Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PSICOLOGIA DA MOTIVAÇÃO E DA EMOÇÃO NOTAS DE AULA 1 Caros alunos e alunas: Esta coletânea de textos aborda conteúdos desenvolvidos ao longo das primeiras aulas (até a primeira avaliação/AV1). Trata-se de um material de apoio que está articulado com os planos de aula e com o material didático. Assim, convido cada um de vocês a ler e, especialmente, analisar os textos propostos. Espero, portanto, que esta análise promova reflexões que potencializem novos saberes e horizontes! JORGELINA INES BROCHIER 2018.2 TEXOT 1 PSICOLOGIA DA MOTIVAÇÃO: considerações iniciais Por que estudamos a temática motivação? Porque buscamos conhecer, compreender o que queremos, porque queremos e o “quanto” queremos. Motivação: movere (latim): mover, tirar do lugar. Motivação: tudo aquilo que energiza e direciona o comportamento e apresenta determinada intensidade. Assim, motivação envolve: energia, direção e intensidade. Psicologia da Motivação: Área da psicologia que estuda os fatores que energizam ou estimulam o comportamento. Diz respeito ao como o comportamento é iniciado, dirigido e sustentado. Envolve questões cruciais da psicologia em todos os âmbitos porque refere -se ao entendimento sobre porque as pessoas fazem o que fazem. Questões cruciais da psicologia: O que causa comportamento das pessoas? O que acarreta o início de um comportamento? Por que ele termina? Por que duas pessoas podem possuir dois comportamentos completamente distintos numa mesma situação? Por exemplo, como podemos responder a seguinte questão: O que queremos e o que por que queremos? Inicialmente podemos dizer que o comportamento está fundamentado em nossas ATITUDES. Então cabe lembrar: o que é atitude para a psicologia, uma vez que para o senso comum, usualmente, é sinônimo de iniciativa. Para a psicologia social de caráter cognitivista (também identificada por psicologia social psicológica) o constructo atitude possui três componentes: o cognitivo, o afetivo e o comportamental. •Atitude: constituída por 3 aspectos que estão inter-relacionados: Aspecto cognitivo +Aspecto afetivo + Aspecto comportamental. Verifique a seguir, o significado de cada aspecto Aspecto cognitivo: diz respeito às crenças, valores, conhecimentos, representações, opiniões que as pessoas possuem sobre o mundo. •Aspecto afetivo: relaciona-se com o sentimento pró ou contra algum objeto ou fenômeno social. •Aspecto comportamental: refere-se ao fato de que se sabendo como a pessoa pensa sobre determinado assunto e como ela se sente sobre o mesmo, os outros aspectos se tornam bons preditores do comportamento da mesma. Para compreender bem o impacto das atitudes no comportamento é importante que você leia com atenção o exemplo apresentado no livro didático (páginas 10 e 11). EM SÍNTESE: PARA ENTENDER O COMPORTAMENTO É NECESSÁRIO CONTEMPLAR: - Os mecanismos biológicos (prontidão para a ação). - De que forma a aprendizagem influenciam a construção dos autoconceitos, metas, expectativas. - De que maneira os fatores sociais, os incentivos e os valores de cada cultura ini ciam, perpetuam e finalizam as condutas humanas Motivação: questões fundamentais - A motivação apresenta aspectos biológicos, cognitivos e sociais. - A complexidade do conceito levou os psicólogos a desenvolver uma variedade de abordagens. - Todas elas procuram explicar a energia que guia o comportamento das pessoas em direções específicas. - As motivações básicas são compartilhadas por todos, o que muda é O QUE MOTIVA cada pessoa. O MOTIVO MUDA → O COMPORTAMENTO VARIA: • Em pessoas diferentes •Na mesma pessoa em momentos diferentes Etapas do Ciclo motivacional -Os processos que energizam e direcionam o comportamento de um indivíduo emanam tanto das forças do indivíduo como do seu ambiente. -Os motivos são as experiências internas (necessidades, cognições e emoções) que energizam as tendências de aproximação ou de afastamento do indivíduo. -Os eventos externos são incentivos ambientais que atraem ou repelem o indivíduo em relação a um curso particular de ação. (REEVE: 2006, p.4). TÓPICOS IMPORTANTES 1. A Motivação é um processo básico relacionado ao comportamento das pessoas que, a partir de motivos internos e eventos externos, iniciam perpetuam e terminam os comportamentos. 2. Motivos são condições internas ao organismo que energizam e direcionam o comportamento. Podem ser divididos em necessidades (fisiológicas, psicológicas e sociais), cognições e emoções. 3. Os eventos externos são incentivos ambientais que energizam e direci onam comportamentos. A tendência comportamental de aproximação ou afastamento estará vinculada à aprendizagem da pessoa ao longo de vida, relacionado com aquele objeto e com as experiências de prazer e desprazer. 4. Existem várias formas de verificação da existência da motivação. Algumas delas são, a observação comportamental, o autorrelato através de entrevista, exames psicofisiológicos e análise da história dos antecedentes do comportamento. 5. A motivação, enquanto processo cognitivo, que vincula aspectos biológicos, emocionais, cognitivos e simbólicos do organismo humano é mais uma das ferramentas evolutivas que a espécie humana possui para lidar com as adversidades. Quanto maior a capacidade de automotivação, mais flexibilidade para lidar com as desventuras e maior a capacidade de adaptação ao ambiente. EXERCÍCIO: No texto o “Conceito de Motivação” são elencadas diferentes concepções sobre a motivação. Selecione aquele que considere mais completo e, em seguida, justifique a sua resposta. IMPORTANTE: Observe que neste primeiro texto foram abordadas questões básicas discutidas no capítulo 1 do livro didático. Trata-se, portanto, de um “resumo do resumo”. Neste sentido, vale a pena ler o referido capítulo na íntegra!!!!! TEXTO 2 Motivação: breve histórico Período cosmológico Cosmo -> significa mundo ordenado e organizado. Logia: pensamento racional, discurso racional, conhecimento. ▪ O período cosmológico foi marcado pela busca do elemento básico (átomo= o mais simples da natureza ou do universo e, por isso, presente em todas as situações). O mundo somente seria compreendido caso o homem se aproximasse deste elemento básico. A busca deste “princípio natural” permanente, eterno e imperecível era uma tarefa da razão. Conceito: atomismo, elementismo ou monismo -> refere-se à busca da verdade ou conhecimento através da redução das questões complexas, fatos, objetos ou fenômenos, aos seus mais simples. Esta ideia ainda hoje é utilizada pela ciência, quando reduzimos os fenômenos complexos em seus elementos mais simples para estabelecer relações de causa e efeito e entender o seu funcionamento. Filósofos Pré-Socráticos TALES DE MILETO (640 -548 aC): Origem de todas as coisas: a água (substância primordial de todas as coisas). Por quê? Está presente na maioria dos elementos e em todas as espécies (animal, vegetal e mineral)e permanece estável apesar das transformações (líquida, gasosa e sólida). HERÁCLITO de Efeso (540 – 475 aC): Fogo. Mudança, dialética, eterno devir. Nada é duradouro. Contribuições para a psicologia -> mudança, transformação, não se consegue experimentar a mesma coisa duas vezes. PITÁGORAS de Samos (570 – 496 a.C.): O número é o fundamento de todos os fenômenos diante da mudança e transformação dos eventos. São imutáveis e atemporais, constituindo uma linguagem universal: expressam as relações fixas e numéricas de todas as coisas, dentro de uma ordem rítmica. ▪ Contribuições: Pesquisa experimental: o uso dos métodos quantitativos foi um dos fatores decisivos para fazer da psicologiauma ciência. ANAXÁGORAS de Clazômenas (499 – 428 a.C.): Não era elementista no sentido estrito, mas considerava a possibilidade de uma diversidade de elementos, ou sementes, que trariam o gérmen das coisas. Essas sementes estariam contidas no magma (massa natural) original e foram separadas por uma inteligência ordenadora. Dizia que “tudo está em tudo, pois cada coisa há uma parte de todas as outras”. Por isso, caberia saber como se uniam e como se relacionavam esses elementos, cujas transformações e mudanças seriam mecânicas. O que vai designar a diversidade dos seres é a disposição e a combinação dos elementos no todo. Principal contribuição: base para a psicologia da Gestalt (século XX). DEMÓCRITO De Abdera (460-370 a.C.): Acreditava que o elemento essencial do universo eram os átomos, que se distinguiam quanto à forma, tamanho, ordem, posição e movimento -> corpo e até a alma são compostos por átomos, que estariam sujeitos à degeneração e a morte. Argumentava que a natureza não possuía uma causa a priori