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Conceitos básicos do comércio internacional

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CONCEITOS BÁSICOS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL
Balanço de Pagamentos – Registro das Contas Nacionais. Nele são registradas todas as entradas e saídas de moeda estrangeira no país. O balanço de pagamentos é composto por 2 grandes contas: conta corrente e conta capital. A conta corrente é subdividida em 3 sub-contas: balança comercial, serviços e transferências unilaterais.
Balança Comercial – Registro dos valores referentes às compras e vendas externas de bens tangíveis. O saldo dos valores referentes às exportações, menos os valores referentes às importações, definem o saldo da balança comercial. A balança comercial brasileira tem especial importância para a economia nacional, uma vez que viabiliza os pagamentos externos do país, em especial no que se refere ao pagamento dos juros relativos à dívida externa.
Risco País - O risco país é um índice denominado Emerging Markets Bond Index Plus (EMBI+) e mede o grau de "perigo" que um país representa para o investidor estrangeiro. A interpretação dos investidores é de que quanto maior a pontuação do indicador de risco, mais perigoso fica aplicar no país. Assim, para atrair capital estrangeiro, o governo tido como “arriscado” deve oferecer altas taxas de juros para convencer os investidores externos a financiar sua dívida – ao que se chama prêmio pelo risco.
O risco país é calculado por agências de classificação de risco e bancos de investimentos. O banco de investimentos americano J. P. Morgan, que possui filiais em diversos países latino-americanos, foi o primeiro a fazer essa classificação. Deve-se enfatizar que o equivocadamente denominado Risco-País não é uma taxa de risco, mas um spread. Ele é definido e calculado pela simples diferença entre duas taxas de juros: a do país, e a dos títulos do governo americano (ambas na mesma moeda), usada como taxa-padrão.
Tecnicamente falando, o risco país é a sobretaxa que se paga em relação à rentabilidade garantida pelos bônus do Tesouro dos Estados Unidos, país considerado o mais solvente do mundo, ou seja, o de menor risco para um aplicador não receber o dinheiro investido acrescido dos juros prometidos.
Essa sobretaxa é determinada, principalmente, por aspectos como o nível do déficit fiscal, as turbulências políticas, o crescimento da economia e a relação entre arrecadações e a dívida de um país.
Custo Brasil – termo genérico, usado para descrever o conjunto de dificuldades estruturais, burocráticas, ideológicas e econômicas que oneram a produção e o investimento no Brasil, retirando a competitividade dos produtos, empresas ou setores brasileiros, dificultando o desenvolvimento nacional, aumentando o desemprego, o trabalho informal, a sonegação de impostos e a evasão de divisas. 
Exemplos do Custo Brasil são: Carga tributária excessiva; altas taxas de juros reais elevadas; péssimo sistema educacional; incerteza político-ideológica crônica; baixa eficiência portuária, com taxas elevadas e tempos de carga e descarga excessivos; burocracia excessiva para importação e exportação, dificultando o comércio exterior; legislação fiscal complexa, dando margem a subterfúgios que tornam as operações desnecessariamente complexas e arriscadas; corrupção administrativa elevada.
Câmbio – Troca compulsória de moeda. O Banco Central do Brasil detém o “Confisco Cambial”, isto é, toda a moeda estrangeira que entra no País, resultante de vendas de bens e serviços ao exterior, é comprada pelo Banco Central. Da mesma forma, para pagamento das importações as empresas brasileiras precisam comprar a moeda do Banco Central. Estas operações (compra e venda de moeda) se dão através dos bancos negociadores de câmbio e corretoras autorizadas pelo Banco Central do Brasil.
Em uma negociação internacional as partes precisam estabelecer em qual moeda o pagamento será efetuado. Ao se cambiar esta se realizando o que chamamos de conversibilidade da moeda nacional pela estrangeira ou vice versa.
Taxa de Câmbio – é um índice fornecido pelo mercado. O Banco Central tira uma média de todas as negociações realizadas diariamente (todas as movimentações de compra e venda de moeda).
2. Principais Instrumentos Indutores do Comércio Exterior de um País
Cabe ao Governo gerar as condições necessárias e induzir os empresários à inserção e à consolidação de seu comércio no campo mundial, atendendo ainda às prioridades do País. Para isso, deve ser traçada uma Política de Comércio Exterior, onde os principais instrumentos são: tributário/fiscal; monetário/cambial; administrativo (burocrático); creditício; de promoção e de infraestrutura/logística.
