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Anotações sobre o sujeito de direito - A questão do Subjectum e do Subjectus

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Anotações: texto 5 (Sujeito de direito) 
 
O que é esse sujeito de direito? De onde ele é articulado? Qual a origem, a emergência desse sujeito 
de direito? A ideia de sujeito de direito, é a ideia do titular da construção do direito. Por exemplo, o 
poder constintuinte, é atribuido ao povo. Mas o que é o o povo, quem é o povo? A ideia de sujeito 
de direito não é absoluta, ela muda. Inclusive, o momento em que vivemos, é um de mudança dessa 
ideia do sujeito de direito. Com o advento dos direitos humanos, a i deia de sujeito de direito se 
torna mais diversificada, se tratando de SUJEITOS em vez de O sujeito. Estamos vivendo, por 
exemplo, uma ideia de assembleia constituinte, algo que é inédito no ponto de vista da história 
constitucional. Não devemos pensar na ideia de poder constituinte como algo pela metade, mas sim 
pelo inteiro, porque o sujeito é por inteiro. É preciso remeter a ideia de sujeito para poder entender 
esse processo que estamos observando e mudanças. A noção de sujeito está principalmente 
relacionada a ideia de fundamento, a forma como nós tentamos construir um fundamento para não 
só a nossa existência, mas também as nossas relações. A ideia de sujeito, remete a Aristoteles, que 
diz que nós somos entidades, feito de substancias. Aristoteles vai dizer que existe um nivel na nossa 
existência, que é tão fundamental, tão elementar, que vamos chamar ele de Hypokeimenon (Aquilo 
que reside sobre, aquilo que está na base). Ou seja, haveria um plano na nossa existência em que 
nós seriamos suportados por esse mesmo plano. Todas as coisas que existem no mundo, estariam 
fundamentadas nesse plano. Inclusive para aristóteles, é daí que vem essa ideia de base, do que nos 
sustenta. Na tradução latina, você tem a ideia de SUBJECTUM, a palavra sujeito inclusive vem desse 
neologismo, subjectum = aquilo que está por baixo, o substrato da nossa existência. Ora, o que 
vamos perceber é que esse substrato, alongo da história, é atribuido a um conceito diferente, como 
se pudessemos dizer que essa ideia de base é vazia e a cada momento da história alguem vai 
preencher o conceito vazio dessa base. Então, na grécia antiga, a ideia base, é a ideia da physis, ou 
seja o substrato é a ideia da physis na natureza (aquilo que é desde que nasceu, algo imutável). Se 
eu sou um homem, eu sou homem porque nasci e me desenvolvi como homem, isso não muda. 
Todo ente no mundo, tem uma natureza, e por isso que falamos na ideia de natureza humana, uma 
determinada forma do homem se apresentar e que constitui a potencialidade da sua existência. 
Essa ideia de physis retrata a nossa posição na existência, afinal se a natureza está organizada que 
cada coisa tem seu lugar, o homem tem lugar também na natureza, e nosso lugar é o ethos (lugar 
onde o homem mora, habita) Por isso que moral vem de morus, ou seja, o lugar onde nós habitamos 
e construimos forma de viver própria. Entao, essa ideia de moradia, morus, está ligada a uma forma 
de vida. Se estamos falando de uma forma de vida, é porque o grego entendia que cada entidade 
tem uma natureza específica (a galinha bota ovos, o homem é livre, o leão devora pessoas), é a ideia 
de que cada ente na natureza tem seu lugar no kosmos e que devemos encontrar esse lugar 
específico, e esse lugar é onde estabelecemos nossos costumes. A palavra ETHOS, está ligada ao 
costume agora, uma tradição que se reintegra no tempo. Esse costume serveria de base para o 
homem desenvolver o que seria a sua expressão da sua liberdade, que é o nomos, algo que nós 
criamos, que nós de alguma forma fixamos sobre a natureza e temos a capacidade de superar a 
mesma. Por isso, que nós criamos as leis humanas, aquilo que inclusive vamos chamar de leis 
positivas. Para os gregos, elas se sustentam no costumes, mas que servem para regular esses 
costumes. O nomos é a ideia de convenção, aquilo que nós partilhamos, dividimos, é fruto de uma 
convenção, que se constitui a partir das leis. As leis são expressão da nossa liberdade. Como é que 