e, por isso, somente poderia ser elucidada por si própria. Também defendia que os episódios da vida humana fossem determinados por agentes externos. Contribuições: Destaque na influência dos estímulos externos para a determinação dos comportamentos humanos (em contraposição ao livre-arbítrio) -> Behaviorismo: construção de uma psicologia objetiva e passível de experimentação através da relação entre organismo e ambiente, ou estímulo – resposta. Sócrates e o “conhece-te a ti mesmo” Sócrates (436 – 336 a.C.), de Atenas. Criador da maiêutica. O objetivo final da filosofia era a educação do cidadão e que somente através da mesma poderia se chegar ao conhecimento, à moral e à vida ética (a maldade resultaria da ignorância). Sua pedagogia pautava-se no diálogo crítico e na argumentação. Para ele, o conhecimento do meio através dos sentidos era imperfeito, pois estes estariam sujeitos a ilusões. Priorizava o conhecimento de si mesmo como condição para se levar uma vida virtuosa pelo caminho dos preceitos morais. Para isto era preciso admitir o princípio “sei que nada sei”. Crítica à tentativa ilusória de conhecer através dos sentidos. Pós-Socráticos Platão (427 – 347 a.C.) de Atenas. Mundo das idéias, mundo da realidade. O conhecimento que chega através dos sentidos é imperfeito. Existia outro mundo pertencente às ideias e considerado imutável, perfeito e transcendente, porém vinculado ao homem desde o nascimento através de sua alma. Mente e alma: A mente foi identificada com o belo e o bem, enquanto a matéria representava a parte inferior do homem e do universo. A alma seria imortal, mas, unida ao corpo, teria três partes: Uma sensual, ligada as necessidades corpóreas; outra ligada aos afetos, impulsos e emoções, e a terceira, a racional, que inclui a inteligência e a vontade livre. Essa divisão, posteriormente, foi chamada de faculdades da alma (necessidades, impulsos, emoções e a vontade. Esta última, considerada a 1ª grande teoria motivacional). ARISTÓTELES de Estagira, Macedônia (384-322 a.C.). Discípulo Platão, porém se opunha as ideias inatistas e sobre a dualidade mente x corpo. Para Aristóteles, mente e corpo são indivisíveis e o conhecimento é construído a partir da experiência da criança no mundo, do seu contato com o ambiente através dos seus órgãos dos sentidos. Os sentidos e as sensações ganham importância na teoria aristotélica: os órgãos dos sentidos, quando estimulados, provocam reações (impressões = sensações). Por exemplo: de bem-estar, de mal-estar, gustativas, visuais, térmicas etc. As sensações seriam, assim, o elemento mais simples e primitivo do conhecimento. EPICURO DE SAMOS (341-270): o criador do epicurismo -> O bem estaria conectado ao prazer de toda práxis humana, entretanto a felicidade apropriada era a do espírito. Os discípulos epicuristas deturparam suas ideias levando à confusão entre epicurismo e hedonismo, pois entenderam que a felicidade significava deleitar-se ao prazer material e à imoralidade. O período Teocêntrico (Séculos: V ao XIV ) -> Idade média. A Igreja concentrava a produção do conhecimento e identificava todos os aspectos da natureza como obras divinas. A explicação para todas as coisas estava pautada em Deus. A Idade Moderna (Séculos: XV ao XVIII) Século XIX: o estudo do cérebro permitiu o conhecimento dos neurônios, das sinapses da mielinização, dos axônios das correntes elétricas, incrementando estudos sobre as sensações, os movimentos e os reflexos, estudos fundamentais para o início da Psicologia científica. ▪ Estudou-se ainda a relação entre o cérebro e a personalidade, surgindo a FRENOLOGIA: buscava explicar a função do cérebro com relação às questões mentais e corporais. ▪ Outros teóricos, além dos Frenologistas aceitavam a ideia de que o cérebro funcionava como um todo e que possuía lobos responsáveis por determinadas funções. OS PRINCÍPIOS BÁSICOS DA FRENOLOGIA SÃO: (a) o cérebro é o órgão da mente; (b) A mente é composta por cerca de 40 capacidades ou faculdades cognitivas e emocionais; (c) Cada faculdade pode ser localizada no cérebro; (d) Algumas pessoas são mais dotadas do que outras em determinadas faculdades, o que faz com que elas desenvolvam tecido cerebral nos lugares correspondentes a estas faculdades nos respectivos cérebros; (e) A intensidade de diversas faculdades pode ser inferida pelo formato do crânio. (GOODWIN, 2005). 1ª GRANDE TEORIA DA MOTIVAÇÃO (DESCARTES): VONTADE A Primeira Grande Teoria motivacional é a da VONTADE, considerada como faculdade da mente que possui o poder de guiar o corpo para a ação. Para Descartes, a vontade inicia e direciona a ação; cabe a ela decidir se e quando agir. Já as necessidades corporais, as paixões, os prazeres e as dores criam impulsos à ação, mas esses impulsos só excitam a vontade. 2ª GRANDE TEORIA DA MOTIVAÇÃO: OS INSTINTOS1 Em 1870, pesquisadores da nova ciência psicológica viram-se em busca de um princípio motivacional menos misterioso: O INSTINTO. ▪ Charles Darwin: Teoria da evolução das espécies. Afastamento das teorias de conceitos motivacionais com ênfase na mente, como por exemplo, a vontade. ▪ Aproximação dos conceitos mecanicistas e genéticos. O estudo da motivação saiu da filosofia, e entrou no campo das ciências naturais. O determinismo biológico de Darwin ACABOU COM O DUALISMO HOMEM-ANIMAL que até então predominava: A força motivacional surge dos instintos. Os instintos, por sua vez, surgem de uma dotação genética: Expressam-se por meio de reflexos corporais herdados: o pássaro constrói o ninho, as galinhas chocam seus ovos porque tem impulso geneticamente herdado e biologicamente excitado para realizar isso. Teoria dos instintos: William James (1890) Um dos fundadores da Psicologia moderna e importante filósofo ligado ao pragmatismo (postula que as teorias científicas e filosóficas devem ser usadas como instrumentos a serem julgados por seus resultados ou fins). ▪ É considerado por muitos como "O pai da Psicologia Americana": foi o primeiro psicólogo a popularizar a teoria instintiva da motivação. Atribuiu ao ser humano um grande número de instintos físicos (ato de sugar, locomoção) e mentais (imitação, brincar, sociabilidade). ▪ Por meio do instinto, os animais herdam uma natureza dotada de impulso para agir e os reflexos necessários para produzir essa ação intencional. WILLIAN MCDOUGALL (1908) Também propôs uma teoria dos instintos. INSTINTO -> Força motivacional irracional e impulsiva que orienta uma pessoa para uma determinada meta. ▪ Instintos de proteção materna das crias, de luta, de exploração, etc. ▪ Sem os instintos, os seres humanos seriam como massas inertes, sem quaisquer impulsos para a ação. 1 Após o período de AV1 a teoria doinstinto será revisitada quando serão focalizadas questões relacionadas à Etologia que estuda o comportamento das espécies animais. - Lista de instintos: Exemplos: Instinto de manada (quando a pessoa sai com amigos). Instinto antissocial (quando a pessoa não sai com amigos), Crítica: Se fica girando os polegares é o “instinto de girar os polegares”; e se não gira é o “instinto de não girar os polegares”, etc. ▪ Faltava o instinto de “crer em instintos”. • Críticas direcionadas a Teoria dos Instintos: (A) Todos os comportamentos eram explicados por instintos. Lógica circular: a pessoa é agressiva porque tem agressividade (a causa explica o comportamento e o comportamento é evidência da sua própria causa). (B) Através de experimentos foi constatado que tanto os ratos quanto os humanos comportavam-se, em muitas situações, com base em suas diferentes experiências (em vez de seus instintos similares). Depois de examinar quinhentos livros, um sociólogo compilou uma lista de 5.759 supostos instintos humanos! EM vez de EXPLICAREM OS COMPORTAMENTOS humanos, os primeiro teóricos do instinto APENAS OS ROTULAVAM. Era como “explicar” as notas baixas de uma criança pequena rotulando-a de “sub- realizadora”. Dar um nome ao comportamento não é explicá-lo. ▪A Psicologia abandonou as explicações motivacionais através dos instintos. 