Buscar

A IMPORTÂNCIA DA ALFABETIZAÇÃO E DO LETRAMENTO PARA A FORMAÇÃO CIDADÃ

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A IMPORTÂNCIA DA ALFABETIZAÇÃO E DO LETRAMENTO PARA A FORMAÇÃO CIDADÃ
ANA CARLA DOS SANTOS SOUZA�
Resumo: 
O presente artigo tem a finalidade de refletir sobre a importância do processo de alfabetização e letramento na formação de um indivíduo crítico, dinâmico, competente e participativo. Em virtude da globalização da economia, do crescimento industrial e da urbanização, percebeu-se uma exigência maior no campo da aprendizagem e do conhecimento. Com isso, o sistema educacional passou a repensar sobre sua prática educativa e a alfabetização precisou ser trabalhada concomitantemente com o letramento, visando oferecer aos alunos situações que permitam o uso da linguagem no contexto social, para vencer as diferenças e lutar por uma sociedade solidária e humana. Essa pesquisa contou com o apoio de autores como: BRASIL(2008), OLIVEIRA(1998), BOM SUCESSO(2005), SOARES(1998), PASSOS e ROMANATTO(2010), LORENZATO(2006), COLLARES E MOYSÉS(1992) e GOKHALE(1980) e de estudos em sites educativos e revistas pedagógicas.
Palavras-chave: alfabetização – letramento – aprendizagem.
INTRODUÇÃO:
Com a ampliação do ensino fundamental para nove anos é necessário repensar o currículo destinado a essa etapa de escolarização. É preciso compromisso com a fase inicial de ensino, principalmente com o processo de alfabetização e letramento, onde a criança deve ser atendida com respeito e dinamismo e que atenda os aspectos sociais, afetivos e psicológicos do educando. 
Portanto é ideal garantir ao aluno experiências compatíveis com o seu contexto familiar, partindo de sua realidade próxima com perfil infantil e que leve as crianças a se apropriarem de conhecimentos relativos ao seu meio social.
A alfabetização e letramento devem ser trabalhados concomitantemente, levando em conta que uma etapa completa a outra, onde o importante para a aprendizagem é alfabetizar letrando.
Essa nova concepção de ensino para as séries iniciais vem sendo discutida por diversos educadores da atualidade, pois o final do século XX e o início do XXI foram marcados por inúmeras mudanças: globalização da economia, avanço da tecnologia, industrialização acelerada, meios de comunicação ágeis e acessíveis, informatização dinâmica e evoluída. Com esse novo cenário de transformações vivenciado pela sociedade moderna o mundo passou a ser mais competitivo, exigindo das pessoas mais capacidade de interação e aprendizagem para dominar e conviver com a evolução do planeta.
E para lidar com essa nova sociedade que o aluno precisa ser preparado, a fim de que ele não seja um mero espectador dos acontecimentos à sua volta. A nova geração de estudantes deve ser formadora de opiniões e através das situações comunicativas dialogar, interagir e participar ativamente dos desafios propostos a eles.
Com isso, houve um redirecionamento no âmbito da alfabetização, atrelou-se a ela o processo de letramento. Na alfabetização o aluno identifica códigos, adquire as habilidades de ler e escrever. Já no letramento, faz-se o uso da leitura e da escrita em praticas cotidianas; como preencher um formulário, preencher cheques, participar de um pregão, ler textos de gêneros diversos e praticar a escrita com clareza e coerência. Verifica-se que o letramento exige mais do indivíduo, pois o mesmo tem que demonstrar seu conhecimento socialmente, enfrentando situações que exigem dele sabedoria e entendimento.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais:
[...] não se trata de escolher entre alfabetizar ou letrar, trata-se de alfabetizar letrando. 
Também não se trata de pensar os dois processos como seqüenciais, isto é, vindo um depois do outro, como, se o letramento fosse uma espécie de preparação para a alfabetização, ou, então, como se a alfabetização fosse condição indispensável para o início do processo de letramento.
