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DIREITO INTERNACIONAL Doutrina e Questões Campus Nova América 28abr2018 Por Fernando de Alvarenga www.refugeelawreader.org/es O Direito Internacional está presente... DIP DIPRi DIDH DIH D.Penal Interna- cional D.Inte gra- çãoD.Com u- nitário D.Consti- tucional Internaci- onal Direito Internacional – uma definição ▪ Conjunto de normas jurídicas (Tratados) que regulam as relações mútuas dos Estados (sua convivencia) e, além disso, de forma “secundária”, as das demais pessoas internacionais (Estatais ou não estatais), como determinadas) Organizações Internacionais e dos indivíduos. ▪ O DI determina as regras de convivência entre os Estados, sujeitos públicos originários de DI. ▪ Cumprir tratados (contratos internacionais), a ex. do tratado sobre tortura (1984), é função do Estado brasileiro, que a ele se vinculou e poderá ser sancionado pelas regras do Dl. ▪ “É o direito internacional público uma espécie de direito? Essa natureza do direito internacional público tem sido desafiada por dois argumentos. O primeiro afirma que não há um poder central mundial com atividades típicas dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. O segundo destaca a inexistência de uma sociedade internacional que compartilhe efetivamente valores de forma ampla e consensual. ▪ Apesar desses argumentos, verifica-se que os Estados nacionais não vivem de forma isolada, eles interagem com a comunidade internacional por meio de tratados, da globalização das atividades laborais e econômicas, bem como criam entes de direito supranacional, que buscam, como no MERCOSUL, a integração e a proteção de determinados valores compartilhados mundialmente.” (Procurador Federal 2007). ▪ O texto em destaque ressalta dois argumentos que questionam a juridicidade do Direito Internacional. Contrapondo tais posicionamentos, aponte a atual posição da doutrina em nosso ordenamento. A juridicidade do Direito Internacional e as correntes negativistas Atores no palco Internacional ▪ Estados - Sujeito originário ▪ Organizações Internacionais - sujeito derivado ▪ Coletividades não estatais – Santa Sé, Beligerantes, Empresas Multinacionais,… ▪ Indivíduos ▪ Direito à GUERRA Dir. Aplicável na.. (Jus in Bello*) Dir. à Guerra (Jus ad Bellum) * Carta de la ONU, cap. 6 e 7 - Uso da Força por parte dos Estados. Pessoa de Direito Internacional Público ▪ A pessoa física ou jurídica a quem a ordem internacional atribui direitos e deveres é transformada em pessoa internacional, isto é, sujeito de Direito Internacional (Celso Mello). ▪ Sujeito de Direito Internacional é “aquele cuja conduta está prevista direta e efetivamente pelo direito das gentes como conteúdo de um direito ou de uma obrigação”.(Celso Mello). ▪ No DI, várias são as perspectivas sobre a unidade ou multiplicidade de pessoas internacionais e é grande a dificuldade de estabelecer critérios para classifica-las. Personalidade e capacidade no DI ▪ Agir – estabelecer relações - no plano internacional, deve pressupor personalidade e capacidade jurídica. ▪ O que isto significa? ▪ Ter capacidade é efetivamente poder agir no plano internacional. Exercer seus direitos e ser exigido nos deveres. ▪ Exemplo: Artigo 34 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça. ▪ “Só os Estados poderão ser partes em questões perante a Corte.” ▪ Ter personalidade internacional é ter direitos e deveres frente ao DI. ▪ Exemplo: Art. 2º, 1 da Carta das Nações Unidas. ▪ Igual direito à autodeterminação. ▪ Para F. Rezek - A pessoa humana ainda não pode participar plenamente da vida internacional, pois depende do Estado para reivindicar seus direitos. ▪ A pessoa humana não participa da elaboração das normas de proteção de seus direitos e assim não tem relação direta com estas normas. ▪ Para A.A. Cançado Trindade - Os indivíduos podem acionar os mecanismos internacionais. Tem direito de petição ou comunicação individual, podendo submeter denúncia de violação de seus direitos aos órgãos internacionais. É possível que uma pessoa internacional não tenha capacidade de agir ? Todo sujeito de D.I é pessoa (ator) de D.I, mas, nem toda pessoa (ator) é Sujeito de Direito Internacional Estado como Pessoa Jurídica de DI ▪ Alguns tratados definem o que é o Estado e sua posição como sujeito de DI. ▪ Não só os Estados estão sujeitos às normas do DI e, por conseguinte, a direitos e deveres na ordem internacional. ▪ As Organizações Intergovernamentais também: ▪ Ex: ONU, OTAN, OEA, OMC, etc. ▪ Estes atores tem diferentes níveis de personalidade internacional: ▪ Capacidade para celebrar tratados. ▪ Gozam de privilégios e imunidades. ▪ Podem ser titulares de direitos e obrigações internacionais. Convenção de Montevidéu sobre os Direitos e Deveres dos Estados, de 1933 ▪ ter um território definido, ▪ uma população permanente, ▪ um governo soberano ▪ capacidade de se relacionar com outras nações. ▪ Interpretado pelo DI como "Estado legalmente independente”. ▪ (Montevidéu, capital do Uruguai, estabeleceu as prerrogativas e os critérios para que um Estado esteja integrado ao DI (League of Nations Treaty Series, vol. 165, pp. 20-43) Soberania ▪ O que Alan Pellet caracterizou como a independência limitada do Estado sendo uma situação de interdependência. ▪ Nesse sentido, quando um Estado se vincula a um determinado tratado ele mesmo se auto limita. ▪ Soberania é o poder que o Estado detém de impor dentro dos seus limites territoriais suas decisões, ou seja, de editar suas leis e executá-las por si próprio. ▪ Pode-se dizer que tem-se um conceito de soberania interna. ▪ como fica a questão da soberania do Estado no contexto da proteção internacional dos Direitos Humanos? Responsabilidade Internacional do Estado ▪ Há Responsabilidade Internacional do Estado, enquanto Sujeito de DI, quando do não cumprimento ou inobservância dos tratados a que se vincula, por ato singular, próprio de sua Soberania. ▪ Não há que se falar mais em “diminuição, abrir mão ou quebra” de Soberania, pois ao Ratificar um Tratado (Ato de se comprometer internacionalmente em cumpri-lo), está praticando ato de sua vontade, de seu consentimento em aderir ao documento internacional. Responsabilidade Internacional do Estado ▪ Está concretizada após a prática de ato ilícito que afronta o direito das gentes (DI). ▪ Direta: quando o ato houver sido praticado pelo Estado, ▪ Indireta: quando da inobservância, por parte desse, de obrigações inerentes à preservação da ordem pública ou, ainda, ser assinalado pela negligência na fiscalização dos atos praticados por seus indivíduos. ▪ “O Direito Público Externo destina-se a reger as relações entre os Estados Soberanos e as atividades individuais no plano internacional” (MEIRELLES, 2008, p. 38). ▪ Os Estados como sujeitos de DI, encontram-se no mesmo patamar, em plena igualdade, pois o que se tem na Ordem Internacional é uma relação de coordenação. ▪ Nenhum Estado é soberano relativamente a outro Estado, pois soberania nos leva ao termo predominância, superioridade. Na relação entre os Estados o que não existe é soberania e sim igualdade. Tribunal Penal Internacional Tribunal Penal Internacional 17 de julho de 1998 ▪ Sediado em Haia, na Holanda, tem competência para levar a julgamento, por uma corte internacional permanente: ▪ políticos, chefes militares e mesmo pessoas comuns pela prática de delitos da mais alta gravidade, que até agora, salvo raras exceções, têm ficado impunes, especialmente em razão do princípio da soberania. ▪ São crimes imprescritiveis. ▪ Fundamento: Tratado Constitutivo ▪ Jurisdição Internacional - Cooperação ▪ Competência: ▪ Crimes contra a humanidade ▪ Crimes de guerra▪ Crime de genocídio ▪ Crime de agressão ▪ Art. 5, Estatuto de Roma/1998 Jurisdição Internacional Tribunal Penal Internacional Durante uma cerimonia de desmobilização no sul do Sudão, adolescentes vestidos de civil largam as armas que um dia portaram, quando eram crianças soldado. © UNICEF/HQ01-0093/STEVIE MANN «Quero dar-lhes uma mensagem: Por favor, façam tudo que possam para contar ao mundo o que nos passa. Para que outros crianças não tenham que suportar esta violência.» (Garota de 15 anos que escapou do Exército de Resistência em Uganda) Crianças Soldado ▪ Com tecnologia, fica mais fácil armar crianças, menos treinamento. ▪ 1/2 de jovens menores de 18 anos são recrutados nas forças armadas governamentais, nos grupos paramilitares, nas milícias civis e em ampla variedade de grupos armados não estatais em mais de 85 países. ▪ Recrutados ou sequestrados com frequência para os exércitos, alguns deles nem tem 10 anos, presenciaram ou participaram em atos de violência inimaginável, muitas vezes contra suas próprias familias ou comunidades. ▪ Quando são meninas se espera que, além de combater, proporcionem serviços sexuais. Crianças Soldado ▪ A transferência de Dominic Ongwen, um dos líderes do Exército de Resistência do Senhor (ERS) para a custódia do Tribunal Penal Internacional (TPI) representa um importante marco na responsabilização dos crimes de guerra na África, afirmou, nesta terça-feira (20), o secretário-geral da ONU, Ban Ki- moon, ao parabenizar os países e organizações implicadas em levar o comandante da milícia para Haia (Países Baixos). ▪ Essa será a primeira vez que o Tribunal julgará um comandante do ERS. Em 2005, o TPI emitiu uma ordem de prisão contra Ongwen por crimes de guerra cometidos em Uganda. Depois de sua rendição, em 6 de janeiro, na República Centro-Africana, o comandante aguarda agora sua transferência para o centro de detenção do tribunal, na Holanda. Assim que passar por uma revisão médica, Ongwen será apresentados aos juízes, na presença do advogado de defesa. A data desta primeira audiência será anunciada em breve. ▪ “Esse é um passo importante nos esforços de fazer justiça para milhares de vítimas da violência do ERS em Uganda, Sudão do Sul, República Democrática do Congo e na República Centro-Africana nos últimos 28 anos”, disse o chefe da ONU. ▪ “As comunidades afetadas terão a oportunidade de ver a justiça internacional lidar com a violência horrível que ocorreu em Uganda. Me uno a Corte em apreciação a todos aqueles Estados e organizações cuja cooperação possibilitaram a implementação com sucesso das decisões da Corte”, enfatizou Kaba. ▪ http://nacoesunidas.org/onu-parabeniza-transferencia-de-autor-de-crimes-de-guerra-na-uganda-para-ser-julgado-pelo-tpi/ ONU parabeniza transferência de autor de crimes de guerra na Uganda para ser julgado pelo TPI - Publicado em 21/01/2015 Corte Internacional de Justiça Palácio da Paz A CIJ e as Fontes do DI Fontes do Direito Internacional ▪ Criadoras ou formais : ▪ As convenções ▪ o Costume ▪ os Princípios Gerais do Direito reconhecidos pelas nações civilizadas. ▪Verificadoras ou auxiliares: ▪ Decisões judiciais das Cortes Internacionais ▪ a Doutrina dos publicistas de maior competencia das diferentes nações. ▪ Resoluções da Assembleia Geral da ONU. 25 ▪ Artigo 38. 