Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
03/05/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2048356&classId=931971&topicId=0&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum=S&enab Fundamentos do comércio exterior Aula 5 - Fazendo negócios: os incentivos e as barreiras ao comércio INTRODUÇÃO Os efeitos positivos do comércio exterior sobre as economias nacionais fazem com que os governos estimulem as empresas a exportar: uma série de incentivos de natureza �scal e creditícia, apoio gerencial e administrativo são oferecidos a essas empresas. Mas, existem as barreiras comerciais. Com o objetivo de proteger a produção local, os governos impõem tarifas e exigências que elevam o custo ou di�cultam os procedimentos de importação. 03/05/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2048356&classId=931971&topicId=0&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum=S&enab Os tratados internacionais regulam os incentivos às exportações e as barreiras comerciais para que sejam justos no comércio exterior. OBJETIVOS Analisar os incentivos governamentais à exportação. Avaliar os efeitos das barreiras comerciais no comércio exterior. Comparar as modalidades de exportação. 03/05/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2048356&classId=931971&topicId=0&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum=S&enab INCENTIVOS E BARREIRAS NO COMÉRCIO EXTERIOR Nas aulas anteriores, examinamos o ambiente, a estrutura e os instrumentos legais que ordenam o comércio exterior brasileiro. Em uma economia de mercado, as empresas cumprem a função de produzir e exportar os produtos nacionais e de importar as mercadorias estrangeiras, bene�ciando o país. Com o objetivo de promover a atividade econômica, os governos incentivam as empresas a buscar novos mercados, oferecendo benefícios de natureza �scal, �nanceira e gerencial. No Brasil, vários programas incentivam a atividade exportadora, de acordo com os tratados internacionais. As barreiras à importação são de outra natureza. Inserido em um ambiente internacional em que prevalece a doutrina de livre comércio, um país deve deixar que as importações se efetuem livremente, de acordo com as tendências do mercado. Mas é preciso atenção com duas questões: Grau de maturidade dos setores produtivos: setores menos desenvolvidos da economia em um país podem demandar uma proteção da concorrência das empresas de economias mais avançadas. Medidas de salvaguarda que imponham restrições à entrada de mercadorias decorrentes de eventual prática desleal de comércio por parte do país exportador. Os tratados internacionais reconhecem, em ambos os casos, o direito dos países estabelecerem restrições às importações, observadas a pertinência e o caráter temporário dessas medidas. A prática das políticas governamentais de comércio exterior podem não ser transparentes nem se submetem, necessariamente, aos princípios do livre comércio. Os interesses políticos e econômicos domésticos se sobrepõem a esses princípios, gerando políticas de subsídios ao produto exportado e a interposição de barreiras à importação considerados ilegais no ambiente internacional de comércio. Analisaremos, agora, os programas de incentivos dados aos exportadores brasileiros. Examinaremos, também, conceitualmente, as barreiras ao comércio. ATIVIDADE 1 – TRIBUTOS NO MERCADO INTERNO Analise as de�nições dos diferentes tributos e depois marque a opção que apresenta a sequência correta dos tributos na ordem apresentada. PIS – ICMS – COFINS – IPI 1.Imposto federal que incide sobre o produto industrializado, de alíquota variável, sendo devido na venda da mercadoria (fato gerador). É calculado sobre o valor agregado, isto é, a base de cálculo é dada pelo preço de venda menos o preço de aquisição da mercadoria ou dos insumos usados na fabricação. Na prática, do valor calculado sobre o preço de venda deduz-se o imposto embutido, e pago, na aquisição da mercadoria ou dos insumos. Exemplo: Preço do Insumo R$105,00, IPI (5%) incluído no preço R$5,00 => crédito �scal. Preço de Venda R$220,00, IPI (10%) devido na venda R$20,00 – R$5,00 (crédito) = R$15,00. 