3ª grande teoria: Impulso Com esta teoria chega-se ao “meio termo” entre o biológico e o psicológico: o impulso serve às necessidades corporais, energizando o comportamento através do entendimento cognitivo do que está lhe ocorrendo organicamente. O Impulso surge da biologia, segundo a qual a função do comportamento está a serviço das necessidades corporais. ▪ Quando ocorrem desequilíbrios biológicos (falta de alimento ou de água), os animais experimentam esses déficits de necessidade biológica psicologicamente como “impulsos”. √ Duas teorias dos impulsos mais amplamente aceitas: Sigmund Freud (1915) e Clarck Hull (1943). Este último participou do segundo período da Escola Behaviorista. A TEORIA DO IMPULSO DE FREUD Cada acúmulo de energia perturbaria a estabilidade do sistema nervoso e produziria um desconforto psicológico. ▪Esse acúmulo poderia ameaçar a saúde física e psicológica. ▪O impulso, então, surgia como um tipo de sinal de emergência para que se tomasse alguma providência. ▪O comportamento continuaria até que o impulso ou a exigência que o motivou fossem satisfeitos. O comportamento serviria às necessidades corporais. ▪À medida que os impulsos corporais tendem a acumular energia, a exigência ansiosa de descarregar essa energia, vai se tornando cada vez maior. ▪Quanto mais alta for a energia psíquica, maior será o impulso para agir. ▪O comportamento adaptativo acalma temporariamente o impulso, mas o constante acúmulo de energia do sistema nervoso sempre retorna. Síntese: Déficit corporal -> Intensidade do desconforto psicológico ->Objeto ambiental capaz de satisfazer o déficit corporal-> Satisfação pela remoção do déficit corporal. A TEORIA DA REDUÇÃO DO INPULSO DE CLARCK HULL Clarck Hull (1884–1952): comportamentalista participou do segundo período da Escola Behaviorista, junto com Edward Tollman e Skinner. Era engenheiro e formulava uma teoria sobre o comportamento baseada nas leis de condicionamento de Pavlov. Por ser mecanicista, considerava o comportamento humano automático e passível de ser reduzido e explicado na linguagem da física. A base da motivação é um estado geral de necessidade corporal provocado por um déficit global das condições corporais ideais. ▪ Este desequilíbrio orgânico provocado por todas as necessidades momentâneas do corpo gera um impulso, que é uma fonte de energia agrupada e origem básica da motivação. Principais conceitos e dinâmicas: O impulso é uma fonte de energia agrupada e composta de todos os déficits/ distúrbios experimentados momentaneamente pelo corpo. As necessidades de alimento, água, sexo, sono, e assim por diante, são concentradas para constituírem uma necessidade corporal total. Se um animal é privado de água, sexo ou sono, o impulso irá inevitavelmente crescer proporcionalmente à necessidade corporal total. Esta teoria permitiu manipular os estados motivacionais no laboratório. Os impulsos eram divididos em PRIMÁRIOS e SECUNDÁRIOS. Impulsos primários: Estão associados aos estados de necessidades biológicas inatas e vitais, como: alimento, água, ar, a temperatura, micção, defecação, sono, a atividade, a relação sexual e o alívio da dor, entre outros. Impulsos secundários: Configuram outros impulsos passíveis de motivar o organismo e estão relacionados aos estímulos situacionais ambientais. São aprendidos e possuem a capacidade de reduzir os impulsos primários. IMPORTANTE: O impulso energiza o comportamento, mas não o direciona. É o hábito, não o impulso, que direciona o comportamento. “Um impulso é um energizador, não um guia”. -> Os hábitos que guiam um comportamento provêm da aprendizagem, e a aprendizagem ocorre como consequência do reforço e o animal aprende qual resposta produz a redução de um impulso nessa situação particular, com isso o hábito é reforçado. Declínio da teoria do impulso de Hull: Alguns motivos existem com ou sem necessidades biológicas correspondentes. Exemplo: anorexia. A aprendizagem ocorre sem a redução do impulso. ▪ Os pesquisadores reconhecem a importância de fontes externas (não fisiológicas) na motivação. Ex: Mesmo sem fome, pessoa pode experimentar um motivo bastante forte para comer, após ver ou sentir o cheiro de seu alimento favorito. Defende-se, portanto, que os motivos surgem mais do que simplesmente a partir da fisiologia corporal. Para explicar fenômenos motivacionais como comer, beber, ter relações sexuais, tornou -se claro que os pesquisadores necessitavam concentrar ao menos parte de sua atenção nas fontes externas (ambientais) da motivação. A TEORIA DO INCENTIVO Os anos de 1950 e 1960 representaram uma transição no estudo da motivação. Ocorreu a introdução de substitutos teóricos do impulso, com ênfase nos seguintes constructos: INCENTIVO E EXCITAÇÃO. INCENTIVO: Evento externo capaz de energizar ou direcionar um comportamento de aproximação ou evitação. Pessoas são incentivadas pelo valor incentivador presente em vários objetos presentes no ambiente. Um incentivo é considerado um evento externo que possui a capacidade de energizar ou direcionar um comportamento de aproximação ou afastamento, dependendo de suas aprendizagens anteriores relacionadas aos incentivadores. ▪Um princípio desta teoria é o hedonismo, ou a tendência á aproximação daquilo que gera prazer e afastamento daquilo que gera dor. Neste sentido, a motivação primária não seria desencadeada pela redução de um impulso, mas a expectativa sobre a gratificação do objeto. A TEORIA DA EXCITAÇÃO Aspectos do ambiente (o grau que eles são não estimulantes, novos, estressantes) afetam o cérebro excitado. Reinterpretação da teoria do impulso, que afasta as raízes biológicas. Isto significa que: Ambientes não estimulantes geram baixos níveis de excitação e emoção, tais como o tédio. Ambientes um pouco mais estimulantes geram níveis ótimos de excitação e emoção, tais como o interesse. Ambientes extremamente estimulantes geram excitações e emoções como o medo. (...) as pessoas preferem um nível ótimo de excitação, evitando seus níveis muito altos ou muito baixos. (id.). A HIERARQUIA DAS NECESSIDADES de Maslow Maslow foi um psicólogo norte-americano humanista que considerava que as pessoas possuem uma tendência inata ao pleno desenvolvimento das suas habilidades e potenciais. Para chegar a este estágio de desenvolvimento, Maslow construiu uma teoria explicativasobre as necessidades humanas diferenciando em necessidades primárias ou de sobrevivência, e as secundárias que levaria à autorrealização pessoal. As pessoas são inerentemente ativas. Estar vivo é estar ativo. ▪ Anteriormente, a teoria do impulso considerava que os animais eram naturalmente inativos e o papel da motivação seria excitá-los. A motivação era o estudo da energização dos passivos. A HIERARQUIA DAS NECESSIDADES: necessidades primárias ou de sobrevivência e necessidades secundária que levariam a autorrealização. Observe que as necessidades fisiológicas e de segurança são classificadas como necessidades primárias . E as demais são classificadas como necessidades secundárias . 1. Necessidades fisiológicas: Relacionam-se com o ser humano como ser biológico -> necessidades de manter-se vivo, de respirar, de comer, de descansar, beber, dormir, ter relações sexuais, entre outras. 2. Necessidades de segurança: Vinculadas às necessidades de sentir-se seguro -> sem perigo, em ordem, com segurança, de conservar o emprego etc. 3. Necessidades sociais: Manter relações humanas harmoniosas -> sentir-se parte de um grupo, ser membro de um clube, receber carinho e afeto dos familiares, amigos e pessoas com as quais mantêm relações amorosas. 4. Necessidades de estima: Existem dois tipos: o reconhecimento das nossas capacidades por nós mesmos e o reconhecimento dos outros da nossa capacidade de adequação. Em geral é a necessidade de sentir -se digno, respeitado por si e pelos outros, com prestígio e reconhecimento, poder, orgulho etc. Incluem -se também as necessidades de autoestima. 5. Necessidades de auto realização2: Também conhecidas como necessidades de crescimento. Incluem a realização, aproveitar todo o potencial próprio, ser aquilo que se pode ser, fazer o que a pessoa gosta e é capaz de conseguir. Relaciona-se com as necessidades de estima: a autonomia, a independência e o autocontrole. Aspectos a se considerar sobre a hierarquia de necessidades de Maslow: Para alcançar uma nova etapa, a anterior deve estar satisfeita, ao menos parcialmente. Isto se dá uma vez que, quando uma etapa está satisfeita ela deixa de ser o elemento motivador do comportamento do ser, fazendo com que outra necessidade tenha destaque como motivação. 