1. A Corte, cuja função é decidir de acordo com direito internacional as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará: ▪ a) as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais. que estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes; ▪ b) o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito; ▪ c) os princípios gerais de direito reconhecidos pelas Nações civilizadas; ▪ d) sob ressalva da disposição do art. 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos publicistas mais qualificados das diferentes Nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito. ▪ 2. A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de decidir uma questão ex aeque et bano, se as partes com isto concordarem. DECRETO Nº 19.841, de 22 de outubro de 1945/BR Estatuto da Corte Internacional de Justiça/1945 Tratados ▪ Acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo DI, quer esteja consignado num instrumento único, quer em dois ou mais instrumentos conexos, e qualquer que seja a sua denominação particular (art.2.1, a – CVT/1969). ▪ Ainda que não haja hierarquia entre as fontes, é fato que os tratados estão na base das consultas sobre litígios, dos Estados, nas Cortes Internacionais. BILATERAIS MULTILATERAIS Efeitos dos tratados ▪ O tratado é res inter alios acta, significa que não devem beneficiar, nem prejudicar terceiros. ▪ Os tratados não têm efeito retroativo. ▪ Limitam-se, em princípio, às partes contratantes. (Art. 28 da Convenção de Viena sobre tratados/1969). Condições de validade de um Tratado ▪ Capacidade das partes - Estados soberanos, OI`s, Beligerantes, Insurgentes, Santa Sé e outras pessoas de DI. ▪ Habilitação dos agentes signatários ▪ Art. 7º da CVT . Através da carta de plenos poderes, dão aos negociadores o poder de negociar e concluir o tratado, visando dar maior liberdade aos chefes de Estado. É necessário que o chefe de Estado confirme os atos praticados pelos agentes signatários, através da ratificação. Aqueles que recebem plenos poderes são denominados plenipotenciários (ou Signatários). ▪ Art. 7º.2 prevê as hipóteses de dispensa dos plenos poderes para os chefes de Estado e de Governo, ministro das Relações Exteriores e o chefe da missão diplomática. ▪ Objeto lícito e possível - O objeto de um tratado não pode: ▪ Contrariar normas morais (imperativas/jus cogens). ▪ Não pode ter objeto impossível de ser executado. ▪ Consentimento mútuo ▪ A adoção do texto de um tratado internacional, por ser um acordo de vontades, depende de consentimento mútuo de todos os Estados que participaram de sua elaboração. ▪ Nos tratados multilaterais a regra para adoção de seu texto é pela maioria de 2/3 dos Estados presentes e votantes, exceto se os próprios decidirem de maneira diversa. (Art. 9º da CV s/ tratados) Fases de conclusão do Tratado ▪ Tratados e Acordos em forma simplificada (acordos executivos): ▪ Fases de conclusão dos tratados (conclusão mediata): negociação, assinatura, ratificação, promulgação, registro e publicação. ▪ Fase de conclusão dos acordos executivos (conclusão imediata): negociação e assinatura. ▪ 1) Negociação - é um processo para encontrar uma terceira coisa que nenhuma parte quer, mas que ambas as partes podem aceitar. ▪ 2) Expressão do consentimento (Art. 11 da C.V.T). ▪ 2.1. Assinatura: (Arts. 10, b e 12 da C.V.T.) ▪ a) autenticar o texto produzido; b) iniciar a contagem de prazo para troca ou depósito dos instrumentos de ratificação; c) atesta a concordância dos negociadores quanto ao texto do tratado; d) os contratantes devem se abster de atos que afetem substancialmente o valor do instrumento assinado (Art. 18 da C.V.T); e) a assinatura pode ter valor político; f) pode significar que o Estado reconhece as normas costumeiras tornadas convencionais. ▪ Assinatura diferida: consiste em dar aos Estados um prazo maior para assinatura do tratado, a fim de que os Estados que não participaram das negociações figurem como partes contratantes originárias. ▪ Assinatura ad referendum: necessita ser confirmada pelo Estado que a fez. (Art. 12, 2, b da C.V.T/69). ▪ 2.2. Ratificação - a autoridade nacional competente informa as autoridades correspondentes dos Estados cujos plenipotenciários concluíram, com os seus, um projeto de tratado, a aprovação que dá a este projeto e que o faz doravante um tratado obrigatório para o Estado que estaautoridade encarna nas relações internacionais. (Celso Mello). Para Rezek a ratificação é ato unilateral com que a pessoa jurídica de D.I., signatária de um tratado, exprime definitivamente, no plano internacional, sua vontade de obrigar -se. ▪ A ratificação torna-se irretratável desde que formalizada a expressão do consentimento definitivo. Efeitos da Ratificação ▪ A ratificação não tem efeito retroativo e só gera efeitos a partir da troca/depósito do instrumento de ratificação. ▪ 2.2.3 Troca de Instrumento de ratificação, Depósito e obrigatoriedade do tratado (Art. 16 da CVT) ▪ 2.3. Registro ▪ O registro é feito no Secretariado da ONU (art.102/ONU), que emitirá certificado de registro (art. 80 da CVT). O registro deve ser solicitado por um dos signatários. Reserva - art. 19, CVT/1969 ▪ A regra sobre as reservas deve estar contida no tratado, em caso de silêncio aplicar-se-á o art. 19 da CVT. A reserva é possível desde que compatível com o objeto e com a finalidade do Tratado. ▪ Segundo Celso Mello os efeitos das reservas são consequência do princípio da aceitação (art. 19 da CVT). ▪ A aceitação das reservas está prevista no Art. 20 da CVT. ▪ Efeitos legais: (Art. 21 da CVT) ▪ 1) Modifica o tratado entre o Estado que apresentou a reserva e o que a aceitou.(princípio da reciprocidade) ▪ 2) Se um Estado objetar uma reserva, mas não se opõe a entrada em vigor do tratado entre ele e o que fez a reserva, os dispositivos a que se refere a reserva não se aplicam entre eles. ▪ 3) A reserva não modifica o tratado entre os demais contratantes. Costume ▪ Elemento material (ou objetivo) que se constitui na repetição de atos, também chamados precedentes; ▪ Elemento psicológico (ou subjetivo), identificado pela expressão latina opinio juris sive necessitatis. ▪ O primeiro elemento pode ser analisado em várias dimensões (tempo de repetição do ato; número de Estado que o praticam etc). ▪ Há também o elemento subjetivo. Este representa a ideia de necessidade, obrigatoriedade e consentimento entre os Estados praticantes dos precedentes. Jus Cogens - norma não sujeita a reservas ▪ As convenções de Direito Humanos não se sujeitam às reservas e às objeções (parecer da CIDH). No entanto, admitem-se as declarações interpretativas, que não alteram o tratado, mas apresentam valor para a sua interpretação. ▪ Artigo 53.º, CVT/69 - Tratados incompatíveis com uma norma imperativa de direito internacional geral (jus cogens) ▪ É nulo todo o tratado que, no momento da sua conclusão, seja incompatível com uma norma imperativa de direito internacional geral. Para os efeitos da presente Convenção, uma norma imperativa de direito internacional geral é uma norma aceite e reconhecida pela comunidade internacional dos Estados no seu todo como norma cuja derrogação não é permitida e que só pode ser modificada por uma nova norma de direito internacional geral com a mesma natureza. ▪ Artigo 64.