Aula_9_MEV_104_-_Digestao_Lipidios_monogastricos

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Prof: Stefanie Alvarenga Santos 
 
LIPÍDIOS 
 
São substâncias insolúveis em água representadas principalmente pelos triacilgliceróis, 
fosfolipídios e colesterol, 
 
Toda substância apolar ou fracamente polar extraída de tecidos animais ou vegetais, na 
presença de solvente orgânico 
 
 Triacilgliceróis: forma mais abundante encontrada nos alimentos e no organismo vivo; 
 
Fosfolipídios: é o principal elemento estrutural das membranas celulares; 
 
Colesterol: precursor de hormônios e constituinte da bile, 
 
São compostos por AG, que consistem em cadeias carbônicas ligadas ao H com o radical ác, 
carboxílico (COOH) em uma extremidade, 
C
OH
O
C
C
C
C
C
C
C
C
C
C
C
Ácido láurico (12:0) 
FUNÇÕES NO ORGANISMO 
 Combustão: são combustíveis por excelência → mais alta concentração 
energética ou densidade calórica (9kcal/ml) 
 
 Forma de armazenamento de energia no tecido adiposo (triacilglicerol) 
 
 Isolante térmico e manter a temperatura do organismo 
 
 Proteger órgãos contra choques e lesões 
 
 Precursores de vitaminas e hormônios 
 
 Ceras protetoras 
FUNÇÕES NO ORGANISMO 
•Transportar e absorver vitaminas lipossolúveis (A,D,E,K); 
 
•Formação de moléculas fundamentais: 
oParte dos lipídios ingeridos constitui moléculas fundamentais 
oFosfolipídios 
oGlicolipídios 
o lipoproteínas 
ocolesterol, 
oprostaglandinas 
 
•Saciedade: contribui para a sensação de saciedade (deprime as secreções 
gástricas) – pouco efetivo em ruminantes 
Lipídios simples: 
Ésteres de ácidos graxos e álcool, de alto peso molecular 
Óleos e gorduras – ésteres de ácidos graxos e glicerol (álcool de cadeia curta), que 
podem ser saturados ou não 
Colesterol – éster de ácido graxo com um álcool de cadeia cíclica 
Ceras – ésteres de ácidos graxos e monohidroálcoois de alto peso molecular, 
geralmente de cadeia linear, 
 triacilglicerol 
colesterol ceras 
Principal substância lipídica encontrada 
no sangue, juntamente com os 
triacilglicerois, 
Se ligam à proteínas para circular, 
formando as lipoproteínas (LDL e HDL) 
 Precursores de vitamina D, hormônios 
sexuais e ácidos biliares 
Saturados – não apresentam ligações 
duplas ou triplas em seus ácidos graxos, 
tem maior ponto de fusão 
Insaturados – apresentam ligações duplas 
e triplas e apresentam menor ponto de 
fusão 
 
 
Somente uma ligação éster 
Compostos duros e quebradiços 
Maior resistência a hidrólise 
Em geral fatores de proteção 
 
Lipídios Compostos: 
Ésteres de ácidos graxos contendo outro grupo além do álcool e do 
ácido graxo 
Fosfolipídios – Diacilglicerois em que um dos ácidos graxos foi substituído por uma 
base nitrogenada (colina ou serina), mediante uma ponte de ácido fosfórico 
 
Glicolipídios – Diacilglicerois em que um dos ácidos graxos foi substituído por um 
carboidrato sem o uso de ponte fosfato. 
fosfolipídio cerebrosídeo 
Estruturas da membrana celular 
Formação de micelas e quilomícrons 
por serem polares e apolares 
Lipídios Derivados: 
Obtidos pela hidrólise de lipídios simples e compostos 
Ácidos graxos 
Vitaminas lipossolúveis 
Pigmentos 
 
Ceramida – ácido graxo 
do glicolipídio 
Esfingosina – álcool de 
cadeia longa 
Carotenóides 
Ácidos graxos essenciais: 
Não podem ser sintetizados pelo metabolismo animal, Indispensáveis 
ao sistema imune 
Ácidos graxos saturados com até 18 carbonos podem ser sintetizados facilmente 
 
Ácidos graxos insaturados podem ser sintetizados com inserção de dupla ligação apenas 
até o carbono 9 (ω9), sendo que raramente podem inserir duplas ligações nos carbonos 3 
ou 6 (ω3 ou 6), Enzimas dessaturase Δ6 e Δ9 
 