2 Analisar as características dos indivíduos voltados para a autorrealização (p. 50/51, capítulo 2 do material didá tico) e verificar se você apresenta tais especificidades. Importante: A necessidade de autorrealização nunca é saciada, ou seja, quanto mais se sacia, mais a necessidade aumenta. As necessidades fisiológicas já nascem com o indivíduo. As outras mostradas no esquema acima se adquirem com o tempo. As necessidades primárias, ou básicas, se satisfazem mais rapidamente que as necessidades secundárias, ou superiores. ▪O indivíduo será sempre motivado pelas necessidades que se apresentarem mais importantes para ele. Crítica: que necessário para uma pessoa não é necessário para outra. Atualmente: Os pesquisadores da motivação e da emoção aceitam a premissa da existência do organismo ativo, tratando bem pouco das motivações ocorridas por déficit (por exemplo: redução na tensão, equilíbrio) e bem mais das motivações por crescimento (por exemplo: criatividade, competência, auto atualização). O estudo da motivação é hoje o estudo do direcionamento do propósito nas pessoas inerentemente ativas. REVOLUÇAO COGNITIVA No inicio dos anos de 1970, a motivação tornou-se acentuadamente cognitiva, como todo campo da psicologia. Essa tendência passou a ser conhecida como Revolução Cognitiva. Os pesquisadores da motivação começaram a complementar seus conceitos biológicos com os conceitos que enfatizavam os conceitos mentais internos. Alguns constructos motivacionais estudados: planos, metas, crenças, expectativas, autoconceito. Dois efeitos importantes sobre o pensamento referente a motivação 1º: Passaram a enfatizar os constructos cognitivos (ou seja, expectativas, metas) deixando de enfatizar constructos biológicos e ambientais. Os estudos passaram a focar mais em humanos e menos em animais . 2º: Complementaram as ideias da psicologia humanista: Psicologia humanista – criticava as teorias motivacionais dominantes em 1960 como não humanas, pois apresentavam a motivação como determinista. O humanismo vê os seres humanos como ativos, cognitivamente flexíveis e motivados para o crescimento. Pesquisa Aplicada e a Relevância Social Relevância social: Pesquisas sobre solução de problemas motivacionais enfrentados pelas pessoas em sua vida diária. A pesquisa sobre motivação tornou-se menos interessada em estudar, por exemplo, a fome como fonte do impulso, e mais interessada em estudar as motivações que se encontram por trás do comer, da d ieta, da obesidade e da bulimia. Área de estudos sobre Motivação Afastamento das ciências naturais. Encontra-se em meio à era de “microteorias”. A motivação perdeu o “trono” que tinha como a disciplina mais importante da Psicologia, mas o estudo sobre essa temática não desapareceu -> Dispersou-se pelas diversas áreas da psicologia, como por exemplo: Psicologia social, psicologia educacional, psicologia organizacional... Lembretes para a próxima aula: 1. Ler (e estudar) As bases biológicas do comportamento motivado, especialmente o item “As principais estruturas cerebrais envolvidas na motivação e na emoção”. 2. Conforme indicado no plano de aula: Faça uma ilustração destacando as principais áreas cerebrais ativadas durante o processo motivacional. Coloque uma legenda na ilustração construída com o nome, características e funções de cada uma das estruturas destacadas. 3. Atividade opcional: Analise as características dos indivíduos voltados para a autorrealização (p. 50/51, capítulo 2 do livro didático/Estácio) e verifique se você apresenta tais especificidades. TEXTO 3 As bases fisiológicas e psicológicas da motivação REVISITANDO ALGUNS CONCEITOS Necessidade: É uma condição qualquer que ocorre na pessoa e que é essencial ou necessária à sua vida, a seu crescimento e a seu bem-estar. É gerada por um desequilíbrio. Quando as necessidades são satisfeitas, nosso bem-estar é conservado e acentuado. Se a necessidade é negligenciada ou frustrada, pode produzir danos que desequilibram nosso bem-estar biológico ou psicológico. - Necessidades: FISIOLÓGICAS (ligadas a questões orgânicas: fome, sede, sono, sexo), PSICOLÓGICAS (relacionadas com as características psicológicas: autonomia, autodeterminação, competência) e SOCIAIS (vinculadas à sociabilidade: afiliação, poder, intimidade). QUASE NECESSIDADES: SEMPRE CIRCUNSTANCIAIS (ocorrem em determinado momento). Por exemplo: “O tempo mudou e, por isso, estou com frio. Preciso de um casaco”. “Tenho que pagar uma conta. Preciso de dinheiro”. Imputs múltiplos/ outputs múltiplos: o impulso apresenta diversos meios de ativação e possui várias formas de saída. Exemplo: a SEDE pode surgir a partir de ingestão de alimentos salgados, sudorese acentuada ou doação de sangue (vários imputs); o FRIO pode ser saciado/ aquecido a partir de uma vestimenta, acendimento do aquecedor, realização de exercícios físicos (vários outputs). - Conforme o tipo de necessidade existirá uma direção em função da aprendizagem (entendida como experiências prévias que provocaram algum resultado): Necessidades fisiológicas -> as emoções geradas são negativas e com o retorno ao equilíbrio haverá o alívio. Necessidades psicológicas -> as emoções geradas são positivas, o que alimenta cada vez mais a possibilidade de automotivação. Motivação desencadeada por déficit: Fome depois de 10 horas de privação: Emoçõesgeradas: dor, estresse, ansiedade, alívio. Motivação desencadeada por vontade de crescimento: Vontade de ser proficiente em determinado assunto. Emoções geradas: interesse, diversão vitalidade. NECESSIDADES FISIOLÓGICAS Necessidades Fisiológicas: envolvem sistemas biológicos, tais como os circuitos neurais cerebrais, os hormônios e os órgãos do corpo. REVISITANDO A TEORIA DA REDUÇÃO DO IMPULSO DE HULL: - A motivação seria de base biológica a partir de um déficit fisiológico. Tal déficit criaria um estado de tensão que se acumularia e intensificaria até o ponto de “chamar” toda a atenção do indivíduo para a sua satisfação, gerando o IMPULSO psicológico. - O impulso psicológico direciona a MOTIVAÇÃO para um determinado COMPORTAMENTO a partir da aprendizagem por INCENTIVOS que geram PRAZER e DESPRAZER (AFETOS). O PRAZER tende a estar associado a estímulos que aumentam nossa capacidade de sobreviver ou a capacidade de sobreviver dos nossos filhos (fome, sede, sexo). Consequências dolorosas ou frustrantes estão associadas a eventos que ameaçam nossa sobrevivência: dano físico, doença. As consequências recompensadoras de uma ação indicam que a ação deve ser repetida. O PRAZER pode ter se desenvolvido como uma forma que o cérebro dispõe de registrar as boas e más consequências de ações passadas com o intuito de orientar as ações futuras. Esquema: Indivíduo saciado -> desequilíbrio fisiológico gerando déficit orgânico -> Intensificação do déficit produzindo estado de tensão e gerando IMPULSO psicológico -> Indivíduo MOTIVADO pelo impulso é direcionado para a META -> Realização de comportamento -> Satisfação da necessidade, aquietando o IMPULSO e gerando estado de SACIEDADE. Ciclo motivacional com a satisfação da necessidade Ciclo motivacional incompleto A necessidade fisiológica provoca um estado de tensão que produz um impulso psicológico direcionando o individuo para alcançar uma meta. Com a realização do comportamento compensatório, caso alcance a satisfação da necessidade: redução da tensão e retorno ao estado de homeostase A necessidade fisiológica provoca um estado de tensão que produz um impulso psicológico direcionando o indivíduo para alcançar uma meta. Com a realização do comportamento compensatório, caso não alcance a satisfação da necessidade: intensificação da tensão (impulso) e frustação. Permanece o estado desequilíbrio homeostático até que ocorra a satisfação da necessidade - O corpo possui diversos GUIAS DE AUTORREGULAÇÃO que, quando perturbados ou rejeitados provocam uma elevação dos estados motivacionais. Esses estados motivacionais irão continuar e intensificar até que o indivíduo aja de modo a corrigir os guias reguladores que foram perturbados. Mecanismo intra-organísmico: incluem sistemas reguladores biológicos (cérebro, sistema endócrino, órgãos do corpo) que funcionam de comum acordo para ativar, manter e cessar uma necessidade. • Mecanismo extra-organísmico (INCENTIVOS): incluem todas as influências ambientais (cognitivas, ambientais, sociais e culturais) que atuam na ativação, manutenção e cessação do impulso psicológico. A SEDE Cerca de dois terços do nosso corpo é constituído de água. Quando o volume de água diminui (cerca de 2%) sinal de sede. A desidratação ocorre somente depois que o corpo perde aproximadamente 3% d o volume de água. SEDE: estado motivacional experimentado conscientemente que prepara nosso corpo para executar comportamentos necessários para reabastecer o déficit de água. ▪ Perdemos água através da transpiração, da urina, da expiração, sangramento, do vômito e do espirro (ou seja, inputs múltiplos). Sem reposição: máximo 2 dias para chegar ao óbito. - A sede provém de dois déficits distintos: DÉFICITS INTRACELULARES –> SEDE OSMOMÉTRICA (implica na regulação da concentração de sódio, potássio e cloro) Exemplo: alimentos salgados. DÉFICITS EXTRACELULARES –> SEDE VOLUMÉTRICA (implica em diminuição da pressão sanguínea/diminuição do plasma sanguíneo3). Exemplo: vômito, diarreia e hemorragia. Autorregulação da sede (mecanismo intra-organísmico): a água passa da boca para o esôfago, indo para o estômago e depois para os intestinos, sendo absorvida pela corrente sanguínea. ▪ A saciedade da sede ocorre a partir do feedback negativo gerado pela boca (quantidade de goles), estômago e células (reidratação). Influências Ambientais (mecanismo extra-organísmico): (1) Percepção da disponibilidade de água. (2) Adesão do indivíduo a esquemas de consumo de bebida. (3) Sabor: doce X amargo (influência ambiental mais importante4). (4) Prescrição cultural de tomar oito copos de água por dia (esquemas de consumo de bebidas). Entretanto, não existem evidências científicas que apoiem essa sugestão porque a típica dieta de 2.000 calorias já contém o equivalente a nove copos de água. ( 5) Prescrições culturais no incentivo de bebidas alcoólicas e bebidas cafeínadas. A FOME E A AUTORREGULAÇÃO FISIOLÓGICA Regulação da fome: processos -> de curto prazo e de longo prazo. 