º, CVT/69 - Superveniência de uma norma imperativa de direito internacional geral (jus cogens) ▪ Se sobrevier uma nova norma imperativa de direito internacional, geral, qualquer tratado existente que seja incompatível com essa norma torna-se nulo e cessa a sua vigência. ONU ▪ A Carta das Nações Unidas foi redigida na Conferência de São Francisco, por 51 países, em 26 de junho de 1945. Os Estados que participaram da negociação do tratado são considerados membros originários; ▪ os demais são os Estados que, ao cumprir os preceitos do artigo 4.1 da Carta, “amantes da paz, aceitar as obrigações decorrentes da Carta e estiverem aptos e dispostos a segui-los” foram admitidos como membros por decisão da Assembleia Geral mediante recomendação do Conselho de Segurança, segundo o artigo 4.2 da Carta. ▪ são os membros eleitos ou admitidos. Organismos da ONU ▪ a) A Assembleia Geral – é o órgão democrático das Nações Unidas, prevista a partir do artigo 9, reúne-se anualmente, tendo por tradição o Brasil como primeiro membro a discursar na reunião, já que foi o primeiro a discursar na primeira Assembleia realizada em 1945. ▪ b) O Conselho de Segurança – disposto no artigo 23 e seguintes, é o principal órgão das Nações Unidas, órgão político e de força. Compõe-se hoje de 15 Estados membros, sendo que cinco são os chamados permanentes, que possuem direito de veto e cadeira permanente, China, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos. ▪ c) O Conselho Econômico e Social – a Carta dispõe em seu artigo 61 e seguintes, é composto de 54 Estados eleitos pela Assembleia Geral e tem como função desenvolver estudos e relatórios referentes às questões internacionais de caráter econômico, social, cultural, sanitário, entre outros. ▪ d) O Conselho de Tutela – previsto no artigo 86 da Carta, como o próprio nome diz, tutela Estados em “construção”, segundo o disposto nos capítulos XI e XII, da própria Carta. ▪ e) A Corte Internacional de Justiça – tem previsão legal a parir do artigo 92 da Carta, possuindo um estatuto próprio, um ordenamento sobre seu funcionamento, é o órgão judiciário das Nações Unidas. Visa a resolução de controvérsias entre Estados, não podendo o indivíduo peticionar perante a Corte. É formada por 15 juízes. ▪ f) O Secretariado - é o órgão administrativo e burocrático das Nações Unidas, sendo previsto no artigo 97 e seguintes. Responsável pela administração das Nações Unidas encontra-se a figura do Secretariado-Geral, que é eleito pela Assembleia Geral por recomendação do Conselho de Segurança, para um mandato de cinco anos. OIT – Organização Internacional do Trabalho ▪ Criada em 1919 – Tratado de Versalhes – Finalidade: cuidar da matéria laboral no âmbito internacional – Não é órgão da ONU (mas integra o sistema da ONU como agência especializada) – Em 1944, pela Declaração de Filadélfia, foi instituída Constituição da OIT Constituição da OIT ▪ Trabalho deve ser fonte de dignidade. Trabalho não é mercadoria ▪ Pobreza é ameaça à prosperidade de todos. ▪ Todos os seres humanos possuem direito de perseguir seu bem estar material em condições de liberdade e dignidade, segurança econômica e igualdade de oportunidades. ▪ Objetivos ▪ Estabelecimento de padrões mínimos internacionais e plenitude de emprego e elevação dos níveis de vida. ▪ Favorecimento da formação profissional e facilitação da migração de trabalhadores. ▪ Garantia de oportunidades equivalentes. OIT – Organização Internacional do Trabalho ▪ Membros ▪ Estados-membros da ONU que aderirem ▪ Estados não membros da ONU que aderirem e forem aprovados por 2/3 dos delegados ▪ Retirada mediante aviso prévio de 2 anos. ▪ Representação interna tripartite ▪ Estados ▪ Representantes dos trabalhadores ▪ Organizações de empregadores Estrutura orgânica ▪ Conferência Internacional do Trabalho (Assembleia Geral) ▪ Conselho de Administração ▪ Repartição Internacional do Trabalho ▪ Conferência Internacional do Trabalho ▪ Órgão supremo. Reuniões no mínimo anuais. ▪ Diretrizes gerais de atuação. Foro de debate ▪ Composto por 4 delegados de cada Estado (2 governamentais, 1 de trabalhadores e 1 de empregadores). Declaração da OIT ▪ Justiça social é essencial para paz universal e perene ▪ Crescimento econômico é essencial mas insuficiente para garantir equidade, progresso social e fim da pobreza ▪ OIT deve prestar atenção especial a pessoas com necessidades sociais especiais (desempregados e migrantes) ▪ Seve ser assegurado aos interessados a possibilidade de reivindicar participação justa nas riquezas a cuja criação tenha contribuído. ▪ Princípios fundamentais ▪ Garantia da liberdade sindical e negociação coletiva. Eliminação do trabalho forçado ou obrigatório. ▪ Abolição do trabalho infantil. Eliminação da discriminação em matéria de emprego. Constituição da OIT (1948)▪ Substituiu a de 1919 ▪ Aprovação de recomendação ou convenção exige 2/3 dos votos presentes. ▪ Convenção deve ser submetida em um ano à autoridade interna competente (máx 18 meses). ▪ Recomendação deve ser submetida em um ano à autoridade competente (máx 18 meses). ▪ Nunca as normas da OIT devem afastar condições melhores. Comércio Internacional Sistema de Bretton Woods e o GATT ▪ Doutrina de John Maynard Keynes, baseado na ideia de crescimento econômico no plano global. O plano se baseava em quatro pilares institucionais: ▪ construção de um banco mundial, criação de um fundo para reconstrução e desenvolvimento e a criação de um programa de ajuda vinculado as Nações Unidas. ▪ Em 27jul1944, em Bretton Woods teve lugar a fundação do BIRD e do FMI. Em 1948, o plano continua com a instituição do GATT (General Agreement on Tariffs and Trade) e em 1995, com a fundação da OMC. OMC ▪ É um fórum de negociação de acordos de comércio e local de solução de disputas também comerciais. ▪ O procedimento de solução de diferenças da OMC, regido pelas Normas e Procedimentos sobre Solução de Controvérsias é um mecanismo eficiente firmado sob o império da lei e que visa garantir mais segurança e previsibilidade ao sistema de comercio global. ▪ As reuniões, também chamadas de rodadas, tem como objetivo principal o estabelecimento de acordos comerciais em nível mundial. ▪ A Organização Mundial do Comércio atua na fiscalização e regulamentação do comércio mundial. ▪ Com sede em Genebra (Suíça), foi criada em 1994 durante a Conferência de Marrakech é estabelecida a partir de 01jan95, na qual se elaborou o acordo constitutivo da OMC. ▪ Da rodada de Havana à de Marrakech o sistema de comércio era regulado pelo GATT (General Agreement on Tariffs and Trade) que ajudou a estabelecer um sistema multilateral de comércio. Objetivos e as funções - artigos 2º e 3º do Acordo constitutivo ▪ São limitadores da capacidade de agir da organização. ▪ Funções: ▪ Regulamentar e fiscalizar o comércio mundial; ▪ Resolver conflitos comerciais entre os países membros; ▪ Gerenciar acordos comerciais tendo como parâmetro a globalização da economia; ▪ Criar situações e momentos (rodadas) para que sejam firmados acordos comerciais internacionais; ▪ Supervisionar o cumprimento de acordos comerciais entre os países membros. Direito da Integração Etapas da integração ▪ Zona de Livre Comércio - eliminação de todas as barreiras tarifárias e não-tarifárias que incidem sobre o comércio dos países do grupo. ▪ União Aduaneira - adotam uma mesma tarifa às importações provenientes de mercados externos Tarifa Externa Comum (TEC). ▪ Território aduaneiro comum estabelecimento de disciplinas comuns em matéria alfandegária. ▪ Mercado Comum - livre circulação de pessoas e de capitais. ▪ Art. 1º do T.Ass. Harmonização das legislações. ▪ Zona Econômica e Monetária (União Total) - moeda e política monetária comuns. Política macro-econômica, política comum. MERCOSUL - Tratados Constitutivos ▪ Tratado de Assunção ▪ Assinado em 26mar1991. Ratificado pelo Brasil em 30out1991 ▪ Aprovado pelo Decreto Legislativo n° 197, de 25 de setembro de 1991; ▪ Promulgado pelo Decreto 350 de 21nov1991 ▪ Protocolo de Ouro Preto ▪ Ratificado em 17dez1994. Promulgado pelo Decreto 1901 de maio/96 ▪ MERCOSUL com personalidade jurídica internacional. Da a estrutura Institucional do MERCOSUL. ▪ Protocolo de Olivos ▪ Promulgado pelo Decreto 4982, de 09fev2004. ▪ Para solução de controvérsias no MERCOSUL. 2002 (Substitui o Protocolo de Brasília para a solução de controvérsias, adotado em 17dez1997). Mercado Comum do Sul ▪ Tratado de Assunção, assinado pelos Presidentes e respectivos Ministros de Relações Exteriores do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, em 26 de março de 1991, constituindo mais uma tentativa integracionista da América Latina depois da ALALC e a ALADI. ▪ Modelo intergovernamental (depende de consenso) ▪ Tem personalidade jurídica de DI. ▪ Grupo Mercado Comum (GMC) ▪ Órgão executivo ▪ Propõe projetos de decisão ao CMC ▪ Pode celebrar tratados por delegação do CMC ▪ Atua por Resoluções, obrigatórias Estrutura organizacional ▪ Comissão de Comércio do MERCOSUL (CCM) ▪ Assessora o GMC. ▪ Vela pela aplicação dos instrumentos comuns. ▪ Regula o comércio intra MERCOSUL e com terceiros. ▪ Atua por diretrizes, obrigatórias. ▪ Parlamento do Mercosul ▪ Órgão de representação dos cidadãos do Mercosul. ▪ Visa fortalecer a cooperação interparlamentar. Não legisla. ▪ Conselho do Mercosul (CMC) ▪ Órgão superior e decisório. Composto por Ministros de Relações Exteriores e de Economia de cada membro. ▪ Celebra tratados em nome do bloco e atua por Decisões obrigatórias. Tribunal Permanente de Revisão ▪ Vencedor poderá aplicar medidas compensatórias ▪ É possível que Estados busquem outro meio de resolução do conflito. ▪ 5 árbitros ▪ Julga em recurso decisões dos tribunais ad hoc. ▪ Caso desejem as partes, julga diretamente. ▪ Decide por maioria. ▪ Laudo arbitral é irrecorrível (salvo “recurso de esclarecimento”). Declaração sociolaboral do Mercosul (1998) ▪ Não discriminação – promoção da igualdade ▪ Eliminação do trabalho forçado e infantil ▪ Liberdade de associação ▪ Greve ▪ Proteção dos desempregados ▪ Saúde e segurança do trabalho ▪ Seguridade social Acordo sobre residência para nacionais dos Estados Partes do MERCOSUL ▪ Direito de residência independentemente de trabalho ▪ Segue dependendo de visto e autorização de residência ▪ Residência temporária por 2 anos ▪ A requerimento e provando existência de meios lícitos de vida, é convertida em permanente ▪ Extensível aos familiares ▪ Garantido direito de