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Trabalho interdisciplinar do primeiro período - UNOPAR


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SUMÁRIO
31 - INTRODUÇÃO	�
42 – BREVE HISTÓRICO DO CAPITALISMO	�
2.1 - Fases do capitalismo...........................................................................................5
2.2 - O princípio da desigualdade................................................................................6
3 - ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS DA DESIGUALDADE SOCIAL...........................6
3.1 - Desigualdade no acesso à educação..................................................................7
3.2 - Desigualdade no acesso à saúde........................................................................7
3.3 - Violência urbana..................................................................................................8
3.4 - Iniciativas adotadas para minimizar as desigualdades........................................8
4 - CONCLUSÃO.......................................................................................................10
REFERÊNCIAS..........................................................................................................11
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1 – INTRODUÇÃO
Esse trabalho tem por finalidade informar de maneira sucinta e resumida ao leitor, a maneira como o capitalismo estabeleceu-se historicamente no cenário mundial como forma de produção, estabelecendo ditames sócio-político e econômicos que foram determinantes no surgimento de elementos de desigualdade social presentes até os dias atuais. No primeiro capítulo iremos expor um pouco do histórico do capitalismo e suas fases, apresentando no segundo algumas das desigualdades existentes no mundo contemporâneo e medidas adotadas a fim de minimizá-las.
2 – BREVE HISTÓRICO DO CAPITALISMO
Segundo Martinelli (2007), o capitalismo tem uma história com extensa duração e sua origem nos remete às mais variadas experiências políticas, sociais e econômicas. Acredita-se que o marco inicial do capitalismo tenha ocorrido na idade média, onde o sistema de trocas tornou-se mais complexo pois começou a ter a finalidade de acumular riqueza e lucro, deixando as propriedades feudais de ter um caráter autossuficiente para dar início ao seu uso por arrendamento, sendo a mão de obra remunerada com um salário. Essas mudanças acontecem a partir do surgimento de uma classe de comerciantes e artesãos que viviam fora da propriedade feudal habitando uma área externa (os chamados burgos que dariam nome à classe social emergente) e tinham como premissa o lucro e a circulação de bens para comércio em diferentes regiões.
[...] As relações de produção no campo são invadidas pela variável comercial, as trocas se tornam cada vez mais complexas, pois passam a ter como objetivo a acumulação da riqueza e o lucro. A separação entre os camponeses e a terra, entre o produtor e os meios de produção, vai infiltrando-se sorrateiramente, fazendo-se acompanhar o seu habitual corolário, divisão social do trabalho. Iniciando-se como a primeira ruptura entre a fiação e a tecelagem [...] Aquela economia natural da sociedade medieval entra em compasso de descaracterização progressiva, sendo substituída por novas formas de troca, que acentuam a separação entre proprietário e produtor (MARTINELLI, 2007, p. 31).
Forti e Brites (2013) nos mostram que durante esse período foi estabelecida uma nova ordem prática monetária em que o comerciante substituía o valor de uso das mercadorias pelo seu valor de troca começando a economia a se basear em quantias que determinavam numericamente o valor de cada mercadoria, assim o comerciante deixou de julgar o valor das mercadorias com referência em sua utilidade e demanda para calcular custos e lucros a serem convertidos em determinada quantia monetária, visando sempre o acúmulo de capital. A partir das ideias desenvolvidas com a revolução francesa a burguesia começou a se estabelecer como classe em ascensão, alinhou seus interesses às necessidades do povo de modo a estimular a queda da monarquia e o absolutismo, gerando dentre outras ideologias a busca pelo direito de ir e vir, a fim de possibilitar as trocas e relações econômicas reduzindo as intervenções das Nações-Estado.
[...] A burguesia surge no cenário sócio-político como classe revolucionária que luta contra os privilégios que tanto incomodavam os populares que mantinham a economia e pagavam impostos naquela época. Daí o porquê de ter aglutinado um enorme contingente populacional em torno do seu projeto. Um projeto que em função dos interesses burgueses, proclamava valores contrários aos privilégios dos nobres (e parasitários) e, com isso, simultaneamente, interessava às camadas populares contando com sua aprovação e força social para a luta. (FORTI E BRITES, 2013, p. 36).
Constatamos então, que o capitalismo surge do conflito entre as forças produtivas e as relações feudais, a relação entre a burguesia e a monarquia deixa de ser harmônica à medida que a manutenção de privilégios da nobreza se torna obstáculo ao desenvolvimento burguês, se estabelecendo então em meados do século XVIII como classe dirigente acentuando-se os conceitos criados por Marx da existência de duas classes na sociedade, a burguesia e o proletariado, onde a primeira detém o capital enquanto a última tem sua própria mão de obra oferecida como objeto de troca.
O capitalismo é um sistema de produção de mercadoria que toma a própria força de trabalho como uma mercadoria, ou seja, um objeto de troca como outro. Conforma um tipo de organização social em que a mercadoria atravessa a sociabilidade, dada a preeminência do valor de troca e, por conseguinte, do trabalho alienado, uma vez que estes são os elementos que lhe servem de fundamento e finalidade. (FORTI E BRITES, 2013, p. 36).
