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Gestão dos benefícios relacionados ao Transporte dos trabalhadores.

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GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS 
Mônica Barreto 
Psicóloga / Gestora de Pessoas 
monicabarretopsi@gmail.com 
Disciplina: Gestão de Benefícios 
Vale-Transporte 
 O vale-transporte consiste em benefício que o 
empregador, pessoa física ou jurídica, deverá antecipar ao 
empregado para utilização efetiva em despesas de 
deslocamento residência-trabalho e vice-versa. 
 A concessão desse benefício é realizada por meio do 
sistema de transporte coletivo público, urbano ou intermunicipal 
e/ou interestadual com características semelhantes aos urbanos 
geridos diretamente ou mediante concessão ou permissão de 
linhas regulares, com tarifas fixadas pela autoridade 
competente, excluídos os serviços seletivos e os especiais. 
 
 Deslocamento é a soma dos segmentos componentes da viagem do 
beneficiário por um ou mais meios de transporte, entre sua residência e o 
local de trabalho. 
Legislação 
 
A concessão do vale-transporte é obrigação do 
empregador e direito do empregado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fundamentação:art. 1º da Lei nº 7.418/1985;arts. 2º e 3º do Decreto nº 95.247/1987. 
Legislação 
 
 Para ter direito ao vale-transporte, o empregado deve 
informar ao empregador, por escrito: 
 
a) seu endereço residencial; 
b) os serviços e meios de transporte mais adequados ao seu 
deslocamento residência-trabalho e vice-versa. 
 
 A referida informação deverá ser atualizada anualmente ou sempre 
que ocorrer alteração das circunstâncias mencionadas nas linhas "a" e "b", 
sob pena de suspensão do benefício até o cumprimento dessa exigência. 
 Além disso, o trabalhador deverá firmar compromisso de utilizar o 
vale-transporte exclusivamente para seu efetivo deslocamento residência-
trabalho e vice-versa. 
 
 
Fundamentação:art. 7º do Decreto nº 95.247/1987. 
Operacionalização 
 
A operacionalização do vale-transporte é realizada mediante 
regras estabelecidas no Decreto nº 95.247/1987, conforme é 
demonstrado a seguir. 
1 - Comprovação de venda 
 
A venda do vale-transporte será comprovada mediante recibo 
seqüencialmente numerado, emitido pela vendedora em duas 
vias, uma das quais ficará com a compradora, contendo: 
 
a) o período a que se referem; 
b) a quantidade de vale-transporte vendida e de beneficiários a 
quem se destina; e 
c) o nome, endereço e número de inscrição da compradora no 
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). 
 
Fundamentação:art. 21 do Decreto nº 95.247/1987. 
2 - Emissão e comercialização do vale-transporte 
 O responsável pela emissão e comercialização do vale-
transporte poderá adotar a forma que melhor lhe convier a 
segurança e facilidade de distribuição. 
 Sendo assim, poderá ser emitido na forma de bilhetes 
simples ou múltiplos, talões, cartelas, fichas, cartões ou 
quaisquer processos similares. 
 
 
Fundamentação:art. 23 do Decreto nº 95.247/1987. 
3 - Emissão e comercialização 
 O vale-transporte poderá ser emitido conforme as 
peculiaridades e as conveniências locais, para utilização por: 
 
a) linha; 
b) empresa; 
c) sistema; 
d) outros níveis recomendados pela experiência local. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fundamentação:arts. 14, 22 e 24 do Decreto nº 95.247/1987. 
 
3.1 - Sistema de registro e controle do número de vale-transporte 
 
As empresas operadoras são obrigadas a manter 
permanentemente um sistema de registro e controle do número 
de vale-transporte emitido, comercializado e utilizado, ainda que 
a atividade seja exercida por delegação ou por intermédio de 
consórcio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fundamentação:art. 25 do Decreto nº 95.247/1987. 
 
