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18. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

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DIREITO PENAL
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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ATUALIZADO EM 09/04/2017
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA�
1- Introdução
Os crimes contra a administração pública estão previstos no título XI da parte especial do CP. Esse título XI está dividido em 5 capítulos. O capítulo I prevê os crimes praticados por funcionário público contra a Administração em geral. O capítulo II prevê os crimes praticados por particular contra a Administração em geral. O capítulo II-A prevê os crimes praticados por particular contra a Administração Pública estrangeira (o CP protege não apenas a Administração brasileira, como também a Administração estrangeira). O capítulo III prevê os crimes contra a Administração da Justiça. O capítulo IV prevê os crimes contra as finanças públicas.
Assim, percebe-se que existe crime contra a administração pública tanto praticado por funcionário publico como por particular.
O funcionário público, no contexto dos crimes contra a administração pública, é chamando de “intraneus” (quem está dentro da Adm Pub). Já o particular é chamado de “extraneus”. Tanto os crimes praticados por funcionários público quanto os praticados por particular, contra a Adm Pub, atentam contra o seu normal funcionamento.
2- Características importantes dos crimes contra a Administração Pública
a) Vitimização difusa: os crimes contra a Adm Pub ofendem um bem jurídico difuso. Ofendem o patrimônio público, tendo como vítima toda a coletividade. Ex.: dinheiro que era para ser empregado na segurança pública e é desviado, prejudicando toda a coletividade. Os crimes contra a Adm Pública não tem vítima determinada. 
b) Efeito boomerang: os crimes contra a coletividade tem o efeito boomerang. Esse efeito boomerang é visualizado quando o autor de um crime também é prejudicado pelo crime por ele prejudicado. Assim, os crimes contra a Administração pública possuem esse efeito boomerang.
3- Crimes praticados por funcionário público contra a Administração em Geral – Capítulo I
	Esses crimes estão nos artigos 312 ao 326, do CP. 
	Esses são os chamados “crimes funcionais”, também chamados de “delicta in officio”. Esses crimes são os crimes praticados por funcionários públicos contra a Administração Pública, no exercício da função ou em razão dela. Não basta ser crime praticado por funcionário público. Tem que ser crime praticado por funcionário público, contra a Administração Pública, no exercício da função ou em razão dela.
	Espécies de crimes funcionais: Existem os crimes funcionais próprios e os crimes funcionais impróprios ou mistos. Todo crime funcional é crime próprio ou especial. Crime próprio ou especial é aquele que reclama uma situação fática ou jurídica no tocante ao sujeito ativo: este tem que ser funcionário público. 
	Crimes funcionais próprios são aqueles em que a condição de funcionário público é essencial à tipicidade do fato. Se o agente não for funcionário público o fato será atípico. Ex.: Crime de corrupção passiva. Se retirar a condição de funcionário público do agente o fato será atípico.
	Crimes funcionais impróprios ou mistos são aqueles em que a ausência da condição de funcionário público leva à desclassificação para outro crime. Ex.: crime de peculato-apropriação, se não for praticado por funcionário publico será outro crime e não este.
	Obs.: Existem crimes funcionais previstos fora do Capítulo I, do Título XI, da Parte Especial do CP (arts. 312 a 326). Exemplo: art 300 do CP (crime de falso reconhecimento de firma ou letra – “reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma letra que não seja”. Geralmente é crime praticado por tabelião); art 301 do CP (crime de certidão ou atestado ideologicamente falso – “Atestar ou certificar falsamente, em razão da função pública, fato ou circunstância que habilite alguém...”)
- Crimes funcionais e concursos de pessoas: Será que um particular pode ser responsabilizado por um crime funcional? Ele pode praticar peculato? Resposta: Um particular SOZINHO não poderá praticar um crime funcional nunca. Agora ele poderá praticar em concurso de pessoas. Os crimes funcionais admitem o concursos de pessoas com o particular. Tudo isso está de acordo com o art. 30 do CP. O fato de ser funcionário público é elementar do crime de peculato (o particular tem que saber que o seu comparsa é funcionário público sob pena de haver a responsabilidade objetiva).
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.
	
Nesses crimes funcionais também se tutela a probidade administrativa, sem prejuízo das sanções previstas na Lei 8429/92 (lei de improbidade administrativa).