entendo essa dimensão? Esse processo pode ser entendido a partir que o homem, enquanto 
natureza, vai desenvolver sua existência na medida em que consegue dominar essa natureza (não no 
sentido de nega lá, mas conseguir uma conciliação). Por isso que os gregos diziam que a lei humana, 
para ser justa, tinha que estar relacionada com a vida natural, deveria representar aquilo que na 
natureza é a ordem da physis, do kosmos. O lugar onde o nomos vai se desenvolver, logicamente, é 
a pólis. Devemos observar que essa polis é o lugar onde o homem sai da sua natureza, e constrói 
algo por cima dessa natureza. Sai da sua evolução mais natural, para uma disposição de ser livre 
frente a essa vida natural, porém reconciliando com a mesma. Não havia aí um espaço, por superar, 
de negar a vida natural. Eu teria um tratamento dessa vida, para além dessa vida natural, era 
necessário ter uma vida boa. A ideia da pólis era de ter uma vida BOA, feliz. Por isso, tornaria-me um 
cidadão. Mas como me torno um cidadão? Se a noção de cidadania não está atrelada totalmente a 
noção de physis, ou seja, se tenho potencialidades naturais que me permitem desenvolver essa 
cidadania, o que me torna um cidadão? Conhecendo as leis da minha cidade. Mas como é que vou 
conhecer essas leis se elas estão baseadas nos costumes? Vou passar por um processo de formação, 
de educação dentro da pólis, que o grego chamava de Paideia. A paideia é o processo de formação, 
educação que o homem passava para se tornar cidadão. A criança grega, não tinha cidadania, mas 
era sim um cidadão potencial. O único ser livre na pólis era o homem (o escravo nem a mulher eram 
livres) e a criança tinha a possibilidade de se tornar um cidadão e ser livre passando pelo processo 
de formação. Essa ideia de humanidade, de tornar o homem humano, pegar essa physis que é 
apenas potencialmente humana, e tornar-lá plenamente humana para a vida feliz passa pelo 
processo de construir mecanismos que façam que com o homem saia dessa condição natural para a 
liberdade. Já em roma, isso ganha um status diferente. O romano pensa quase da mesma forma, 
porém, a diferença, a ideia de humanidade que estava vinculada a formação da paideia, vai ser 
traduzida como humanitas. A propria palavra que nos dá a ideia de humano, vai ser traduzida o 
termo grego paideia, então humanitas é o mesmo processo de formação e criação que o ser humano 
passa para se tornar um cidadadão. Mas há um aspecto diferente na cidadania romana da grega, 
enquanto na polis grega a organização politica era fechada em si mesma, a vida feliz era alcançada 
na medida em que a pólis alcançava a AUTARKEIA (a plenitude para alcançar a felicidade), nesse 
sentido a urbis romana era voltada para um mundo. Em roma temos a primeira noção de que a 
cidadania tem um aspecto mais universal, não sou cidadão apenas da minha cidade, mas sim do 
mundo. Não é a toa que o direito romano tinha um nível do seu direito (os trê s níveis do direito 
romano), o direito natural, e entre o direito natural e o direito da pólis existia o direito da gentis, o 
direito de relação com roma. Os outros povos poderiam ter uma relação com roma mediante esse 
direito da gentis, aquilo que os tratados do direito internacional chamam de proto-direito 
intertnacional, que seria o primeiro momento em que veríamos uma legislação, conjunto de normas 
dedicado a relação entre povos. Vejamos que essa ideia alimenta boa parte do direito internacional 
e do direito comunitário, que pode ser observado na união europeia, quando o cidadão se torna um 
cidadão europeu e não apenas de sua cidade. Outro exemplo é o da bolivia, que reconhece que 
todos os tratados e declarações de direitos humanos não tem uma incidencia meramente 
infraconstitucional e infraestatal,a ideia de que essas declarações estão em um nível superior a 
propria ordem do estado, e são a expressão da universalidade dos direitos humanos. A constituuição 
boliviana reconhece que a expressão da universalidade dos direitos humanos, a cidadania, é plena. 
Qualquer um que for a bolívia, vai ter esses direitos garantidos como se fosse um cidadão boliviano. 
