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Universidade Federal do Rio Grande – FURG Escola de Química e alimentos- EQA Disciplina: Matérias Primas Engenharia Agroindustrial Industrias Alimentícias Composição proximal de carnes Willian Moreira Dutra – 53171 Santo Antônio da Patrulha, 17 de maio de 2017. 1-INTRODUÇÃO Na última década, houve um crescimento substancial no consumo interno de alimentos, devido ao aumento da população e da renda, propiciando aumentos na produção de carnes no país (CARVALHO, 2007). A carne de frango é a mais consumida na classificação de aves. O frango se destaca pela quantidade de proteína presente na carne e o baixo índice de lipídios, contendo ainda minerais como o fósforo, potássio, sódio, magnésio, cálcio e ferro e vitaminas do complexo B se destacando a B2 e B12 (ASSIS, 2009). A carne suína é rica em nutrientes essenciais, sendo a proteína de origem animal mais consumida no mundo, contribuindo para obtenção de alimentação balanceada. Possui sabor e maciez característicos, além de ser fonte de vitaminas e minerais(SARCINELLI,2007). A carne bovina magra é considerada um alimento de alta densidade nutricional, por apresentar em sua composição uma grande quantidade de nutrientes, com alta disponibilidade e baixo valor calórico. Ela é rica em proteínas de alta qualidade, ácidos graxos essenciais, vitaminas do complexo B e minerais como ferro, zinco e fósforo(VALLE,2000). O objetivo desse experimento foi avaliar a umidade, proteínas, lipídios e cinzas das carnes de gado, frango e carne suína. 2-MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 DETERMINAÇÃO DE UMIDADE Primeiramente foi colocado cápsula de porcelana em estufa a 105 ºC por 1 h, depois foi colocado em dessecador por 15 min para esfriar. Então foi feita a pesagem da cápsula e após tarar a balança pesado 5 g de amostra. Assim foi colocado em estufa novamente a 105 ºC por 3 h, depois de ter passado o tempo foi colocado em dessecar para esfriar por 15 min. Então foi pesada a cápsula. O processo se repetiu até o peso ficasse constante. Esse procedimento foi feito em triplicata. O resultado foi obtido através da seguinte fórmula: Umidade (%) = ((peso cápsula + peso amostra) – peso dessecado / peso amostra) x 100 2.2 DETERMINAÇÃO DE CINZAS Inicialmente foi calcinado o cadinho de porcelana em mufla a 560 ºC por 1 h e resfriado em seguida no dessecador por 15 min. Logo em seguida pesado o cadinho e após tarar a balança foi colocado 1,5 g de amostra. Então a amostra foi carbonizada em bico de Bunsen e voltou para mufla a 560 ºC por 3 h até que as cinzas ficassem claras. O procedimento foi feito em triplicata. O resultado foi obtido através da seguinte fórmula: Cinzas (%) = (peso cinza / peso mostra) x 100 2.3 DETERMINAÇÃO DE PROTEÍNAS Iniciou-se com a pesagem 0,2 g de amostra em papel comum e juntou-se com 0,7 g de catalisador (para cada 3 g K2SO4 se mistura 0,03 g selênio em pó) formando um cartucho que foi colocado em tubo de digestão. Depois foi adicionado 3 mL de H2O2 e 7 mL de H2SO4 dentro do tubo. Então o tubo de digestão foi para banho-maria com a seguinte programação: 10 min á100 ºC, 10 min à 200 ºC, 10 min à 250 ºC, 2h e 30 min à 300 ºC e 1h de resfriamento. Após o resfriamento foi colocado 40 mL de NaOH 40% na parte superior do destilador. No tubo da amostra foi colocado 3 gotas de fenolftaleína e foi posto para destilar, se recolheu o destilado em um erlenmeyer com 10 mL de ácido bórico 4% e 4 gotas de indicador, até completar aproximadamente 125 mL. Então o destilado foi titulado com HCl 0,1M até a viragem do indicador. Esse procedimento foi realizado em triplicada. O