4 - Delegação da emissão e comercialização de vale-
transporte ou constituição de consórcio 
 
 Havendo delegação da emissão e comercialização de 
vale-transporte, ou constituição de consórcio, as empresas 
operadoras submeterão os respectivos instrumentos ao poder 
concedente ou órgão de gerência para homologação dos 
procedimentos instituídos. 
 Nessa hipótese, as empresas operadoras permanecerão 
solidariamente responsáveis com a pessoa jurídica delegada ou 
pelos atos do consórcio, em razão de eventuais faltas ou falhas 
no serviço. 
 
Fundamentação:arts. 15 e 16 do Decreto nº 95.247/1987. 
 
5 - Estoques 
 
O responsável pela emissão e comercialização do vale-
transporte deverá manter estoques compatíveis com os níveis 
de demanda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fundamentação:art. 17 do Decreto nº 95.247/1987. 
6 - Comercialização realizada em centrais ou postos de venda 
 
A comercialização do vale-transporte deve ser realizada em 
centrais ou postos de venda estrategicamente distribuídos na 
cidade onde serão utilizados. 
Nos casos em que o sistema local de transporte público for 
operado por diversas empresas ou por meios diferentes, com ou 
sem integração, os postos de vendas deverão comercializar 
todos os tipos de vale-transporte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fundamentação:art. 18 do Decreto nº 95.247/1987. 
 
7 - Adequação ao deslocamento do beneficiário 
 
A concessão do benefício obriga o empregador a adquirir vale-
transporte em quantidade e tipo de serviço que melhor se 
adequar ao deslocamento do beneficiário. 
 
A aquisição será feita antecipadamente e à vista, proibidos 
quaisquer descontos e limitada à quantidade estritamente 
necessária ao atendimento dos beneficiários. 
 
Fundamentação:art. 19 do Decreto nº 95.247/1987. 
8 - Tarifa integral e integração de serviços 
 
Para cálculo do valor do vale-transporte, será adotada a tarifa 
integral, relativa ao deslocamento do beneficiário, por um ou 
mais meios de transporte, mesmo que a legislação local preveja 
descontos. 
 
Não são considerados descontos as reduções tarifárias 
decorrentes de integração de serviços. 
 
Fundamentação:art. 20 do Decreto nº 95.247/1987. 
9 - Alteração na tarifa de serviços 
 
No caso de alteração na tarifa de serviços, o vale-transporte 
poderá: 
 
a) ser utilizado pelo beneficiário, dentro do prazo a ser 
fixado pelo poder concedente; 
 
b) ser trocado, sem ônus, pelo empregador, no prazo de 30 
(trinta) dias, contados da data em que a tarifa sofrer 
alteração. 
 
 
Fundamentação:art. 26 do Decreto nº 95.247/1987. 
Operacionalização 
 São beneficiários do vale-transporte, os trabalhadores em geral, tais como: 
 
a) o empregado - pessoa física que presta serviços de natureza não eventual 
a empregador, sob a dependência deste e mediante salário; 
b) o empregado doméstico - pessoa física que presta serviços de natureza 
contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito 
residencial destas; 
c) o trabalhador de empresa de trabalho temporário - sendo considerado 
trabalho temporário aquele prestado por pessoa física a uma empresa, para 
atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e 
permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços; 
d) o empregado que trabalha em domicílio - para os deslocamentos 
indispensáveis à prestação do trabalho, percepção de salários e os 
necessários ao desenvolvimento das relações com o empregador; 
e) o empregado do subempreiteiro - em relação a este e ao empreiteiro 
principal; 
f) os atletas profissionais. 
 
Fundamentação:arts. 3ºe455 da CLT;art. 1º da Lei nº 5.859/1972;art. 1º da Lei nº 6.019/1974;art. 2º da Lei nº 
6.354/1976;art. 1º da Lei nº 7.418/1985;art. 1º do Decreto nº 95.247/1987;art. 16 do Decreto nº 73.841/1974. 
A declaração falsa ou o uso indevido do vale-transporte 
constituem falta grave, podendo ser caracterizada a justa 
causa. 
 