3 O plasma sanguíneo é um dos componentes do sangue. Excluindo os glóbulos brancos, os glóbulos vermelhos e as plaquetas, o que resta é o plasma sanguíneo. O plasma corresponde a, aproximadamente, 5 5% da composição do sangue humano. 4 Curiosidade: Estudos indicam que o sabor doce tornou-se um grande incentivo para o consumo (cultural). Estaria vinculado ao processo de aprendizagem (o DOCE indicaria a qualidade/ quantidade de carboidratos necessária a manutenção da vida e o gosto AMARGO indicaria a possibil idade da substancia ser TÓXICA/VENENOSA). MODELOS DE EXPLICAÇÃO DA FOME Necessidade de: (a) Reposição de glicose no sangue para a regulação homeostática do organismo (MODELO DE CURTO PRAZO). (b) Regulação metabólica de armazenamento de energia (MODELO DE LONGO PRAZO). Resumo: Modelo de curto prazo -> hipótese glicostática Vinculado ao início, à manutenção e ao término do ato de comer. Ocorre em dois momentos. 1º MOMENTO O fígado envia um sinal excitatório para o Hipotálamo Lateral “avisando” que o nível de glicose está abaixo do seu limite. O Hipotálamo Lateral desencadeia a experiência consciente da fome e o impulso direcionado à meta de comer. 2º MOMENTO: Aumenta o nível de glicose no sangue. É acionado o Hipotálamo Ventromedial (O fígado avisa que o nível de glicose está “ok” e também porque ocorre uma distensão estomacal, além da liberação COLECISTOCININA) sendo desencadeado o processo de Feedback negativo (SENSAÇÃO DE SACIEDADE). Obrigado! Não quero comer mais. Estou satisfeito!!!! HIPOTÁLAMO VENTROMEDIAL » GLICOSE “OK” + DISTENSÃO ESTOMACAL + LIBERAÇÃO DE COLECISTOCININA = SACIEDADE. MODELO DE LONGO PRAZO Implica na manutenção de determinada quantidade de células adiposas (armazenamento de energia) no organismo. Quando esta quantidade fica abaixo da normalidade, há a liberação do HORMÔNIO GRELINA (também CHAMADA DE HORMÔNIO DA FOME): promove o aumento do apetite na intenção do ganho de peso retorno homeostático. Resumo: Modelo de longo prazo -> hipótese lipostática Células adiposas (relacionadas ao armazenamento de energia) abaixo do previsto -> liberação do hormônio Grelina (hormônio da fome) -> que provoca o aumento do apetite (com o objetivo de ganhar peso e retorno homeostático). Além da GRELINA, OUTRO HORMÔNIO: A LEPTINA: produzido pelo tecido adiposo age sobre o controle do peso e redução do apetite. OBSERVAÇÕES Além das funções orgânicas vários processos cognitivos, culturais e sociais influenciam o ato de comer e o aparecimento de transtornos alimentares(a hora do dia, o estresse, e a visão, o cheiro, a aparência e o sabor da comida). Por exemplo: o comportamento de comer aumenta significativamente quando um indivíduo se depara com uma grande variedade de alimentos, de nutrientes e de sabores. Cabe lembrar que comer é, usualmente, uma ocasião social: as pessoas tendem a comer mais quando estão na presença de outras (qu e também estão comendo). Exemplo: crianças pequenas. Outra influência ambiental: a pressão situacional (comer ou fazer dieta). A aprendizagem é uma parte importante da interação entre os sinais fisiológicos de fome e os estímulos de incentivo de comer (prazer X desprazer). TRANSTORNOS ALIMENTARES OBESIDADE: Constitui-se no desvio mais comum da regulagem homeostática da alimentação. Obesidade significa estar 30% ou mais acima do peso adequado. Fatores: (a) genéticos: predispostos a metabolizar nutrientes em gordura mesmo que não comam mais do que as outras. (b) Consumo de calorias em excesso: fatores psicológicos (tensão, ansiedade, estresse) ou fatores sociológicos (a obesidade é socialmente valorizada. Por exemplo: em Tonga (arquipélago do pacificou no Taiti). Atualmente: é considerada um problema da saúde públicos em inúmeros países. Indicações – eficazes- para perder peso: reeducação alimentar e atividades físicas, além da cirurgia bariátrica ANOREXIA NERVOSA: perda de peso extrema e auto imposta (pelo menos 15% do peso normal mínimo do indivíduo); possuem imagem corporal distorcida (percebem-se mais gordos do que são); incidência: cerca de 1% da população e possui 20 vezes mais chance de ocorrer em mulheres do que em homens. BULIMIA: Caracteriza-se por episódios recorrentes de ingestão exagerada de alimentos (rápido consumo de uma grande quantidade de comidas) seguida por tentativas de purgar o excesso por meio de vômitos ou laxantes; incidência de 5 a 10 % da população feminina. SEXO FASES DO RELACIONAMENTO SEXUAL: desejo -> excitação -> orgasmo -> resolução. Nos seres humanos: Regulação Fisiológica? O comportamento sexual humano é influenciado, porém não determinado, pelos hormônios. Os hormônios sexuais são os androgênios (p. ex., a testosterona) e os estrogênios, e a sua liberação na corrente sanguínea (a partir da glândula suprarrenal) é controlada pelo hipotálamo. Esses hormônios aumentam em períodos como a ovulação da mulher e diminuem à medida que a pessoa passa da juventude para a meia-idade e a velhice. Homens e mulheres experimentam e reagem ao desejo sexual de maneiras bastante diferentes. Assim, cabe perguntar: você concorda com os argumentos apresentados a seguir? 1. Homens: a correlação entre excitação fisiológica e desejo psicológico é bastante elevada. Os homens apresentam um ciclo trifásico de resposta sexual: desejo, excitação e orgasmo. 2. Mulheres: a correlação entre excitação fisiológica e desejo psicológico é bastante baixa. Então, não se pode predizer ou explicar o desejo sexual das mulheres no contexto da sua necessidade fisiológica ou da excitação. O desejo sexual feminino é altamente sensível a fatores relacionais como a intimidade emocional, que leva a mulher de um estado de neutralidade sexual a um estado de abertura e sensibilidade aos estímulos sexuais. A motivação e o comportamento sexuais refletem a proximidade e o desejo de compartilhamento com um parceiro, mais do que uma necessidade fisiológica. DISFUNÇÕES SEXUAIS: Disfunções sexuais masculinas (mais comuns): DISFUNÇÃO ERÉTIL -> impotência = Incapacidade persistente ou recorrente (repetida) de manter uma ereção (manter o pênis rijo) até a conclusão da atividade sexual ) e EJACULAÇÃO PRECOCE -> Quando há uma percepção, tanto do homem quanto de sua parceira, de que a ejaculação foi mais rápida que o esperado, de que não houve controle da ejaculação. Não existe uma definição de tempo). OUTRAS: Desejo Sexual Hipoativo (Desejo Sexual Inibido): Quando há diminuição ou ausência total de fantasias e de desejo de ter atividade sexual. Aversão Sexual: Evitação ativa de ter sexo com parceiros, com sentimentos de repulsa, ansiedade e medo. Anorgasmia (Inibição do Orgasmo): Quando o homem é incapaz de atingir o orgasmo. Pode haver um atraso ou ausência recorrente ou persistente do orgasmo, mesmo após estímulo sexual adequado. Dispareunia: É a dor genital associada ao ato sexual. (sem causas orgânicas). Disfunção Sexual Devido a uma Condição Médica: PROBLEMA ORGÂNICO, por exemplo: a impotência por Diabete Melito. Disfunção Sexual Induzida por Substâncias: problema sexual pelo uso de algumas substâncias, por exemplo, a impotência devido ao uso de alguns anti-hipertensivos. Disfunções Sexuais Femininas (mais comuns): inibições do desejo sexual, dispaereunia ( especialmente o vaginismo). Dispareunia: sensação de desconforto ou dor durante o ato sexual (no momento da penetração, durante o ato sexual ou logo após o seu fim). O vaginismo (é uma das principais causas de dispareunia) implica na contração involuntária dos músculos da vagina, o que dificulta a penetração e causa dor durante o ato sexual. Tanto pode ser a causa