2.1. Tributário / Fiscal - é o instrumento que o Governo utiliza para, através do aumento ou redução de arrecadação de tributos (em especial, o Imposto de Importação), estimular ou desestimular o movimento de exportações e importações no País.
2.2. Monetário / Cambial - em princípio, a valorização da moeda nacional aumenta seu poder de compra e, portanto, facilita as importações. A desvalorização, ao contrário, diminui o poder de compra e reduz o custo do produto nacional, frente ao mercado externo, facilitando as exportações. Entretanto, produtos de exportação que contenham componentes importados terão reduzido o benefício do aumento de competitividade pela desvalorização da moeda. 
2.3. Administrativo - São as normas e regulamentos que permitem ao Governo o acompanhamento e a indução ao aumento ou redução do movimento de entrada e saída de mercadorias no País. Apesar de todos os procedimentos do Governo serem resultados da burocracia, apenas as normas excessivas e/ou desnecessárias são vistas como “procedimentos burocráticos”.
2.4. Creditício - É a disponibilização de linhas de crédito que estimulam a maior compra ou maior venda de produtos nacionais, complementadas por instrumentos de garantia de crédito. É fundamental no comércio exterior brasileiro, haja vista que permite a produção para exportação, bem como o financiamento ao comprador externo, com taxas de juros diferenciadas.
2.5. Promoção - dividida em Promoção Comercial e Promoção de Investimentos, é instrumento fundamental para o estímulo à exportação. A promoção comercial alcança diversas atividades, desde a capacitação do profissional para o comércio exterior, até a apresentação do produto em feiras, ou mesmo a criação de estruturas de comercialização. O planejamento de investimentos nacionais prevê, cada vez mais, em nível mundial, a participação conjunta do Governo e iniciativa privada, no esforço de captação e aplicação de capital para desenvolvimento de setores específicos, sob a forma de PPP – Parceria Público-Privada. 
2.6. Infraestrutura/Logística - O comércio exterior de um país depende não apenas de um bom produto, mas de uma infraestrutura de produção e transporte, além de logística de comercialização, capazes de adicionar competitividade ao produto final. 
3. Principais Órgãos Nacionais na Política do Comércio Exterior Brasileiro 
A execução da Política de comércio exterior se dá através dos Órgãos Normativos, Executivos e de Apoio, que devem servir, inclusive, de “interface” entre governo e empresa. 
3.1 Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) - É o principal órgão de comércio exterior do Brasil, integrando o Conselho de Governo. Tem por objetivo a formulação, adoção, implementação e a coordenação de políticas. Embora, sob a presidência do MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e atividades relativas ao comércio, é um organismo de caráter deliberativo, que deve coordenar as ações de comércio exterior, atuando como uma entidade supra ministerial. A CAMEX é integrada pelo Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que a preside, pelos Ministros Chefe da Casa Civil; da Fazenda; do Planejamento, Orçamento e Gestão; das Relações Exteriores; e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 
3.2 Ministério da Fazenda - de acordo com a Constituição é o Ministério responsável pelo controledo comércio exterior brasileiro, mantendo, sob sua alçada, a Autoridade Aduaneira Nacional – Secretaria da Receita Federal, além da Autoridade Monetária – Banco Central do Brasil, dois dos principais órgãos normativos do comércio exterior brasileiro, gestores do Sistema Integrado de Comércio Exterior. Participa, assim, diretamente da formulação, orientação, coordenação e execução da política de comércio exterior do País, no que se refere aos campos fiscal, tributário, aduaneiro e cambial. 
Além dos órgãos citados, também pertencem ao Ministério da Fazenda a Secretaria de Assuntos Internacionais, responsável pelas negociações dos créditos brasileiros no exterior, de comércio e investimentos, no âmbito do BIRD, FMI e OMC e de outros organismos internacionais e tratativas referentes ao MERCOSUL, ALADI, ALCA e demais blocos econômicos; e a Secretaria do Tesouro Nacional, responsável pela provisão de fundos e participação na determinação de diretrizes do PROEX – Programa de Financiamento às Exportações de Bens e Serviços.