O desafio que se coloca para os primeiros anos da Educação Fundamental é o de conciliar esses dois processos, assegurando aos alunos a apropriação do sistema alfabético-ortográfico e condições possibilitadoras do uso da língua nas práticas sociais de leitura e escrita. 
[...]
Assim, entende-se que a ação pedagógica mais adequada e produtiva é aquela que contempla, de maneira articulada e simultânea, a alfabetização e o letramento.
(BRASIL. Ministério da Educação; 2008,p.13)
De acordo com essas propostas, os educadores devem considerar que alfabetização e letramento são indissociáveis e as atividades pedagógicas devem ter objetivo levar o aluno a compreensão das unidades linguísticas: letras, sílabas, palavras, frases e de sua utilização na produção de textos de gêneros variados. O aluno precisa utilizar da linguagem aprendida para enriquecer seu conhecimento e adquirir os requisitos da boa escrita, que são informar, persuadir, expressar, documentar e registrar.
Em tempos de globalização, de mudanças e inovação a alfabetização passou a ser vista com olhares clínicos, deixando de ser uma simples decodificação de símbolos para assumir a posição de domínio de um código e das capacidades de utilizá-lo em leitura e escrita ou seja o domínio da tecnologia do conjunto de técnicas. O papel do alfabetizador deve ser o de ofertar uma aprendizagem significativa e prazeronaonde o educando tenha a oportunidade de ser autor do seu próprio conhecimento. O prefossor deve estender sua preocupação para a formação humana; valorizando as atitudes solidárias, coerentes e de respeito ao outro.
A escola moderna precisa desenvolver e oferecer condições para uma alfabetização contextualizada, envolvendo as crianças em uma participação ativa do processo e que vive a construção social. Oliveira reconhece que :
“Por isso, é de fundamental importância que, desde o início, a alfavetização se dê num contexto de interação pela escrita. Por razões idênticas, deveria ser banido da prática alfabetizadora todo e qualquer discurso ( texto, frase, palavra, “exercício” ) que não esteja relacionado com a vida real ou o imaginário das crianças, ou em outras palavras, que não esteja por elas carregado do sentido.”
(OLIVEIRA, 1998, p. 70-71).
De acordo com Oliveira a prática alfabetizadora deve ser relacionada à realidade da criança, respeitar suas potencialidades e suas características sociais, psicológicas e emocionais. Ela deve trazer para a criança condições necessárias para compreender o mundo a sua volta e perceber com clareza que através do conhecimento o indivíduo tem condições de quebrar tabus e minimizar as diferenças e o preconceito social.
Dentro do contexto ensino-aprendizagem, a alfabetização e o letramento devem ser compreendidos como etapa essencial para a formação do educando, pois o aluno leva para a vida toda a bagagem cultural que adquiriu na prática do ler e escrever.
O estudo científico apresentado no presente artigo visa analisar a alfabetização e o letramento no mundo contemporâneo, refletindo sobre a importância do ler e escrever como meta de alcançar êxito em todos os conteúdos escolares e de interação na sociedade. É através da educação de qualidade que o Brasil vencerá seus inúmeros problemas sociais: fome, miséria, desemprego, falta de moradia. A educação é imprescindível para a valorização humana, para seu crescimento emocional e elevação da auto-estima. Como diz BOM SUCESSO:
“A valorização do ser humano, a preocupação com sentimentos e emoções, e com a qualidade de vida são fatores que fazem a diferença. O trabalho é a forma como o homem, por um lado interage e transforma o meio ambiente assegurando a sobrevivência, e, por outro, estabelece relações interpessoais, que teoricamente serviriam para reforçar a sua identidade e o senso de contribuição.” (2005, p.36)
Contudo, é através de um investimento sério na alfabetização e letramento que o Brasil terá a chance de assumir uma posição digna nos índices que medem a educação brasileira. Um bom começo para essa meta é a leitura e escrita praticada com dinamismo e competência.1- Alfabetização e letramento
	Os alfabetizadores da contemporaneidade passaram a identificar que o grande diferencial nas séries iniciais do ensino fundamental é promover a alfabetização atrelada ao processo de letramento. O aluno deve ir além do decifrar códigos de leitura, mas efetuar o uso da aprendizagem em sua vida social.