Lógico que isso não tem a ver com direitos políticos, mas sim direitos fundamentais. Essa ideia de 
que nós podemos visualizar uma condição de ser SUJEITO DE DIREITO, mais propriamente a uma 
ideia universal, emerge em ROMA. Se eu for cidadão romano, o direito romano iria me buscar em 
qualquer lugar do mundo, inclusive só podendo ser julgado pela propria lei de roma onde eu 
estivesse. Havia um nível desse direito que me permitia relacionar com outros povos, ou seja, a urbis 
romana era voltada para o mundo. Quando, na idade média, essa estrutura imperial se dissolve, o 
discurso que vai preencher o fundamento, é o discurso TEOLÓGICO. SE o fundamento é o lugar vazio 
que vai ser preenchido, esse vazio será preenchido por DEUS. Deus passa a ser o SUBJECTUM da 
humanidade cristã, a humanitas cristã, a forma como o cristão assume seus ensinamentos, a sua 
vida, baseada em uma entidade, que não é qualquer entidade, uma que está fora desse mundo e 
que é transcedente. Deus não se coloca nesse mundo, mas ele é o princípio desse mundo. Existe um 
principio que está fora desse mundo, que é Deus, está assegurado. A ideia é que, se ndo DEUS o 
subjectum, o fundamento mais infinito e perfeito, o cristão então, é agora um sudito de deus, um 
filho de deus, aquele que se submete (subjectus). Se deus é o subjectum, seus súditos, são os 
subjectus. O cristão, ou não, acreditando em deus ou não, você é filho de deus, pois 
independentemente da minha escolha, deus é o principio ordenador da minha existencia. Ser cristão 
é uma posição universal. O cristianismo é a primeira condição subjetiva de sujeição a determinada 
ordem que se torna universalizada. Percebamos que mesmo com a reforma protestante, o principio 
não muda, ser cristão continua a ser aquele que teme e se submete a deus. Agora, existe uma 
ordem que é universal e que condiciona universalmente todos os sujeitos que estão nessa 
existência, independente do lugar onde você esteja, o tempo, ser cristão é universal. É um discurso 
tão forte que praticamente altera a organização política de muitos estados.A nossa relação com 
deus é de que: deus não depende da gente, mas nós dependemos dele. Por isso que ele é amor, 
porque ele não tem dependencia alguma, só dá amor porque ele quer, só expressa a sua existência 
no mundo porque ele quer, ele não tem necessidade, e inclusive conferiu a possibilidade de não 
acreditar nele. Uchoa afirma que é o crime perfeito, porque não tem como escapar da condição de 
filho de deus. A ideia que temos aqui, é da universalidade da condição de que ser cristão é ser um 
súdito universal. Só que na modernidade, um elemento que era um detalhe, se torna determinante. 
Deus nos confere a faculdade de não acreditar nele, ou seja, o livre arbítrio. Contudo, essa condição 
de liberdade torna o homem uma entidade em relação as outras, especial, ele decide sobre a sua 
própria vida. Não vai ser o fato dele acreditar ou não que vai determinar a vida dele, ele faz da vida 
dele o que ele quiser. Então, a ideia de modernidade desloca a faculdade que era antes um detalhe 
na relação com deus, e agora coloca ela como a faculdade fundamental do homem. Essa liberadade 
vai estar relacionada a ideia de razão, não é ser livre e fazer qualquer cagada, é ser livre e saber 
tomar decisão. Quem nós auxilia a perceber isso inclusive, são os franciscanos. Para eles, a ideia de 
razão dominava a ideia de escolha. Para eu escolher bem, eu tenho que calcular para poder 
escolher. A ideia de escolha estava vinculada a ideia de razão. Mas os franciscanos então percebem 
que existe uma instancia nossa que é racional, que calcula, que é o entendimento, mas existe outra 
instancia, que é a vontade, que não está submetida ao entendimento, mas que gera as suas escolhas 
a partir do coração e não da razão. A ideia de carisma está relacionada que nossas decisões não são 
totalmente de ordem racional. Inclusive, podemos saber onde vai dar errado no cálculo, mas 
seguimos o cálculo, nem sempre tomamos a melhor decisão. Até porque a instância da vontade, não 
está atrelada a instancia da razão. Isso cria um descompaso, porque nós nos comunicamos com deus 
pela razão, tentamos conhecer deus, mas a nossa capacidade de agir não está atrelada ao 
conhecimento, mas a vontade. Temos o livre arbitrio, mas o que condiciona a nossa escolha não é a 
racionalidade. Os homens, enquanto individuos, criam as suas situaçoes independentes de deus e da 
razão. Deus é racional e nós também e nós nos comunicamos a partir da razão, mas nós muitas 
vezes sabemos o que é bom racionalmente, calculamos que a melhor escolha é A mas queremos B. 