2.Imposto da esfera estadual, de alíquota variável. O fato gerador, a base de cálculo, e a forma de cálculo são, esquematicamente, as mesmas do IPI. 3. Imposto federal, na sua modalidade mais comum incide sobre o faturamento, com a alíquota de 0,65%. 03/05/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2048356&classId=931971&topicId=0&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum=S&enab 4.Tem como fato gerador e base de cálculo a receita pela empresa, sendo as alíquotas de 3% ou 7,6%, dependendo da modalidade. a) IPI – COFINS – ICMS – PIS b) COFINS – IPI – PIS – ICMS c) PIS – ICMS – COFINS – IPI d) IPI – ICMS – PIS - COFINS Justi�cativa Desoneração das Exportações No comércio exterior, existe um princípio segundo o qual “não se exportam impostos”, o que é aceitável pelas doutrinas vigentes, desde que se restrinja a não cobrança dos impostos incidentes sobre as mercadorias ou relativos ao processo de produção. Subsídios não são aceitos como incentivos à exportação (glossário), exceto nos casos previstos. Subsídio: é a concessão de um benefício, que: sustente a renda ou os preços que resultam no aumento das exportações ou na redução das exportações de qualquer produto; represente uma contribuição �nanceira governamental. São classi�cados em: Subsídios não acionáveis Concedidos de forma não especí�ca ou, mesmo que especí�cos, são justi�cáveis, não gerando medidas compensatórias. Subsídios proibidos Vinculados ao desempenho do exportador ou ao uso preferencial de produtos domésticos, em detrimento de produtos estrangeiros. Subsídios acionáveis Especí�cos, isto é, com acesso limitado a uma empresa ou a um grupo de organizações ou indústrias, a ramos de produção ou a regiões geográ�cas. Essa classe inclui os subsídios proibidos. A esses subsídios cabe a aplicação de medidas compensatórias por parte do governo, visando diminuir ou eliminar o dano causado ao setor produtivo que afeta. Financiamento e garantia às exportações O �nanciamento e a garantia às operações de exportação são atendidas por uma série de programas governamentais que se conjugam no esforço de desenvolvimento de nosso setor produtivo, estimulando a competitividade. Facilitação de comércio e apoio gerencial 03/05/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2048356&classId=931971&topicId=0&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum=S&enab É a redução dos custos de transação por meio da simpli�cação e desburocratização dos procedimentos relacionados ao comércio exterior. A CAMEX abriga, estabelecido pelo Decreto nº 8.807, de 2.016, o Comitê Nacional de Facilitação de Comércio (Confac), que tem por competências orientar, coordenar, harmonizar e supervisionar as atividades operacionais dos órgãos e das entidades da Administração Pública Federal relativas às importações e exportações. Outros incentivos à exportação podem ser considerados no âmbito da atuação dos órgãos governamentais na promoção do setor produtivo. Existem programas de capacitação e apoio para as empresas oferecidos por: Formação do Preço de Exportação Esses incentivos têm um impacto direto no preço de exportação, o que pode explicar porque os produtos exportados são muitas vezes vendidos a um preço menor do que o praticado no mercado interno. Essa é uma situação comum a todos os países exportadores, que buscam estimular a venda no mercado internacional, pois esses incentivos servem também para compensar os maiores custos de envio das mercadorias e a incidência dos gastos aduaneiros, entre outros próprios da exportação. Há um princípio geral de que “não se exportam impostos”, signi�cando que a tributação deverá ocorrer nopaís de destino. Isso não impede que se cobre um imposto de exportação, como o Brasil faz em menos de uma dezena de produtos, de acordo com seus interesses especí�cos. Em resumo, o preço de exportação, a partir do preço do mercado interno, resulta da subtração dos custos que não serão incorridos (como os impostos) e do acréscimo daqueles exclusivos da exportação (como o transporte internacional). Defesa comercial e barreiras à importação 03/05/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2048356&classId=931971&topicId=0&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum=S&enab