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Periodontia e Saude bucal

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PERIODONTIA
Se as mãos sangram quando são lavadas, com certeza há preocupação. No entanto, muitas pessoas acham normal apresentar sangramento gengival ao escovar os dentes ou utilizar o fio dental. 
O inchaço e o sangramento gengival são sinais de que algo está errado. Provavelmente, as gengivas estão infectadas por bactérias. Se nada for feito, a infecção poderá desenvolver-se e destruir as estruturas de suporte do dente.
O que é a doença periodontal?
Perio significa ao redor. Dontal refere-se a dentes. Logo, doenças periodontais são infecções das estruturas situadas ao redor dos dentes, as quais incluem gengivas, ligamento periondontal e osso alveolar. No estágio inicial, a doença periondontal (gengivite) afeta a gengiva. Em estágio mais avançado, a doença periodontal (periodontite) causa a destruição dos tecidos que envolvem os dentes, promove mobilidade e, até mesmo, a perda dentária.
Por muitos anos, tem-se tentado descobrir as causas da doença periodontal. Atualmente, é aceito que a placa bacteriana é a grande responsável pela doença periodontal, a qual acomete cerca de 75% da população brasileira acima dos 25 anos de idade. Pesquisas também demonstram que a doença periodontal liga-se a saúde geral do corpo do paciente:
AVC – doenças periodontais podem aumentar o risco de acidente vásculo-cerebral;
Diabetes – pessoas com diabetes e doença periodontal podem ter mais dificuldade de controlar a taxa de açúcar no sangue;
Partos prematuros – mulheres que tem doença periodontal durante a gravidez podem estar mais predispostas a terem bebês prematuros e/ou de baixo peso;
Doenças cardíacas – doenças periodontais podem aumentar o risco de doenças cardíacas;
Doenças respiratórias – bactérias da boca que alcançam os pulmões, podem causar infecções pulmonares e agravar o estado de doenças já existentes.
SEQUÊNCIA DA EVOLUÇÃO DA DOENÇA PERIODONTAL
SAÚDE
Gengivas saudáveis são firmes e de contorno harmônico. Não mostram inchaço e nem sangram durante a escovação e/ou uso do fio dental.
GENGIVITE
Gengivas inflamadas apresentam vermelhidão e inchaço ao redor dos dentes. Elas podem sangrar durante a escovação e/ou uso do fio dental. O portador da gengivite já pode apresentar alterações no hálito.
PERIODONTITE LEVE
A inflamação estende-se para as estruturas de suporte dos dentes. As gengivas começam a separar-se dos dentes formando bolsas.
PERIODONTITE MODERADA
Gengivas e ligamento periodontal podem migrar em sentido contrário à coroa dos dentes, provocando recessão gengival. Os dentes podem apresentar sensibilidade ao quente e/ou frio. A perda óssea é contínua, podendo surgir mobilidade dentária.
PERIODONTITE AVANÇADA
Quantidades significativas de tecido ósseo e de ligamento periodontal foram destruídas. Os dentes podem ser perdidos facilmente. É comum ocorrer sangramento gengival espontâneo e, ainda, supuração. A Periodontite pode, ainda, manifestar-se de forma assintomática, sem dor, sangramento ou recessão gengival, passando muitas vezes despercebida pelo seu portador e às vezes até pelo clínico geral.
CAUSAS DAS DOENÇAS PERIODONTAIS
A Doença Periodontal é multifatorial. A origem é a placa bacteriana – agregado, constituído por bactérias, de consistência mole, não mineralizado e aderente aos dentes e a outras superfícies na boca como gengiva, língua, restaurações, próteses e aparelhos ortodônticos.
Dependendo da localização, a placa bacteriana pode ser:
-supragengival: superfícies dentais;
-subgengival: localizada dentro do sulco gengival ou da bolsa periodontal.
À medida que a placa amadurece, atinge certa espessura, devido à higienização incorreta ou ausência desta. As placas supragengivais, nesse estágio, são então vistas a olho nu, principalmente ao longo da gengiva. Podem também ser visualizadas por meio do uso de evidenciadores, soluções que colorem as placas.