O querer, não é da ordem da razão, mas é o do coração. Os franciscanos vão afirmar que é o coração 
que decide, e criam a distinção entre razão no sentido calculativo, racional, e razão no sentido 
volitivo, ou seja a vontade. A capacidade de escolher, de decidir. São tomás de aquino e os 
escoláticos, afirmavam que decidir era um cálculo racional, mas os franciscanos vão rompe r com 
isso, porque isso não nos dá garantia, a ordem do calculo não é a ordem da escolha. A modernidade 
vai seguir com isso, porque o homem é livre e deus nos dá isso, só que ele deve desenvolver a 
consciência da liberdade para conseguir exercer-lá. O homem que não tem consiciencia da sua 
liberdade, vai agir igual a um animal. Então necessariamente, é preciso ter uma ideia de homem que 
não esteja atrelada a ideia de natureza, porque é ela que nos limita, é ela que nos faz não ser 
plenamente livre, a nossa natureza é precaria e não somos os mais fortes. Temos a razão para tentar 
superar inclusve, essa natureza. Se não tivessemos a capacidade de desenvolver alternativas, não 
duramos um dia. Somos tão frágeis que não conseguimos sair de casa pra ir pra faculdade sem carro 
ou onibus. Essa vida precária, natural, deve ser superada pela inteligencia do homem, a astúcia que 
nos faz dissimular a nossa fraqueza. A racionalidade não é um elemento institivo, mas a vontade tem 
uma relação com o instinto, e aí que surge a ideia da modernidade que é necessário fazer que a 
razão controle a nossa vontade. Se, a vontade não é totalmente racional, essa razão precisa de 
alguma forma se impor a essa vontade para fazer com que as coisas funcionem. Então, descartes é o 
primeiro a apontar isso. Ele percebeu que todo conhecimento acumulado na vida, em determinado 
momento, era possível ser colocado em cheque. Porque em determinando momento, quando 
chegava o ponto dele questionar as raízes daquele conhecimento, ELE PODERIA SER considerado 
mistico, não se sabia como teria chegado ali. Para descartes, isso inicialmente era uma critica direta 
a igreja. Não era possível questionar ninguem da igreja, ninguem explicava o que aconteceu e o 
porque daquilo que aconteceu. É então levantado o problema, como vou saber o que deus quer de 
mim? Se chega um determinado momento que não tenho como saber de deus nada, como vou 
conseguir me reconciliar com deus e conseguir minha salvação? Descartes então afirma que deus 
nos deu livre arbitrio e capacidade de raciocinar mas não consigo usar essa capacidade plenamente, 
porque não consigo conhecer el. Mas eu tenho condições de conhecer porque existem condições 
universais, como a música, que é montada em cima da matemática, por exemplo. Então, eu vou 
perceber que posso construir um conhecimento, mas sempre vai chegar a um o ponto de 
questionamento.Se todo conhecimento que eu construo é colocado em cheque, então eu devo 
duvidar de tudo. dESCARTEs diz, penso logo existo, então pensar é anterior a existencia. Se eu 
duvido de tudo, então a única certeza que eu tenho é a propria duvida. A duvida constitui o inicio do 
meu conhecimento, para eu poder assumir a certeza, mas qual é a certeza dentro da própria duvida? 
A única certeza na duvida, além da propria duvida, é que eu duvido, ou seja o eu. A BASE DESSA 
DUVIDA, é o ego. Eu penso, logo EU existo. É preciso esse grau zero, pra começar a levar a sério os 
processos dentro da existência, se não sempre vamos tentar criar uma história pra justificar isso ou 
aquilo. é necessário voltar e suspender tudo, para começar pela certeza que eu coloco, ou seja, a 
certeza da minha duvida. Só que, claro, quem agencia essa certeza inclusive, são três ideias, 
existencias, que o descartes aponta. A ideia da: alma (a imortalidade da alma), de deus e do mundo. 
