferia do epitélio e formato poligonal no centro, com muita atividade mitótica. O ectomesênquima abaixo do epitélio começa a sofrer uma leve condensação (agrupamento de células) em torno da porção inferior do “botão” epitelial. O desenvolvimento dos botões não é sincronizado, há surgimento aos poucos dos botões. Fase de capuz O crescimento do botão epitelial deixa de ser uniforme e passa a se desenvolver um crescimento mais lateral do que em altura, com uma pequena depressão na região central. Agora passa a ter o formato de boné ou capuz (grande atividade proliferativa). Na região central (depressão) do capuz, há maior concentração de células ectomesenquimais, com uma condensação um pouco menor nas regiões periféricas do capuz. Agora o conjunto de células epiteliais e ectomesenquimais passa a se chamar “germe dentário” que possuí 2 grandes divisões. • O órgão do esmalte é formado pelo tecido epitelial, onde há o epitélio interno (região “inferior”), o epitélio externo (revestimento voltado para o epitélio oral) e o retículo estrelado (células centrais do órgão do esmalte). • O ectomesênquima sofre maior condensação abaixo do epitélio interno e recebe o nome de papila dentária (que será responsável pela formação da dentina e da polpa). Ainda na fase de capuz, o ectomesênquima que rodeia o germe dentário se diferencia e se condensa, formando o folículo (ou saco) dentário. Suas células irão formar todo o periodonto de sustentação dos dentes – cemento, ligamento periodontal e osso alveolar. Fase de campânula Nessa nova fase diminuí a proliferação das células epiteliais e o órgão do esmalte passa a ter um formato de sino, com a “boca” voltada para o ectomesênquima. Com menor atividade mitótica, começa a ocorrer diferenciação e especialização das células do germe dentário. Devido ao aumento de volume do retículo estrelado, as células do epitélio externo se tornam achatadas (epitélio pavimentoso) e as células do epitélio interno se tornam cilíndricas baixas. Formação de três novas estruturas: • Estrato intermediário – epitélio pavimentoso com 2 ou 3 camadas, entre epitélio interno e retículo estrelado, que auxilia na formação do esmalte. • Alça cervical – encontro do epitélio interno com o epitélio externo. • Bainha radicular de Hertwig – Após a formação da coroa, as células da alça cervical se proliferam e sinalizam a formação da raiz. Ocorre finalmente a separação do germe dentário da lâmina dentária (estavam em comunicação por uma espécie de “cordão umbilical”), e algumas células da lâmina permanecem no osso alveolar em formação para constituir o canal gubernacular – importante papel na erupção do dente. O germe dentário se separa da lâmina dentária, pois o folículo passa a envolver todo o germe e o osso alveolar se apresenta em estágio avançado de formação. Um dos mais importantes aspectos morfológicos da coroa ocorre quando algumas células do epitélio interno param de se dividir, formando dobras epiteliais. As células que ainda estão em divisão acabam “empurrando” as dobras epiteliais, que irão formar as pontas de cúspide ou bordas incisais dos dentes. Além das dobras epiteliais no epitélio interno, há condensação de células do estrato intermediário na região dos vértices das cúspides. A essa condensação é dado o nome de nó do esmalte. Fase de coroa Pode ser considerada como uma fase de campânula avançada. Uma sequência de acontecimentos leva ao início da formação da coroa, começando na região dos nós do esmalte em direção à alça cervical. • Células do epitélio interno se tornam cilíndricas e sofrem inversão da polaridade – o núcleo se afasta da lâmina basal – virando pré-ameloblastos. • Células da papila recebem indução dos pré-ameloblastos e se diferenciam em odontoblastos. • Odontoblastos secretam a primeira camada de matriz dentinária. • A matriz dentinária induz a diferenciação dos pré-ameloblastos em ameloblastos. • Secreção de matriz orgânica do esmalte pelos ameloblastos. Assim como a formação dos botões, as etapas de diferenciação e secreção de dentina e esmalte não ocorrem uniformemente no germe dentário. É comum observar regiões onde já há a secreção de matriz orgânica e outras onde o epitélio interno e papila dentária estão indiferenciados. A deposição do esmalte ocorre do centro para a periferia – se afastanto da papila. E a deposição da dentina ocorre da lâmina basal (região entre epitélio interno e papila) em direção ao centro da papila dentária. Fase de raiz Na formação da coroa, células epiteliais são necessárias para a diferenciação de odontoblastos. Na raiz o processo é o mesmo, porém, essas células epiteliais são provenientes da bainha radicular de Hertwig. Quando a diferenciação celular atinge a região da alça cervical, células do epitélio interno e externo se proliferam em direção apical. Como há presença de osso alveolar mineralizado, a bainha não consegue se proliferar verticalmente, sofrendo uma dobra – diafragma epitelial. Como não há espaço para a proliferação do epitélio e consequente formação de dentina, só há uma maneira de formar a raiz em direção apical: • Apenas as células próximas ao diafragma epitelial se multiplicam e as células da bainha que já estão se diferenciando induzem a diferenciação de células da papila em odontoblastos. Esses odontoblastos irão secretar dentina radicular, ao mesmo tempo em que todo o germe dentário se movimenta coronalmente a caminho da erupção. Conformea dentina é formada, a bainha que estava em contato se desprende e algumas células ficam “soltas” no espaço que será ocupado pelo ligamento periodontal. Essas células são chamadas de restos epiteliais de Malassez.
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