2.1 – As fases do capitalismo
De acordo com Martinelli (2007), essas mutações marcaram a passagem da idade média para a moderna, em torno dos séculos XVI ao XVIII acontece o capitalismo comercial ou pré-capitalismo, marcado pelas grandes navegações empreendidas de modo a promover a expansão comercial e o domínio de novas áreas para explorar economicamente através do processo de colonização. A partir do século XVIII descobrem-se novos meios de produção, dentre eles os principais foram a descoberta da máquina a vapor e o tear mecânico, invenções que iniciaram a revolução industrial e marcaram o período chamado de capitalismo industrial, em que inovações ocorreram com elevado progresso tecnológico. A partir do século XX os grandes marcos de desenvolvimento concentram-se nos sistemas bancários e grandes instituições financeiras, que aliados à globalização passam a expor e tornar desejáveis seus produtos em todo o mundo, características que evidenciam o Capitalismo Monopolista-Financeiro, que perdura até nossa atualidade.
2.2 – O princípio da desigualdade
Martinelli (2007) expressa em sua obra, que o desenvolvimento tecnológico, a obtenção de matérias primas por baixo custo e a expansão do mercado consumidor fizeram com que o sistema capitalista gerasse uma situação de grande antagonismo, o ápice do enriquecimento das elites capitalistas e o empobrecimento da classe operária. O capitalismo obtém riquezas às custas da exploração de mão de obra e a formação de grandes monopólios industriais. Assim sendo, a exploração do trabalho acaba por mostrar-se uma característica do modo de produção capitalista, onde os proprietários dos meios de produção pagam um valor aquém ao devido pelo trabalho produzido, sendo essa distância entre o valor do produto produzido pelo operário e o despendido para custear sua mão de obra um fator estudado e denominado por Karl Marx como MAIS-VALIA (o lucro do patrão), houve muitas revoltas dos trabalhadores estimuladas pelos mais diversos motivos, dentre eles os baixos salários, o investimento dos produtores em maquinários que reduziam a necessidade de mão de obra gerando desemprego, condições insalubres de trabalho e longa jornada, entre outros.
Em sua fase inicial, correspondente aos primeiros fluxos expansionistas da revolução industrial e daascensão do capitalismo, a revolta dos trabalhadores era contra a submissão da vida humana aos interesses do capital, contra a humilhação cotidiana que os capitalistas lhes impunham, transformando-os em mera condição de expansão do seu capital violentando a sua dignidade de ser humano, cuja força de trabalho era comprada a preços cada vez mais degradantes. (MARTINELLI, 2007, p. 43).
3 – ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS DA DESIGUALDADE SOCIAL 
Como vimos até agora, a implantação do sistema capitalista no cenário mundial cria desde seus primórdios vários problemas decorrentes da desigualdade social, iremos agora abordar alguns deles e as medidas adotadas para minimizar essa questão social que instalou-se historicamente no seio de nossa sociedade.
3.1 - Desigualdade no acesso à educação
Castro (2009) defende que é o tema de maior relevância e indiscutivelmente o maior problema brasileiro, pois é o ponto de partida para todos os outros, portanto uma diminuição significativa dessa mazela seria uma base para erradicação de todos os problemas sociais. 
Ao evidenciar este tema, um dos fatores responsáveis pela desigualdade social em nosso país é a falta de acesso à educação de qualidade, conclui-se que aqueles que tem melhores condições financeiras passam a ter muitas vantagens em relação a classe pobre em função do acesso à melhor educação e de melhor escolaridade, com isso passa a ter maiores oportunidades no mercado de trabalho, perpetuando assim a desigualdade social.
Quanto mais o ser humano estiver preparado educacionalmente mais estará capacitado para o exercício pleno de seus direitos políticos e de cidadania. Ninguém desconhece que a pobreza é um mal que se alastra por todos os países, porém, nos níveis do Brasil, a quinta economia mundial é um fenômeno que não se justifica exceto por uma política econômica concentradora onde as benesses das riquezas produzidas correm unicamente para as mãos de uma minoria que predomina desde o descobrimento, só assim se pode justificar tanta miséria e desigualdade.
Contudo, a desigualdade mais visível para a sociedade é a econômica, que tem como uma de suas origens a baixa escolaridade de nosso povo, principalmente para aqueles que não nasceram sob o manto da classe dominante.
3.2 - Desigualdade no acesso à saúde
Conforme nos apresenta a Constituição Federal de 1988, a saúde é um direito de todos, sendo esse direito assegurado através do Sistema Único de Saúde (SUS), que realiza ações de promoções, prevenção e assistência à saúde. 
Carvalho (1993) nos elucida que o modelo adotado anteriormente dividia os brasileiros entre os que participavam da economia formal (carteira assinada) e os definidos como indigentes, (parcela da população que não tinha nenhum direito à assistência), os últimos recebiam assistência como um favor, normalmente oferecido apenas por poucas unidades de saúde especializadas e instituições de caráter filantrópico. No entanto, ainda hoje fala-se de implantar o SUS efetivamente, dadas as grandes discrepâncias do Sistema, havendo dificuldades em prestar assistência à população e inclusive diferenças significativas na distribuição de verbas entre os estados, sendo assim, mais uma vez fica evidenciado que a população com maior poder aquisitivo tem acesso à melhor assistência médico-hospitalar, pagando pelos serviços oferecidos no setor privado.