Fundamentação:art. 482 da CLT;art. 7º, § 3º, do Decreto nº 95.247/1987. 
Cuidados 
 É expressamente proibidoao empregador substituir o 
vale-transporte por antecipação em dinheiro ou qualquer 
outra forma de pagamento. 
 Apenas no caso de falta ou insuficiência de estoque 
de vale-transporte, necessário ao atendimento da demanda e 
ao funcionamento do sistema: 
 
a) o beneficiário será ressarcido pelo empregador, na folha 
de pagamento imediata, da parcela correspondente; 
b) desde que tenha efetuado, por conta própria, a despesa 
para seu deslocamento. 
 
Fundamentação:art. 5º do Decreto nº 95.247/1987. 
Cuidados 
Cuidados - Medida Provisória nº 280/20006 
 
 A Medida Provisória (MP) nº 280 de 15.02.2006(DOU: 
16.2.2006), em seu artigo 4º, possibilitou que o vale-transporte 
fosse pago em pecúnia, restringindo apenas, a concessão 
cumulativa de dinheiro com o vale-transporte. 
 Todavia, o art. 23 da Lei nº 11.314 de 03.07.2006(DOU.: 
4.7.2006), conversão da MP nº 283 de 23.02.2006(DOU: 
24.2.2006), revogou esse regra. 
 Atualmente o vale-transporte não pode ser substituído 
por dinheiro, salvo na hipótese de falta ou insuficiência de 
estoque. 
 
Fundamentação:art. 5º do Decreto nº 95.247/1987. 
Cuidados 
XI - Multa administrativa 
 
A inobservâncias das regras relacionadas à concessão do vale-
transporte poderá sujeitar o infrator, em caso de fiscalização 
por iniciativa do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), ao 
pagamento de multa administrativa de 160,0000 UFIR, por 
empregado, dobrado no caso de reincidência. 
 
Fundamentação:art. 6º da Lei nº 10.192/2001; anexo I daPortaria MTB nº 290/1997;Portaria MF nº 
488/1999 
Transporte coletivo: opções 
Está dispensado da obrigatoriedade da concessão do vale-
transporte o empregador que proporcionar, por meios próprios 
ou contratados, em veículos adequados ao transporte coletivo, o 
deslocamento, residência-trabalho e vice-versa, de seus 
trabalhadores. 
Caso o empregador forneça ao beneficiário transporte próprio 
ou fretado que não cubra integralmente os deslocamentos 
deste, o vale-transporte deverá ser aplicado para os segmentos 
da viagem não abrangidos pelo referido transporte. 
 
Fundamentação:art. 8º da Lei nº 7.418/1985;arts. 4ºe33 do Decreto nº 95.247/1987 
Automóveis 
 
Motorista particular 
Estacionamento 
Transporte coletivo: Vantagens. 
 É vedada a acumulação do benefício com outras 
vantagens relativas ao transporte do beneficiário, salvo 
quando o empregador fornecer ao beneficiário transporte 
próprio ou fretado que não cubra integralmente os 
deslocamentos deste. 
 Nesta situação, o vale-transporte deverá ser aplicado 
para os segmentos da viagem não abrangidos pelo referido 
transporte. 
 
Fundamentação:art. 7º da Lei nº 7.418/1985;art. 8º do Decreto nº 95.247/1987. 
Transporte coletivo: cuidados. 
 A legislação trabalhista não define a obrigatoriedade 
da concessão de vale-transporte para o deslocamento da casa-
trabalho e vice-versa durante o intervalo destinado à 
alimentação do trabalhador. 
 Todavia, nada impede que essa regra esteja prevista 
em acordo ou convenção coletiva, hipótese que passa a ser 
obrigatória, ou que o empregador conceda o benefício por 
liberalidade. 
 