	Nos crimes contra a Administração Pública temos um caso de extraterritorialidade da lei penal: é o caso do art. 7°, I, “c”, CP. Aplica-se a lei penal brasileira até mesmo aos crimes praticados contra a Administração Pública praticados por estrangeiro.
Obs.: Progressão de regime prisional nos crimes praticados contra a Administração Pública (art. 33, §4°, CP). § 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. (Incluído pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003). Aqui, além de ter cumprido 1/6 da pena, para haver a progressão de regime deve o condenado reparar o dano.
- Conceito de Funcionário Público para fins penais: 
O art 327 do CP traz o conceito de funcionário público para fins penais. Esse art 327 do CP é uma normal penal interpretativa, porque ela ajuda na compreensão do significado de outras normas penais.
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal. §1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000).
Esse art 327 do CP adota um conceito ampliativo de funcionário público. O conceito de funcionário público do direito penal é mais amplo, mais abrangente, do que o conceito de funcionário público do direito administrativo. O que o CP chama de funcionário público é o que o direito administrativo chama de agente público. O CP, ao definir o funcionário público, se preocupa com a função pública independentemente da pessoa que a exerça. Pouco importa se é alguém que integra efetivamente a Administração ou alguém que está desempenhando função pública sem ser funcionário público (ex.: jurados do tribunal do júri. Se o jurado recebe dinheiro para absolver réu será considerado funcionário público para fins penais).
	Cuidado para não confundir “função pública” com “munus públicos”. Munus público é o encargo atribuído por lei à determinadas pessoas. Ex.: os tutores, curadores, administrador judicial na falência, inventariante judicial. Quem exerce múnus público NÃO desempenha função pública. Logo, não é funcionário público para fins penais, não praticando crimes funcionais.
 
- Artigo 327, §1°, CP: funcionário público por equiparação:
No artigo 327, §1º temos o chamado “funcionário público por equiparação”.
§1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000).
Atente-se que aqui não basta a empresa ser contratada pela Administração Pública, mas deve necessariamente desenvolver atividade típica de Administração Pública.Esse conceito de funcionário público por equiparação serve somente para o sujeito ativo do crime. Nesse artigo 327, §1°, o CP adota uma teoria restritiva: esse conceito de funcionário público por equiparação somente é adotado para as hipóteses em que o indivíduo é sujeito ativo do crime. O conceito de funcionário público por equiparação só vale para as pessoas que desempenham atividade como sujeito ativo de crime contra a Administração Pública. O conceito de funcionário público por equiparação não vale quando o agente é sujeito passivo. Neste caso sendo ele tratado como particular.
	Atenção! Em raros julgados os STJ e STF adotaram a teoria ampliativa ou extensiva, utilizando o conceito de funcionário público por equiparação tanto para o sujeito ativo quanto para o sujeito passivo (mas isso é minoritário).
*Neste julgado, foram expostas duas conclusões que merecem destaque: I - O advogado que, por força de convênio celebrado com o Poder Público, atua de forma remunerada em defesa dos hipossuficientes agraciados com o benefício da assistência judiciária gratuita, enquadra-se no conceito de funcionário público para fins penais. Sendo equiparado a funcionário público, é possível que responda por corrupção passiva (art. 312 do CP). II - O fato de o agente ter se aproveitado, para a prática do crime, da situação de vulnerabilidade emocional e psicológica da vítima decorrente da morte de seu filho em razão de erro médico pode constituir motivo idôneo para a valoração negativa de sua culpabilidade. STJ. 5ª Turma. HC 264.459-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 10/3/2016 (Info 579). - Na primeira fase da dosimetria da pena, o juiz aumentou a pena-base sob o argumento de que o réu, sabedor da situação de vulnerabilidade emocional da assistida, mãe, que acabara de perder seu filho e que objetivava a reparação por danos morais e materiais contra àqueles que haviam sido os responsáveis pela morte de seu filho, se aproveitou desta situação de abalo psicológico para perpetrar sua conduta e obter maior ganho que aquele que já lhe era devido pela celebração do convênio. Assim, o magistrado afirmou que a culpabilidade, assim entendida como reprovabilidade do crime, foi intensa (muito elevada). Esse argumento é válido? O juiz poderia ter decidido dessa forma? SIM.
- Artigo 327, §2°, CP: Causa de Aumento da pena.
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980).
	O fundamento desse aumento da pena é a maior reprovabilidade da conduta criminosa.