O uso de evidenciadores é interessante para avaliar as áreas de maior retenção de placa e se a higiene bucal está sendo executada com eficácia.
As placas subgengivais são mais finas, de difícil visualização e estão em contato direto com a gengiva e raiz dos dentes, podendo ser detectadas através de raspagem nas superfícies das raízes ou coleta com materiais próprios. É a inflamação gengival, causada pela placa bacteriana, que acarreta a destruição dos tecidos de suporte dos dentes – gengiva, osso e ligamento – originando as chamadas bolsas periodontais, detectáveis por meio do exame de sondagem gengival.
A placa bacteriana endurece ou se mineraliza, formando cálculos/tártaros também de localização supragengival e subgengival. Sobre o cálculo, normalmente encontra-se placa bacteriana não mineralizada. Por ser uma massa consistente e fortemente aderida, o cálculo só pode ser removido com raspagem profissional.
O cálculo supragengival é facilmente visualizado. Geralmente é branco-amarelado; mas, podem escurecer com o tempo e com a exposição de corantes e tabaco.
Os danos causados pela placa bacteriana variam de indivíduo para indivíduo. Existem fatores que agravam a doença periodontal, tais como o tabagismo, estresse, deficiências vitamínicas, hereditariedade, pobre higiene bucal, diabete, infecção por HIV etc.
O diagnóstico da periodontite será feito através da sondagem e de exames complementares.
Só assim será possível detectar a presença e o grau de comprometimento da doença periodontal.
EXAME PERIODONTAL
É o meio utililizado pelo periodontista para avaliar a saúde bucal. O exame periodontal auxilia o diagnóstico das doenças gengivais ( gengivite e periodontite ) e de outras anormalidades.
O que o periodontista irá avaliar:
presença de nódulos e lesões na boca;
mudança de coloração da gengiva, da mucosa da bochecha e da língua;
existência de dentes perdidos e causa da perda;
textura e tamanho da gengiva;
percentual de placa bacteriana nas faces dos dentes;
profundidade de sondagem: bolsas mais profundas que o normal indicam doença periodontal;
sangramento gengival durante sondagem;
recessões gengivais;
fatores sistêmicos que possam estar interferindo para a progressão da doença;
oclusão dental: encaixe dos dentes durante o fechamento da boca.
TRATAMENTO
Instrução de higiene bucal
A técnica de escovação dental, de uso do raspador de língua e fio dental será detalhadamente explicada e preconizada para cada caso.
Raspagem e alisamento radicular
Esse é o mais comum e conservador tratamento para doenças gengivais. Nos estágios iniciais da doença, especialmente nas gengivites, esse tratamento pode ser suficiente para a obtenção da cura. Em casos de estágio mais avançado, esse tratamento é o primeiro passo antes da intervenção cirúrgica.
O que é
Raspagem é a remoção do tártaro e da placa depositados nos dentes, especialmente abaixo da linha gengival ao longo da superfície radicular. A raspagem ultrassônica, a qual utiliza uma vibração de alta freqüência, é utilizada para remover grandes depósitos de tártaro. Instrumentos manuais especiais chamados de curetas são usados para raspagem e alisamento preciso, haja vista a placa bacteriana aderir a ranhuras e irregularidades existentes na superfície radicular. O alisamento feito pelas curetas remove o tártaro remanescente, o cemento contaminado sobre a raiz e as ranhuras, tanto as anatômicas quanto as causadas durante a raspagem radicular sônica.
Desconforto durante a raspagem
Em alguns pacientes a raspagem e o alisamento radicular podem ser desconfortáveis. Então, a anestesia local é usada nos seguimentos da boca que serão objeto de tratamento. Por dois ou três dias após o tratamento é normal sensibilidade a variações extremas de temperatura. Em alguns casos torna-se necessário aplicação de agentes dessensibilizantes.
Cuidados pós-raspagem
A higiene bucal deve ser mantida de acordo com a técnica preconizada no início do tratamento. Pode existir pequeno sangramento até o término do tratamento.
