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TEORIA DAS ORGANIZAÇÕES (2)

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Professor Renato Fenili 
Teorias Organizacionais (ou Administrativas) 
 
Uma definição do conceito de organização que reúne suas principais 
características é apresentada por Lacombe e Heilborn (2003): 
 
Organização = agrupamento de pessoas, reunidas de forma estruturada e 
deliberada, visando à consecução de objetivos planejados e comuns a todos os seus 
membros. 
 
Em outras palavras, podemos dizer que uma organização é uma combinação de 
esforços individuais (coordenados) que tem por finalidade a realização de propósitos 
coletivos (MAXIMIANO, 1992). 
Uma vez apresentado o conceito de organização, somos capazes de nos voltarmos 
aos seus objetivos. Independentemente da missão de cada empreendimento, é possível 
afirmarmos que a organização almeja alcançar as metas as quais se propõe (eficácia), por 
meio da combinação de recursos da forma mais satisfatória (eficiência). 
Qual a melhor forma de combinar os recursos de uma organização? Como 
estruturá-la? Como obter mais lucro? Como prestar um serviço público de qualidade? 
Como inovar e gerir conflitos? Todas essas demandas (e muitas outras) convergem para 
uma questão mais ampla: como administrar? 
Essa indagação vem acompanhando o ser humano de forma mais contundente 
desde o final do século XIX, quando a produção industrial foi catapultada pelo advento 
da Revolução Industrial. E, desde essa época, inúmeros foram os esforços para predizer 
o comportamento das empresas / organizações, elaborando-se modelos que possuíam 
abordagens específicas – são as chamadas Teorias Administrativas. 
Logicamente, são tantas as variáveis organizacionais, que é impossível que uma 
única abordagem consiga engobá-las por completo. Desta maneira, cada teoria 
administrativa (ou teoria organizacional) possui um enfoque característico, manipulando 
apenas um conjunto de variáveis por vez. 
As principais abordagens em termos de estudos organizacionais serão vistas nas 
próximas páginas. 
Antes, contudo, cabem dois registros. Preliminarmente, o quadro a seguir, 
construído com base em Chiavenato (2004), traz uma síntese das teorias abordadas nesta 
obra, e servirá de norte para sua revisão ou apenas como referência, ao longo dos 
estudos: 
 
 
Professor Renato Fenili 
TEORIA ÊNFASE ENFOQUES 
Administração Científica Nas tarefas 
Racionalização do trabalho no nível 
operacional 
Teoria Clássica / Neoclássica 
Na estrutura 
Organização formal / Princípios gerais da 
Administração / Funções do 
Administrador 
Teoria da Burocracia / 
Estruturalista 
Organização formal burocrática / 
Racionalidade organizacional 
Teoria das Relações Humanas 
Nas pessoas 
Organização informal / Motivação, 
liderança, comunicação 
Teoria do Comportamento 
Organizacional 
Estilos de Administração / Teoria das 
Decisões / Integração dos objetivos 
organizacionais e individuais 
Teoria do Desenvolvimento 
Organizacional 
Mudança organizacional 
Teoria Geral dos Sistemas 
No ambiente 
Disponibilidade de recursos externos / 
relações interorganizacionais etc. 
Teoria Contingencial 
Flexibilidade e organicidade da estrutura, 
em face da situação 
 
O outro registro é alusivo à cronologia da concepção das teorias administrativas, 
essencial para a compartimentalização do conhecimento em termos de concatenação 
temporal: 
 
Professor Renato Fenili 
 
 
1. Abordagem Clássica da Administração 
 
De modo geral, podemos dizer que a Abordagem Clássica, que remonta do início 
do século passado, possuiu três grandes expoentes: Taylor, Ford e Fayol. 
 