	Atenção: Existe, no CPP, um rito especial para os crimes funcionais, nos artigos 513 a 518, CPP. Esse rito especial é aplicável para os crimes funcionais afiançáveis. Hoje, no Brasil, com as reformas promovidas pela Lei 12.403/2011, todos os crimes funcionais são afiançáveis. Logo, para todos os crimes funcionais será aplicável esse rito especial. A grande característica desse rito especial é a possibilidade de o acusado poder apresentar resposta por escrito.
4- Artigo 312, CP: Crime de peculato.
	O peculato do art 312 do CP pode ser doloso ou culposo.
	O peculato doloso se subdivide em 3 espécies:
	a) peculato doloso na modalidade apropriação: art 312, caput, 1ª parte.
	b) peculato doloso na modalidade desvio: art. 312, caput, parte final.
	c) peculato-furto 
O peculato doloso nas modalidades apropriação e desvio (a e b) é chamado de peculato próprio(caput do art. 312, CP). O peculato furto também é chamado de peculato impróprio.
	O peculato culposo está no art. 312, §2º, CP.
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
Peculato culposo
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
	O artigo 313 prevê outra espécie de peculato: é o chamado peculato mediante erro de outrem, também conhecido como peculato-estelionato.
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
	O artigo 313-A prevê outro crime que a doutrina chama de peculato-eletrônico.
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000).
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Obs.: Origem da palavra “peculato” - a palavra “peculato” tem origem no direito romano, em uma época em que a moeda ainda não tinha sido criada, e os bois e os carneiros, chamados “pecus”, representavam as riquezas do Estado. Assim, as subtrações de bens do Estado eram chamados de peculatus.
- Objetividade jurídica:
 O bem jurídico protegido, no crime de peculato, é a Administração Pública, em seus aspectos material e moral. Aqui nesse aspecto material temos a preservação do erário (erário público é redundância! Erário já é público). No aspecto moral temos tutela da lealdade e probidade dos agentes públicos.
	O crime de peculato pode tutelar também o patrimônio de particulares? Resposta: Sim. Também existe o crime de peculato quando se tutela o patrimônio de particulares, no caso de quando o patrimônio do particular estiver sob a custódia, sob a guarda da Administração Pública (não é todo e qualquer patrimônio de particular). Ex.: se o seu carro é apreendido pela polícia rodoviária e o policial vai e se apropria do aparelho de som do seu carro (bem particular que está sob a custódia da Administração Pública). Aqui é sim crime de peculato.
	O Peculato Malversação é aquele que atinge bens particulares que estão sob a custódia da Administração Pública.
- Objetos materiais do crime de Peculato
O art. 312 fala em dinheiro, valor, ou qualquer bem móvel público ou particular. 
	Esse dinheiro pode ser nacional ou estrangeiro, não fazendo o CP qualquer distinção.
	Quando se fala em “bem móvel” atenta-se para o fato de que os “bens imóveis”, por expressa exclusão legal, não podem ser objeto do crime de peculato.
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
	E a prestação de serviços pode ser considerada bem móvel para ser objeto material de peculato? Resposta: Não. A prestação de serviços não é bem móvel e, se não é bem móvel, não pode ser objeto material de peculato. O agente público que utiliza mão de obra pública para fins particulares não há crime de Peculato, mas sim de improbidade administrativa (enriquecimento ilícito)
	Observação: Decreto Lei 201/1967, no art 1°, II – Aqui temos os crimes de responsabilidade dos prefeitos: “utilizar-se indevidamente, em proveito próprio ou alheio, de bens, rendas ou serviços públicos”. Se o agente público que utiliza indevidamente o serviço público é o prefeito o crime não será de improbidade, mas sim o crime previsto no referido Decreto lei.
# É possível aplicar o princípio da insignificância nos crimes de peculato?Resposta: Uma posição tradicional sempre entende que não. Esta é a posição majoritária no Brasil (STF/STJ). Entende que não, porque mesmo quando a coisa, materialmente falando, tem valor ínfimo, o peculato também envolve a moralidade da administração pública, a probidade do agente público, não tendo espaço para a insignificância. Ocorre que, o STF, quando foi julgar o HC 107370, admitiu excepcionalmente o princípio da insignificância nos crimes contra a Administração Pública.
	O crime de Peculato tem pressupostos: o bem deve estar sob a guarda da Administração Pública e o funcionário público deve praticar o crime aproveitando-se das facilidades proporcionadas pela sua função. Só existe Peculato quando o bem está sob a guarda da Administração Pública, e o funcionário público deve praticar o crime aproveitando-se das facilidades proporcionadas pela função. 