Ácidos graxos ω3 e ω6, linolênico e linoléico, são necessários para biossíntese de ácidos 
graxos poliinsaturados 
 
Mamíferos não podem introduzir duplas ligações em carbonos com número superior ao 
carbono 9. Assim, os ácidos linoléico (18:2;9,12) e o ácido a-linolênico (18:3;9,12,15) não são 
sintetizados nas células dos mamíferos e dizem-se essenciais ou nutricionalmente 
indispensáveis 
 
 Os felinos não têm uma enzima necessária (delta 
dessaturase) para a conversão do ácido graxo 
essencial linoléico em araquidônico, o que é 
possível nos cães 
 
 Este ácido graxo é um dos constituintes da 
membrana celular e sua deficiência leva a problemas 
reprodutivos, dermatite, pele hiperplásica, 
Ácido araquidônico torna-se um 
AG essencial, além do ácido 
linoleico e linolêncio 
 
Fornecimento através da dieta 
com ingredientes de origem 
animal 
Esterificação: 1, 2 ou 3 Ácidos Graxos + Glicerol (Mono, Di ou Tri) Acilglicerol 
 
Saponificação: Ácido Graxo + Base ou Sal 
 
Ácidos graxos protegidos da degradação 
ruminal: Ácido Graxo + cálcio (Sabão de cálcio) 
Hidrogenação: Ácido Graxo Insaturado + H2 = Ácido Graxo Saturado 
 EE x Lipídeos 
 - EE 5,3% 
 - Ácidos graxos 2,3% 
 EE = lipídios + clorofila e outros pigmentos 
Volumosos 
Teor de lipídios 
 - Nas forragens  2 a 4% 
 - Nas sementes oleaginosas  18 a 20% 
Forma esterificada 
 - Galactolipídeos – Volumosos 
 - Triglicerídeos – Concentrados 
 Boca e estômago 
 
 Lipase salivar  pH levemente ácido (6,8) – cliva pequena parte dos 
triglicerídeos 
 
 Não ha digestão efetiva ainda na boca 
 
 No interior do bolo alimentar que chega ao estômago ocorre ação da lipase, 
liberando ácidos graxos 
 
Estômago 
 
•Produtos: Ácidos graxos, glicerol, 
monossacarídeos, bases nitrogenadas, 
etc, avançam para o estômago 
 
•A medida que inicia-se a secreção 
ácida estomacal, a digestão dos 
lipídios no interior do bolo alimentar é 
interrompida 
 
•HCl Liberado por estímulo da 
gastrina e estímulos eferentes – 
inativação da lipase 
 
•Gastrina é estimulada pela presença 
de peptídeos e AA no lúmen 
 
•Mecanorrepceptores ativam reflexos 
do vago – acetilcolina células parietais 
Glândula Oxíntica 
Céls mucosas 
Céls parietais 
Céls principais 
Pepsinogênio 
Muco 
HCl 
 Intestino delgado (ID) 
 
• Quimo ácido chega ao ID  ativação de quimiorreceptores então ocorre 
inibição no esvazaimento gástrico 
 
• Lipídios e aminoácidos que chegam ao ID ativam osmorreceptores e também 
inibem o esvaziamento gástrico 
 
• Secreção hormonal da colecistoquinina (CCK) e secretina, que reduzem a 
secreção ácida, é influenciada por aminoácidos e lipídios que chegam ao 
duodeno 
 
• Presença de ácidos graxos estimula a secreção da CCK no intestino delgado que 
estimulará a secreção da bile e suco pancreático 
 
 Sais biliares são sais orgânicos compostos 
de ácidos biliares produzidos no fígado a 
partir do colesterol. 
 
 Pigmentos biliares derivam da bilirrubina 
produzidas pela quebra da hemoglobina. 
 
 
 
 A bile produzida no fígado é 
transportada pelo ducto 
hepático para a vesícula 
biliar, onde é estocada e 
concentrada. 
 
 
 Os sais biliares são formados pelas células 
hepáticas numa proporção de 0.6 g por dia. 
 
 O precursor dos sais biliares é o colesterol, 
fornecido pela dieta ou sintetizado pelas 
células hepáticas durante o metabolismo das 
gordura 
 
 O colesterol é convertido em ácido cólico ou 
ácido quenodesoxicólico em quantidades 
aproximadamente iguais. 
 
 Esses ácidos combinam-se principalmente 
com a glicina e, em menor proporção, com a 
taurina para formar os ácidos biliares glico e 
tauro-conjugados. 
 