resultado foi obtido através da seguinte fórmula: Proteína (%) = ((0,014 x (Volume amostra – Volume branco) x normalidade do ácido x 100) / peso amostra) x 6,25 2.4 DETERMINAÇÃO DE LIPÍDIOS De inicio um balão de 250 mL foi posto em estufa a 105 ºC por 1h, após resfriar em dessecador foi pesado. Em seguida foi pesado 5 g de amostra em papel filtro, assim fazendo um pacote com a mostra para por dentro do cartucho de extração. No balão foram colocados 200 mL de éter de petróleo, então foi acoplado o balão e o cartucho no sistema extrator, ligando a chapa de aquecimento (6-7) e a água. Assim foi deixado refluxando durante 6h. Após o termino do tempo foi retirado solvente e levado o balão para secar em estufa por 1h em 105 ºC, depois de resfriar em dessecador foi pesado o balão novamente. Esse procedimento foi realizado em duplicata. O resultado foi obtido através da seguinte fórmula: Lipídios (%) = ((peso balão final – peso balão inicial) / peso amostra) x 100 3-RESULTADOS E DISCUSSÃO A análise da composição proximal de carnes obteve os seguintes resultados. Tabela 1. Base úmida Amostra Bovina (%) Frango (%) Suína (%) Umidade 76 ± 0,6 74,6 ± 0,5 66,8 ± 1,6 Cinzas 1,1 ± 0,0 1,4 ± 0,1 1,5 ± 0,4 Proteínas 22,2 ± 0,2 21,5 ± 0,2 23 ± 0,4 Lipídios 4,4 ± 0,1 3,2 ± 0,2 14,5 ± 0,1 A carne bovina apresentou um valor um pouco maior de umidade em relação as outras amostras, um valor esperado de proteínas e lipídeos considerando os desvios padrões. Analisado a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos1 temos os seguintes valores para a carne bovina: 72,7% umidade, 19,4% proteína, 5,9% lipídeos, 0,9% cinzas. A carne de frango, considerando o corte, o resultado de proteínas deveria ser maior em relação as outras amostras, essa diferença se deve provavelmente a um erro experimental. Lipídios, umidade, cinzas foi valores plausíveis de acordo com Tabela Brasileira de Composição de Alimentos: 74,8% umidade, 21,5% proteína, 3% lipídeos, 1% cinzas. Cortes suínos são ricos em gorduras. Considerando essa informação houve uma diferença considerável no comparativo com a literatura. No entanto, essa diferença pode ter ocorrido em decorrência da não remoção aparente da gordura antes da prática. Essa característica só é presente na carne de porco pois a gordura fica concentrada na parte superficial e não entre as fibras como a carne bovina por exemplo. Os dados da Tabela Brasileira de Composição de Alimentos: 67,7% umidade, 21,5% proteína, 8% lipídeos, 1% cinzas. 4-CONCLUSÃO As amostras tiveram um comportamento esperado quando comparado com elas mesmas no balanço de componentes. Já no comparativo com a literatura houve pequenas variações de valores, essas mudanças ocorreram em virtude de pequenos erros experimentais ou características especificas de cada corte. Contudo, os objetivos propostos no trabalho foram alcançados. 1Disponível em: <https://www.unicamp.br/nepa/taco/contar/taco_4_edicao_ampliada_e_revisada> Acesso em 21 de Maio de 2017. REFERÊNCIAS: CARVALHO, Thiago Bernardino de. Estudo da elasticidade-renda da demanda de carne bovina, suína e de frango no Brasil. 2007. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. ASSIS, Michel Tavares Quinteiro Milcent et al. Avaliação físico-química de filés de peito de frango adicionados de sal, tripolifosfato de sódio e proteína isolada de soja. 2009. DO VALLE, Ezequiel Rodrigues. Mitos e realidades sobre o consumo de carne bovina. Embrapa Gado de Corte, 2000. SARCINELLI, Miryelle Freire; VENTURINI, Katiani Silva; SILVA, L. C. Características da carne suína. Espírito Santos, 2007.
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