# Deputado Federal que utiliza do trabalho de assessor parlamentar para serviços particulares pratica crime de peculato?
O servidor público (ex: um Deputado Federal) que se utiliza do trabalho de outro servidor público (ex: assessor parlamentar) para lhe prestar serviços particulares pratica crime de peculato (art. 312 do CP)? Situação 1. Servidor público que se utiliza da mão-de-obra de outro servidor público (normalmente seu subordinado) para, em determinados momentos, fazer com que este preste serviços particulares a ele. Esta conduta não configura peculato nem qualquer outro crime. Atenção: se o indivíduo que se utilizou do servidor público for Prefeito, ele cometerá o delito do art. 1º, II, do DL 201/67. Situação 2. Servidor público que utiliza a Administração Pública para pagar o salário de empregado particular. Aqui o chefe contrata um indivíduo supostamente para ser servidor público (cargo comissionado), mas, na verdade, ele manda que a pessoa contratada preste exclusivamente serviços particulares ao seu superior. Esta conduta, em tese, configura peculato. Isso porque o dinheiro público está sendo desviado para o pagamento de um "servidor" que, formalmente está vinculado à Administração Pública, mas que, na prática, apenas executa serviços para outro servidor público no interesse particular deste último. Caso concreto: o Deputado Federal Celso Russomanno (PRB-SP) contratou para o cargo de secretária parlamentar, com remuneração paga pela Câmara dos Deputados, a senhora "SJ". Ocorre que, de acordo com a acusação, "SJ" trabalhava, na verdade, não na Câmara, mas sim na produtora de vídeo do Deputado, em São Paulo. Assim, para o MP, o Deputado utilizou a assessora para o exercício de atividade privada, embora recebendo pelos cofres públicos. A 2ª Turma do STF absolveu o réu. Segundo ficou decidido, "SJ", ainda que tenha exercido algumas atividades de interesse particular do Deputado na produtora, dedicou-se preponderantemente ao cargo de secretária parlamentar no escritório político de Celso Russomano em São Paulo, atendendo cidadãos que se sentiam lesados em suas relações de consumo. Assim, a prova dos autos demonstrou que “SJ” exercia as atribuições inerentes ao cargo de assessora parlamentar, ainda que também, algumas vezes, desempenhasse outras atividades no estrito interesse particular do parlamentar. Dessa forma, pela prova colhida, a conduta do Deputado foi penalmente atípica, uma vez que consistiu no uso de funcionário público que, de fato, exercia as atribuições inerentes ao seu cargo para, também, prestar outros serviços de natureza privada. Em outras palavras, o caso de Russomano se enquadrou na situação 1 acima explicada. STF. 2ª Turma. AP 504/DF, rel. orig. Min. Cármen Lúcia, red. p/ o acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 9/8/2016 (Info 834).
* STF recebeu denúncia contra o Senador Renan Calheiros em razão de ter desviado recursos públicos da verba parlamentar para pagamento de pensão alimentícia à filha. O Ministério Público ofereceu denúncia contra o Senador Renan Calheiros pelas seguintes condutas: • o denunciado teria desviado recursos públicos da chamada verba indenizatória (destinada a despesas relacionadas ao exercício do mandato parlamentar) para pagar pensão alimentícia à filha. Com isso, teria praticado peculato (art. 312 do CP). • além disso, ele teria inserido e feito inserir, em documentos públicos e particulares, informações diversas das que deveriam ser escritas, com o propósito de alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante (sua capacidade financeira para custear despesas da referida pensão). Isso porque o parlamentar, ao prestar contas dos valores recebidos a título de verba indenizatória, teria apresentado notas fiscais fictícias, ou seja, de serviços que não teriam sido prestados. Ademais, ele teria apresentado livros-caixa de suas atividades como pecuarista com informações supostamente falsas. Por conta desses fatos, foi denunciado pelos crimes de falsidade ideológica (art. 299) e de uso de documento falso (art. 304). Quanto ao art. 312 do CP, a denúncia foi recebida porque o STF entendeu estarem presentes indícios de autoria e materialidade minimamente suficientes. No que tange aos arts. 299 e 304 do CP, a denúncia foi rejeitada em virtude de os delitos imputados estarem prescritos. STF. Plenário. Inq 2593/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 1º/12/2016 (Info 849).