Possíveis efeitos colaterais do tratamento
Um dos sintomas da doença periodontal é o inchaço gengival. O tratamento da periodontite diminui a inflamaçãoe também a profundidade das bolsas periodontais. Então, se o tratamento é bem sucedido, as gengivas irão encolher e, em alguns casos, ter recessão gengival. Existe a possibilidade de a recessão expor parte da raiz, o que fará o dente parecer maior, fazendo com que haja sensibilidade ao calor e ao frio.
OBJETIVOS DO TRATAMENTO PERIODONTAL
Objetivos do tratamento periodontal de raspagem e alisamento radicular:
eliminar infecções bacterianas nos tecidos gengivais;
controlar os processos inflamatórios responsáveis pela destruição dos tecidos de revestimento e suporte do dente;
alertar o paciente para a necessidade de se criarem os hábitos indispensáveis à manutenção de um bom estado de saúde bucal.
TERAPIA DE MANUTENÇÃO
Manutenção da terapia
Doença periodontal é um problema crônico e que sempre pode se agravar caso não sejam realizadas rotinas com o intuito de manter a saúde bucal. Entre essas rotinas destacam-se o correto uso da escova, do fio dental e do raspador de língua e, também, a visita regular ao periodontista para que sejam realizadas as consultas de manutenção.
A freqüência com que as consultas de manutenção devem ser realizadas variará de acordo com o quadro clínico de cada paciente. Pacientes suscetíveis à ocorrência de doenças periodontais ( como fumantes, portadores de doenças sistêmicas ) necessitarão de consultas mais freqüentes.
A consulta de manutenção inclui:
exame periodontal;
avaliação do controle de placa e da higiene bucal dos dentes, revisão das técnicas de escovação, de uso do fio dental e do raspador de língua;
polimento dental incluindo remoção de placa e cálculo;
aplicação de flúor;
radiografias, se necessário;
tratamento de sensibilidade dental, se necessário.
A realização das consultas de manutenção, embora seja de extrema importância, não é capaz de impedir, sempre, o reaparecimento da doença periodontal. Afinal, o desenvolvimento da doença é influenciado por uma multiplicidade de fatores, havendo pessoas que apresentam predisposição. No entanto, ainda assim as consultas de manutenção são imprescindíveis, eis que com elas o eventual reaparecimento da doença se dá de modo mais brando e pontual.
RECESSÃO GENGIVAL
Exposição da superfície radicular pelo deslocamento da gengiva no sentido contrário à coroa dentária.
CAUSAS
Existem fatores predisponentes e desencadeantes. A somatória desses fatores irá condicionar o tamanho da recessão gengival.
Fatores Predisponentes
Anatomia óssea: presença no osso de deiscências e/ou fenestrações;
Malposições dentárias: os tecidos moles e duros que circundam o dente podem ficar prejudicados em altura e/ou espessura acarretando gengivas finas e mais suscetíveis à inflamação e à recessão gengival;
Freios e vestíbulos rasos: freios inseridos próximos à margem gengival, além de provocarem tensão na gengiva, dificultam a higienização, haja vista a sensibilidade estar aumentada nessas regiões.
Fatores desencadeantes
Escovação traumática: força exercida sobre os dentes durante a escovação, uso de escovas com cerdas duras e excesso na quantidade de escovações;
Inflamação: tanto causada pela gengivite quanto pela periodontite;
Movimentação ortodôntica;
Fluxo salivar baixo;
Lesões de cárie localizadas próximas a margem gengival.
O QUE AS RECESSÕES GENGIVAIS CAUSAM
perda progressiva do suporte dentário;
cáries de raiz;
sorriso antiestético;
hipersensibilidade dentária;
estresse emocional pelo medo de perder o dente.
TRATAMENTO DAS RECESSÕES GENGIVAIS
Torna-se de fundamental importância identificar o fator desencadeante da recessão gengival para a escolha da melhor técnica cirúrgica. 
OBJETIVOS DO TRATAMENTO
eliminar sensibilidade dental pelo recobrimento de áreas expostas pela recessão;
propiciar melhor higienização;
evitar cáries de raiz;
evitar a progressão da perda de estruturas do dente;
melhorar a estética.
Bibliografia: Carranza Periodontia Clínica 11a Ed Autor: Michael G. Newman / Henry Takei / Perry R. Klokkevold / Fermin A. Carranza Jr.

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