entrar, sair, circular e permanecer livremente ▪ Direito de exercício de qualquer atividade em paridade de condições com os nacionais do país de recepção ▪ Igualdade de direitos civis ▪ Direito de reunião familiar Acordo sobre residência para nacionais dos Estados Partes do MERCOSUL ▪ Direito de seguridade social ▪ Exercido por meio do Acordo Multilateral de Seguridade Social ▪ Direito de enviar remessas ▪ Direito dos filhos dos migrantes a nome, registro, nacionalidade e educação em paridade com os nacionais ▪ Acesso a escolas públicas não pode ser negado por irregularidade de permanência ▪ Direito de aplicação da norma doméstica mais benéfica Direito do Mar Mar Territorial ▪ Disciplinado pela convenção da ONU sobre o Direito do Mar, de 1982, a chamada Convenção de Montego Bay, ▪ é a faixa de mar que se estende desde a linha de base até a distância que não deve exceder 12 milhas marítimas da costa. ▪ art.3º da Convenção - e sobre a qual o Estado exerce a sua soberania, com algumas limitações determinadas pelo direito internacional. Regime jurídico do mar territorial, seu espaço aéreo sobrejacente, leito e subsolo ▪ Artigo 2 ▪ 1. A soberania do Estado costeiro estende-se além do seu território e das suas águas interiores e, no caso de Estado arquipélago, das suas águas arquipelágicas, a uma zona de mar adjacente designada pelo nome de mar territorial. ▪ 2. Esta soberania estende-se ao espaço aéreo sobrejacente ao mar territorial, bem como ao leito e ao subsolo deste mar. Zona contígua - Artigo 33 ▪ 1. Numa zona contígua ao seu mar territorial, denominada “zona contígua”, o Estado costeiro pode tomar as medidas de fiscalização necessárias a: ▪ a) Evitar as infrações às leis e regulamentos aduaneiros, fiscais, de imigração ou sanitários no seu território ou no seu mar territorial; ▪ b) Reprimir as infrações às leis e regulamentos no seu território ou no seu mar territorial. ▪ 2. A zona contígua não pode estender-se alémde 24 milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial. Zona econômica exclusiva/ZEE - Direitos, jurisdição e deveres do Estado costeiro - Artigo 56 ▪ a) Direitos de soberania para fins de exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos recursos naturais, vivos ou não vivos, das águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito do mar e seu subsolo e no que se refere a outras atividades com vista à exploração e aproveitamento da zona para fins econômicos, como a produção de energia a partir da água, das correntes e dos ventos; ▪ b) Jurisdição, de conformidade com as disposições pertinentes da presente Convenção, no que se refere a: ▪ i) Colocação e utilização de ilhas artificiais, instalações e estruturas; ▪ ii) Investigação científica marinha; ▪ iii) Proteção e preservação do meio marinho; ▪ A zona econômica exclusiva não se estenderá além de 200 milhas marítimas das linhas de base a partir das quais se mede a largura do mar territorial. Plataforma continental - Artigo 76 ▪ 1. compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural do seu território terrestre, até ao bordo exterior da margem continental ou até uma distância de 200 milhas marítimas das linhas de base a partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior da margem continental não atinja essa distância. ▪ 2. A plataforma continental de um Estado costeiro não se deve estender além dos limites previstos nos parágrafos 4 a 6. ▪ 3. A margem continental compreende o prolongamento submerso da massa terrestre do Estado costeiro e é constituída pelo leito e subsolo da plataforma continental, pelo talude e pela elevação continentais. Não compreende nem os grandes fundos oceânicos, com as suas cristas oceânicas, nem o seu subsolo. ▪ (...) ▪ 5. Os pontos fixos que constituem a linha dos limites exteriores da plataforma continental no leito do mar, traçada de conformidade com as subalíneas i) e ii) da alínea a) do parágrafo 4, devem estar situados a uma distância que não exceda 350 milhas marítimas da linha de base a partir da qual se mede a largura do mar territorial ou uma distância que não exceda 100 milhas marítimas de isóbara de 2500 m, que é uma linha que une profundidades de 2500 m. Liberdade do alto mar - Artigo 87 ▪ 1. O alto mar está aberto a todos os Estados, quer costeiros quer sem litoral. A liberdade do alto mar é exercida nas condições estabelecidas na presente Convenção e nas demais normas de direito internacional. Compreende, inter alia, para os Estados quer costeiros quer sem litoral: ▪ a) Liberdade de navegação; ▪ b) Liberdade de sobrevôo; ▪ c) Liberdade de colocar cabos e dutos submarinos nos termos da parte VI: ▪ d) Liberdade de construir ilhas artificiais e outras instalações permitidas pelo direito internacional, nos termos da parte VI; ▪ e) Liberdade de pesca nos termos das condições enunciadas na seção 2; ▪ f) Liberdade de investigação científica, nos termos das partes VI e XIII. ▪ 2. Tais liberdades devem ser exercidas por todos os Estados, tendo em devida conta os interesses de outros Estados no seu exercício da liberdade do alto mar, bem como os direitos relativos às atividades na área previstos na presente Convenção. Passagem inofensiva - Artigo 19 ▪ 1. A passagem é inofensiva desde que não seja prejudicial à paz, à boa ordem ou à segurança do Estado costeiro. A passagem deve efetuar-se de conformidade com a presente Convenção e demais normas de direito internacional. ▪ 2. A passagem de um navio estrangeiro será considerada prejudicial à paz, à boa ordem ou à segurança do Estado costeiro, se esse navio realizar, no mar territorial, alguma das seguintes atividades: ▪ a) Qualquer ameaça ou uso da força contra a soberania, a integridade territorial ou a independência política do Estado costeiro ou qualquer outra ação em violação dos princípios de direito internacional enunciados na Carta das Nações Unidas; ▪ b) Qualquer exercício ou manobra com armas de qualquer tipo; ▪ c) Qualquer ato destinado a obter informações em prejuízo da defesa ou da segurança do Estado costeiro; (...) Relações Diplomáticas Relações Diplomáticas e Consulares ▪ Marco Jurídico ▪ Convenção de Viena de 1961 – relações diplomáticas (BR. Decreto 56.435/65). ▪ Convenção de Viena de 1963 – relações consulares (BR. Decreto 61.078/67). ▪ Princípios norteadores e conceitos básicos ▪ Mútuo consentimento. ▪ Direito de legação (receber e enviar diplomatas). ▪ Estado acreditante – envia diplomata. ▪ Estado acreditado – recebe diplomata. Missão diplomática ▪ Conjunto de diplomatas que representam Estado ou OI. ▪ Permanente ou temporária ▪ Embaixadas, Consulados, Delegações, missões ou escritórios, Missões ad hoc ▪ Pessoal da missão ▪ Cada Estado escolhe como quiser. ▪ Chefe da missão: ▪ Embaixador, núncio, enviado, ministro ou encarregado de negócios. Recebe carta de acreditação junto ao governo acreditado. ▪ Membros do pessoal da missão - Pessoal diplomático, Pessoal administrativo e técnico, Pessoal de serviço. Local da missão – É território do país acreditador. – Inviolável por conta das imunidades diplomáticas • Funções da missão – Representação do Estado acreditante junto ao Estado acreditador. – Proteção dos interesses do Estado acreditante e seus nacionais junto ao Estado acreditador. – Obter (licitamente) informações sobre evolução dos eventos relevantes no Estado acreditador. Imunidades e privilégios diplomáticos ▪ Imunidade pessoal de natureza tributária ▪ Beneficia todos (diplomatas, técnicos e serviçais) ▪ Não alcança tributos indiretos, bens imóveis adquiridos pessoalmente, direitos de sucessão, registro, hipoteca, custas, rendimentos privados e serviços específicos ▪ Imunidade real de natureza tributária ▪ Bens da missão são isentos de impostos. ▪ Imunidades de natureza trabalhista ▪ Pessoal de serviço nacionais do Estado acreditador se submetem às normas trabalhistas do Estado acreditador ▪ Criados estrangeiros submetem-se às normas trabalhistas do estado Acreditante. Imunidades e privilégios diplomáticos ▪ Imunidades da missão diplomática (e residência do chefe) ▪ Local da missão (mesmo com ordem judicial), salvo autorização expressa ▪ Correios ▪ Documentos e arquivos ▪ Pode ser utilizada a missão para concessão de asilo diplomático ▪ Extensão a familiares ▪ de agentes diplomáticos gozam de todas as imunidades, desde que não sejam nacionais do acreditador. ▪ De pessoal técnico gozam de todas as imunidades, desde que não sejam nacionais do acreditador ou tenham residência permanente no acreditador. Não há imunidade de jurisdição pelos atos praticados for das funções. Imunidades e privilégios diplomáticos ▪ Imunidade de jurisdição civil, salvo renúncia ou Agente diplomático é autor ou reconvente. ▪ Ações reais referentes a bens imóveis ▪ Obrigações decorrentes de profissão privada paralela ▪ Ações sucessórias ▪ Imunidade trabalhista – relativa ▪ Imunidade penal - absoluta Relações Consulares ▪ Repartição consular - Consulado, agência ou seção consular ▪ Funções da repartição consular ▪ Conceder vistos, Emitir passaportes para seus nacionais, Registrar nascimentos, casamentos, óbitos, Proteger interesses dos nacionais (inclusive comercialmente). ▪ Pessoal da repartição consular - Chefe – Consul (Ato de aceitação = exequatur). ▪ Funcionário consular (funções consulares). ▪ Empregado consular (funções técnicas). ▪ Pessoal de serviço (funções subalternas). ▪ Pessoal privado (empregados privados dos membros). Privilégios e imunidades ▪ Tributárias – não são automáticas (dependem de acordo específico).