O ato de alfabetizar pode ser definido como apropriação do alfabeto, da ortografia apresentada pela língua falada, estabelecendo correspondência entre letras e sons ou seja entre os grafemas e fonemas. Com isso, é considerado alfabetizado o indivíduo que sabe ler e escrever sem necessariamente fazer uso dessa aprendizagem em contextos sociais. No século passado, por exemplo quem sabia assinar o nome era considerado alfabetizado. Nessa época, o analfabetismo abrangia mais da metade da população brasileira.
Com a intensificação da industrialização e o crescimento das cidades, as práticas de letramento começaram a ser exigidas, pois a pouca aprendizagem era insuficiente, exigindo das pessoas mais complexidades em relação ao nível de escolaridade. Houve assim, uma preocupação com relação à população analfabeta que não apresentava as competências necessárias para trabalhar nas indústrias e viver nas cidades como afirma Soares (1998, p.45-46).
Á medida que o analfabetismo vai sendo superado, que um numero que cada vez maior de pessoas aprende a ler e a escrever e à medida que, concomitantemente, a sociedade vai se tornando cada vez mais centrada na escrita (cada vez mais grafocêntrica), um novo fenômeno se evidencia: não basta aprender a ler e a escrever. As pessoas alfabetizam, aprendem a ler e a escrever mas não necessariamente incorporam a prática de leitura e da escrita, não necessariamente adquirem competência para usar a leitura e a escrita, para envolver-se com as práticas sociais de escrita.
Constata-se que conhecer o alfabeto, saber codificar e decodificar palavras não são o bastante para uma pessoa conviver com a modernidade, a urbanização e os avanços oriundos de uma sociedade industrializada. Por força das situações que envolviam a indústrias e o comércio, como relações com o preço, compra e venda de produtos, transações bancárias, bolsa de valores, distribuição de produtos no mercado consumidor requeriam do indivíduo competências e habilidades direcionadas ao conhecimento. Com isso, ser alfabetizado não colocava alguém em posição de destaque, mais sim aquele que usava a leitura e a escrita como prática social, sendo um leitor do mundo a sua volta.
Foi assim que surgiu o termo letramento, que significa por em ação o uso da linguagem, com uma visão evolutiva sobre os acontecimentos cotidianos e trata-se ainda dá capacidade de argumentar, questionar, opinar e se envolver com as práticas letradas em diversos espaços sociais – família, igreja, trabalho, escola, meios de comunicação, clube de futebol, etc.
Em meio a uma sociedade urbanizada vai sendo cada vez mais exigido que as pessoas tenham acesso à leitura de livros, jornais, revistas e que assistam programas informativos como os telejornais. E é justamente dessa prática que os brasileiros necessitam exercitar para compreenderem as diferenças comportamentais de uma sociedade e aprenderem a lidar com a diversidade cultural.
Nessa perspectiva é fundamental a participação da escola, como instituição capaz de integrar o aluno em práticas de leitura e escrita socialmente relevantes, para que eles aprendam a vivenciar o letramento de maneira coerente, aprendendo a valorizar as informações de cunho jornalísticos, a leitura literária, as apresentações teatrais, os seminários, os eventos religiosos, as feiras culturais e as representações da comunidade.
A escola deve propor ao aluno um trabalho significativo, inovador, que reúna questões locais e também as globais. O aluno deverá assumir uma visão crítica do mundo globalizado, percebendo a evolução da informática e com isso sua performance de conhecimento deve acompanhar esse turbilhão de mudanças. Para absorver essas constantes transformações é preciso muita informação, estudo e compreensão do novo.
2 – A concepção matemática no processo de alfabetização e letramento.
O processo de alfabetização e letramento deve garantir ao educando a aquisição da leitura e da escrita, bem como o seu uso social. É também imprescindível a assimilação dos conceitos matemáticos, afinidade com os cálculos e aptidão para conhecimento em geometria e medidas, demonstrando habilidades em desenvolver atividades matemáticas do cotidiano. 
