Prévia do material em texto
01/09/2015 1 Avaliação da dor Prof. Esp. Larissa de Magalhães DOR “Experiência sensorial e emocional desagradável, normalmente associada a uma lesão tecidual real ou potencial” (IAOP, 2001) Sensação subjetiva desagradável que pode assumir diferentes formas DOR A dor é frequentemente o sintoma primário em muitos casos da prática de fisioterapia. Ha muitas possíveis origens de dor e muitos tipos de dor. Os Fisioterapeutas frequentemente vêem clientes/pacientes cuja queixa primaria é a dor, que frequentemente leva a perda da função. DOR É importante ao Fisioterapeuta saber identificar os padrões de dor específicos característicos de entidades patológicas que podem mimetizar a dor de distúrbios musculoesqueléticos. Padrões de dor em peito, dorso, ombros, escapula, pelve, quadril, região inguinal e articulação sacrilíaca podem ser causados por um processo de doença sistêmica. DOR Nociceptiva muscular sistêmica Neuropática DOR NOCICEPTIVA Dor causada por lesão tecidular (musculo-esquelética, cutânea ou visceral); Experiência sensorial, traduzindo-se numa resposta de neurónios sensoriais periféricos específicos (nociceptores) a estímulos nóxicos (nocivos); Habitualmente, a região dolorosa situa-se no local da lesão 01/09/2015 2 DOR NOCICEPTIVA Frequentemente descrita como latejante, moinha ou rigidez Pode ser crónica, mas geralmente é transitória, desaparecendo após cura dos tecidos lesados Responde aos analgésicos “convencionais Activação de nociceptores locais Nervo periférico Medula espinhal Lesão tecidular Informação ascendente Dor nociceptiva crônica Percepção da dor Modulação descendente DIFERENÇA ENTRE DOR SISTÊMICA E MUSCULOESQUELÉTICA Sistêmica Perturba o sono; Doi de forma profunda e latejante; É reduzida com a pressão; Produz espasmos; Não agrava pelo stress mecânico; Associado a : Icterícia; Artralgia migratória; Fadiga; Perda de peso; Febre baixa; Fraqueza generalizada; Sintomas cíclicos e progressivos. Muscular Dor aguda ou superficial; Diminui a noite; Diminui com a interrupção de atividades; Contínua ou intermitente; É agravada pelo stress mecânico FONTES DE DOR DOR CUTÂNEA Relacionada à pele; Inclui as estruturas somáticas superficiais situadas na pele e no tecido subcutâneo; É bem localizada. DOR VISCERAL Relacionada aos órgãos internos; Inclui todos os órgãos do corpo situados no tronco ou abdômen, tais como aqueles dos sistemas respiratório, digestivo, urogenital e endócrino. FONTES DE DOR Dor Referida Significa que a dor é sentida num outro local, não no tecido lesionado, visto que os mesmos segmentos neurais ou adjacentes suprem o local onde se localiza a dor referida. Ex: dor no ombro causada por ulcera posterior duodenal perfurada ou a dor na região torácica posterior media por obstrução ou perfuração esofágica. DOR NEUROPÁTICA Dor iniciada ou causada por disfunção ou lesão primária do sistema nervoso central ou periférico (incluindo o sistema nervoso autónomo); Frequentemente descrita como “descarga”, “choque eléctrico” ou “queimadura”; Muitas vezes associada a “formigueiro” ou “dormência” 01/09/2015 3 DOR NEUROPÁTICA Exemplos Neuropatia diabética periférica (NDP) Lesão nervosa pós-cirurgia Nevralgia pós-herpética (NPH) Radiculopatia lombar Dor pós-AVC Descritores frequentes “Descarga” “Choque eléctrico” “Queimadura” “Formigueiro” “Dormência” Dor Mista Dor neuropáticaDor Nociceptiva DOR MISTA OU COMBINADA A coexistência dos dois tipos de dor tem sido referida como estado de dor “mista” ou “combinada” e pode surgir em múltiplas situações, tais como síndrome do canal cárpico, dor lombar associada a radiculopatia e dor neoplásica O seu tratamento efectivo requer uma