▪ Trabalhistas – empregados estrangeiros permanentes da repartição não precisam de visto de permanência ▪ Local da repartição – local é inviolável, mas residência do cônsul não ▪ Correio – é relativa (em caso de suspeita, pode ser aberto) ▪ Jurisdição – membros podem ser presos por crimes graves ▪ Extensivo a familiares – não. DIP x DIPRI ▪ O Público e o Privado DIP X DIPRi ▪ A bipartição entre público e privado é aplicada ao Direito Internacional, sobretudo nos países com línguas neolatinas, ▪ ao passo que, nos países de tradição anglo- saxônica, se optou por utilizar a expressão international law ou Volkerrecht para designar o ramo público e ▪ a expressão conflict of laws ou Privat Internationales Recht para o ramo privado.” Direito Internacional Privado ▪ visa estabelecer critérios que permitam determinar o modo de resolver as situações jurídicas internacionais, utilizando como fontes principais as normas de conflito – fontes internas –, mas também podendo utilizar os tratados – fontes externas. ▪ Nesses dois pólos se encontram as demais fontes que são os costumes, a doutrina e a jurisprudência. Objeto na Contemporaneidade ▪ Objeto do Direito Internacional Público ▪ Relações entre Estados e outros sujeitos de direito internacional público. ▪ Objeto do Direito Internacional Privado ▪ Relações entre sujeitos de direito privado com conexão internacional e também relação entre indivíduos e o Estado. Realidade globalizada x diferenças nos sistemas jurídicos. ▪ Direito uniforme (dirigido) - O direito internacional uniformizado é fruto de entendimento entre Estados, de esforço comum de dois ou mais Estados no sentido de uniformizar certas instituições jurídicas, e que se concentram nas atividades econômicas de natureza internacional; ▪ Direito uniforme espontâneo - é resultante da natural coincidência de legislações influenciadas pelos mesmos fatores ou aquele de iniciativa unilateral de um Estado em seguir as normas do direito positivo de outro. (Jacob Dolinger). ▪ As relações jurídicas estão cada vez mais se globalizando, é necessário que os Poderes Judiciários dos Estados sejam cada vez mais cooperativos e que as ordens jurídicas estatais cada vez mais se harmonizem, para que as diferenças diminuam e se possa ter segurança jurídica nas relações além das fronteiras estatais. Conflito de Leis no Espaço ▪ DIPRI age onde há incidência de dois ou mais sistemas legais, ambos teoricamente aptos para resolver o litígio, pois, com o processo de interdependência que vem ocorrendo na ordem internacional, a partir da globalização econômica, ▪ são frequentes as relações que transcendem as fronteiras dos Estados, ocorrendo conflitos ligados a diversos sistemas jurídicos, que precisam ser dirimidos pela justiça com a aplicação das leis. Direito aplicável ▪ As regras para a determinação do direito aplicável encontram-se no âmbito da legislação interna dos Estados; no nosso caso, na Lei de Introdução ás Normas do Direito Brasileiro (LINDB, Decreto-Lei n.º 4.657⁄ 42). ▪ a norma indicativa ou, ainda, denominada de norma de conflito, designativas do direito aplicável, visa estabelecer os critérios de determinação da lei competente para a resolução de uma questão jurídica suscitada por uma relação jurídica absolutamente internacional. Ela é composta de dois elementos essenciais: o conceito-quadro e o elemento de conexão. ▪ O conceito-quadro designa na norma indicativa a matéria à qual vai ser aplicada, ou seja, a questão jurídica a que se refere à norma especificadamente. Enquanto o elemento de conexão estabelece o critério fático ou normativo, mediante o qual no caso concreto elege-se uma, e apenas uma, das leis em conflito que podem ser aplicadas simultaneamente aquele caso concreto. ▪ elementos de conexão são “a parte que torna possível a determinação do direito aplicável” Exemplo ▪ O artigo 7o, parágrafo 2o, permite que os estrangeiros, quando nacionais do mesmo país, recorram ao consulado do seu Estado para unirem-se matrimonialmente, segundo a lei do país celebrante. ▪ A autoridade consular somente poderá realizar o matrimônio quando ambos tiverem a mesma nacionalidade, deixando de ser competente quando a nacionalidade de um deles for diversa. ▪ é necessário que a lei nacional conceda ao agente consular tal competência. Dessa forma, o referido artigo desvia-se da regra geral ao abandonar a aplicabilidade da lex loci celebrationis, enquanto o parágrafo 3o prevê a hipótese de invalidade do casamento, regendo-se, nesses casos, quando os nubentes tiverem domicílios diversos, pela lei do primeiro domicílio conjugal. ▪ O regime de bens está subordinado à lei do país no qual os cônjuges tenham domicílio e, em caso de divergência, ao do primeiro domicílio conjugal, de acordo com o artigo 7 o, parágrafo 4º da LINDB. Nacionalidade NACIONALIDADE ▪ 1- Evolução Histórica: ▪ Direito Personalista dos Reis ▪ Contrato Social ▪ Vínculo Jurídico ▪ 2- Conceito: é o vínculo jurídico-político que une um indivíduo a um Estado. Aula 1 Nacionalidade ▪ O conceito sociológico vincula-se à ideia de nação, isto é, um grupo de pessoas que possui as mesmas características (cultura, língua, religião) e as mesmas aspirações. Entretanto, é o sentido jurídico que nos interessa, e nele o que predomina é a qualidade de um indivíduo como membro de um determinado Estado Soberano. ▪ Vínculo jurídico-político que liga um indivíduo a determinado Estado, fazendo dele um componente do povo, ou seja, da dimensão pessoal desse Estado, podendo requerer sua proteção e sujeitando-o ao cumprimento de certos deveres. ▪ O direito positivo de cada Estado é competente para conceder a nacionalidade aos indivíduos, estabelecendo-se, assim, quem é nacional Nacionalidade originária ▪ também chamada de primária, é aquela que surge com o nascimento, a partir de critérios sanguíneos (ius sanguinis), territoriais (ius soli) e mistos (ius sanguinis e/ou ius soli). Neste sentido, resulta de um ato involuntário do indivíduo. ▪ O critério do ius soli geralmente é adotado pelos países de imigração, como os da América (lugar onde se estabeleceu o Novo Mundo). Enquanto o critério ius sanguinis é geralmente adotado pelos países de emigração, como os da Europa. ▪ a norma constitucional estabelece as hipóteses configuradoras da nacionalidade originária, artigo 12, inciso I, da CRFB/88, não podendo, de forma alguma, ser ampliada ou restringida por lei ordinária. ▪ Pelo sistema ius soli (art. 12, I, letra a) Nacionalidade secundária ▪ A ou ainda adquirida é aquela que resulta da vontade própria do indivíduo, após o nascimento, e em regra, pelo processo de naturalização, desde que preenchidas determinadas condições exigidas pelo Estado para que seja concedida ao estrangeiro. ▪ de nacionalidade derivada, em face do artigo 22, XIII da CRFB/88, é da competência exclusiva da União legislar e, em razão disso, remeteu-se a sua aquisição à legislação ordinária. ▪ Pelo sistema ius sanguinis (art.12, I, letras b e c). ▪ A concessão da naturalização é ato exclusivo do Poder Executivo, conferindo aos naturalizados direitos civis e políticos. ▪ A natureza jurídica da naturalização é de ato administrativo discricionário e unilateral do Estado que a concede ao estrangeiro requerente. A Constituição Federal Brasileira somente prevê a forma expressa de naturalização. ▪ Ordinária: Está prevista no artigo 12, inciso II, letra a, da CRFB. Visa facilitar o processo de naturalização dos estrangeiros provenientes de países de língua portuguesa, serão considerados brasileiros naturalizados os que tenham residência ininterrupta de um ano e idoneidade moral. ▪ São países de língua portuguesa: Angola, Açores, Cabo Verde, Diu, Gamão, Goa, Guiné-Bissau,Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor. Extraordinária ▪ Prevista no artigo 12, inciso II, letra b, da CRFB. Neste caso específico, pouco importa a proveniência/origem do estrangeiro, bastando que preencha cumulativamente os requisitos exigidos pela norma constitucional, que são: residência permanente no Brasil há mais de 15 anos ininterruptos; demonstração da inexistência de condenação penal e requerimento do interessado como forma de comprovar a livre manifestação da vontade em adquirir a nacionalidade brasileira. ▪ Nesse caso específico inexistiria a discricionariedade do Estado brasileiro, pois, estando presentes todos os três requisitos o Poder Público, estaria vinculado ao requerimento feito pelo interessado (Cf. MORAIS, Alexandre. Op. cit., p. 521). Processo de naturalização ▪ Administrativa: perante o Ministério da Justiça, pois o pedido de naturalização do interessado é instruído via procedimento administrativo ao Ministério da Justiça, devendo ser protocolado o requerimento e os documentos perante a Polícia Federal, órgão competente. Caso o pedido seja deferido, o processo terá seguimento com a publicação da Portaria Ministerial concessiva da naturalização no Diário Oficial da União. ▪ Judicial: de jurisdição voluntária, perante a Justiça Federal. Sendo emitido um certificado referente a cada naturalizando, solenemente entregue pelo Juiz Federal da cidade onde seja domiciliado o interessado. A entrega do certificado constará de termo lavrado no livro de audiência, com a assinatura do Juiz e do interessado, devendo este cumprir três requisitos específicos: ▪a) Comprovar conhecer a língua portuguesa, através da leitura de trechos da Constituição brasileira, demonstrando a integração do naturalizando na comunidade nacional; ▪b) Declarar, expressamente, que renuncia à nacionalidade originária, evitando, assim, a polipatridia; ▪c) Assumir o compromisso de cumprir os