como uma consequência da dor durante do sexo. Anorgasmia: dificuldade para chegar ao orgasmo. PARAFILIAS - Antigamente chamadas de perversão sexual. - Atitudes sexuais diferentes daquelas aceitas pela sociedade . Tornam-se patológicas quando há uma fixação em determinada forma de prazer (intensidade e exclusividade). Por exemplo: voyeurismo (só consegue obter prazer ao masturbar-se, observando outra pessoa sem o consentimento dela.). A pessoa pode apresentar mais de um parafilia. Observe: a única prática legalmente proibida é a pedofilia. Tipos de parafilia Exibicionismo: quando a pessoa mostra seus genitais a uma pessoa estranha, em geral em local público, e a reação desta pessoa a quem pegou de surpresa lhe desperta excitação e prazer sexual, mas geralmente não existe qualquer tentativa de uma atividade sexual com o estranho. Importante: As pessoas que abaixam as calças em sinal de protesto ou ataque a preceitos morais não são exibicionistas, pois não fazem isso com finalidade sexual. Fetichismo: quando a preferência sexual da pessoa está voltada para objetos, tais como calcinhas, sutiãs, luvas ou sapatos, sendo que a pessoa utiliza tais objetos para se masturbar ou exige que a parceira sempre use o objeto em questão durante o ato sexual, caso contrário não conseguirá se excitar e realizar o ato sexual. Fetichismo transvéstico: É caracterizado pela utilização de roupas femininas por homens heterossexuais para se excitarem, se masturbarem ou realizarem o ato sexual, sendo que em situações não sexuais se vestem de forma normal. Quando passam a se vestir como mulheres a maior parte do tempo, pode haver um transtorno de gênero, tipo transexualismo. É importante ressaltar que o fetichismo transvéstico também só é diagnosticado como uma parafilia quando é feito de forma repetitiva e exclusiva para obter prazer sexual. Frotteurismo: É a atitude de um homem que para obter prazer sexual, necessita tocar e esfregar seu pênis em outra pessoa, completamente vestida, sem o consentimento dela, excitando -se e masturbando-se nessa ocasião. Isso ocorre mais comumente em locais onde há grande concentração de pessoas, como metrôs, ônibus e outros meios de locomoção públicos. Pedofilia: Envolve pensamentos e fantasias eróticas repetitivas ou atividade sexual com crianças menores de 13 anos de idade. Está muito comumente associado a casos de incesto, ou seja, a maioria dos casos de pedofilia envolve pessoas da mesma família (pais/padrastos com os filhos e filhas). Em geral o ato pedofílico consiste em toques, carícias genitais e sexo oral, sendo a penetração menos comum. Hoje em dia, com a expansão da internet, fotosde crianças têm sido divulgadas na rede, sendo que olhar essas fotos, de forma frequente e repetida, com finalidade de se excitar e masturbar-se consiste em pedofilia. Masoquismo e Sadismo Sexual: Prazer sexual: ser submetida a sofrimento (psíquico ou físico) e necessidade de provocar sofrimento no parceiro. O mais comum ao se pensar em sadomasoquismo é associar o sofrimento a agressões físicas e torturas, mas o sofrimento psicológico também pode ser considerado forma de sadomasoquismo, e consiste na humilhação que se pode sentir ou impor. Voyeurismo: É quando alguém precisa observar pessoas que não suspeitam estarem sendo observadas, quando elas estão se despindo, nuas ou no ato sexual, para obter excitação e prazer sexual. Outras parafilias (sem especificação) Esta categoria é incluída para a codificação de Parafilias que não satisfazem os critérios para qualquer das categorias específicas. Os exemplos incluem a: Escatologia telefônica (telefonemas obscenos). Necrofilia (cadáveres). Parcialismo (foco exclusivo em uma parte do corpo), Zoofilia (animais), Coprofilia (fezes). Clismafilia (enemas: líquido no ânus) e Urofilia (urina), entre outras. IDENTIDADE DE GÊNERO Identidade de gênero: diz respeito ao gênero com o qual a pessoa se identifica. A autodenominação, ou seja, a forma como os indivíduos se auto classificam em relação às suas identidades de gênero e orientações sexuais, tem exercido uma influência cada vez maior na produção de subjetividades e identidades psicossociais. Cisgênero: o sexo biológico corresponde à sua identificação de gênero (existe uma concordância da identidade de gênero do indivíduo com a sua configuração hormonal e genital de nascença). Por exemplo: Cisgênero heterossexual e Cisgênero homossexual. Transgênero5: a pessoa não se identifica com o sexo biológico, mas sim com um gênero diferente daquele que lhe foi atribuído biologicamente, como no caso do travesti e do transexual. Observe que o transgênero, como por exemplo, o transexual, poderá ter orientação sexual homo ou heterossexual. Cirurgia de redesignação genital/sexual ou de transgenitalização: Procedimento cirúrgico por meio do qual se altera o órgão genital da pessoa para criar uma neovagina ou um neofalo. Preferível ao termo antiquado “mudança de sexo”. É importante, para quem se relaciona ou trata com pessoas transexuais, não enfatizar exageradamente o papel dessa cirurgia em sua vida ou no seu processo transexualizador, do qual ela é apenas uma etapa, que pode não ocorrer (Neste caso, é importante observar que algumas pessoas transexuais não desejam fazer a referida cirurgia. 5 O termo transgênero não é usual no Brasil. Uma das razões seria sua constante associação com a palavra transgênico, referente a espécies animais ou vegetais alteradas geneticamente. Travesti: Pessoa que vivencia papéis de gênero feminino, mas não se reconhece como homem ou mulher, entendendo-se como integrante de um terceiro gênero ou de um não-gênero. Referir-se a ela sempre no feminino, o artigo “a” é a forma respeitosa de tratamento. Gênero e Orientação sexual: um esclarecimento6 Gênero se refere a formas de se identificar e ser identificada como homem ou como mulher. Orientação sexual se refere à atração afetivossexual por alguém de algum/ns gênero/s. Uma dimensão não depende da outra, não há uma norma de orientação sexual em função do gênero das pessoas, assim, nem todo homem e mulher é “naturalmente” heterossexual. O mesmo se pode dizer da identidade de gênero: não corresponde à realidade pensar que toda pessoa é naturalmente cisgênero. Tal qual as demais pessoas, uma pessoa trans pode ser bissexual, heterossexual ou homossexual, dependendo do gênero que adota e do gênero com relação ao qual se atrai afetivossexualmente: mulheres transexuais que se atraem por homens são heterosse xuais, tal como seus parceiros; homens transexuais que se atraem por mulheres também o são. Já mulheres transexuais que se atraem por outras mulheres são homossexuais, e homens transexuais que se atraem por outros homens também. Não se pode esquecer, igualmente, das pessoas com orientação sexual bissexual. Nem todas as pessoas trans são gays ou lésbicas, apesar de serem identificados como membros do mesmo grupo político, o de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – LGBT. Homossexuais se sentem atraídos por pessoas do mesmo gênero, e bissexuais por pessoas de qualquer gênero, o que não se relaciona com sua identidade de gênero, ou seja, não se questionam quanto a sua identidade como homens ou mulheres e ao gênero que lhes foi atribuído quando nasceram, ao contrário das pessoas transexuais e travestis. Ao mesmo tempo, é importante ressaltar, por exemplo, que um homem crossdresser, o qual sente prazer em usar roupas femininas, identifica-se como homem, e geralmente têm uma vivência heterossexual com uma parceira; e que um artista transformista (draq queen ou drag king), mesmo se vestindo — de forma caricata — como alguém de gênero diferente do seu, não necessariamente se reconhece como alguém desse outro gênero, e ao contrário da crença social, grande parte deles não é homossexual. Em síntese: Gênero é diferente de Orientação Sexual, podem se comunicar, mas um aspecto não necessariamente depende ou decorre do outro. Pessoas transgênero são como as cisgênero, podem ter qualquer orientação sexual: nem todo homem e mulher é “naturalmente” cisgênero e/ou heterossexual. 