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filosofia resumo

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Zé Moleza | TCC, monografias e trabalhos feitos. Pesquise já!
CADASTRE-SELOGINFILOSOFIA ANTIGA
O surgimento da filosofia na Grécia antiga
Existia entre os diversos povos da humanidade um pensamento que antecedia o modo de pensar filosófico, o pensamento mítico. Este consistia na forma pela qual um povo procurava explicar os aspectos principais da realidade em que vive, como a origem do mundo, as origens do povo e seus valores básicos, os processos naturais e o funcionamento da natureza. Visto que este pensamento baseava-se em lendas e narrativas míticas, ele não era fundamentado ou justificado, apelando ao sobrenatural e ao mistério como forma de explicar a realidade.
O pensamento filosófico-científico representa uma ruptura radical com o pensamento mítico, enquanto forma de explicar a realidade. Os pensadores deste sistema elaboraram um conjunto de noções e conceitos básicos das teorias sobre a natureza: a physis, a causalidade, a arqué (elemento primordial), o cosmo, o logos, o caráter crítico. Essas noções como método científico de investigação constituem o ponto de partida de uma visão de mundo, que apesar das inúmeras transformações ocorridas, continuam parte de nossa maneira de compreender a realidade hoje.
Os filósofos pré-socráticos
A leitura, discussão e interpretação destes filósofos envolve grande dificuldade, pois não existem muitos registros escritos de suas obras, que acabaram sendo conhecidas apenas por meios indiretos. A filosofia era vista essencialmente como discussão e debate, raramente possuindo forma escrita. Existem nessa fase algumas escolas que veremos a seguir: a Escola Jônica, a Escola Italiana, a Escola Eleática e a Escola Atômica.
A Escola Jônica tem como seu expoente Tales de Mileto, considerado o primeiro filósofo, caracterizando-se pela explicação da realidade natural a partir dela mesma sem buscar o sobrenatural, e também, pelo caráter crítico de sua doutrina. A Escola Italiana de Pitágoras tinha um caráter semi-religioso e iniciático, pois ainda existia a permanência de elementos míticos e religiosos neste pensamento. Uma das contribuições principais dos pitagóricos à filosofia e ao desenvolvimento da ciência é a matemática, sobretudo na geometria. A Escola Atomista tem como fundador Leucipo, sustentando a doutrina que a realidade consiste em átomos e no vazio, os átomos se atraindo e se repelindo, e gerando com isso os fenômenos naturais e o movimento.
Ainda temos neste período a controvérsia entre mobilistas e monistas. Trata-se do primeiro grande conflito de paradigmas na tradição filosófica, dando origem a duas grandes correntes de pensamento. A corrente dos mobilistas, defendida por Heráclito, que valoriza a pluralidade do real, a contribuição de nossa experiência concreta para o conhecimento dessa realidade, pensa os opostos como complementares e vê no conflito e no movimento os princípios básicos do real. Enquanto a corrente dos monistas, busca aquilo que é único, permanente, estável, eterno, perfeito; o que não se dá de imediato em nossos sentidos, só se revelando a nosso pensamento após uma longa experiência de reflexão.
Sócrates e os sofistas
O pensamento de Sócrates é um marco na constituição de nossa tradição filosófica, inaugurando a filosofia clássica por romper com a preocupação de centrar-se na formulação de doutrinas sobre a realidade natural, típica dos pré-socráticos. Assim, Sócrates abre o tema sobre a problemática ético-política, colocando-a em primeiro plano na discussão filosófica como questão urgente da sociedade grega.
O surgimento da democracia grega representava a possibilidade de se resolverem, através do entendimento mútuo, as divergências e diferenças existentes na sociedade em nome de um interesse comum. Assim, surgem as artes do discurso, a retórica e a oratória: na medida em que a palavra passa a ser livre, ela se torna o instrumento dos indivíduos defenderem seus interesses, direitos e propostas. Os sofistas surgem neste momento como filósofos e educadores, sendo mestres de retórica e oratória. Estes deram grande contribuição ao desenvolvimento dos estudos na linguagem na tradição cultural grega.
A concepção filosófica de Sócrates pode ser considerada como um método de análise conceitual. A definição correta nunca é dada pelo próprio Sócrates, mas é através do diálogo e da discussão, que Sócrates fará com que seu interlocutor – ao cair em contradição, ao hesitar quando parecia seguro – passe por todo um processo de revisão de suas crenças e opiniões, transformando a sua maneira de ver as coisas e chegando, por si mesmo, ao verdadeiro e autêntico conhecimento. Assim, para Sócrates, os sofistas não ensinavam o caminho para o conhecimento da verdade única, mas sim para uma "verdade consensual", resultado da persuasão.
O PERÍODO CLÁSSICO
Platão
A obra de Platão se caracteriza como síntese de uma preocupação com a ciência (o conhecimento verdadeiro e legítimo), com a moral e a política, significando o abandono do mundo sensível e a busca do mundo das idéias. Existe uma preocupação em chegar à verdade, à certeza através da razão. Constitui um discurso que se funda na legitimidade, que deve ser aceito por todos (tendo portanto um caráter universal). O diálogo é a forma pela qual tal consenso pode se estabelecer. O método dialético visa expor e denunciar a fragilidade, a ausência de fundamento, o caráter de aparência das opiniões e preconceitos dos homens habitualmente em seu senso comum.
A filosofia de Platão contém uma crítica e um desenvolvimento da concepção socrática. Defende a filosofia de Platão que é necessário desenvolver uma teoria sobre a natureza dos conceitos e das definições a serem obtidas. É esse o papel da famosa teoria platônica das idéias ou das formas, que pode ser considerada o início da metafísica clássica. Essa teoria pode ser entendida na sua obra "República", onde encontramos uma trilogia de mitos que inclui o Sol, a Linha dividida e a Caverna, todos tendo como objetivo a discussão do mesmo tema, o conhecimento, seus diferentes graus ou tipos e o processo pelo qual pode ser alcançado através da ascensão da alma a uma realidade superior, visando com isso caracterizar o governante ideal como aquele...
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A teoria das quatro causas
As considerações anteriores tornam mais claro o principio de causalidade de acordo com Aristóteles: “Tudo o que se move é necessariamente movido por outro”. O devir consiste na tendência que todo ser tem de realizar a forma que lhe é própria.
Há quatro sentidos para causa; material, formal, eficiente e final.
Por exemplo, numa estátua:
         A causa material é aquilo de que a coisa é feita (o mármore);
         A causa eficiente é aquela que dá impulso ao movimento (o escultor que a modela);
         A causa formal é aquilo que a coisa tende a ser (a forma que a estátua adquire);
         A causa final é aquilo para o qual a coisa é feita ( a finalidade de fazer á estatua; a beleza, a glória, a devoção religiosa etc.)
Essas são as causas que explicam o movimento, que para Aristóteles é eterno.

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