deveres decorrentes da aquisição da nacionalidade brasileira É o único órgão do Ministério da Justiça existente nas unidades da Federação. ▪Se houver mais de um Juiz Federal a entrega será realizada pelo Juiz da 1ª Vara. Não havendo Juiz Federal, a entrega será feita pelo Juiz de direito em exercício. ▪ O artigo 129, parágrafo 1º, do Decreto 86.715/81, dispensa os naturalizandos portugueses da necessidade da demonstração do conhecimento e domínio da língua portuguesa; sendo esta prerrogativa estendida a todos os naturalizandos de países de expressão portuguesa. A verificação de que o naturalizando fala e lê o idioma nacional deve seguir o critério de razoabilidade. ▪ A renúncia da nacionalidade originária é ato unilateral feito perante a autoridade judiciária brasileira com o intuito de declarar que o naturalizando está desvinculado dos laços políticos que o unem ao seu país de origem. ▪ A naturalização se consuma com a entrega do certificado de naturalização, para cuja retirada o naturalizado dispõe do prazo de um ano, contados a partir da data de publicação. Caso não o faça no prazo estabelecido a naturalização ficará sem efeito, de acordo com o artigo 119, parágrafo 3º da Lei 6.815, 80. Perda de nacionalidade, parágrafo 4º do artigo 12 ▪ Perda-punição: artigo 12, parágrafo 4º, inciso I. É restrita aos brasileiros naturalizados e são indispensáveis dois requisitos para que este perca a nacionalidade brasileira pela ação de cancelamento de naturalização. O primeiro requisito é a prática de atividade nociva aos interesses nacionais e o segundo é o cancelamento por sentença transitada em julgado. ▪ A legitimidade ativa é do Ministério da Justiça, por intermédio do Ministério Público Federal, que propõe a ação, imputando ao brasileiro naturalizado a prática de atividade nociva ao interesse nacional. ▪O cancelamento da naturalização se dá na própria sentença transitada em julgado, logo, quem faz o cancelamento é o Poder Judiciário. Importante ressaltar que, uma vez perdida a nacionalidade, não se pode readquiri-la por meio de um novo processo de naturalização, somente através de ação rescisória ▪Pode-se citar como exemplo de atividade contrária ao interesse nacional a subversão por meios violentos e outras atividades atentatórias das instituições democráticas ou, ainda, comprovada deslealdade ao Estado brasileiro. ▪Independentemente da natureza política do ato de naturalização, o Poder Executivo se submete à decisão do Judiciário. Perda-mudança ▪ Artigo 12, parágrafo 4º, inciso II, da CRFB. Aplicável tanto aos brasileiros natos como aos naturalizados. É necessária a observância de três requisitos para que seja declarada a perda da nacionalidade do brasileiro. ▪ O primeiro é a voluntariedade da conduta, ou seja, quando há a manifestação expressa ou do silêncio consciente da vontade própria do nacional brasileiro em adquirir outra nacionalidade. O segundo requisito é o exercício pleno da capacidade civil do interessado. Por fim, como último requisito, a Constituição exige a aquisição de outra nacionalidade. ▪ O simples fato de o brasileiro formalizar o pedido, perante Estado estrangeiro, para adquirir outra nacionalidade, não será suficiente para o decreto da perda da nacionalidade brasileira, pois é necessária a efetiva aquisição da nacionalidade estrangeira. A terminologia voluntária é aquela que se opõe à naturalização imposta. ▪De acordo com Pontes de Miranda, “para que o brasileiro, naturalizando-se noutro Estado, perca a nacionalidade brasileira, é preciso que, ao pedi-la, já seja capaz, conforme a lei do Brasil. ▪Para se naturalizar em outro Estado, é de mister importância que seja capaz, segundo a legislação dele, isto é, que observe o que a lei de naturalização estrangeira exige. ▪Para se perder a nacionalidade brasileira, a lei brasileira é que pode fixar os pressupostos, quer materiais quer formais. A capacidade é um deles”. PONTES DE MIRANDA. Comentários a constituição de 1967. Tomo IV. LOCAL: Editora, p. 524. Reaquisição da nacionalidade brasileira ▪ A pode ser feita por meio de ação rescisória que anule a decisão judicial que tenha cancelado a nacionalidade ou, ainda, pode ser feita por meio de decreto presidencial, no caso da perda ter ocorrido por naturalização voluntária ou também a perda ter ido decretada no regime das constituições anteriores Não será declarada a perda da nacionalidade ▪ do brasileiro que incidir nas hipóteses do artigo 12, parágrafo 4º, II, letras a e b. ▪ Não se pode perder a nacionalidade brasileira quando a outra nacionalidade adquirida for originária por reconhecimento da lei estrangeira, conforme regulado em seu ordenamento jurídico, mesmo que o requisito da voluntariedade esteja presente. ▪ A segunda ressalva tem por finalidade vedar a perda da nacionalidade do brasileiro que, residente em outro país, veja- se obrigado a naturalizar-se, por imposição da lei estrangeira, para permanecer naquele país e nele exercer direitos civis. ▪ Assim, a dupla nacionalidade, desde que concedida por ato unilateral de outro Estado, em razão da nacionalidade originária, não é motivo para a perda da nacionalidade brasileira. Conflitos positivos e negativos de nacionalidade ▪ Um conflito positivo de nacionalidade é um fenômeno resultante da diversidade de critérios existentes, cominando na aplicação de várias leis de diferentes Estados da sociedade internacional, que atribuem as respectivas nacionalidades a um mesmo indivíduo, que será, dessa forma, um binacional ou plurinacional. ▪ Desta forma, se uma criança nasce em um determinado país que adote o critério ius soli e ainda é filha de nacionais de países que adotam o criterio ius sanguinis, ela terá a nacionalidade do local do nascimento e, ainda, a dos pais, pois o critério ius sanguinis é uma herança concedida pelos pais aos seus filhos. ▪Um conflito negativo de nacionalidadeé a situação inversa da polipatridia, pois resulta para o indivíduo a condição de apátrida, a partir do fato de que nenhum critério utilizado pelos Estados envolvidos é aplicado, consequentemente, não reconhecendo como nacional, visto não se enquadrar nas situações de aquisição de nacionalidade definidos em lei. DOLINGER, Jacob. Direito internacional privado. Rio de Janeiro: Renovar, 2001, p. 190. ▪A causa de ambos os conflitos resulta da divergência nos critérios de concessão de nacionalidade previstos nas legislações pátrias. Cargos Privativos de Brasileiro Nato/CRFB, 88 ▪ Art.12 - § 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos: ▪ I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados; ▪ III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal/STF; ▪ V - da carreira diplomática; VI - de oficial das Forças Armadas. ▪ VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999) ▪ Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele participam: ▪ I - o Vice-Presidente da República; ▪ VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução. BRAS. NATOS ▪ Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002) Situação Jurídica do Estrangeiro Situação Jurídica do Estrangeiro ▪ Artigo 13, da Declaração Universal dos Direitos Humanos/1948, dispõe que todo indivíduo tem direito à liberdade de locomoção, podendo deixar qualquer país e a ele também regressar. ▪ Artigo 1º, da Convenção de Havana, de 1928: O Estado tem o direito de estabelecer, por meio de leis, as condições de entrada e residência dos estrangeiros em seu território. ▪ De acordo com o artigo 12, parágrafo 2º, da CRFB não pode haver distinção entre brasileiros natos e naturalizados, exceto aquelas que a própria Carta determinar. ▪ Portanto, as únicas hipóteses possíveis de tratamento diferenciado são as quatro constitucionais: ▪ Cargos (CRFB artigo 12, parágrafo 3º); Função (CRFB, artigo 89, VII); Extradição (CRFB, artigo 5º, LI) (salvo o naturalizado); Propriedade de empresa jornalística e Radiodifusão Sonora e de Sons e Imagens (CRFB, artigo 222). ▪ Artigo 14, parágrafo 2º da CRFB, não podem se alistar como eleitores os estrangeiros, não lhes sendo concedidos direitos políticos. Igualmente, não possuem legitimidade ativa para ajuizar ação popular, pois somente os cidadãos possuem esta capacidade, de acordo com o artigo 5º, inciso LXXIII, da CRFB. MORAES, Alexandre. Constituição do Brasil Interpretada. São Paulo: Atlas, 2002, p. 524. Medidas compulsórias ▪ Alguns institutos que caíram em desuso ou que foram repelidos pela legislação brasileira. ▪ O repatriamento corresponde à deportação, a terminologia era utilizada no Decreto 697/62. ▪ O banimento, que consiste no afastamento compulsório do país de nacional seu, foi abolido da legislação brasileira no artigo 72, parágrafo 20, da Constituição de 1891. Entretanto, durante o percurso político do Brasil o banimento foi praticado, como na ditadura de Vargas e no regime militar instaurado pelo movimento de 1964. Lei de Migração - Legislação atual ▪ Lei 13.445, 2017 - Decreto 9.199, 2017 ▪ DAS MEDIDAS DE RETIRADA COMPULSÓRIA ▪ Art. 47. A repatriação, a deportação e a expulsão serão feitas para o país de nacionalidade ou de procedência do migrante ou do visitante, ou para outro que o aceite, em observância aos tratados dos quais o Brasil seja parte. ▪ DAS MEDIDAS DE COOPERAÇÃO - Seção I ▪ Da Extradição ▪ Art. 81. A extradição é a medida de cooperação internacional entre o Estado brasileiro e outro Estado pela qual se concede ou solicita a entrega de pessoa sobre quem recaia condenação criminal definitiva ou para fins de instrução de processo penal em curso. ▪ § 1o A extradição será requerida por