O contexto, à época, era marcado por um crescimento acelerado e desorganizado 
da produção, decorrente da Revolução Industrial. Nos Estados Unidos, houve o 
significativo incremento de assalariados, havendo grande disponibilidade de recursos de 
Abordagem 
Clássica
Administração 
Científica 
(Taylor, Ford)
Teoria Clássica 
(Fayol)
 
Professor Renato Fenili 
pessoal. As necessidades administrativas eram moldadas pela busca incessante de 
produtividade, traduzidas em aplicação racional de mão de obra e economia de insumos. 
Neste ambiente, passou-se a enxergar a organização como uma máquina que, 
“racionalmente ajustada”, proveria o melhor rendimento. 
Uma compilação das principais ideias básicas da Abordagem Clássica de 
Administração pode ser assim apresentada: 
 ênfase nas tarefas (Administração Científica de Taylor); 
 ênfase na estrutura (Teoria Clássica de Fayol); 
 acentuada divisão de trabalho, como sinal de eficiência; 
 relações hierárquicas claras e centralização da autoridade; 
 disciplina rígida; 
 recompensas financeiras como forma de motivação. 
 
O essencial é termos em mente que, para a Abordagem Clássica, a organização é 
mecanizada, sendo o indivíduo tratado como uma peça na máquina organizacional. Como 
tal, a eficiência do empregado é diretamente relacionada a seus aspectos fisiológicos, o 
que justifica os estudos de tempos e movimentos conduzidos por Taylor. A 
administração, neste sentido, passa a ser um fenômeno que regula e modela o processo 
de produção, tendo em vista apenas metas e parâmetros de tempo e custo (KNAPIK, 
2005). 
No intuito de ampliar o arcabouço de nosso conhecimento sobre a abordagem 
clássica da Administração, estudaremos suas duas vertentes precípuas: a Administração 
Científica, de Taylor (e Ford), e a Teoria Clássica, de Fayol. 
 
1.1. Administração Científica de Taylor (e Ford) 
 
Frederick Taylor (1856-1915), também conhecido como “Pai da Administração 
Científica”, foi um engenheiro norte-americano cujas ideias influenciaram grandemente 
a organização do trabalho no setor industrial dos Estados Unidos no início do século XX. 
A proposta de Taylor, conforme nos lembram Bejarano et al. (2005), era basicamente a 
de diminuir qualquer perda de tempo na produção, eliminando processos longos e inúteis 
e cronometrando cuidadosamente as etapas produtivas. A ênfase, assim, está nas tarefas 
conduzidas pelos funcionários. A abordagem é de “baixo para cima” (“bottom-up”). 
 
Professor Renato Fenili 
De acordo com Taylor1, o principal objetivo da administração deve ser o de assegurar 
o máximo de prosperidade ao patrão e, ao mesmo tempo, o máximo de prosperidade ao 
empregado. Nesse sentido, aquele autor faz o seguinte esclarecimento: 
 
A expressão ‘máximo de prosperidade é usada em sentido amplo, compreendendo não só 
grandes dividendos para a companhia ou empregador, como também desenvolvimento, 
no mais alto grau, de todos os ramos do negócio, a fim de que a prosperidade seja 
permanente. Igualmente, máxima prosperidade para o empregado significa, além de 
salários mais altos do que os recebidos habitualmente pelos obreiros de sua classe, este 
fato de maior importância ainda, que é o aproveitamento dos homens de modo mais 
eficiente, habilitando-os a desempenhar os tipos de trabalho mais elevados para os quais 
tenham aptidões naturais e atribuindo-lhes, sempre que possível, esses gêneros de 
trabalho. 
 
 Relevante, para fins de nossos estudos, é sabermos os Princípios da Administração 
Científica, para Taylor: 
 
 
 
Vejamos algumas questões sobre a Administração Científica, na concepção taylorista. 
 
 
1 Conforme a obra Princípios da Administração Científica, 8ª edição (Atlas, 1990). Disponível em: 
https://cesarmangolin.files.wordpress.com/2010/02/taylor-principios-de-administracao-cientifica.pdf 
 
Professor Renato Fenili 
 
 
Henry Ford (1863-1947) consolidou e expandiu o modelo de Taylor, por meio de duas 
ações adicionais: a integração das etapas de trabalho através dodeslocamento por 
esteiras e a fixação dos trabalhadores em seus postos de trabalho. Com essas medidas, 
em 1925 Ford já estava produzindo mais de 9 mil carros 
por dia (1 a cada 10 segundos), a custos muito menores 
do que o praticado pela concorrência da época. Em 
síntese: Ford coloca em prática a Administração 
Científica, em grande escala, empregando seus preceitos 
em suas fábricas (indústria automotiva). 
Com o aumento de escala da produção, as 
organizações foram também crescendo. A necessidade 
de controle de uma quantidade crescente de tarefas fez 
com que surgissem diferentes níveis hierárquicos, organizados numa pirâmide de 
autoridades. Note que, neste enfoque (Administração Científica de Taylor) a ênfase está 
nas tarefas, sendo a hierarquia formada a partir delas. 
Vejamos os Princípios Administrativos Básicos, para Ford, já cobrados em concurso: 
 