3.3 – Violência urbana
Segundo Pinheiro e Almeida (2003), a violência urbana é um dos maiores problemas sociais gerados no Brasil, e tem crescido cada dia mais, dentre elas, podemos citar alguns exemplos: violência contra à mulher, contra crianças, adolescentes, idosos (violência física, psicológica, sexual e negligências), violência no trânsito, violência contra moradores de rua e até violência policial, sendo todas elas complexas e ligadas às questões socioeconômicas, demográficas, culturais e políticas. Sabemos que as soluções nem sempre são eficazes, pois requerem dedicação a longo prazo das autoridades públicas na área a ser trabalhada, fazendo com que em muitos casos, a vítima desista de receber ajuda.
A pobreza e a desigualdade social são os principais fatores que estimulam a violência urbana e a criminalidade, subvertem e desvirtuam a condição humana, drenam recursos públicos (já escassos), ceifam vidas (especialmente as dos jovens e dos mais pobres) e dilaceram famílias, modificando nossas existências dramaticamente para pior.
3.4 – Iniciativas adotadas para minimizar as desigualdades
Na página www.programadogoverno.org do Governo Federal, temos apresentados alguns dos programas sociais criados em busca de transformar o Brasil em um país melhor, sem miséria e com redução da desigualdade social. Dentre eles temos o Bolsa Família, em funcionamento há dez anos num conjunto de esforços da União, Distrito Federal, Estados e Municípios, é o principal responsável pela saída da situação de extrema pobreza de milhões de brasileiros; Minha Casa Minha Vida, programa que beneficia famílias que possuem baixa renda proporcionando acesso ao financiamento habitacional oferecido na maioria dos empreendimentos pela Caixa Econômica Federal, o programa funciona em parceria com estados, municípios, empresas, e entidades sem fins lucrativos, criando condições propícias à várias famílias para adquirir a casa própria; Programa Luz Para Todos, que diminui em 16,2% a tarifa de energia para consumidores de baixa renda; Programa Crack, idealizado com o objetivo de enfrentar mais um grande problema da sociedade contemporânea, foi implantado em 2011, e prevê que é possível vencer o vício com base em três ações: aumentar a oferta de tratamento de saúde e atenção aos usuários, enfrentar o tráfico de drogas e as organizações criminosas e ampliar atividades de prevenção por meio de educação, formação e capacitação para as famílias brasileiras. Todos esses esforços tencionam criar um brasil sem recessão e com condições de se tornar uma grande potência econômica no cenário mundial. 
4 - CONCLUSÃO
Concluímos portanto, que a desigualdade social data dos primórdios do capitalismo, faz parte de sua essência desde que abandonou-se o sistema feudal. Em virtude dos seus propósitos (enriquecimento e acumulação de renda) acaba por gerar sérias consequências que criam várias questões sociais, questões essas as quais o poder público e a sociedade contemporânea como um todo devem esforçar-se por despender esforços a fim de criar uma sociedade um pouco mais igualitária, concedendo acesso das massas aos serviços essenciais, alimentação e moradia dignas, minimizando o sofrimento de milhões atingidos em todo o mundo pelas mazelas advindas desse modo de produção.
REFERÊNCIAS
MARTINELLI, Maria Lúcia. Serviço social: identidade e alienação. São Paulo: Cortez, 2007.
FORTI, V.; BRITES, C. M. Direitos humanos e serviço social: polêmicas, debates e embates. 3. Ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2013.
CASTRO, Jorge Abrahão de. Evolução e desigualdade na educação brasileira. Educação & Sociedade: Campinas, v. 30, n. 108, out. 2009.
Constituição da República Federativa do Brasil, Brasília, 05 out 1988.
CARVALHO, Gilson de Cássia Marques. O momento atual do SUS... a ousadia de cumprir e fazer cumprir a lei. Saúde e Sociedade: São Paulo, v. 2, n. 1, abr. 1993.
PINHEIRO, Paulo Sérgio; ALMEIDA, Guilherme Assis de. Violência Urbana. São Paulo: Publifolha, 2003.
GOVERNO FEDERAL. PROGRAMAS DO GOVERNO. Disponível em: http//www.programadogoverno.org/. Acesso em 16 maio 2016
Sistema de Ensino Presencial Conectado
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ACUMULAÇÃO CAPITALISTA:
ALGUMAS DESIGUALDADES geradAs 
por esse MODO DE PRODUÇÃO
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ALGUMAS DESIGUALDADES geradAs 
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Portfólio apresentado ao Curso de Serviço Social da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para as disciplinas de Metodologia Científica, Acumulação Capitalista e Desigualdade Social, Antropologia e Formação Social, Política e Econômica do Brasil.
Orientador: professores José Adir Lins Machado, Rosane Aparecida Belieiro Malvezzi, Elias Barreiros e Aline Vanessa Locastre.
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