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01/05/2016 1 ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NO PUERPÉRIO Fisioterapia na Saúde da Mulher e do Homem Ms. Natália de Fátima Gonçalves Amâncio PUERPÉRIO DEFINIÇÃO: Período que se segue ao parto, no qual os órgãos e sistemas sofrem processos regenerativos, na tentativa de retornarem às condições pré gestacionais. Didaticamente classificado em três etapas: • Puerpério imediato: após o período de observação até o décimo dia. • Puerpério tardio: entre o 11º ao 40º dia. • Puerpério remoto: do 41º até o 60º dia. (Machado AV, 2000) PUERPÉRIO IMEDIATO Período mais importante, pois é nesta fase, que ocorre as principais modificações e complicações no organismo materno. ADAPTAÇÕES ANATÔMICAS E FISIOLÓGICAS NO PUERPÉRIO Útero Controle da involução uterina: órgão que sofre as maiores modificações, e onde ocorrem, com maior intensidade, os fenômenos regenerativos do pós-parto. – Endométrio: após a saída da placenta, o endométrio apresenta aspecto de ferida sangrenta, responsabilizando-se pela eliminação de: - Lóquios (corrimento vaginal após o parto)- tecido descamado, leucócitos e soro. - 1º ao 5º dia: lóquios sanguionolento. - 5º ao 10º dia: lóquios serosanguínolento. - 11º ao 21º dia: lóquios serosos. Colo contrai e retorna ao formato pré-gravidez cerca de 2 semanas depois do parto. (Corrrea MD, 2004;baracho, 2007) Genitália Externa, Vagina e Períneo, - Estado congestivo, edematoso e hiperemiado. Perda da simetria para grande e pequenos lábios, distensão, brilho, hiperemia da pele - causadores de dor e limitação - Paredes vaginais atrofiam por carência estrogênica - A vagina retorna seu tamanho de não-gravidez até a 6ª ou 8ª semana. - Períneo: O introito fica vermelho ao redor da episiotomia. O períneo também fica dolorido em consequência do alongamento, mesmo quando não se faz episiotomia. Crioterapia no períneo para diminuir dor e edema. Exercícios para o assoalho pélvico feitos logo no início ajudam a diminuir o desconforto ao urinar ---- aumento na circulação, diminuição da rigidez e edema. 01/05/2016 2 Trato Urinário Geralmente ocorre trauma na uretra e bexiga após parto vaginal. Parede da bexiga pode apresentar edema e hiperemia. Bexiga --- insensibilidade às pressões intravesicais. Ela deve ser lembrada de esvaziar a bexiga com frequência --- evitar distensão e ajudar a bexiga a recuperar a função normal. Os ureteres e a pelve renal retornam ao tamanho normal pré- gravidez em 6 semanas. Trato Gastrointestinal Diminuição da motilidade intestinal Pela percussão --- timpanismo abdominal moderado ou acentuado. Mobilização pélvica Deambulação Dieta rica em fibras, maior ingestão de líquido Hemorróidas após o parto--- pressão aumentada sobre as veias retais resultantes da força para expulsão do feto. Banho de assento, laxantes, exercícios para o assoalho pélvico e abdome ---- cicatrização e diminuir o edema de hemorróidas Aparelho Circulatório Perda sanguínea de 500 a l000ml, para parto normal e cesariana. A pressão arterial eleva-se de 10-20mmhg. Diminuição do tamanho do útero e descida do diafragma. Hipocinesia (movimentos diminuídos ou lentos da musculatura) diafragmática. Retornam aos valores basais em 2 a 3 semanas. Avaliação de Membros Inferiores - Presença de edemas e varizes - Formação de trombos: maléolo interno e fossa poplítea (dor, rubor e hipertermia). (Corrrea MD, 2004;resende J,2006) Parede Abdominal - Diástase dos músculos reto abdominais. Exame para a diástase do reto do abdome 1. A mulher deitada em decúbito dorsal com os joelhos flexionados. 2. Ela levanta a cabeça e ombros até o pescoço se afastar cerca de 20 cm do solo, o queixo deve estar próximo ao peito e os braços alongados para frente. 3. O terapeuta deve checar a presença de abaulamento na área abdominal central, que é evidente quando os músculos se separam. 4. O número de dedos que o terapeuta conseguir colocar horizontalmente dentro da lacuna na altura do umbigo, define a quantidade de separação entre os músculos retos do abdome (supra-umbilical, umbilical e infra-umbilical). 2 a 3cm. 01/05/2016 3 Fisioterapeuta Oferecer orientações sobre amamentação; prevenir e tratar disfunções musculoesqueléticas e uroginecológicas, bem como complicações clínicas relacionadas ao sistema cardiovascular e respiratório; diminuir as possíveis dores e desconfortos que possam estar presentes. Deve identificar, em cada puérpera, os fatores de risco que podem estar associados à lesão muscular e atuar no sentido de prevenir e/ou tratar as disfunções uroginecológicas que podem acompanhá- la. ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NO PUERPÉRIO OBJETIVOS: Prevenir e tratar as alterações que ocorrem no sistema musculoesquelético, respiratório e circulatório, englobando orientações e cuidados gerais. Puerpério imediato • Tempo de permanência hospitalar: Parto normal: 24 horas. Parto cesária: 48 horas. • Início do atendimento: Parto normal: 8 horas. Parto cesária: 10 a 12 horas. (Baracho, 2007) AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO PUERPÉRIO IMEDIATO • Anamnese Estado geral da paciente. Coleta de dados e conhecimento da história pregressa. • Exame físico: Dados vitais. Avaliação do aparelho respiratório. Mamas: simetria e condição mamilar, presença de colostro Abdome: Diástase de reto abdominais. Involução uterina. Desconforto gastro-intestinal-Timpanismo abdominal. Aspecto da cicatriz. • Membros Inferiores: Palpação para verificação de sinais trombos e edemas. (Baracho, 2000) INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO PUERPÉRIO IMEDIATO Reeducação da função respiratória. Estimulação do aparelho circulatório. • A contração abdominal leve pode melhorar a circulação da incisão da cesariana, favorecendo a cicatrização abdominal e aumento do peristaltismo abdominal. Não é permitido, no puerpério imediato, realizar exercícios abdominais concêntricos, ou seja, associados à flexão anterior do tronco, pois podem aumentar a diástase abdominal. (ISOMÉTRICOS) • Exercícios para extremidades que favoreçam o retorno venoso • Deambulação • Posicionamento dos membros em elevação no leito Reestabelecimento da função intestinal • Mobilização pélvica (DD) • Massagem abdominal no sentido horário • Mudança de decúbito: dorsal para lateral • Deambulação • Constipação Intestinal: dieta balanceada, rica em fibras, maior ingestão de líquido Reeducação do assoalho pélvico. Episiotomia: dor local (crioterapia, luz infravermelha) Orientação postural – postura antiálgica Na amamentação, cuidados com o bebê. • Avaliação abdominal: - Involução uterina (fundo uterino=nível cicatriz umbilical) - Diastase abdominal Não realizar em pós-cesariana! 01/05/2016 4 Orientações • É importante fazer a sua higiene diária (banho), com especial cuidado em relação a zona genital, de modo a mantê-la sempre limpa. • Aproveitar todos os momentos em que o bebê dorme para descansar, pois terá que ter energia suficiente para fazer todas as tarefas inerentes ao bebê, além de ter de conciliar tudo isso com a sua vida no dia a dia. • Puericultura • Sensação de tristeza, choro frequente e incapacidade de lidar com as coisas persistirem após as primeiras semanas depois do parto, impedindo a mãe de retornar ao seu dia a dia com normalidade, poderá ser indicativo de depressão pós parto. Nesse caso deverá consultar, sem demora, o médico que a acompanha. • Alimentação PUERPÉRIO TARDIO Após 30 dias do parto, recomenda-se uma reavaliação, visando verificar a involução nos órgãos genitais, e possíveis alterações no processo involutivo.Observa-se apatia psíquica, cansaço físico, quedas de cabelo, unhas quebradiças, pele seca e flácida. Fogachos e dores articulares estão relacionadas à baixa hormonal. PUERPÉRIO REMOTO Período que estende-se do 46º ao 60º dia pós-parto, e não se espera mais encontrar problemas relacionados à gravidez e ao parto. Fase apropriada para o planejamento familiar, reeducação do assoalho pélvico. (Corrrea MD, 2004) INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO PUERPÉRIO TARDIO E REMOTO Reeducação postural nos períodos de amamentação Pés bem apoiados no chão, quadris e joelhos em 90º de flexão. Coluna vertebral confortavelmente apoiada no encosto da cadeira. O braço deve estar apoiado sobre uma almofada para que a mãe não tenha que sustentar o peso da criança ao amamentar. Ela deve apenas apoiar a cabeça da criança. Normalização das curvas da coluna através de alongamento e fortalecimento muscular. Reforço do assoalho pélvico. Exercícios abdominais de forma isométrica Exercícios aeróbicos : esteiras e bicicletas. Exercícios moderados durante a lactação não afeta a quantidade ou composição do leite. Terapia Aquática: recuperação física Para a troca de roupa do bebê, o trocador deve estar entre 10 e 15cm de altura do cotovelo, referenciado pela postura de pé. Para evitar o esforço estático de membros superiores ao sustentar o bebê durante o banho, utilizar suportes para a banheira. (Baracho, 2007) Carrinho do bebê: a alça para guiar o carrinho deve ter altura que evite a flexão do tronco. Para isso, a referência seria a crista ilíaca do cuidador (Baracho, 2007) 01/05/2016 5 No ato da alta hospitalar, são orientadas no sentido de retornarem ao serviço de fisioterapia em nível ambulatorial ou clínica após 30 dias, para que seja dada continuidade ao trabalho iniciado no puerpério imediato. OBJETIVO Reeducação do assoalho pélvico Reeducação Postural -Preparação para o retorno às atividades físicas habituais
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