 
1.2. Teoria Clássica de Fayol 
 
 Da mesma forma que Taylor, Henry Fayol (1841-1925), um engenheiro de minas 
nascido em Istambul e radicado na França, dedicou-se a prover uma base científica à 
Administração. No entanto, sua abordagem deu-se no sentido inverso: enquanto Taylor 
realizou seus estudos a partir do operariado para só então chegar às funções de gerência, 
Fayol construiu seus princípios de administração do topo para a base da pirâmide. 
 
Professor Renato Fenili 
Fayol dedica-se a estruturar o papel do administrador, interpretando a Administração 
como responsável por coordenar e sincronizar diversas funções dentro da organização 
(financeira, comercial, técnica, entre outras). Ainda, ele define as funções da 
Administração (planejar, organizar, controlar, coordenar, comandar), bem como elabora 
14 princípios administrativos, assim relacionados2: 
 
 
 
1. Equidade = o tratamento humano na organização deve ser isonômico e justo, 
reconhecendo-se o direito de cada um. Tratam-se as pessoas com benevolência e 
justica, não excluindo a energia e o rigor quando necessários; 
2. Iniciativa = refere-se à capacidade de concepção (criação) e de execução de 
determinado plano de ação; 
3. Ordem = trata-se tanto da ordem material (“um lugar para cada coisa e cada coisa 
em seu lugar”, como modo de se evitar desperdícios) quanto da ordem social (“um 
lugar para cada pessoa e cada pessoa em seu lugar”, como modo de definição de 
cargos e funções na organização); 
4. Disciplina = expectativas devem ser claras e as violações devem ser punidas; 
5. Unidade de comando = cada colaborador deve receber ordens de (e se reportar 
a) apenas um superior, evitando, assim, conflitos; 
 
2 Para fins de memorização, veja que as iniciais dos princípios, lidas em sequência, formam a oração: “Ei, 
o Duda cresceu”. 
 
Professor Renato Fenili 
6. Divisão do trabalho = especialização dos funcionários, desde o topo da hierarquia 
até os operários da fábrica, favorecendo a eficiência da produção e aumentando 
a produtividade. 
7. Autoridade e Responsabilidade = poder de dar ordens e de se fazer obedecer 
(autoridade) e dever de prestar contas (responsabilidade); 
8. Centralização = atividades centrais da organização (= core business) devem ser 
executadas e controladas de forma centralizada; 
9. Remuneração do pessoal = a remuneração deve ser justa, tanto pelos impactos na 
organização quanto na percepção do colaborador, de acordo com suas atividades; 
10. Estabilidade do pessoal = a equipe deve ser mantida ao longo do tempo, de modo 
a possibilitar o se desenvolvimento; 
11. Subordinação do interesse individual (ou interesse geral) = o interesse geral da 
organização deve sobrepor-se ao interesse individual do colaborador; 
12. Cadeia escalar ou Hierarquia= linha de autoridade do escalão superior ao inferior, 
por onde deve fluir a comunicação; 
13. Espírito de equipe = busca da harmonia e da cooperação na equipe de trabalho, 
de modo a prover um efeito sinergético no desempenho da organização; 
14. Unidade de direção = determinado conjunto de operações que visem a um 
objetivo específico deve receber uma única direção (fonte de poder) e um único 
plano. 
 
O quadro abaixo apresenta uma sintética comparação entre as visões de Taylor e 
Fayol, no que diz respeito, essencialmente, a aspectos de hierarquia e de autoridade: 
TEORIA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO 
(FAYOL) 
ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA (TAYLOR) 
PONTOS COMUNS 
Centralização da autoridade e da execução das tarefas principais 
Organização é vista como um sistema racional de regras e autoridade 
Rígida disciplina 
PONTOS DIVERGENTES 
Ênfase na estrutura Ênfase nas tarefas 
Foco no papel do gerente e no modo 
como ele deve agir para que a organização 
possa fornecer valor na forma de bens e 
Foco nas medidas necessárias para a 
otimização do tempo despendido na 
produção. 
 