- Artigo 312, caput: Peculato Próprio, que subdivide em Peculato-apropriação e Peculato-desvio.
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
	O crime de Peculato Próprio é um crime de elevado potencial ofensivo, sendo incompatível com os benefícios da lei 9099/95.
	Tanto o peculato-apropriação quanto o peculato-desvio são crimes funcionais impróprios ou mistos: ausente a condição de funcionário público ocorrerá a desclassificação para outro crime. 
Ex.: se tirar a condição de funcionário público teremos a apropriação indébita.
	Núcleos do tipo: São 2. No peculato-apropriação é “apropriar-se” (que é comportar-se como se fosse o proprietário do bem). No peculato-desvio é “desviar” (que é conferir um destino diverso ai bem, e o agente confere esse destino diverso em proveito próprio ou alheio. Esse proveito, próprio ou alheio, pode ser material ou moral). 
E se esse valor foi desviado não em proveito de terceiro nem do funcionário público, mas sim desviado em proveito da própria Administração publica? Qual será o crime? Ex. o dinheiro foi desviado não para construir uma ponte (pois isso não dá votos), mas sim para construir creches (que dá votos). Aqui não será crime de peculato, mas sim o crime do artigo 315 do CP - crime de emprego irregular de verbas ou rendas públicas.
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
- art 312, §1º: Peculato-furto.
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
Aqui, no peculato-furto, existem 2 núcleos: o 1º é SUBTRAIR, O 2º é CONCORRER para a subtração. 
Subtrair é inverter a posse do bem. O funcionário público não estava na posse do bem, mas sim a Administração e o funcionário público vai lá e inverte a posse do bem. Aqui o funcionário público é o executor direto da subtração.
Concorrer para a subtração: Aqui quem subtrai o bem é o terceiro e não o funcionário público. Aqui a conduta do funcionário público é acessória, e a conduta do terceiro é principal. O funcionário público colabora dolosamente para a subtração de terceiro. Nessa modalidade “concorrer para a subtração” nós temos um crime de concurso necessário, reclamando a presença de ao menos 2 pessoas: o terceiro que subtrai e o funcionário público que concorre dolosamente para a essa subtração.# E se o funcionário público concorreu culposamente para a subtração de terceiro? Ex. o funcionário público sai apressado e deixa a porta da repartição aberta, colaborando culposamente para a subtração praticada por terceiro. Se a colaboração foi culposa, porém, termos o peculato culposo para o funcionário público e outro crime, normalmente o furto, para o terceiro. Nessa hipótese, do peculato culposo, NÃO há concurso de pessoas entre o funcionário público e terceiro, cada qual respondendo pelo seu crime (peculato culposo e furto, p.ex.).
-Sujeito ativo (serve para peculato apropriação, peculato desvio e peculato furto)
	Nesses 3 casos, o peculato é crime próprio ou especial: o agente deve ser funcionário público. É possível tanto a coautoria quanto a participação do particular.
Obs.: Peculato x crimes de Prefeitos: em regra, qualquer funcionário público pode praticar peculato. Os PREFEITOS só podem praticar o peculato-furto. Os prefeitos não praticam peculato-apropriação nem peculato-desvio (isso despenca nas provas), por causa do artigo 1º, I, Decreto Lei 201/1967, “apropriar-se de bens ou rendas públicas ou desviá-los em proveito próprio ou alheio”. Para o prefeito temos crime específico no Decreto-lei para as modalidades peculato apropriação e peculato desvio (aplica o princípio da especialidade). Como não há conduta correspondente para o peculato furto no Decreto lei, subsistirá o peculato-furto do CP.
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Desvio de recursos de convênio e sua aplicação em finalidade diversa Secretária de Estado que desvia verbas de convênio federal que tinha destinação específica e as utiliza para pagamento da folha de servidores não pratica o crime de peculato (art. 312 do CP), mas sim o delito de emprego irregular de verbas ou rendas públicas (art. 315). STF. 2ª Turma. Inq 3731/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 2/2/2016 (Info 813).
Diversos servidores municipais tinham empréstimos consignados cujos valores eram descontados da folha de pagamento. O Prefeito ordenou que fosse feita a retenção, mas que tais valores não fossem repassados à instituição e sim gastos com o pagamento de despesas do Município. Isso foi feito no último ano do mandato do Prefeito, quando não havia mais recursos para pagar o banco, o que só foi feito no mandato seguinte. O STF entendeu que, nesta situação, restou configurada a prática de dois delitos: arts. 312 e 359-C do Código Penal. STF. 1ª Turma. AP 916/AP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 17/5/2016 (Info 826).