O conhecimento matemático bem como o letramento antecede as atividades promovidas pela escola. Antes de ingressar em uma instituição escolar a criança já vivencia os números em seu ambiente de convivência, visualizar placas com letreiros presencia seus familiares escrevendo ou calculando. Muitas crianças já chegam à escola sabendo lidar com números, seja no troco recebido no mercado, no pagamento de um mercado, no pagamento de um sorvete, nas brincadeiras em parques de diversão, nos letreiros de placas de propagandas, nos telefones celulares, em relógios.
Sendo assim, o professor deve orientar seu trabalho pedagógico tendo objetivos claros e precisos, que valorizem aquilo que a criança traz como bagagem de conhecimento e ampliando suas possibilidades de novas descobertas. Ao valorizar a realidade do aluno, a aprendizagem terá para ele mais significado, pois entra em contato com o seu cotidiano e respeitar suas potencialidades.
Reconhecendo a importância da Matemática na alfabetização e letramento recomenda-se que as atividades de leitura, escrita e conhecimentos matemáticos devem ser trabalhados de forma interdisciplinar enfatizando os conteúdos que contribuam para o desenvolvimento de uma aprendizagem rica e coerente com o alunado a que se destina. É primordial que a criança se beneficie de ambos os conteúdos mencionados em seu contexto social, isto é, a aprendizagem deve romper as barreiras, ir além do ambiente escolar e fazer parte do dia a dia do aluno, sendo útil em espaço de vivência – família, igreja, clube, vizinhança, estabelecimentos comerciais, cinema, teatro.
O grande diferencial da educação atual é preparar o aluno para o exercício da cidadania ou seja a formação de um indivíduo competente, assíduo, crítico, realista e participativo. É o aluno que busca transformar sua realidade, que interfere nos acontecimentos locais e compreende o quão importante é sua participação em prol de um mundo melhor, pautado no respeito aos direitos de cada um e no cumprimento dos próprios deveres. 
Nesse contexto de busca de transformação a matemática desempenha um papel dinâmico, pois é uma ciência que desenvolve o raciocínio lógico do ser humano e isto permite o uso da razão em muitas situações conflitantes, que leva o indivíduo a pensar antes de agir.
Entre as várias habilidades desenvolvidas pela Matemática, podemos destacar o raciocínio lógico-dedutivo, que tem papel assencial na formação do sujeito, como afirmam Carmem L. B. Passos e Mauro C. Romanatto:
A constatação da importância da Matemática apóia-se no fato de que o domínio do conhecimento matemático, especialmente daqueles relacionados à escolarização básica, desempenha um papel essencial em nossa vida diária, tem aplicações no mundo do trabalho e funciona como instrumento necessário para a aquisição de conhecimento em outras áreas curriculares. Do mesmo modo, interfere fortemente na formação de capacidades intelectuais, na estruturação do pensamento e na utilização do raciocínio dedutivo pelo estudante. ( PASSOS e ROMANATTO, 2010, p.26).
Desenvolver o raciocínio lógico-dedutivo é promover no aluno a tomada de decisões claras e objetivas, onde sua forma de refletir, agir, expressar e elaborar sentimentos obedecem a certos critérios, reafirmando a importância do agir com comprometimento e responsabilidade pelos seus atos.
A aprendizagem da Matemática nos primeiros anos de Ensino Fundamental deve ser entendida como processo de aproximaçãoentre os diversos componentes curriculares, que envolvam todas as demais áreas de conhecimento e que envolva também a língua materna. Sendo assim, os profissionais que atuam na alfabetização devem levar o aluno a refletir, pensar, assimilar, agir diante dos desafios propostos pelas atividades matemáticas.