 Os sais desses ácidos são secretados na bile. 
 
 
 
 99% dos ácidos biliares em gatos são conjugados com a taurina para 
formar os ácidostaurocólico, taurodeoxicólico e 
tauroquenodeoxicólico 
 
 o gato não a sintetiza a taurina em quantidades suficientes a partir 
da metionina e cisteína - deve estar presente na dieta 
 
 Gatos têm necessidades dietéticas de taurina, um aminoácido que 
não é incorporado à cadeia protéica  essencial para o 
funcionamento do miocárdio e da retina 
 
 
 Gatos só conjugam ác. biliares com taurina  taurina conjugada é 
lançada no ID, onde perde sua ligação com os ác. biliares, podendo 
ser reabsorvida, excretada pelas fezes ou degradada pela microbiota 
intestinal, sendo esta última a principal responsável por sua 
depleção 
 
 
 
 Os sais biliares são removidos do intestino grosso por transporte ativo, 
voltando para a corrente sanguínea, a maior parte da absorção ocorre no 
íleo. Os sais então se ligam à proteínas transportadoras e voltam ao fígado 
para se reciclados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Secreções Gastrointestinais 
 A secreção biliar serve como via de excreção para colesterol, pigmentos de 
hemoglobina, esteróides e drogas que são removidas do sangue pelo fígado, 
sendo digeridas ou excretadas nas fezes. 
 
Secreções Gastrointestinais 
 Sua alta alcalinidade é 
importante nos estágios finais 
tamponando a acidez do suco 
gástrico; 
 
 Os sais biliares facilitam a 
digestão enzimática de gordura, 
quebrando-a em gotículas, pois 
o ácido biliar contido nos sais é 
solúvel em lipídeos, agindo 
como detergente; 
 
 Agem também na absorção de 
vitaminas lipossolúveis. 
Secreções Gastrointestinais 
Funções da bile: 
 Intestino delgado (ID) 
 
• Lipase pancreática e a bile são liberadas em resposta a 
presença da CCK 
 
• Lipase pancreática atua em pH 8,0, hidrolisa gorduras e 
forma ácidos graxos e glicerol, 
 
• No suco pancreático são encontradas ainda fosfolipases 
e carboxilestearases, que clivam fosfolipídios e colesterol 
 
• Sais biliares produzidos no fígado a partir do colesterol 
captado, são armazenados na vesícula biliar 
 
• Secreção dos sais biliares contribuem na formação da 
micela mista = Sais biliares + lipídios + fosfolipídios + 
colesterol não-esterificado + AG livres + vitaminas 
 
• Redução na tensão superficial da gotícula de gordura 
 
 
 
 
Íleo terminal 
Triglicerídeos 
Mono e 
diglicerídeos, 
AG livres, 
fosfolipídos e 
colesterol livre 
Lipase Sais 
biliares 
Micela 
AG C8 – C12 AG C18 
Reesterificação 
REL 
Golgi 
Quilom, 
TGlic 
Quilom, 
formado 
TGlic 
Quilomícrons - Circulação linfática  destino fígado 
Difusão passiva 
Quilomícrons 
TGLic 
Fosfolipídeos 
Apoliproteínas 
Colesterol esterificado 
Colesterol livre 
exocitose 
 VLDL 
Lipoproteína de muito baixa densidade 
Elevado conteúdo de triglicerídeos e baixo conteúdo de proteínas (apoproteínas), 
baixo conteúdo de colesterol livre, esterificado e fosfolipídios 
Distribuição para os tecidos 
 
LDL 
Incorporação de apoproteínas – elevação na densidade – 
Transporte de colesterol – distribuição para os tecidos 
Colesterol – utilização (ex: hormônios) ou armazenado nos tecidos 
 
 
HDL 
Transporte reverso do colesterol – dos tecidos para o fígado 
Alta quantidade de apoproteínas e transporte apenas de colesterol esterificado 
Excesso de colesterol nos tecidos são retirados – catabolismo no fígado 
Colesterol 
METABOLISMO ABSORTIVO 
Triglicerídeos + fosfolipídios + colesterol, + ésteres de colesterol + apolipoproteínas 
Sais biliares ou VLDL 
 Fígado 
VLDL – secretado na corrente sanguínea 
Redução no conteúdo de AG (captados nos tecidos) – forma-se LDL – fonte de 
colesterol nos tecidos