3.3 Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - o Ministro é também o Presidente da CAMEX, liderando a formulação da Política de Comércio Exterior Brasileiro, vez que tem, sob sua alçada, a SECEX – Secretaria de Comércio Exterior, principal executor dessa, através da elaboração das normas referentes aos aspectos comerciais. Também pertencem ao MDIC: INMETRO, ponto focal do Acordo de Barreiras Técnicas, firmado na OMC e o INPI, além da Secretaria de Tecnologia Industrial, responsável pelo desenvolvimento de serviços ligados à tecnologia da informação, inclusive para exportação. Ainda como órgão vinculado ao MDIC temos a APEX Brasil – Agência de Promoção das Exportações.
3.4 Órgãos Gestores do SISCOMEX - responsáveis pela normatização do comércio exterior e gestão do Sistema Integrado de Comércio Exterior, a SECEX- Secretaria de Comércio Exterior, o BACEN- Banco Central do Brasil e a Secretaria da Receita Federal constituem uma força interministerial em torno do SISCOMEX, conduzindo, de forma conjunta e complementar, a Política de Comércio Exterior Brasileira.
SECEX - Secretaria de Comércio Exterior – do Ministério da Indústria, Comércio e Comércio Exterior. Tem com atribuições e objetivos principais: incrementar a participação do Brasil no comércio mundial; formular propostas de políticas e programas de comércio exterior e estabelecer normas para sua implementação; coordenar a aplicação de defesa contra práticas desleais de comércio, bem como de medidas de salvaguardas comerciais; otimizar a participação brasileira em negociações de comércio exterior; aperfeiçoar o sistema operacional do comércio exterior brasileiro; e elaborar e disseminar informações sobre o comércio exterior. A SECEX é formada por 4 departamentos: DECOM – Departamento de Defesa Comercial - responsável pela normatização e aplicação dos mecanismos de defesa contra práticas de dumping, subsídios, além de medidas compensatórias e salvaguardas, de acordo com os preceitos da OMC – Organização Mundial do Comércio. DECEX – Departamento de Operações de Comércio Exterior - responsável pelos aspectos comerciais da operação, como análise de preços, licenciamento de importação e exportação, emissão de documentos, drawback, ex tarifários, controles administrativos, cumprimento de mandados e retificações de DI, redução de imposto de renda em promoções à exportação, registro de crédito, operações back to back, alteração de RE averbada, rebate/desconto, e outros procedimentos ligados aos aspectos comerciais do comércio exterior; DEPLA – Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comércio Exterior - responsável por propor e acompanhar a execução das políticas e dos programas de comércio exterior; DEINT – Departamento de Negociações Internacionais - responsável pela preparação das negociações de acordos e convênios internacionais a serem assinados pelo Governo brasileiro, no que diz respeito aos aspectos comerciais. 
3.4.2. BACEN – Banco Central do Brasil - Órgão do Ministério da Fazenda, que tem como principais funções vinculadas ao comércio exterior: legislar sobre operações de câmbio de exportação e financeiras; efetuar o controle dos capitais estrangeiros nos termos da lei; exercer a fiscalização das instituições financeiras e aplicar as penalidades previstas em lei; atuar no sentido de funcionamento regular no mercado cambial da estabilidade relativa das taxas de câmbio e equilíbrio no balanço de pagamentos, podendo comprar e vender ouro e moedas estrangeiras.
	As normas e operações de câmbio estão no âmbito do SISBACEN – Sistema de Câmbio do Banco Central. Cabe também ao BACEN a fiscalização das operações de hedge. 
SRF - Secretaria da Receita Federal - é subordinada ao Ministério da Fazenda e no Título IX – “Das Disposições Constitucionais Gerais”, o art.237 determina – “A fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essencial à defesa dos interesses fazendários nacionais, serão exercidos pelo Ministério da Fazenda.” Compete, portanto, à Receita Federal, o controle do fluxo de mercadorias nas fronteiras e o recolhimento dos impostos federais devidos, nos casos em que se aplicam. A Secretaria da Receita Federal é, portanto, a autoridade aduaneira no Brasil e, como tal, responsável pela fiscalização da entrada e saída de mercadorias no País. Cabe também à SRF, como autoridade arrecadadora, a cobrança do imposto de importação, complementado pelo Imposto de Importação e ICMS, indispensáveis ao processo de nacionalização da mercadoria importada.

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