Os danos ao setor produtivo de um país podem ser resultado da prática de dumping ou da concessão de subsídios que resultem em preços abaixo dos praticados normalmente no mercado. As medidas de defesa comercial (glossário) podem ser: aplicação de direitos antidumping e direitos compensatórios, provisórios ou de�nitivos a �m de neutralizar efeitos de práticas desleais de comércio de determinado país ou grupo de países, como o dumping e subsídios; aplicação de salvaguardas, que são medidas tarifárias ou restrições quantitativas necessárias em face de surtos de importações de diversas origens, visando coibir prejuízo grave à indústria nacional. A defesa comercial no Brasil é conduzida pelo Departamento de Defesa Comercial da SECEX, a quem cabe avaliar, propor a abertura e conduzir os processos de investigação para a aplicação de medidas antidumping, compensatórias e de salvaguarda (MDIC, 2017c). No decorrer das investigações, busca-se comprovar o nexo causal entre as importações do produto subsidiado ou da prática de dumping e o dano à indústria nacional (CAPARROZ, 2012). Barreiras Comerciais Os governos, sob alegações diversas, desde a proteção à indústria nascente argumento usado pelos países em desenvolvimento – até a proteção aos agricultores contra a excessiva volatilidade dos preços e as crises do mercado – argumento usado pela União Europeia – contam com um elenco de medidas protecionistas, nem sempre usadas de forma transparente ou legítima. São as chamadas barreiras comerciais ou barreiras alfandegárias, assim classi�cadas: As modalidades de exportação As empresas exportadoras devem estar habilitadas na Receita Federal a operar o Siscomex, nos termos constantes no Portal do Siscomex. A legislação brasileira considera como exportadora a empresa que faz o embarque da mercadoria, independentemente de ser ou não a produtora ou fabricante da mercadoria. Nesse sentido, na relação entre produtor ou fabricante e embarcador da mercadoria, são consideradas duas modalidades básicas de exportação: a direta e a indireta. AS EMPRESAS COMERCIAIS EXPORTADORAS Na exportação indireta, há a Empresa Comercial Exportadora (ECE). Esse tipo de empresa tem como objeto a aquisição de mercadorias, no mercado interno ou externo, para revenda, no mercado externo ou interno, isto é, exerce tipicamente uma função comercial. A legislação brasileira reconhece dois tipos de ECE: ECE comum, prevista no Código Civil Brasileiro, que pode ser constituída como sociedade civil limitada ou sociedade anônima, não havendo previsão de capital mínimo. Na exportação de mercadorias adquiridas no mercado interno, ela goza dos mesmos benefícios �scais da empresa produtora, exceto a manutenção dos créditos �scais. 03/05/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2048356&classId=931971&topicId=0&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum=S&enab ECE com Certi�cado de Registro Especial (glossário), instituída pelo Decreto-Lei nº 1.248, de 1972, é chamada, habitualmente, de Trading Company, embora esta não seja sua denominação o�cial. Seu objetivo, na época de sua criação, era funcionar como o braço comercial das empresas brasileiras, em especial das pequenas e médias empresas. Deve constituir-se na forma de Sociedade por Ações (S.A.) e integralizar um capital mínimo de 703.380 Unidades Fiscais de Referência (UFIR), cerca de R$748.466,66 (a UFIR foi extinta no ano 2000 pela Medida provisória 2095-76). Atualmente, há poucas diferenças entre as duas empresas, mas apenas a “Trading Company”, isto é, a ECE com Certi�cado de Registro Especial, pode utilizar alguns regimes aduaneiros especiais. Esses regimes especiais permitem que a empresa produtora considere exportada a mercadoria apenas entregue à intermediária, mesmo que ainda não tenha deixado o território nacional. OUTRAS EMPRESAS INTERMEDIÁRIAS Na prática, qualquer empresa pode atuar como intermediária, desde que tenha o competente registro para atuação em comércio em seu Contrato Social e no Siscomex. As exportações podem ser intermediadas por empresa industrial, consórcios de exportação e cooperativas. Essas empresas atuam, na prática, em termos �scais e aduaneiros, como se fossem empresas comerciais exportadoras comuns, embora tenham características operacionais e constitutivas distintas. ATIVIDADE 2 Quais das opções são vantagens na exportação direta, do ponto de vista do produtor? 