Por isso, é ideal trabalhar privilegiando a ação da criança sobre os conteúdos matemáticos e as atribuições de significados a eles, sendo necessário ainda:
[...] auxiliar a criança a transformar em interiorizações (ou abstrações) suas ações sobre o concreto, o manipulável ou o visual, isto é, passar da ação à representação (abstração reflexiva). Esse processo deve seguramente se iniciar com atividades sensório-motoras, que são a base para a aquisição de conhecimentos em duas forma primitiva. Dois tipos de atividades podem ser trabalhados: um, envolvendo o próprio corpo da criança (através do movimento e posicionamento no espaço, a criança melhora sua percepção do meio ambiente), e outro, que possibilita o manuseio de objetos. (LORENZATO, Sérgio, op.cit, p.12-3) 
Assim, enfatiza-se que a criança em fase da alfabetização e letramento necessita de uma estruturação matemática coerente com uma realidade, que respeite as políticas públicas e prepare a criança para o exercício de uma Matemática evoluída, voltada para o enfrentamento de desafios e que garanta uma qualificação adequada para resolver problemas, memorizar situações e ampliar suas possibilidades de confrontar com o cotidiano de modo adequado, sem medo de errar.
3 – As dificuldades de aprendizagem
Para reconhecer em um educando as dificuldades de aprendizagem, é necessário em primeira mão entender o que é aprendizagem. A aprendizagem é um processo complexo que acontece no interior do indivíduo e se manifesta em uma mudança de comportamento. E a mudança de comportamento deve ser algo permanente na vida desse aprendiz. Entre os fatores que contribuem para uma aprendizagem significativa estão: saúde, inteligência, maturação, motivação, concentração, memória. Quando o aluno tem defasagem em um dos fatores de aprendizagem, ocorrem as dificuldades.
Por isso, o educador deve estar sempre atento ao comportamento do aluno para diagnosticar possíveis causas que contribuem para que ele não consiga assimilar com clareza o que lhe é ensinado.
A interação professor-aluno, pautada no respeito e autenticidade é uma condição necessária para que a aprendizagem aconteça de forma prazerosa, havendo uma troca de experiências entre ambas as partes e, sobretudo criando laços de amizade e valorização do conhecimento do outro. 
Giesta (2001) acredita que as interações de respeito e confiança entre professor e aluno constituem-se como condição indispensável para o estabelecimento de vínculos saudáveis e duradouros. É dessa maneira que a sala de aula se torna um ambiente transformador da realidade, onde a convivência coletiva promove a formação cidadã, com pensamentos divergentes, mas direcionados ao bem comum.
As dificuldades de aprendizagem vem sendo amplamente discutida em reuniões de professores, congressos educacionais, palestras e seminários educativos. Os educadores tem convivido com diferentes distúrbios de aprendizagem e parece assustador para muitos o encontro com crianças que apresentam algum quadro de deficiência no aprender.
Para Collares, Moysés:
Distúrbio de Aprendizagem é um termo genérico que se refere a um grupo heterogêneo de alterações manifestadas por dificuldades significativas na aquisição e uso da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas. Estas alterações são intrínsecas ao indivíduo e presumivelmente devidas à disfunção do sistema nervoso central. Apesar de um distúrbio de aprendizagem poder ocorrer concomitantemente com outras condições desfavoráveis (por exemplo, alteração sensorial, retardo mental, distúrbio social ou emocional) ou influências ambientais (por exemplo, diferenças culturais, instrução insuficiente/inadequada, fatores psicogênicos), não é resultado direto dessas condições ou influências. (COLLARES; MOYSÉS, 1992, p.32).
O dito acima confirma uma série de possibilidades da qual a dificuldade de aprendizagem pode estar atrelada. Por isso, a escola deve se empenhar em oferecer acompanhamento minucioso aos alunos que apresentam algum bloqueio na aprendizagem. A escola pode utilizar de encaminhamento do aluno a exames clínicos variados: psicólogo, neurologista, psiquiatra, fonoaudiólogo, otorrinolaringologista, psicopedagogo e outros, de acordo com a necessidade do educando. 
Além do atendimento clínico, a escola também deve oferecer atendimento individualizado aos alunos oriundos de famílias com baixa instrução escolar, introduzindo estes alunos ao mundo do letramento de maneira digna e de acordo com os padrões vigentes nas leis educacionais.
Oportunizar aos menos favorecidos condições dignas de aprendizagem acesso e permanência no ambiente escolar é um direito de toda criança e cabe à escola cumprí-lo com determinação.