Essas ideias/existências ordenam minha razão. A ideia de mundo, me dá a ideia de totalidade. A 
alma, me da a ideia de que a possibilidade da minha razão supere a minha existência. A ideia de 
deus, me dá a ideia de ordem, de princípio que vai gerar tudo. KANT, vai destituir dessa ideia de 
descartes. Não posso trabalhar com o ponto de partida da dúvida, e duvidar de tudo apenas, se eu 
tenho determinadas experiências que vão desenvolver de alguma maneira algumas certezas em 
mim. Por exemplo, eu sei, racionalmente, que o triangulo tem 3 lados. Na definição do triangulo, já 
existe o predicado que afirma que ele tem 3 lados, 3 angulos. Isso mostra para kant que a nossa 
experiência, ela é articulada de duas formas. Ela tem um monmento que é raci onal e o outro 
momento que é empírico. Não é porque que eu coloquei o dedo na tomada que eu vou saber a 
diferença de potencial por que levei um choque. A diferença de potencial já existe antes da minha 
relção com o choque. Não é porque botei minha mão no fogo que vou aprender as leis da 
termodinâmica. A termodinâmica já existe antes da minha relação com o fogo. A minha existência 
começa antes, ela é uma relação que eu constituo, em que eu estou nessa existência, mas esse eu se 
dá primeiramente na existência. Kant parte o sujeito, ele diz que existe um lado do sujeito que é 
institivio, que é empírico e um lado racional. é necessario fazer esse lado racional controlar o lado 
institivo. Para o homem se tornar realmente homem, deve controlar seus instintos. Kant vai 
perceber que esse sujeito partido é inclusive o sujeito que dentro da relação com a existência ele 
tem o espaço e tem uma relação interior com esse espaço, que é o tempo. O tempo é a 
interiorização que cria esse rcha no sujeito. Vamos dizer que, aprendi com a minha experiência, a 
tocar numa garrafa. Toda vez que eu tocar nessa garrafa, vou acionar, dentro de mim, uma instância 
temporal que vai reativar, reconhecer a garrafa. Existe a experiência de imediato e a que consegui 
interiorizar dentro de mim, o que significa que não é a mesma experiencia mas eu consigo relacionar 
uma coisa e a outra, porque somos rachados e somos entidades que está na experiência e que 
consegue aprender essa mesma experiência. Para kant, o pensar é interior, mas o pensar só se torna 
pleno quando passa por esse processo de existência. Por isso que o ego de kant, não é o da duvida, 
mas o transcendental, aquele que se coloca fora da mera experiência. O Ego de kant é mais ou 
menos o seguinte: eu possuo o pensamento anterior, mas esse pensamento só se qualifica 
racionalmente quando passa pela experiência. Eu só vou saber que o conceito que eu tenho, se 
afirma na realidade, quando eu for para a realidade, quando eu colocar em prática. Kant diz que o 
ego é transcendental na medida em que existem categorias anteriores, apriorísticas, racionais, mas a 
minha experiência me leva a uma relação com essa experiência para aprender coisas novas. Kant diz 
que primeiro começamos com a experiência e depois nós qualificamos a mesma. Na antiguidade, 
nós imaginávamos que o objeto, a natureza, era o centro do conhecimento, e nós estávamos 
girando como sujeitos em relação ao objeto. Kant altera isso, ele afirma que nós estamos no centro, 
como o sujeito, e que os objetos que giram em torno de nós. O sujei to se torna o sol do 
conhecimento. Kant inclusive é o primeiro a excluir deus por meio de seus argumentos, afirmando 
que não tenho como provar a existência de deus por meio de uma experiência, porque a minha 
experiência é limitada no espaço-tempo e deus está fora do espaço-tempo, portanto é uma ideia 
que regula a minha racionalidade, mas não é uma existência, ao contrário do que afirma descartes, 
que diz que deus é uma ideia e é uma existência. Kant afirma que há uma delimitação no espaço-
tempo e meus sentidos são limitados, portanto não posso aprender tudo, mas sim uma parte dessa 
existência. Ciência para kant é, pegar uma parte da experiência e tentar reproduzir e calcular, mas 
não consigo reproduzir tudo. No entanto, kant ressuscita a ideia de deus a part ir da moral. Se não 