Vale ressaltar que o Prefeito fez isso no último ano de seu mandato e que não havia, até o final de sua gestão, dinheiro suficiente para pagar o banco. Tais circunstâncias permitem concluir que houve a prática de mais de um delito? SIM. O Município só conseguiu pagar o banco alguns anos mais tarde, na gestão de um novo Prefeito. Isso porque o agente tomou essa atitude no final de seu mandato, quando não havia mais orçamento suficiente para quitar a dívida com a instituição financeira. Segundo o STF, este fato mostra que o então Prefeito (réu) autorizou a assunção de obrigação, sem pagar a despesa no mesmo exercício e sem deixar receita para a quitação no ano seguinte, ficando configurada a prática do crime previsto no art. 359-C do Código Penal: Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
- Sujeito passivo do crime de peculato
	O sujeito passivo é o Estado num sentido amplo, Estado enquanto Administração Pública (e não Estado-membro). O Estado é o sujeito passivo imediato. Mas também pode ser sujeito passivo do crime de peculato a pessoa jurídica de direito público, e eventualmente o particular prejudicado pela conduta criminosa (no caso de peculato malversasão).
- Elemento subjetivo (do peculato doloso):
É o dolo. No peculato-desvio, além do dolo, existe um elemento subjetivo específico, uma finalidade específica representada pela expressão “em proveito próprio ou alheio”. No peculato-furto também se exige esse requisito subjetivo específico.
-Consumação:
	
	O peculato doloso, em todas as suas 3 modalidades, é crime material ou causal - a sua consumação depende do efetivo desvio, ou efetiva subtração, ou efetiva apropriação do bem.
	Para o STF é prescindível, dispensado o lucro do agente para haver a consumação do peculato doloso em qualquer de suas modalidades.
- Reparação do dano no peculato doloso:
	A reparação do dano no peculato doloso NÃO extingue a punibilidade. Essa reparação do dano no peculato culposo, dependendo do momento em que ocorrer, poderá caracterizar o arrependimento posterior do art, 16 do CP (se a reparação ocorrer antes do recebimento da denúncia); ou a atenuante genérica do art. 65, III, do CP (se ocorrer depois do recebimento da denúncia, mas antes da sentença).
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
III - ter o agente:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984);
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;
-Peculato e Tribunal de Contas:
	
A aprovação das contas pelo Tribunal de Contas NÃO exclui o crime de peculato.
O oferecimento de denúncia não precisa da rejeição de contas pelo Tribunal de Contas. Não precisa esperar o TC emitir a sua decisão para oferecer denúncia.
	
- Tentativa
	A tentativa é possível em todas as modalidades de peculato doloso. 
- Ação Penal
	Em todas as modalidades do Peculato, e mais do que isso, EM TODOS OS CRIMES FUNCIONAIS, a ação penal é pública incondicionada.
- Peculato-culposo – art. 312, §2°, CP.
	§2º Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem. Pena de detenção de três meses a um ano.
	É infração de menor potencial ofensivo.
	Esse crime de peculato culposo depende de 2 requisitos fundamentais:
I- conduta culposa do funcionário público
II- prática de crime doloso por terceiro, aproveitando-se da facilidade culposamente proporcionada pelo funcionário público.
Aqui não há concurso de pessoas. O agente público não sabe que o terceiro vai cometer crime em virtude da facilidade por ele causada.
Para existir o peculato culposo não basta que o funcionário público pratique uma conduta culposa. É preciso haver um terceiro praticando um crime doloso se aproveitando dessa situação de facilidade que o funcionário público proporcionou. Ex.: O funcionário público ao sair da repartição deixa a porta aberta. O terceiro, se aproveitando dessa facilidade, entra e furta computadores. O funcionário público responderá por peculato culposo e o terceiro por furto.
O peculato culposo se consuma no momento da prática do crime doloso pelo terceiro (e não do ato culposo praticado pelo funcionário público).
O peculato culposo não admite tentativa.
- Reparação do dano no peculato culposo
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
A reparação do dano antes do trânsito em julgado extingue a punibilidade. Se houver a reparação do dano posterior ao transito em julgado reduz a pena de metade. 