via diplomática ou pelas autoridades centrais designadas para esse fim. Da Repatriação ▪ Art. 49. A repatriação consiste em medida administrativa de devolução de pessoa em situação de impedimento ao país de procedência ou de nacionalidade. ▪ § 1o Será feita imediata comunicação do ato fundamentado de repatriação à empresa transportadora e à autoridade consular do país de procedência ou de nacionalidade do migrante ou do visitante, ou a quem o representa. ▪ § 2o A Defensoria Pública da União será notificada, preferencialmente por via eletrônica, no caso do § 4o deste artigo ou quando a repatriação imediata não seja possível. ▪ § 3o Condições específicas de repatriação podem ser definidas por regulamento ou tratado, observados os princípios e as garantias previstos nesta Lei. ▪ § 4o Não será aplicada medida de repatriação à pessoa em situação de refúgio ou de apatridia, de fato ou de direito, ao menor de 18 (dezoito) anos desacompanhado ou separado de sua família, exceto nos casos em que se demonstrar favorável para a garantia de seus direitos ou para a reintegração a sua família de origem, ou a quem necessite de acolhimento humanitário, nem, em qualquer caso, medida de devolução para país ou região que possa apresentar risco à vida, à integridade pessoal ou à liberdade da pessoa. Deportação ▪ Art. 50. A deportação é medida decorrente de procedimento administrativo que consiste na retirada compulsória de pessoa que se encontre em situação migratória irregular em território nacional. ▪ § 1o A deportação será precedida de notificação pessoal ao deportando, da qual constem, expressamente, as irregularidades verificadas e prazo para a regularização não inferior a 60 (sessenta) dias, podendo ser prorrogado, por igual período, por despacho fundamentado e mediante compromisso de a pessoa manter atualizadas suas informações domiciliares. ▪ § 2o A notificação prevista no § 1o não impede a livre circulação em território nacional, devendo o deportando informar seu domicílio e suas atividades. ▪ § 3o Vencido o prazo do § 1o sem que se regularize a situação migratória, a deportação poderá ser executada. ▪ § 4o A deportação não exclui eventuais direitos adquiridos em relações contratuais ou decorrentes da lei brasileira. ▪ § 5o A saída voluntária de pessoa notificada para deixar o País equivale ao cumprimento da notificação de deportação para todos os fins. ▪ § 6o O prazo previsto no § 1o poderá ser reduzido nos casos que se enquadrem no inciso IX do art. 45. ▪ Art. 51. Os procedimentos conducentes à deportação devem respeitar o contraditório e a ampla defesa e a garantia de recurso com efeito suspensivo. Expulsão ▪ Art. 54. A expulsão consiste em medida administrativa de retirada compulsória de migrante ou visitante do território nacional, conjugada com o impedimento de reingresso por prazo determinado. ▪ § 1o Poderá dar causa à expulsão a condenação com sentença transitada em julgado relativa à prática de: ▪ I - crime de genocídio, crime contra a humanidade, crime de guerra ou crime de agressão, nos termos definidos pelo Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, de 1998, promulgado pelo Decreto no 4.388, de 25 de setembro de 2002; ou ▪ II - crime comum doloso passível de pena privativa de liberdade, consideradas a gravidade e as possibilidades de ressocialização em território nacional. ▪ § 2o Caberá à autoridade competente resolver sobre a expulsão, a duração do impedimento de reingresso e a suspensão ou a revogação dos efeitos da expulsão, observado odisposto nesta Lei. ▪ § 3o O processamento da expulsão em caso de crime comum não prejudicará a progressão de regime, o cumprimento da pena, a suspensão condicional do processo, a comutação da pena ou a concessão de pena alternativa, de indulto coletivo ou individual, de anistia ou de quaisquer benefícios concedidos em igualdade de condições ao nacional brasileiro. Extradição ▪ é o processo pelo qual um Estado atende ao pedido de outro Estado, remetendo-lhe pessoa processada no país solicitante por crime punida na legislação de ambos os países, não se extraditando via de regra, nacional do país solicitante. ▪ regida por dois princípios importantes: especialidade e identidade. O primeiro indica que o extraditando não pode ser julgado por crime não contido no pedido de extradição, salvo se estiver manifestado o seu acordo ou quando absolvido pelo primeiro crime ou, se já tiver cumprido a pena imposta. ▪ O segundo significa que o crime descrito no pedido de extradição deve estar tipificado no ordenamento jurídico o Estado de refúgio DAS MEDIDAS DE COOPERAÇÃO Seção I - Da Extradição ▪ Art. 81. A extradição é a medida de cooperação internacional entre o Estado brasileiro e outro Estado pela qual se concede ou solicita a entrega de pessoa sobre quem recaia condenação criminal definitiva ou para fins de instrução de processo penal em curso. ▪ § 1o A extradição será requerida por via diplomática ou pelas autoridades centrais designadas para esse fim. ▪ § 2o A extradição e sua rotina de comunicação serão realizadas pelo órgão competente do Poder Executivo em coordenação com as autoridades judiciárias e policiais competentes. ▪ Art. 82. Não se concederá a extradição quando: ▪ I - o indivíduo cuja extradição é solicitada ao Brasil for brasileiro nato; ▪ II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou no Estado requerente; ▪ III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o crime imputado ao extraditando; ▪ IV - a lei brasileira impuser ao crime pena de prisão inferior a 2 (dois) anos; ▪ V - o extraditando estiver respondendo a processo ou já houver sido condenado ou absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que se fundar o pedido; ▪ VI - a punibilidade estiver extinta pela prescrição, segundo a lei brasileira ou a do Estado requerente; ▪ VII - o fato constituir crime político ou de opinião; ▪ VIII - o extraditando tiver de responder, no Estado requerente, perante tribunal ou juízo de exceção; ou ▪ IX - o extraditando for beneficiário de refúgio, nos termos da Lei no 9.474, de 22 de julho de 1997, ou de asilo territorial. ▪ § 1o A previsão constante do inciso VII do caput não impedirá a extradição quando o fato constituir, principalmente, infração à lei penal comum ou quando o crime comum, conexo ao delito político, constituir o fato principal. ▪ § 2o Caberá à autoridade judiciária competente a apreciação do caráter da infração. ▪ § 3o Para determinação da incidência do disposto no inciso I, será observada, nos casos de aquisição de outra nacionalidade por naturalização, a anterioridade do fato gerador da extradição. ▪ § 4o O Supremo Tribunal Federal poderá deixar de considerar crime político o atentado contra chefe de Estado ou quaisquer autoridades, bem como crime contra a humanidade, crime de guerra, crime de genocídio e terrorismo. DIREITO PROCESSUAL CIVIL INTERNACIONAL Homologação de sentença estrangeira ▪ A homologação é o ato que torna uma decisão proferida pelo órgão judiciário competente de Estado estrangeiro exequível na ordem jurídica interna. Portanto, é a homologação que vai admitir a execução, em um país, de sentença proveniente de Poder Judiciário de outro. ▪ O Brasil adota o sistema de delibação, proveniente do direito italiano, que nada mais é do que a homologação mediante pressupostos estabelecidos pelo ordenamento jurídico no qual a sentença deve ser executada. ▪ Delibação significa analisar os requisitos impostos pela ordem jurídica do Estado, proibindo o reexame do mérito da sentença; sendo, portanto, o mais adequado a atender as necessidades da justiça internacional privada, procurando sempre buscar a diplomacia entre os Estados. ▪ Por meio da delibação, os efeitos da sentença não são desvirtuados, pois ela é reconhecida mediante o preenchimento dos requisitos compatíveis com a delibação, não cabendo juízo de oportunidade ou conveniência A terminologia provém da palavra latina delibatio, que significa “colher um pouco, tocar de leve, examinar”. O giuduzio de delibazione surgiu em 1865, no Código Civil da Itália. Cf. DEL`OMO, Florisbal de Souza. Op. cit., p. 74. Concedida a homologação da sentença estrangeira ▪ artigo 5º da Resolução nº 9 do STJ. ▪ Por força do artigo 17 da LICC e do artigo 6º da Resolução nº 9 do STJ, não serão homologadas as sentenças estrangeiras que ofendam a ordem pública, os bons costumes e a soberania nacional. ▪ A decisão pode ser homologada parcialmente, sendo emitida a carta de sentença para a sua execução pelo Juiz Federal de primeiro grau competente, de acordo com o artigo 109, X, da CRFB. ▪ Se admite tutela de urgência na homologação de sentença estrangeira, de acordo com o artigo 4º, parágrafo 3º, da Resolução Artigo 4º, parágrafo 2º, da Resolução nº 9 do STJ. Carta Rogatória ▪ As estatais somente podem desempenhar suas funções dentro dos limites territoriais do Estado. ▪ Se em determinado procedimento judicial forem necessários algumas providencias ou diligências de instrução de processos em andamento em território estrangeiro é necessário obter a cooperação judiciária internacional. Esta se faz por meio de carta rogatória, que é o instrumento que contem o pedido de auxilio feito pela a autoridade judiciária de um Estado a outro Estado estrangeiro. ▪ Geralmente as cartas rogatórias são redigidas na língua do Estado rogado, salvo quando os tratados internacionais autorizam em seus textos o contrário. ▪ No Brasil as cartas rogatórias podem ser classificadas em cartas rogatórias ativas e passivas. No Brasil também se utiliza a expressão comissão