Desde o ingresso da criança na alfabetização, o professor deve-se comportar como parceiro do educando diante das dificuldades que ele venha a apresentar, procurando despertar na criança o gosto pela leitura, pela escrita, pelos conceitos matemáticos , números e demais conteúdos a serem trabalhados na alfabetização. 
Na alfabetização, diagnosticar as deficiências do aluno e estabelecer meios para sancí-las é uma oferta de oportunidades aos educandos, inclusive aqueles que diante da deficiência se sentem à margem do processo de aprendizagem. Tratar as dificuldades é uma forma humanística de incluir os menos favorecidos intelectualmente, dando a eles as mesmas chances de aprendizagem.
Assim sendo, a escola que visa uma formação cidadã coerente e humana respeita os alunos portadores de dificuldades e estabelece metas que visem minimizar o problema dando aos mesmos condições de prosseguirem nos estudos, demonstrando ser uma escola democrática, autêntica e que tem no ser humano a sua grande vitória. 
4 – A interação da família da aquisição da aprendizagem.
O processo de alfabetização e letramento é bastante complexo, pois representa uma etapa na vida do educando de aquisição da leitura e da escrita e também de seu uso no meio social. Atualmente é entendido que o importante no processo de ensino-aprendizagem é alfabetizar letrando, onde o educando deverá adquirir competências diversificadas, que lhe garanta o uso da linguagem e o domínio de situações cotidianas referentes ao ato de ler, escrever, realizar cálculos, interpretar e compreender o mundo a sua volta.
Devido a essa complexidade, faz-se necessário que a família interaja com o aluno, dando a ele o apoio necessário para o desenvolvimento de uma aprendizagem dinâmica, prazerosa e coerente. É importante que a família acompanhe a criança na realização de suas atividades diárias, mantendo contato amigável com a escola e auxiliando o professor na busca de soluções para os problemas diagnosticados.
A interação família-escola promove uma troca de experiências infundida no contato direto com outro, tornando os obstáculos mais amenos de serem contornados. O diálogo aberto entre pais e professores é uma forma democrática de enriquecer a aprendizagem, pois prevalece a troca de opiniões e a busca de soluções que contribuam para o aperfeiçoamento do aluno, proporcionando às crianças um ambiente agradável, aberto e humanitário.
As instâncias família e escola podem ser refletidas numa perspectiva de alfabetização solidária e que vise o benefício do aluno e do professor. Para Gokhale:
A família não é somente o berço da cultura e a base da sociedade futura, mas é também o centro da vida social. A educação bem sucedida da criança na família é que vai servir de apoio à sua criatividade e ao seu comportamento produtivo quando for adulto. A família quando tem sido, é e será a influência mais poderosa para o desenvolvimento de personalidade e do caráter das pessoas. Assim,pode-se dizer que as crianças precisam sentir que fazem parte de uma família. (GOKHALE, 1980).
Quando a escola procura materializar a família como sendo de primordial importância para a efetivação da aprendizagem, as possibilidades de sucesso e êxito dos educandos se alargam. O aluno passa a sentir amado, valorizado e respeitado pelas pessoas de seu convívio próximo. Isso dá a ele a segurança de ir além de suas potencionalidades de querer alcançar um ideal, pois tem a certeza de que alguém torce por ele, acredita em sua vitória ou que o ampara também nas dificuldades. Dessa forma, o educando se sente gente, se enxerga como um ser humano capaz de superar obstáculos e de lutar por ideais de justiça, solidariedade e amor ao outro.
Ao realizar um conhecimento mais profundo sobre a família do aluno, identificando suas condições de vida, a escola pode traçar um trabalho direcionado a atendê-lo respeitando suas peculiaridades e partindo de sua realidade como objetivo de ensino. Em muitos casos as características da criança interferem em seu processo de aprendizagem. É necessário conhecer o seu espaço de convivência, situação sócio-econômica, condições dos pais (mãe solteira, pais separados, pais adotivos), o tipo de religião da família, seus costumes e crenças. Assim, a escola pode oferecer ao aluno situações de ensino adequadas com sua vida diária, respeitando os caracteres sociais, econômicos e culturais.