1. Diminuição do risco comercial. 2. Maior ganho de marketing. 3. Menor risco cambial. 4. Adequado para empresas iniciantes. 5. Maior lucratividade na operação. a) 1 e 2 b) 3 e 4 c) 2 e 5 d) 1 e 5 e) 2 e 4 Justi�cativa Quais das opções são vantagens na exportação indireta, do ponto de vista do produtor? 1. Diminuição do risco comercial. 2. Maior ganho de marketing. 3. Menor risco cambial. 4. Adequado para empresas iniciantes. 5. Maior lucratividade na operação. a) 1, 2 e 4 b) 2, 3 e 4 c) 2, 4 e 5 03/05/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2048356&classId=931971&topicId=0&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum=S&enab d) 1, 3 e 4 e) 1, 2 e 5 Justi�cativa O Agente Comercial desempenha um papel importante no comércio internacional: é o pro�ssional com a função básica de apresentar duas partes interessadas em fazer negócios. Essa função pode ser cumprida por uma empresa ou por uma pessoa física, que opere em bases liberais. É remunerado, de maneira geral, por comissão calculada como um percentual da venda, variando entre 0,5% e 20%, de acordo o tipo de produto ou operação. A tabela VI do sistema de registro de exportação - NOVOEX informa os percentuais máximos admitidos: Tabela VI – Comissão de Agente Percentual NCM Até 10% Capítulos 01 a 24 da NCM/SH Até 15% Capítulos 25 a 83 da NCM/SH Até 20% Capítulos 84 a 97 da NCM/SH Disponível em: http://www.mdic.gov.br/images/REPOSITORIO/secex/decex/CGIS/COMISSO-DE-AGENTE.pdf (glossário), acesso em 2/10/2017. O artigo 105, da Circular 3691, do Banco Central (BACEN, 2013) descreve as formas de pagamento de agentes comerciais: Em conta grá�ca: o banco, ao enviar o pagamento ao exportador, deduz a parcela da comissão e a envia diretamente ao agente. Por dedução da fatura comercial: o importador deduz do valor a ser pago ao exportador a comissão do agente e a remete diretamente. A remeter: o exportador, após o recebimento do pagamento da exportação, remete diretamente a comissão ao agente comercial. EXERCÍCIOS Questão 1: Assinale a alternativa que mostre prática governamental que resulta em distorção dos preços de exportação e, por isso, não é prática aceita no Sistema Internacional de Comércio. a) Financiamento com juros equalizados. b) Concessão de subsídios. c) Desoneração de impostos. d) Aplicação de imposto de importação. e) Manutenção de créditos �scais. Justi�cativa 03/05/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2048356&classId=931971&topicId=0&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum=S&enab Questão 2: Assinale a alternativa que indica uma barreira técnica à importação. a) Procedimentos de desembarque. b) Procedimentos alfandegários. c) Normas para a importação de medicamentos. d)Regulamento cambial. e) Imposto de importação. Justi�cativa Questão 3: Assinale a modalidade de exportação que garante à empresa exportadora os benefícios �scais antes mesmo da saída da mercadoria de território nacional. a) Exportação por meio de ECE comum. b) Qualquer exportação indireta. c) Exportação via consócio. d) Exportação por meio de trading company. e) Qualquer exportação direta. Justi�cativa Glossário 03/05/2018 Disciplina Portal http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2048356&classId=931971&topicId=0&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&enableForum=S&enab INCENTIVOS À EXPORTAÇÃO São constituídos por programas e práticas governamentais que visam estimular a participação das empresas brasileiras no comércio internacional. Isso é necessário por causa do interesse do governo no crescimento das exportações, ao lado dos riscos e custos associados à atividade exportadora, especialmente considerando o grau de desenvolvimento incipiente de nosso mercado. DEFESA COMERCIAL Consiste na proteção, feita pelo governo, aos produtores localizados em território brasileiro contra as práticas desleais de comércio, por meio dos instrumentos de antidumping, medidas compensatórias e salvaguardas.
Compartilhar