abordagem terapêutica abrangente, para aliviar as componentes nociceptiva e neuropática da dor Ativação dos nociceptores periféricos – componente nociceptiva da dor Compressão e inflamação da raíz nervosa –componente neuropática da dor EXEMPLO DE DOR MISTA: HÉRNIA DISCAL COM RADICULOPATIA DOR NÃO LOCALIZADA: REFERIDA OU RADICULAR? Em geral, a dor nociceptiva é localizada; porém, quando a lesão ocorre em estruturas profundas, a dor pode ser referida A dor referida é uma dor nociceptiva descrita pelos doentes como: dor “aborrecida”, “latejante” ou “moinha” A dor radicular é uma dor neuropática descrita pelos doentes como “descarga”, “choque eléctrico” ou “queimadura” e muitas vezes associada a “formigueiro” e “dormência” EFEITOS DA DOR NA QUALIDADE DE VIDA Aspectos Físicos: - Diminuição da capacidade funcional - Diminuição da força e da resistência - Náusea e perda de apetite - Transtornos do sono - Fadiga Aspectos Psicológicos - Diminuição da alegria e do humor - Aumento da ansiedade e do temor - Depressão, sofrimento. - Dificuldade de concentração - Somatização - Perda do controle - Diminuição das relações sociais 01/09/2015 4 Dor superficial - superfície corporal Dor profunda - músculos, tendões, articulações e fáscias Dor visceral- conformidade com a víscera Dor referida – dor visceral na superfície corporal Dor irradiada - distante de sua origem TIPOS DE DOR CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS DA DOR INTENSIDADE • leve / moderada / intensa FREQUÊNCIA • episódica / esporádica / contínua NATUREZA • orgânica / Psicogênica DURAÇAO rápida / lenta LOCALIZAÇÃO localizada / difusa QUALIDADE queimação / pontada / fisgada / constritiva / contínua / provocada / membro fantasma AVALIAÇÃO DA DOR Características semiológicas da DOR: 1. Localização 2. Irradiação 3. Caráter ou qualidade 4. Intensidade 5. Duração 6. Evolução 7. Relação com as funções orgânicas 8. Fatores desencadeantes ou agravantes 9. Fatores que aliviam 10. Manifestações concomitantes ESCALAS DE INTENSIDADE DA DOR Escala visual analógica Escala numérica Escala CR10 de Borg Escala qualitativa Escala de faces ESCALA VISUAL ANALÓGICA (EVA) Fácil aplicação, alta precisão e sensibilidade. É a mais utilizada e aceita nos meios científicos, pois permite a mensuração imediata da intensidade da dor. Em uma linha que identifique (com palavras ou símbolos) nas extremidades um valor mínimo (à direita) e um valor máximo (à esquerda), o indivíduo marca a quantidade de dor que está sentindo no momento da avaliação. 01/09/2015 5 ESCALA NUMÉRICA O paciente é questionado quanto à intensidade de sua dor e determina, entre o e 10, em que ponto da escala está a sua situação dolorosa. Zero corresponde à classificação “Sem Dor” e a 10 corresponde à classificação de “Dor Máxima”. ESCALA CR10 DE BORG É uma escala de razão e de categorias, em que cada número equivale a um valor referencial de dor. 0 – Absolutamente nada; 0,5 – Extremamente fraco; 1 – Muito fraco; 2 – Fraco; 3 – Moderado; 5 – Forte; 7 – Muito forte; 10–Extremamente forte Também é utilizada para quantificar quadros dispnéicos. ESCALA QUALITATIVA ESCALA DE FACES Consiste no desenho de faces alinhadas, sendo uma face neutra e as outras correspondentes às sensações variáveis de dor. É bastante utilizada nos casos em que o paciente tem dificuldade para se comunicar. Registra-se o número equivalente à face selecionada pelo paciente quando solicitado a classificar a intensidade de sua dor, de acordo com a mímica representada em cada face desenhada no papel.A expressão de felicidade corresponderá à classificação “Sem Dor”, enquanto a expressão de tristeza corresponderá à classificação de “Dor Máxima”.