rogatória. ▪ RECHSTEINER, Beat Walter. Direito Internacional Privado. São Paulo: Saraiva, 20033, p.268. O Refúgio ▪ 1951 - os Estados ratificaram a Convenção que instituía tratamento aos refugiados de forma pelo menos tão favorável quanto o concedido aos nacionais, garantindo- lhes a liberdade de religião e a educação religiosa de seus filhos e ainda protegendo seus direitos intelectuais e artísticos, bem como definindo o acesso a justiça, ao mercado de trabalho, conferindo ao refugiado a faculdade de se imiscuir na iniciativa privada. ▪ A Convenção só alcançava os refugiados em consequência dos fatos ocorridos antes de 1º de janeiro de 1951, conforme o que dispõe o art. 1º, seção A(2), pois era este o desejo dos governantes no momento em que a Convenção estava sendo elaborada , não se estendendo assim a eventos futuros. A Convenção de 1967 ▪ Diante do surgimento de novos problemas de refugiados, foi necessário estender a aplicação das disposições da Convenção a estes novos refugiados. Assim, foi elaborado o Protocolo de 1967 que pretende a aplicação das disposições de fundo da Convenção, sem levar em conta a data limite nela fixada. ▪ Ratificada pelo Brasil e promulgada mediante o Decreto legislativo nº 93 de 30nov71 e pelo Decreto Executivo nº 70.946 de 07ago72 e devidamente implementada pela Lei 9.474/97. ▪ No Brasil, o CONARE (Comitê Nacional para Refugiados) é o órgão no âmbito do Ministério da Justiça responsável pelas questões concernentes aos refugiados. Asilo Político ▪ O conceito jurídico de Asilo na América Latina é previsto no Tratado de Direito Penal Internacional de Montevidéu, de 1889, que dedica um capítulo ao tema. ▪ Outros no continente sobre o asilo: Convenção sobre Asilo Assinada na VI ConferênciaPan-americana de Havana, em 1928; Convenção sobre Asilo Político, VII Conferência Internacional Americana de Montevidéu, em 1933; - Tratado sobre Asilo e Refúgio Político de Montevidéu, em 1939 e Convenção sobre Asilo Diplomático, X Conferência Interamericana de Caracas, em 1954. • O Asilo político no Brasil é princípio constitucional insculpido no Art. 4º , X, da CRFB e poderá ser concedido ao estrangeiro que é sujeito a perseguição infundada em seu território, em regra, por motivos políticos ou de opinião, excluídos os delitos insculpidos no direito penal comum. – Art. 27. O asilo político, que constitui ato discricionário do Estado, poderá ser diplomático ou territorial e será outorgado como instrumento de proteção à pessoa. Lei 13.445/2017 Questões Sujeito de Direito é: a) A pessoa que tenha o dever legal de prestar um direito decorrente de lei ou de contrato. b) A pessoa que não detém a aptidão para ser titular de um direito e de obrigações. c) A pessoa que detém a aptidão para ser titular de um direito e aquela que tenha o dever legal de prestar uma obrigação decorrente de lei ou de contrato. d) A pessoa que detém uma obrigação decorrente de um Tratado multilateral. e) A pessoa que detém de um direito legal decorrente de contrato civil. IV EXAME DE ORDEM UNIFICADO TIPO 1 – BRANCO 13 Em 2010, o Congresso Nacional aprovou por Decreto Legislativo a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Essa convenção já foi aprovada na forma do artigo 5º, § 3º, da Constituição, sendo sua hierarquia normativa de: (A) lei federal ordinária. (B) emenda constitucional. (C) lei complementar. (D) status supralegal. IX EXAME DE ORDEM UNIFICADO TIPO 1 – BRANCA Questão 15 - O Congresso Nacional aprova tratados internacionais por meio de: A) Decreto. B) Resolução. C) Decreto-Lei. D) Decreto Legislativo. (Art, 49, I CRFB/88) (Questão 22 - Exame 34 – OAB – RJ). Em razão de sua natureza descentralizada, o DIP desenvolveu-se no sentido de admitir fontes de direito diferentes daquelas admitidas no direito interno. Entre as listadas abaixo, qual NÃO PODE ser considerada fonte de Direito Internacional? a) Costume advindo do elemento opinio juris sive necessitatis. b) Tratado celebrados entre países. c) Princípios gerais de Direito reconhecidos pelos Estados. d) O Costume advindo da fonte material. e) Decisões de tribunais constitucionais dos Estados. Organizações internacionais são: a) pessoas internacionais que atuam na ordem internacional, contudo não detém personalidade reconhecida. b) coletividades ou pessoas constituídas com personalidade jurídica originária. c) tal como ONGs e Multinacionais, sujeitos de direito internacional público. d) associações voluntárias entre Estados, constituídas através de um tratado que prevê uma personalidade jurídica distinta dos Estados que a compõe, com o objetivo de buscar interesses comuns. e) são constituídas através da concordata. Questão 24 Luca nasceu em Nápoles, na Itália, em 1997. É filho de Marta, uma ilustre pintora italiana, e Jorge, um escritor brasileiro. Quando de seu nascimento, seus pais o registraram apenas perante o registro civil italiano. Luca nunca procurou se informar sobre seu direito à nacionalidade brasileira, mas, agora, vislumbrando seu futuro, ele entra em contato com um escritório especializado, a fim de saber se e como poderia obter a nacionalidade brasileira. Assinale a opção que apresenta, em conformidade com a legislação brasileira, o procedimento indicado pelo escritório. A) Luca não tem direito à nacionalidade brasileira, eis que seu pai não estava ou está a serviço do Brasil. B) Luca não poderá mais obter a nacionalidade brasileira, tendo em vista que já é maior de idade. C) Luca tem direito à nacionalidade brasileira, mas, ainda que a obtenha, não será considerado brasileiro nato. D) Luca deverá ir residir no Brasil e fazer a opção pela nacionalidade brasileira. (Art 12, I, c CRFB/88) Sobre a aquisição de nacionalidade, NÃO É POSSÍVEL afirmar: a) São critérios de aquisição da nacionalidade originária o Jus soli e o Jus sanguinis, adotando o Brasil o critério misto. b) A naturalização é ato unilateral, personalíssimo e discricionário do Estado (Poder Executivo), no exercício de sua soberania, podendo negar ou conceder a nacionalidade a quem a requerer (estrangeiro). c) A aquisição da nacionalidade brasileira pela naturalização por vontade do agente implica na perda daquela detida pelo naturalizando que deverá renunciar a ela, expressamente, ante a opção pela nacionalidade brasileira. d) Existe a aquisição da nacionalidade originária ou da nacionalidade derivada, independendo esta da vontade do indivíduo, pois é seu direito. e) A aquisição de nacionalidade se dá pela vontade do Estado e não pela do indivíduo, em qualquer situação. ▪ Maria, brasileira, residente e domiciliada em Paris (França), casou-se com o francês Jean-Pierre. Desta união nasceu Helena. ▪ Supondo que a França adote o critério do jus solis e sabendo que o Brasil adota tanto o critério do jus solis, quanto o do jus sanguinis, seria Helena apátrida de origem? ▪ Responda fundamentando com a legislação adequada. Caso Concreto Aula 2 IX EXAME DE ORDEM UNIFICADO TIPO 1 – BRANCA - Questão 24 José, de nacionalidade brasileira, era casado com Maria, de nacionalidade sueca, encontrando-se o casal domiciliado no Brasil. Durante a viagem de “lua de mel”, na França, Maria, após o jantar, veio a falecer, em razão de uma intoxicação alimentar. Maria, quando ainda era noiva de José, havia realizado testamento em Londres, dispondo sobre os seus bens, entre eles dois imóveis situados no Rio de Janeiro. À luz das regras de Direito Internacional Privado, assinale a afirmativa correta. A) Se houver discussão acerca da validade do testamento, no que diz respeito à observância das formalidades, deverá ser aplicada a legislação brasileira, pois Maria encontrava-se domiciliada no Brasil. B) Se houver discussão acerca da validade do testamento, no que diz respeito à observância das formalidades, deverá ser aplicada a legislação inglesa, local em que foi realizado o ato de disposição de última vontade de Maria. (Art. 9, LINDB) C) A autoridade judiciária brasileira não é competente para proceder ao inventário e à partilha de bens, porquanto Maria faleceu na França, e não no Brasil. D) Se houver discussão acerca do regime sucessório, deverá ser aplicada a legislação sueca, em razão da nacionalidade do de cujus. XX EXAME DE ORDEM UNIFICADO – TIPO 03 – AMARELA - Questão 23 Em 2013, uma empresa de consultoria brasileira assina, na cidade de Londres, Reino Unido, contrato de prestação de serviços com uma empresa local. As contratantes elegem o foro da comarca do Rio de Janeiro para dirimir eventuais dúvidas, com a exclusão de qualquer outro. Dois anos depois, as partes se desentendem quanto aos critérios técnicos previstos no contrato e não conseguem chegar a uma solução amigável. A empresa de consultoria brasileira decide, então, ajuizar uma ação no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro para rescindir o contrato. Com relação ao caso narrado acima, assinale a afirmativa correta. A) O juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá basear sua decisão na legislação brasileira, pois um juiz brasileiro não pode ser obrigado a aplicar leis estrangeiras. B) O Poder Judiciário brasileiro não é competente para conhecer e julgar a lide, pois o foro para dirimir questões em matéria contratual é necessariamente o do local em que o contrato foi assinado. C) O juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá basear sua decisão na legislação do Reino Unido, pois os contratos se regem pela lei do local de sua assinatura. (Art 22, III CPC; art 9 LINDB) D) O juiz brasileiro poderá conhecer e
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