era possível para kant provar a existência de deus na ciência, já na moral acontecia o contrário. Deus 
é a ordem que é superior para kant, e essa ordem nos mostra que temos que alcançar essa 
superioridade moral. Porque, se a autonomia do sujeito se torna o "centro do universo", a 
autonomia do sujeito na razão pratica, aquilo que kant vai chamar de vontade. Pra essa vontade ser 
realmente racional, é necessário entender o fundamento dela. eNTÃO eu posso pensar que essa 
vontade está fundamentada no instinto? sim. no desejo? sim. Inclusive, tentamos racionalizar a 
nossa vontade a partir da ideia de fim, por exemplo. Eu tento chegar a um fim bom, e porque meu 
fim é bom, eu vou afirmar a bondade da minha ação. Por ex: meu fim é promover a paz no mundo, 
então minhas ações são boas porque meu fim é justo. Outro ex: eu quero a felicidade, então tudo 
que eu fizer pra minha felicidade é justificável. Uchoa utiliza do exemplo da paz do mundo, e para 
isso é necessário matar todo mundo. Se ele matar todos, ele consegue a paz, portanto a ação de 
dizimar a humanidade é boa. Kant diz que se eu utilizar esse tipo de raciocinio eu justifico qualquer 
coisa. Se o que justifica a minha moral, o que fundamenta a minha moral, é um fim a qual eu 
pretendo, qualquer coisa está justificada nessa moral. Mas, eu não vou ter apreensão racional de 
que existem algumas ações que são condenáveis e outras que não são condenáveis. Para kant, se eu 
quero entender o fundamento de alguma vontade, e eu quero dizer que esse fundamento é 
racional, só posso dizer que a minha vontade é boa, quando meu fundamento é racional, então essa 
boa vontade só terá sua FUNDAMENTAÇÃO racional se ela está atrelada a ideia de LEI, porque não é 
um fim que sustenta minha ação mas uma lei. Nosso ato de vontade, para ser racional, deve ser 
fundamentado numa norma. Pra nosso ato de vontade ser racional, deve ter uma lei sustentando 
ele, essa lei vai nos dar um dever. Já que a vontade também é a expressão do instinto, ser livre não é 
fazer o que qualquer animal faz, mas sim controlar os nossos instintos, se autoconstranger. Um 
animal quando quer comer, ele não respeita os outros animais, o ser humano não, ao se relacionar 
com os outros ele impõe um dever para si mesmo. Agora, a qualidade desse dever que é di ferente 
para kant. Kant diz que existe um dever que é EM SI, o bem em si, é bom, é justo porque é EM SI. O 
homem evoluido, que tem uma cese moral, consegue reconhecer os deveres em si mesmo, não 
porque vai ganhar algo com isso. Quando eu digo que cumpro a lei por ter medo de ser punido, eu 
estou dizendo que o meu dever não é em si, mas para um fim. Para kant, o dever para um fim,não é 
racional. O dever jurídico é sempre orientado para um fim externo ao próprio dever. Kant afirma que 
o direito é a forma de regular a sociedade, mas não é plenamente racional. A humanidade, para 
chegar um nível de racionalidade, é a que vai conseguir reconhecer o dever EM SI e não para um 
determindade fim. Aquele que reconhece o dever pelo proprio dever será plenamente racional. O 
exemplo de não matarás, é um imperativo categórico, o homem plenamente racional já sabe que 
não deve matar porque é errado e não por conta de uma imperatividade. O que sustenta esse 
sujeito, é que ele só é possível a partir da lei. O sujeito só é racional, porque tem uma lei, que eu 
consigo entender porque ele agiu de tal forma, porque o que fundamentou a ação dele foi uma lei, 
moral ou jurídica. Essa ideia de dever, para kant, só é possível para alguns individuos, não é para 
todo mundo. 
O sujeito tem uma certa esquizofrenia, esse sujeito de direito, uma hora vai ser subjectum e a outra 
subjectus. O subjectum seria a questão da razão que kant traz, porque o homem racional é o veículo 
da liberdade e da moral. Exemplo: quando entramos em regime, tentamos não comer certas 
comidas e ter a noção de porções, certas regras que são estabelecidas pelo nosso nutricionista etc. 
Existe o nosso desejo de comer essa comida versus a nossa lei mental de estabelecer aquele regime. 