A extinção da punibilidade não exclui a responsabilidade administrativa do funcionário público. Ele pode ser investigado num processo administrativo, ser réu num processo de improbidade administrativa,etc.
*No crime de concussão, a situação de flagrante delito configura-se no momento da exigência da vantagem indevida (e não no instante da entrega). Isso porque a concussão é crime FORMAL, que se consuma com a exigência da vantagem indevida. Assim, a entrega da vantagem indevida representa mero exaurimento do crime que já se consumou anteriormente. Ex: funcionário público exige, em razão de sua função, vantagem indevida da vítima; dois dias depois, quando a vítima entrega a quantia exigida, não há mais situação de flagrância considerando que o crime se consumou no momento da exigência, ou seja, dois dias antes. STJ. 5ª Turma. HC 266.460-ES, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 11/6/2015 (Info 564). 
DOS CRIMES PRATICADOS POR
PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
- Desobediência
        Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
        Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
#DEFENSORIA: Não configura o crime de desobediência (art. 330 do CP) a conduta de Defensor Público Geral que deixa de atender à requisição judicial de nomeação de defensor público para atuar em determinada ação penal. STJ. 6ª Turma. HC 310.901-SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 16/6/2016 (Info 586).
- A Constituição Federal assegura às Defensorias Públicas autonomia funcional e administrativa (art. 134, § 2º). A autonomia administrativa e a independência funcional asseguradas constitucionalmente às Defensorias Públicas não permitem que o Poder Judiciário interfira nas escolhas e nos critérios de atuação dos Defensores Públicos que foram definidos pelo Defensor Público-Geral. O destinatário da ordem não tinha obrigação jurídica de cumpri-la. A Defensoria Pública é instituição dotada de autonomia funcional e administrativa, de modo que um magistrado não tem o poder de entrar na discricionariedade do chefe de uma instituição e dizer onde esse deve ou não alocar os Defensores Públicos da instituição a qual chefia. Logo, como a ordem dada foi ilegal e inconstitucional, não é apta a tipificar o crime de desobediência.
CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
# INFO 553, STJ – 2015 
# INFO 554, STJ – 2015:
*#ATENÇÃOMP: Configura crime de contrabando (art. 334-A do CP) a importação de colete à prova de balas sem prévia autorização do Comando do Exército. STJ. 6ª Turma. RHC 62.851-PR, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 16/2/2016 (Info 577).
- Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos. § 1º Incorre na mesma pena quem: II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de registro, análise ou autorização de órgão público competente;
- A Portaria nº 18 do DLOG, publicada em 19/12/2006, regulamenta as normas de avaliação técnica, fabricação, aquisição, importação e destruição de coletes balísticos e exige determinadas condições aos compradores e importadores desse tipo de artefato, dentre elas, a autorização prévia do Comando do Exército e a restrição de importação a determinados órgãos e pessoas.
- A jurisprudência não admite a aplicação do princípio da insignificância para o crime de contrabando, haja vista que o bem jurídico tutelado não possui caráter exclusivamente patrimonial, pois envolve a vontade estatal de controlar a entrada de determinado produto em prol da segurança e da saúde pública.
- A importação de colete à prova de balas não se enquadra em nenhum tipo penal previsto no Estatuto do Desarmamento? NÃO. O Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/2003) prevê crimes nos arts. 12 a 18. Aquele que poderia gerar algum tipo de dúvida seria justamente o art. 18. Contudo, o colete à prova de balas não pode ser considerado um acessório de armas de fogo. 
*#IMPORTANTE: #INFORMATIVO: #STJ: Quando o falso se exaure no descaminho, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido, como crime-fim, condição que não se altera por ser menor a pena a este cominada. STJ. 3ª Seção. REsp 1.378.053-PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 10/8/2016 (Info 587).
*Se o denunciado pelo crime de descaminho fizer o pagamento integral da dívida tributária, haverá extinção da punibilidade? NÃO. Segundo a posição atual do STJ, o pagamento do tributo devido NÃO extingue a punibilidade do crime de descaminho. STJ. 5ª Turma. RHC 43.558-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 5/2/2015 (Info 555). 
�Este material foi produzido pelos coaches com base em anotações pessoais de aulas, referências e trechos de doutrina, informativos de jurisprudência, enunciados de súmulas, artigos de lei, anotações oriundas de questões, entre outros, além de estar em constante processo de atualização legislativa e jurisprudencial pela equipe do Ciclos R3.
CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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