Fundamentação:art. 7º, XXVI, da Constituição Federal. 
Reembolso por quilometragem ou Vale-combustível 
"Vale-Transporte. Empregado que se utiliza de 
veículo-próprio. Inexistência do Direito. Empregado 
que se desloca até o local de trabalho por meio de 
veículo próprio não faz jus ao recebimento do vale-
transporte. O benefício em tela se destina apenas 
àqueles que se utilizam do transporte público para o 
deslocamento residência-trabalho e vice-versa. 
(Decreto nº 95.247-87, art. 3º).“ 
Custos 
 O vale-transporte será custeado: 
 
a) pelo beneficiário, na parcela 
equivalente a 6% (seis por 
cento) de seu salário básico ou 
vencimento, excluídos 
quaisquer adicionais ou 
vantagens; 
 
b) pelo empregador, no que 
exceder a 6% (seis por cento) do 
salário básico ou vencimento do 
trabalhador. 
Custos 
 
 
A concessão do vale-transporte autorizará o empregador a 
descontar, mensalmente, do beneficiário que exercer o 
respectivo direito, o valor da parcela mencionada na linha "a". 
 
O valor da parcela a ser suportada pelo beneficiário será 
descontada proporcionalmente à quantidade de vale-transporte 
concedida para o período a que se refere o salário ou 
vencimento e por ocasião de seu pagamento, salvo estipulação 
em contrário, em convenção ou acordo coletivo de trabalho, que 
favoreça o beneficiário. 
Segue exemplo: 
 
Empregado com salário básico mensal de R$ 900,00; trabalha de 
2ª a 6ª feira, utiliza ônibus e metrô para seu deslocamento casa-
trabalho e vice-versa. 
 
- Dias úteis dentro do mês: 22 
- Valor da tarifa do ônibus: R$ 3,00 (R$ 6,00 por dia) 
- Valor da tarifa do metrô: R$ 3,00 (R$ 6,00 por dia) 
- Valor gasto com transporte: R$ 264,00 
- 6% de sobre o salário: R$ 54,00 
-Valor a ser suportado pelo empregador: R$ 210,00 (R$ 264,00- R$ 
54,00) 
-Valor a ser descontado em folha de pagamento do empregado = 
R$ 54,00 
Fundamentação:art. 7º, XXVI, da Constituição Federal;art. 4º da Lei nº 7.418/1985;arts. 9º e 10 do Decreto nº 95.247/1987. 
Custos - Despesa inferior a 6% (seis por cento) 
 
 
No caso em que a despesa com o deslocamento do 
beneficiário for inferior a 6% (seis por cento) do salário básico 
ou vencimento, o empregado também poderá optar pelo 
recebimento antecipado do vale-transporte. 
Não obstante, o referido valor será integralmente descontado 
por ocasião do pagamento do respectivo salário ou 
vencimento. 
Segue exemplo: 
 
Empregado com salário de R$ 7.000,00 optou pelo vale-
transporte. Trabalha de 2ª a 6ª feira e utiliza uma linha de ônibus 
para seu deslocamento (casa-trabalho e vice-versa). 
 
- Dias úteis dentro do mês "X": 22 
- Valor da tarifa do ônibus e metrô: R$ 3,00 (R$ 6,00 por dia) 
- Despesa mensal = R$ 132,00 
- 6% de R$ 7.000,00 = R$ 420,00 
- Valor a ser descontando em folha de pagamento do 
empregado: R$ 132,00 
Fundamentação:art. 11 do Decreto nº 95.247/1987. 
Base de cálculo 
 
A base de cálculo para determinação 
da parcela a cargo do beneficiário será: 
 
a) o salário básico ou vencimento; 
 
b) o montante percebido no período, para os trabalhadores 
remunerados por tarefa ou serviço feito ou quando se tratar 
de remuneração constituída exclusivamente de comissões, 
percentagens, gratificações, gorjetas ou equivalentes. 
 
 
Fundamentação:art. 12 do Decreto nº 95.247/1987. 
Bibliografia 
 
 
 
Concessão de vale-transporte - Aspectos trabalhistas e 
previdenciários - Roteiro de Procedimentos – Disponível 
em:http://www.fiscosoft.com.br/index.php?PID=100246&key=
2038348&key=2038348#c_5_3796Art.IV

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