Aí surge essa esquizofrenia entre o desejo e o que realmente está estabelecido (o dever). O direito, 
para kant, vai ser o regulador, tipo aquela pessoa que não vai nos deixar comer, vai ser aquela 
pessoa que vai trancar a porta da geladeira etc. Essa racionalidade, proposta por kant, o 
enquadramento moral do que devemos fazer ou não. Por isso, o subjectum seria esse veículo da 
liberdade de que enquanto o homem tem a racionalidade, ele vai ser um homem livre. A declaração 
francesa tem a questão do homem ser livre enquanto racional. Já o subjectus seria a ideia de 
submissão a lei que nós temos, a questão da hierarquia e a obediência extrema que temos diante de 
algo, a subserviência. Essa questão da teologia politica, significa que o sujeito foi mais bem definido 
na nossa concepção de hoje, no cristianismo. O sujeito, quanto submissão, vai ser atuado nessa ideia 
de que eu, tenho meu corpo que está presa a minha alma, e pra ter a salvação, eu preciso ser 
submisso a essa pessoa que dita as regras. A teologia política é muito decisiva nessa noção de suj eito 
que é submisso. A ideia de submissão está intrínseca nessa ideia do cristianismo. Então, quem 
obedecia à deus, obedecia ao rei, pois o rei era o porta voz dele. Nessa obediência, podem ser 
levantadas duas questões: a limitação do soberano e a questão ilimitada. O rei é um ser finito, mas 
quando ele morre, outro rei vai assumir seu lugar e seguir os mesmos mandamentos que deus tem 
para ele governar. Mas esse poder que ele tem de dizer no direito, é ilimitado, porque quando deus 
autoriza/ordena algo para o rei, é ilimitado. Então, há a questão da limitação vs a ilimitação do corpo 
do soberano. A teoria dos dois corpos, diz que existe um corpo que é terreno, que morre vs o outro 
corpo que é de deus. Quando o corpo morre, o corpo divino elege outro corpo para que sempre 
possa existir esses dois. Por isso que temos esse poder intrínseco e a obediência extrema cristã no 
tempo onde a igreja governava. A questão da alma estar no corpo, que emanava de dentro, para eu 
obter a salvação, é necessário que eu faça coisas que eu sei porque sou que vou procurar a salvação, 
além de existirem condutas externas que ditam o que eu devo fazer ou não. Esse foi o primeiro 
momento em que existiu uma autoridade que entrasse no corpo do sujeito, porque era emanado de 
dentro e exteriormente. É possível então falar de uma ética cristã, que coloca condutas e normas 
para serem seguidas. Quem obedecia ao rei, recebia certas regalias, porém, esses direitos postos, 
nunca eram absolutos, até porque quem tem um direito absoluto, é o soberano. A ideia de poder do 
soberano que constituia o poder e o direito, era uno, porque fazia parte apenas do soberano. Ele era 
que tinha o poder e a legitimidade de dizer do direito. Por exemplo: o soberano podia definir quem 
poderia matar, viver, etc. Existia a legitimidade do ato dele ordenar, sendo que em determinado 
momento, o direito e o poder são disvinculados. Agora, existem certas competencias, dadas a certos 
sujeitos. Com o surgimento da democracia, e o conceito proposto por Rousseau, onde é 
desmembrado o corpo do soberano e há uma divisão do poder e da legitimidade entre todo o povo 
(o poder emana do povo, como está na constituição). O povo compõe o corpo do soberano. A partir 
dessa divisão, surgem as competencias e as restrições de dizer o direito. Mas o problema é a 
duplicação desse soberano, porque o soberano, na teoria, é indivisível, uno, e ele acaba sendo 
dividido. Agora vou dizer que a democracia não se diz num rei que tem dois corpos, mas num povo 
que tem dois corpos. O povo continua sendo a articulação de uma unidade, com base numa 
multiplicidade. Por exemplo: vou a guerra e dizimo metade da população de um país, mas eles não 
deixaram de ser o povo daquele país, mas condição mútua desse povo se perde. O povo vai então 
continuar tento uma instância de unidade, contudo a sua funcionalidade, a forma de governo como 
democracia só funciona na medida em que aquele que serve de fundamento, ele também se 
submete àquilo que ele fundamentou. Ou seja, eu sou um cidadão e na democracia, eu dito as leis e 
me submeto as mesmas leis que eu criei. A duplicação continua, estou a mercê da lei, do soberano, 