6 Texto extraído de: Jesus, Jaqueline Gomes de. Orientações sobre identidade de gênero: conceitos e termos / Jaqueline Gomes de Jesus. Brasíl ia, 2012. Disponível em: http://www.diversidadesexual.com.br/wp- content/uploads/2013/04/G%C3%8ANERO-CONCEITOS-E-TERMOS.pdf. Da patologização (e garantia de acesso à cirurgia de redesignificação sexual no SUS) e a luta pela despatologização: duas questões para reflexão O conceito de “Despatologização foi introduzido por uma campanha internacional pela exclusão da transexualidade, da travestilidade e das manifestações de gênero que escapam à noção binária homem/mulher da Classificação Diagnóstica e Estatística de Doenças – CID, da Organização Mundial de Saúde, e do Manual Diagnóstico e Estatístico das Doenças Mentais – DSM, da Associação Psiquiátrica Americana. Em nível nacional, a campanha se estende à reformulação do processo transexualizador no Sistema Único de Saúde, tendo em vista a adoção de uma concepção de saúde que reconheça a pluralidade de identidades de gênero como uma manifestação natural dos seres humanos e que atenda as demandas das pessoas trans sem a necessidade de condicionar esse atendimento a um diagnóstico psiquiátrico e/ou psicológico. Com base nesse recorte de texto, desenvolva os itens a seguir: (a) Como você analisa essa questão? (b) De que forma essa temática pode ser relacionada aos estudos da motivação? TEXTO 4 NECESSIDADES PSICOLÓGICAS As necessidades psicológicas causam em nós uma disposição de exploração e de envolvimento com um ambiente. Possuem a qualidade de promover a motivação para o crescimento e o desenvolvimento pleno das pessoas. Diferente das necessidades fisiológicas, que geram emoções negativas causadas pelos déficits orgânicos, as necessidades psicológicas geram interesse, satisfação e prazer se são acolhidas em ambientes apoiadores onde é possível satisfazê-las. As necessidades fisiológicas (sede, fome, sexo) são inerentes ao funcionamento dos sistemas biológicos. As necessidades psicológicas (autonomia, competência, relacionamento) são inerentes aos esforços próprios da natureza e do desenvolvimento da saúdedos seres humanos. Necessidades psicológicas -> atividades realizadas pelo indivíduo, pelo fato de serem interessantes e agradáveis. Existem TRÊS NECESSIDADES PSICOLÓGICAS BÁSICAS: de AUTONOMIA, de COMPETÊNCIA e de INTERAÇÃO SOCIAL. Autonomia: o ser humano busca um comportamento autônomo no qual realize escolhas independentemente. A autonomia é a necessidade de experimentar uma escolha que inicie e regule o próprio comportamento (realizar escolhas, liberdade de escolhas e auto regulação). Competência: necessidade direcionada para o desenvolvimento de habilidades que propiciem novas capacidades. Demonstrar habilidade para a realização de uma tarefa não é suficiente para atender a necessidade de competência: torna-se necessário o reconhecimento de três elementos. Quais são eles? Um desafio, uma estrutura compatível com a habilidade e um feedback positivo. Interação social: o ser humano possui a necessidade de se sentir pertencendo a um grupo social estabelecendo relações recíprocas com pessoas com as quais mantenha vínculos sociais estáveis. QUESTÕES ARTICULADAS: AUTONOMIA, COMPETÊNCIA E AUTO EFICÁCIA: CONSIGO FAZER ISSO? Auto eficácia (de acordo com Brandura) -> julgamento de quão bem (ou quão mal) a pessoa enfrentará a situação. Implica na capacidade para enfrentar situações desafiadoras. Quanto maior a auto eficácia é também maior a expectativa de eficácia. - Autonomia e tipos de expectativas como fatores motivacionais: expectativa de eficácia e expectativa de resultado. EXPECTATIVA DE EFICÁCIA: está relacionada com a avaliação que a pessoa faz de si mesma em realizar determinada atividade ou ação (CONSIGO FAZER?). EXPECTATIVA de RESULTADO é a avaliação que a pessoa faz de que determinada ação ou atividade possa trazer consequências positivas ou negativas (ISSO DARÁ RESULTADO? QUE RESULTADO DARÁ ISSO?) EXPECTATIVA DE EFICÁCIA: CONSIGO FAZER? EXPECTATIVA DE RESULTADO: ISSO DARÁ CERTO? - Quantidade de eficácia versus dúvida de sua própria capacidade: determina a quantidade em que o indivíduo é bem-sucedido (ou malsucedido) ao enfrentar uma situação. FONTES DA AUTO EFICÁCIA História do comportamento pessoal (tentativas anteriores: sucessos e fracassos), experiência vicária (se ele consegue, também consigo). Persuasões verbais: Exemplos: Muitos conseguem, você também. Você fez o que deveria ter sido feito . (APENAS CONTROLADOR DO COMPORTAMENTO). Veja a diferença da persuasão verbal quando a pessoa adota um estilo apoiador da motivação através de FEEDBACKS POSITIVOS: Parabéns, você desenvolveu novas competências, você fez o trabalho muito bem feito, melhorou muito!!!. Ou antes de iniciar ao apresentar a tarefa a ser realizada: Você tem competências para realizar isso! Estado fisiológico: fadiga, dor, tensão, confusão mental, tremor, entre outras possibilidades, são sinais que as demandas são maiores que a capacidade de enfrentamento. Todos esses fatores estão relacionados ao ambiente. Por conseguinte, temos ambientes acolhedores e ambientes controladores As crenças de auto eficácia influenciam a quantidade e a duração dos esforços que as pessoas empregam diante das adversidades. – Crenças fortes de auto eficácia produzem esforços persistentes para lidar com as adversidades. AUTONOMIA, AUTO EFICÁCIA, LÓCUS DE CAUSALIDADE E DOTAÇÃO DE PODER: - Atribuição de causalidade: Lócus de causalidade interno e Lócus de controle externo. É também identificado por: Lócus de controle percebido (LCP) e, portanto, o LCP pode ser interno ou externo. LOCUS DE CONTROLE INTERNO: ação da própria pessoa, capacidade, auto eficácia. LOCUS DE CAUSALIDADE EXTERNO: sorte, ação de outras pessoas ou do ambiente. Percepção do control e: pelo indivíduo (competência, atenção) ou fora dele (azar, dificuldades da tarefa)? Exemplos: Fracasso no estudo: incompetência intelectual (incontrolável). Não estudei (controlável). Em síntese: LÓCUS DE CONTROLE PERCEBIDO (LCP) - refere-se à compreensão de que o indivíduo tem da fonte causal de suas ações motivadas. Seu comportamento é iniciado a partir de uma fonte pessoal? LCP interno. Seu comportamento é iniciado a partir de uma fonte ambiental? LCP externo DESAMPARO APRENDIDO: impossibilidade de exercer a autonomia Experiência de não ter nenhum controle (desamparo aprendido): A experiência de não possuir controle sobre situações negativas pode levar à crença de não haver relação entre o próprio comportamento e os acontecimentos adversos. Passividade, inibição, visão pessimista generalizada da realidade. Modelos de domínio -> dotando as pessoas de poder: foi desenvolvido um programa composto por 7 passos (ler no material didático). • Os 7 passos: 1) Identificação das habilidades para um enfrentamento eficaz e mensuração da expectativa de eficácia para cada habilidade, por aluno; 2) Apresentação de um modelo para cada uma das habilidades;3) Os estudantes realizam cada habilidade modelada e o professor lhes dá um feedback; 4) Os estudantes integram as habilidades num desempenho geral numa situação de desafio pelo professor;5) Os estudantes participam cooperativamente em grupos de aprendizagem; 6) Individualmente, os alunos executam tarefas bem próximas de uma situação da vida real, sob a orientação do professor, que lhe serve de modelo e lhes dá o feedback corretivo;7) O professor serve de modelo para que os estudantes vejam como éter um comportamento confiante e como utilizar técnicas que controlam a excitação. Crenças de controle e Estilo explicativo (otimista ou pessimista) Reflete a maneira como as pessoas explicam os motivos pelos quais os eventos ruins acontecem. - Estilo explicativo otimista: manifesta-se como uma tendência a explicar os maus eventos com atribuição de causalidade externa e controlável. Exemplo: “Perdi o jogo porque o outro trapaceou.” - Estilo explicativo pessimista: manifesta-se como a tendência a explicar os maus eventos com atribuição de causalidade interna e incontrolável. Exemplo: “Perdi o jogo porque tenho pouca coordenação motora.” CRENÇAS DE CONTROLE E A TEORIA DA REATÂNCIA: A Teoria da Reatância, tal como a teoria do desamparo aprendido, tenta explicar o comportamento diante de situações consideradas incontroláveis. • Reatância refere-se à tentativa comportamental e psicológica de restabelecer (“reagir” contra) uma liberdade que foi eliminada ou ameaçada. Assim a teoria prediz que quando as pessoas recebem mensagens persuasivas que elas interpretam como ameaças a sua liberdade de atitudes, elas tentam reafirmar sua l iberdade mantendo suas posições iniciais, ou de maneira mais provocativa, mudando suas opiniões e atitudes em uma direção opostas em relação a posição defendida na mensagem. É também chamado de efeito bumerangue. Exemplo: Se você quiser que seu namorado ou marido fique do seu lado, vivendo como se "tivessem acabado de se conhecer", pratique a teoria da reatância psicológica. "Solte" a pessoa para ela voltar com mais carinho e amor aos seus braços. CONTRIBUIÇÕES DA GESTALT (incluído no plano de aula): A Psicologia da Gestalt relaciona a percepção aos estudos da