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Trabalho de filosofia - Rizzato Nunes

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Universidade Estácio de Sá – Campus Niterói
Filosofia geral e jurídica
Turno: Manhã
Aluna: Amanda Nunes Anátocles da Silva Ferreira
Matrícula: 201201214599
Com um idealismo crônico e linguagem elucidativa Rizzato Nunes aborda a questão da justiça no direito com primazia no 8º capitulo de seu livro "Manual de Filosofia do Direito". Bibliografia obrigatória para estudantes e operadores do direito, a leitura é indicada também para leigos, em especial para aqueles que acham não haverem soluções para a atual situação do mundo. Com uma leveza excepcional retrata e identifica os problemas, não só do judiciário, mas como em todos os setores da sociedade e nela em si, chegando a usar de um humor acido em seus comentários aos casos concretos do primeiro capitulo, o que definitivamente conquista o leitor.
Sem se prender a clichês o autor atualiza conceitos e ideias clássicas, esclarecendo pontos importantes para o entendimento da tese a ser apresentada. A filosofia de Rizzato tem em si um grande diferencial: ele não se contem ao apontar o problema, enfia o dedo na ferida, abrindo-a para uma nova realidade por ele proposta.
Utilizando-se de todas as ferramentas possíveis para um melhor entendimento o autor chega a ser redundante ao defender a equidade como único meio para a solução das injustiças vistas dia apos dia no setor judiciário. Mas não se engane pela introdução jurídica e citações de julgados, ou mesmo com vocábulos comuns ao meio, ele se afasta por um minuto sequer de sua formação filosófica, fazendo dela meio para a conscientização do leitor. Em seus questionamentos é muito pertinente ao apresentar diversos pontos de vista e controvérsias sobre o assunto, fazendo com que realmente reflita-se sobre o abordado.
Sem fugir da realidade em hora alguma, o autor traz a tona casos do dia a dia para exemplificar o problema, propondo medidas não só viáveis como de fácil aplicação para todos os operadores do direito, em especial os juízes que têm tanto em mãos. Baseia-se na Constituição e seus princípios, em especial os da dignidade humana e proporcionalidade, para analisar o que chama, utilizando-se de expressão cunhada por Max Weber, de "tipo ideal", o sistema que mais faz sentido para entender, ou ao menos facilitar o entendimento, do funcionamento dessa realidade tão complexa. Complexidade essa que torna o sistema jurídico incompleto, por ter como característica principal a eterna renovação, com o fim de aperfeiçoamento.
De forma muito critica e humana, traz o conceito de dignidade como carro chefe, trazendo à tona a desumanização que as pessoas estão sofrendo nesses novos tempos, e não se deixando afastar dele no decorrer do texto. Coloca a carta magna do país no lugar que ela deve estar, no topo de todo o ordenamento jurídico, e relembra sua função e seus conceitos estruturais para falar nada mais que o razoável, o que já sabemos. Sua voz muitas vezes parece a de um sábio ancião ao se dirigir aos juízes, questionando seus valores e orientando-os de volta ao caminho da virtude. Definitivamente uma obra que, como diria Monteiro Lobato, "ficará a salvo das vassouradas do Tempo".
A sensação que se tem ao terminar a redação do ultimo item do capitulo, intitulado conclusão, é de que choveu-se no molhado, que falou-se o obvio e ululante, que nenhuma das soluções propostas esta muito longe do que sabemos ser a forma evidentemente correta de agir por parte dos magistrados, mas a questão que paira é simples: "e por que não é assim?"

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