Professor Renato Fenili 
TEORIA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO 
(FAYOL) 
ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA (TAYLOR) 
serviços aos consumidores (executivo de 
alto nível). 
Abordagem do topo para a base da 
pirâmide (o ponto de partida são as 
funções do administrador, que deve reger 
e coordenar todas as demais funções 
organizacionais). 
Abordagem da base para o topo da 
pirâmide e das partes para o todo (parte 
do chão de fábrica para chegar às 
estruturas hierárquicas de alto nível). 
 
2. A Teoria das Relações Humanas 
 
A Teoria das Relações Humanas surgiu em decorrência de das conclusões obtidas 
nas chamadas experiências de Hawthorne, conduzidas por Elton Mayo (1880 – 1949) 
entre 1927 e 1933 na Western Eletric Company (WEC), uma empresa norteamericana de 
componentes telefônicos situada no bairro de Hawthorne, em Chicago. 
A intenção inicial da pesquisa era identificar as influências de aspectos do espaço 
físico da organização – em especial a iluminação – sobre a produtividade dos 
empregados. A hipótese era a existência de uma relação diretamente proporcional entre 
a iluminação do ambiente e a eficiência do trabalhador. 
No entanto, durante a realização da pesquisa, evidenciou-se que a relação acima 
não era tão “linear” quanto poderíamos esperar. A simples troca de lâmpadas por outras 
de mesmas características (não implicando, portanto, alteração da luminosidade) 
acarretava aumento da produção na sala experimental. Da mesma forma, por vezes o 
escurecimento do ambiente não gerava queda de produtividade, mas sim aumento ou 
estagnação. 
Ao mesmo tempo em que se constatou a inexistência de uma relação lógica entre 
a iluminação da ambiente e a eficiência do empregado, evidenciou-se 
que variáveis inerentes às relações humanas detinham impacto 
considerável na produtividade: formação de grupos informais, 
trabalho em equipe, personalidade dos colaboradores, entre outras. 
Assim, as fases seguintes da pesquisa dedicaram-se a lançar uma luz 
sobre o papel da interação humana nos objetivos organizacionais. 
As principais conclusões da Experiência de Hawthorne podem 
ser assim sintetizadas: 
 as relações humanas na organização são intensas e constantes; 
Trabalhadoras da WEC 
 
Professor Renato Fenili 
 a integração social condiciona a disposição do trabalhador em produzir. 
Quanto mais integrado socialmente (e não quanto mais fisiologicamente 
capaz, como dizia a Abordagem Clássica), mais disposto ele é; 
 surgimento do conceito de organização informal (= conjunto de grupos de 
relacionamento que se formam independentemente da organização 
formal, sendo esta representada no organograma da empresa). Cada 
grupo na organização informal estabelece suas regras de comportamento, 
seus objetivos e duas formas de sanção e recompensas; 
 o comportamento dos trabalhadoresé essencialmente social, sendo que 
a organização informal determina a produtividade aceitável. 
A tabela abaixo apresenta uma comparação entre a Abordagem Clássica e a Teoria 
das Relações Humanas: 
 
ABORDAGEM CLÁSSICA TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS 
Ênfase nas tarefas e na estrutura Ênfase nas pessoas 
Organização formal (organograma). 
Desenho de cargos e tarefas 
Organização Informal (grupos 
espontâneos) 
Inspiração proveniente de sistemas de 
engenharia 
Influência da psicologia e da sociologia 
Autoridade centralizada Delegação plena de autoridade 
Visão mecanizada do trabalhador (homo 
economicus) 
Visão social do trabalhador 
(homo social) 
Comportamento do indivíduo como ser 
isolado 
Comportamento do indivíduo como ser 
pertencente a um grupo social 
Indivíduo incentivado por recompensas 
materiais 
Indivíduo incentivado por recompensas 
sociais e simbólicas (reconhecimento etc). 
Objetivo = máxima eficiência 
Busca de eficiência pela organização 
conflita com a busca de satisfação pessoal 
do trabalhador (= conflito social) 
 
3. Abordagem estruturalista 
 
A exemplo da Abordagem Clássica, o termo “abordagem” é mais amplo do que 
“teoria”. Desta forma, a Abordagem Clássica abrange duas teorias: a Administração 
 