motivação, relatando que todos nós possuímos um espaço responsável por determinar a totalidade dos fatos que determinam o comportamento do indivíduo num certo momento. Este espaço é denominado de ESPAÇO VITAL OU CAMPO PSICOLÓGICO. Espaço Vital ou campo psicológico Faz referência a todos os comportamentos (do passado, do presente e do futuro) que nos afetam. Cada um desses fatos determina algum tipo de comportamento em uma situação específica. Possibilita compreender/identificar os motivos que provocaram determinado comportamento (fonte motivacional). Contribuições de Kurt Lewin sobre os possíveis conflitos vivenciadosem situações de tomada de decisão: Situações: símbolo positivo (+) = atrativa. Símbolo negativo (-) = não atrativa. O conflito entre essas situações configura um fator motivacional. Veja, a seguir, alguns exemplos: + e + : ir ao cinema ou caminhar pela praia. - e – : fazer uma cirurgia de alto risco ou ter o estado de saúde piorado. + e - : pedir aumento ou medo de perder o emprego. Etapas existentes no processo de tomada de decisão: antes da decisão, durante a tomada de decisão e a tomada da decisão. Ao longo ou no final do processo poderá ocorrer dissonância cognitiva. A TEORIA DA DISSONÂNCIA COGNITIVA (FESTINGER): Corresponde a distância entre o que achamos corretos e o que realmente fazemos. Exemplo: a pessoa está sentada no ônibus e entra um idoso. O que fazer? Sei que é correto oferecer o lugar para o idoso, mas estou tão cansado. Acho que vou “fingir” que estou dormindo. CAPÍTULO 5 MOTIVAÇÃO INTRÍNSECA E TIPOS DE MOTIVAÇÃO EXTRÍNSICA A princípio, pode-se atribuir à MOTIVAÇÃO INTRÍNSECA OS COMPORTAMENTOS QUE SÃO REALIZADOS POR SI PRÓPRIOS, SENDO QUE O PRAZER OU O REFORÇO ADVÉM DA PRÓPRIA REALIZAÇÃO DA ATIVIDADE. Diferença na fonte que energiza e direciona o comportamento: Motivação intrínseca: surge das necessidades psicológicas e da satisfação espontânea que a atividade oferece. Motivação extrínseca: surge dos incentivos e das consequências do comportamento. - A motivação intrínseca é a propensão inata de a pessoa se comprometer em seus próprios interesses e exercitar suas próprias capacidades, e, ao fazer isso, a pessoa busca e domina desafios em um nível ótimo. Surge espontaneamente das necessidades psicológicas, das curiosidades pessoais e dos esforços inatos para se obter o crescimento. Quando são intrinsecamente motivadas, as pessoas agem sem interesse, apenas pelo prazer de fazer, e também pelo senso de desafio que uma determinada atividade lhes proporciona. Motivação extrínseca: quando emitimos um comportamento nos baseando na consequência do mesmo (recompensa). MOTIVAÇÃO INTRÍNSECA EXEMPLO DE MOTIVAÇÃO INTRÍNSECA MOTIVAÇÃO EXTRÍNSECA OUTRA ILUSTRAÇÃO SOBRE MOTIVAÇÃO EXTRÍNSECA TIPOS DE MOTIVAÇÃO EXTRÍNSECA: incentivo, recompensa e punição CARACTERIZAÇÃO DOS TERMOS: incentivo, reforço e punição Um INCENTIVO é um evento ambiental que ATRAI uma pessoa para um determinado curso de ação ou a REPELE para longe dessa ação. Um EFO O é qualquer evento ambiental que, quando apresentado, AUMENTA a probabilidade de ocorrência do comportamento no futuro. Uma PUNIÇÃO é qualquer evento ambiental que, quando apresentado, DIMINUI a probabilidade de ocorrência de um determinado comportamento no futuro. Quais são os melhores incentivos: os positivos ou os negativos? Incentivo positivo: sorriso, companhia dos amigos, aroma atraente, pagamento, entre outros. Incentivo negativo: careta, presença de inimigos, aroma desagradável, etc. Cabe ressaltar que os incentivos NÃO causam o comportamento, mas AFETAM a PROBABILIDADE de sua ocorrência. Nesse sentido, a PISTA SITUACIONAL que assinala se o comportamento terá consequências compensadoras ou punitivas (que á aprendida através da experiência no mundo). CONSEQUÊNCIAS: sucedem o comportamento: AUMENTAM OU DIMINUEM a persistência do comportamento. TIPOS DE CONSEQUÊNCIAS: reforço positivo, reforço negativo e punição Reforço Positivo (estímulo apresentado): estimulo ambiental que, QUANDO APRESENTADO, AUMENTA a probabilidade futura de ocorrência do comportamento desejado. Exemplo: dinheiro, elogio, atenção, notas das avaliações acadêmicas. Negativo: (estímulo removido): Estímulo ambiental que, QUANDO REMOVIDO, AUMENTA a probabilidade de ocorrência do comportamento desejado. São caracterizados como estímulos AVERSIVOS e IRRITANTES por isso, motivam os comportamentos de FUGA e EVITAÇÃO. Exemplos: barulho do despertador, lamúrias, reclamações, choro de bebê, policiamento, prazos a serem cumpridos, dor, latidos e miados incessantes. PUNIÇÃO (diminui ou erradica a ocorrência de determinado comportamento): SOMENTE TEM UM OBJETIVO → CONT OLAR O COMPORTAMENTO. Por isso, somente deve ser utilizado em situações extremas, como por exemplo: Para impedir a ocorrência de comportamentos indesejáveis no futuro. Para que o indivíduo obedeça imediatamente e não repita os comportamentos indesejáveis.Para fazer com que alguém “receba o que merece” – servindo como uma espécie de justiça. Para exprimir um estado emocional negativo (raiva, frustração etc.).Para fazer alguma coisa a respeito do comportamento indesejável (e na impossibilidade de fazer algo melhor) A PUNIÇÃO FUNCIONA? Pesquisas mostram que a punição é INEFICIENTE no objetivo de retirar o comportamento indesejável. A PUNI ÃO PODE GE A “EFEITOS COLATE AIS”: Emocionalidade negativa: choro, gritaria, medo. Danos na relação entre aquele que pune e quem é punido. Modelagem inadequada para o enfrentamento de comportamento indesejável em outras pessoas. CONSEQUÊNCIAS INDESEJADAS DA PUNIÇÃO (Longo prazo): Na infância → Agressividade exacerbada. Comportamento antissocial: roubo, consumo de drogas. Saúde Mental deficiente: depressão e falta de propósito na vida. Internalização moral deficiente. Qualidade deficiente na relação entre pais e filhos. Vítimas de abuso físico. No adulto → Agressividade exacerbada. Saúde Mental deficiente: depressão, alcoolismo. Autoria de abusos na criação dos próprios filhos. Comportamento criminoso e antissocial. - Custos ocultos das recompensas. As recompensas sempre funcionam? Nem sempre. A imposição de uma recompensa extrínseca em uma atividade motivada intrinsecamente enfraquece a motivação intrínseca. Ou seja, a recompensa não é positiva quando há uma motivação intrínseca com relação a um determinado comportamento. CONSEQUÊNCIAS: Intangível: imaterial, inesperada. Informativas: muito bem você está melhorando a cada dia. PRINCIPAIS “CUSTOS” DAS RECOMPENSAS: O Lócus de causalidade deixa de ser percebido como interno e gradativamente tende a ser percebido como externo. Diminuem a capacidade (longo prazo) da autorregulação autônoma de um comportamento. Exemplos: Comportamentos autônomos, se recompensados, aos poucos deixam de ser autônomos e passam a ser condicionados pela recompensa. Recompensas esperadas: enfraquecem a motivação intrínseca. Recompensas inesperadas: não diminuem a motivação intrínseca. Recompensas tangíveis (dinheiro, brinquedo, etc.) tendem a enfraquecer a motivação intrínseca. Recompensas verbais (elogio), simbólicas ou abstratas: não diminuem a motivação intrínseca. TEORIA DA AVALIAÇÃO COGNITIVA: competência, motivação interna e externa – Eventos externos como incentivos e consequências (motivação extrínseca) tem como objetivo: MOLDAR OU CONTROLAR O COMPORTAMENTO (estimular o comportamento desejável) E SERVEM DE FEEDBCK (INFORMAM SOBRE A COMPETÊNCIA) Evento externo para controlar/moldar o comportamento: A motivação INTRÍNSECA diminui e a motivação EXTRÍNSECA aumenta A informação positiva (Feedback positivo): a COMPETÊNCIA E A MOTIVAÇÃO INTRÍNSECA AUMENTAM. Por conseguinte, quando ocorre a informação negativa, a competência e a motivação intrínseca diminuem. Importante: Um mesmo evento externo pode aplicado de maneira CONTROLADORA OU INFORMATIVA. Por exemplo: o elogio e a competição •O Elogio: aplicado de maneira Controladora: “excelente trabalho, você fez como deveria ter feito”; “você fez o que era bom que você fizesse”. Aplicado de maneira Informativa da competência: “excelente trabalho”; “sua produtividade melhorou 10%”. • A Competição (utilizada de maneira controladora:Quando o importante é a vitória → diminui a motivação intrínseca. Quando o IMPORTANTE NÃO É A CONSEQUÊNCIA da vitória, como por exemplo, o troféu, a bolsa de estudo, o EVENTO SE VE COMO INFO MATIVO DA COMPETÊNCIA → aumenta a motivação intrínseca. Os Benefícios dos Facilitadores da Motivação Intrínseca: A promoção da motivação intrínseca acarreta em: Persistência. Criatividade. Melhoria da compreensão conceitual/ aprendizagem de alta qualidade. Bem - estar.
Compartilhar