que eu participo. O soberano então se torna, uno e mútuo. Deus, por exemplo, é uno e três ao 
mesmo tempo (pai, filho e espirito santo). Essa ideia de que o sobe rano é uma unidade e mutuo 
ainda fica mais evidente na democracia. O objeto do discurso jurídico, que seria agora o poder, 
pode ser atribuido a varias competências. Ex: a polícia federal não pode atuar em casos que a polícia 
civil atua, por causa dessas competências. O corpo do soberano agora é dividido, e agora, esses 
sujeitos, que são postos, vão ter competências que eles podem ou não fazer. Antes existia uma 
unidade, e agora essa unidade é repartida E deve haver uma limitação. Esse discurso jurídicio se ria a 
ideia de poder, o que o legislador pode fazer, até que ponto, etc. O legislador ele vai atuar como um 
representante do povo que vai criar as leis, mas ele também não pode fazer a aplicação da lei 
porque isso cabe a um juiz. O legislador, que seria o subjectum, iria colocar a lei, dizer o que o direito 
deve ser posto, mas também deve haver uma previsibilidade. Por isso que o legislador vai ser 
considerado um gênio, porque ele tem que ter a previsibilidade da sua conduta. O direito tá posto a 
a partir do momento que o congresso nacional diz que tal lei vai entrar em vacatio legis; O legislador 
deve ter a previsibilidade da conduta humana, por isso que há essa racionalidade do legislador. 
Existe o pressuposto que ele é então, um ser altamente racional e que não vai cometer nenhum 
equívoco. O legislador então, tem uma racionalidade fixa. Agora é levantada uma questão: a ideia do 
publico e do privado. Se existe um legislador tão racional que consegue prever certos fatos, por 
exemplo: como legislador, eu vou instituir uma lei de aumento salarial para o proprio legislador, o 
que entraria em proprio confronto. A ideia de direito publicio, que seria para a população seria 
colocada em questão a partir do momento em que aumento meu salario. Ou então, essa ideia de 
subjectum, subjectus seria de que: quem seria esse sujeito? por exemplo: o legislador quando sai do 
congresso e pega o carro, ele deve seguir as leis do transito.Então devemos ter essa ideia de sujeito 
hoje, que ora pode ser o subjectum, porque o poder emana do povo e podemos ter representantes 
escolhidos por nós, mas também pode ser o subjectus, porque devemos obedecer essas leis. Aquele 
que realmente reconhece a lei, que a lei faz um sentido em relação a sua vontade, se vincula a lei 
racionalmente, a lei motiva a vontade porque há um vinculo que é racional e reconhece que ela é 
um bem em si mesmo. No entanto, existem pessoas que não tem condições disso, que tem que 
então se submeter a alguém que siga a lei em si. No entanto, a questão levantada, é que e xistem 
certas contradições nesse pensamento quando posto em prática. Por exemplo: o juiz arbitrou para 
os rodoviários 10% no ticket e 10% de aumento salarial, só que o próprio poder judiciário se arbitrou 
22% de aumento. Então, porque que eu admito que o judiciário possa se autoarbirtrar e os 
trabalhadores não? Porque eu demando, dentro da propria estrutura, que esses chamados de 
magistrados, tem um vinculo com a lei que racionalmente é mais puro pela sua condição/status 
dentro da estrutura, e aqueles que não tem esse vínculo, como aqueles que estão apenas 
procurando um aumento, não tem essa moral, então eu crio essa justificativa. A democracia entra 
em convulsão justamente por causa disso, porque eu sou o agente e paciente dela. Eu produzo um 
acordo mas o acordo me produz, eu crio a lei mas é a lei que me dá os direitos de cidadão. 
Convivemos com esse paradoxo e tentamos de maneira contingente de nos adaptar. Por exemplo, 
os direitos humanos, são admitidos como um advento jurídico universal, por se tratarem de 
pressupostos, da própria condição humana, ou seja só há condição humana se garantidos esses 
direitos previamente o que garante a universalidade deles. Ou, eu admito que os direitos humanos 
são universais porque a maior parte dos países do mundo acordam com o pacto. Essa situação é 
perceptível no direito. O sujeito de direito manifesta essa estrutura: ele é ESTRUTURANTE e 
ESTRUTURADO ao mesmo tempo.

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