Professor Renato Fenili 
Científica e a Teoria Clássica. Do mesmo modo, a Abordagem Estruturalista abrange duas 
teorias: 
 
 
 
 
3.1. A Teoria da Burocracia de Weber 
 
Muito do que falamos hoje de hierarquia e autoridade é proveniente da Teoria da 
Burocracia, elaborada pelo sociólogo alemão Max Weber (1864-1920), mas desenvolvida 
dentro da Administração na década de 1940, como uma resposta às parcialidades da 
Abordagem Clássica – excessivamente mecanizada – e da Escola de Relações Humanas – 
excessivamente centrada no indivíduo. 
Com o tamanho e a complexidade crescentes das organizações (que não mais eram 
somente fábricas), era necessária a elaboração de um modelo de organização 
extremanente racional, caracterizada por cargos formalmente bem definidos, com 
hierarquia, autoridade e responsabilidades claras e delimitadas. A esta modelo 
denominou-se organização burocrática. 
Destaca-se que, no sentido original, assim concebido por Weber, burocracia está 
intimamente relacionada com eficiência. O sentido pejorativo de “burocracia” ao qual 
estamos acostumados referem-se às disfunções (= mal funcionamento) da concepção 
original. Vejamos o quadro abaixo: 
 
TEORIA DA BUROCRACIA 
CARACTERÍSTICAS DA ORGANIZAÇÃO 
BUROCRÁTICA 
DISFUNÇÕES DA BUROCRACIA 
 
Professor Renato Fenili 
Hierarquia bem definida (sistema 
organizado em pirâmide, representado 
no organograma da empresa). 
Hierarquia e autoridade muito rígidas 
podem implicar resistência às inovações. 
Formalização (regras são formais, 
protegendo a organização de ações 
arbitrárias) 
As regras passam a ser um “fim em si 
mesmo”, ou seja, elas passam a ser mais 
relevantes que os objetivos 
organizacionais. 
Processos passam a ser mais lentos, com o 
excesso de regras (“papelada”) 
Impessoalidade nas relações 
Distanciamento dos colaboradores, que 
passam a não interagirem uns com os 
outros. 
Padronização de rotinas 
A conformidade excessiva às rotinas pode 
inibir criatividade e implicar resistência às 
mudanças. 
Profissionalização dos funcionários e 
Meritocracia (mediante a existência de 
formas de avaliação objetivas, os cargos 
são ocupados por aqueles que 
efetivamente detêm a competência 
técnica – o mérito – para ocupá-los). 
O ocupante de um cargo superior exerce 
sua autoridade (=poder de decisão) sobre 
os assuntos de sua responsabilidade, 
independentemente de seu 
conhecimento técnico. 
 
 
 
 
3.2.. Teoria Estruturalista 
 
 A Teoria Estruturalista tem como principais expoentes Robert Merton, Phillip 
Selznick, Peter Blau e Richard Scott. 
Toma por base o Estruturalismo, corrente que tem em Ferdinand Saussure seu 
pilar. Saussure estuda a estrutura da língua, definindo-a como um conjunto de relações 
de equivalência ou de oposição entre seus elementos, ou seja, um conjunto de elementos 
que estabelece relações formais. 
Em termos organizacionais, a Teoria Estruturalista nasce com a tentativa de se 
criar um referencial teórico capaz de abarcar aspectos da abordagem clássica 
(administração científica e teoria clássica) e da escola de relações humanas. Os 
 
Professor Renato Fenili 
estruturalistas vêem a organização como um sistema deliberadamente construído e em 
constante relação de intercâmbio com seu ambiente. Ainda, na concepção da teoria 
estruturalista, as relações entre as partes da organização são de grande importância, o 
que leva a destacar as próprias relações entre organização formal e informal. 
Para Chiavenato (2004), "a análise das organizações do ponto de vista 
estruturalista é feita a partir de uma abordagem múltipla que leva em conta 
simultaneamente os fundamentos da Teoria Clássica, Teoria das Relações Humanas e da 
Teoria Burocrática." 
Os temas (e expressões!) centrais à Teoria Estruturalista podem ser assim 
identificados: sinergia (o todo é maior do que a simples soma das partes), foco na 
organização formal (também contemplando a informal), interdependência das partes, 
abordagem múltipla.

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