A escola pode manter uma relação de afinidade com a família em muitas situações do contexto escolar: na realização de reuniões bimestrais para discussão das avaliações, na realização de festas culturais, em exposição de trabalhos dos alunos, em feiras de leitura, em debates sobre problemas relacionados aos alunos e escola, em eventos de formatura e também quando algum aluno necessitar de apoio pedagógico. 
Portanto, a participação da família na alfabetização e letramento contribuirá positivamente para a evolução da criança na aprendizagem, além de oferecer-lhe segurança e apoio diante das situações mais complexas que ela vir a enfrentar na escola e também na sociedade em que está inserida.
Conclusão:
A educação contemporânea passou a refletir seriamente sobre o processo de alfabetização e letramento a partir da industrialização e do crescimento urbano, exigindo da massa populacional mais conhecimento para driblar novas tecnologias. O avanço do setor industrial impulsionava para a aquisição de novos saberes. O individuo tinha que conviver com a compra e a venda de produtos, bolsa de valores, transações financeiras, instrumentos eletrônicos e outras exigências que a globalização trazia a tona.
Nessa perspectiva a escola entendeu que o grande diferencial no campo educacional seria alfabetizar o aluno letrando, isto é, aprender a ler e escrever e fazer uso da linguagem no contexto social. O objetivo primordial é a formação de leitores e escritores aptos para atingir propósitos sociais, com direito a se beneficiar da cultura letrada.
A concepção tradicional de alfabetização aliou-se ao letramento e percebe-se atualmente que os dois processos são indissociáveis e complementares, o que demanda atenção especial por parte dos educadores na escola de atividades pedagógicas formadoras de capacidades compatíveis ao alunado.
Os pequenos aprendizes devem ser preparados desde cedo para o exercício de duas variantes, a aquisição do conhecimento e o seu uso na prática cotidiana. Assim, sendo, a alfabetização e o letramento devem levar à formação cidadã, onde o indivíduo se envolve em práticas comunicativas; como argumentar, discutir, debater, resolver conflitos, agir com coerência diante de diferentes situações que a convivência social exigir. Esses requisitos só poderão fazer parte da vida do educando através de uma educação de qualidade, em que a equidade e a dinamicidade consigam atingir todos os patamares do setor de educação.
Conclui-se que o termo letramento pressupõe uma visão mais ampla do termo alfabetização, e que a construção dos saberes deve está vinculada em ambas as concepções. Vale ressaltar que em todas as disciplinas os alunos aprendam através de prática de leitura e de escrita, é lendo e escrevendo que os alunos assimilam com veracidade os conteúdos que lhes são ensinados. Portanto, a base para o sucesso em educação está em ler e escrever.
Referências:
1. LORENZATO, Sérgio. Educação Infantil e percepção matemática. Campinas. Autores Associados, 2006.
2. PASSOS, Cármem Lúcia Brancaglion; ROMANATTO, Mauro Carlos. A Matemática na formação de professores dos anos iniciais: aspectos teóricos e metodológicos. São Carlos: Editora da UFSCar, 2010. (UAB – UFSCar).
3. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Pró-Letramento: programa de formação continuada de professores dos anos/séries iniciais do Ensino Fundamental. Alfabetização e Linguagem. Brasília: MEC/SEB,2008.
4. BOM SUCESSO, E. P. Trabalho e qualidade de vida. 2° Ed. Rio de Janeiro; Dunya, 2005.
5. COLLARES, C. A. L.; MOYSÉS, M. A. A. A História não contada dos Distúrbios de Aprendizagem. Campinas: Papirus, Cadernos CEDES, n° 28, 1992, p. 31-48.
6. GOKHALE, S. D. A família desaparecerá? In: Revista Debates Sociais. N° 30, Ano XVI, Rio de Janeiro, CBSSI S, 1980.
7. OLIVEIRA, A. M. M. A formação de professores alfabetizadores: lições da prática. In: GARCIA, R.L. Alfabetização dos alunos das classes populares. São Paulo: Cortez, 1998.
8. SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.
� 349335, Pós graduanda em PED – ALFABETIZAÇÃO, Orientadora: ROSEMARY CONCEIÇÃO DOS SANTOS

Outros materiais