Buscar

Direito civil família aula 4 (PARENTESCO)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO CIVIL- FAMÍLIA 
Professor: Cristiano Monteiro 
Anotações de aula 
Aula 4- 06/03/17
PARENTESCO (artigos 1591 a 1595, CC)
obs.: Maria Helena Diniz- melhor autora para esse tema
INTRODUÇÃO 
"As pessoas unem-se em uma família em razão de vínculo conjugal ou união estável, de parentesco por consanguinidade ou outra origem, e da afinidade." 
"O conhecimento da relação de parentesco tem grande importância, pois a lei lhe atribui efeitos relevantes, estatuindo direitos e obrigações recíprocos entre os parentes, de ordem pessoal e patrimonial, e fixando proibições com fundamento em sua existência. Têm os parentes direito à sucessão e alimentos e não podem casar uns com os outros, na linha reta e em certo grau da colateral." 
CONCEITO
Relação de parentesco é a relação vinculatória existente não somente entre pessoas pertencentes a um mesmo tronco ancestral, mas também entre o cônjuge ou convivente e os parentes do outro e provenientes da relação de adoção. 
"Assim, o parentesco pode ser conceituado como sendo o vínculo jurídico estabelecido entre pessoas que têm a mesma origem biológica (mesmo tronco comum); entre um cônjuge ou companheiro e os parentes do outro; e entre as pessoas que têm entre si um vínculo civil. Portanto, são 3 as modalidades de parentesco admitidas pelo direito civil." 
Parentesco consanguíneos ou natural: existente entre pessoas pertencentes a um mesmo tronco ancestral, que descendem umas das outras; 
Parentesco por afinidade: existente entre um cônjuge ou companheiro e os parentes do outro cônjuge ou companheiro. 
Parentesco civil: é uma criação da lei e decorre de outra origem, que não seja a consanguinidade ou a afinidade. Tem origem na adoção, no entanto, são permitidas outras duas formas de parentesco civil: reprodução heteróloga assistida e parentalidade socioafetiva.
"O parentesco civil não está pautado apenas na adoção, alcançando também as hipóteses de filhos havidos por reprodução assistida heteróloga, que não tem vínculo de consanguinidade entre os pais (inseminação artificial)." 
Enunciado 103: Art. 1.593: o Código Civil reconhece, no art. 1.593, outras espécies de parentesco civil além daquele decorrente da adoção, acolhendo, assim, a noção de que há também parentesco civil no vínculo parental proveniente quer das técnicas de reprodução assistida heteróloga relativamente ao pai (ou mãe) que não contribuiu com seu material fecundante, quer da paternidade sócio-afetiva, fundada na posse do estado de filho.
Observação: relações de parentesco socioafetivas: uma pessoa é recepcionada no âmbito familiar, sendo neste criada e educada, tal como se da família fosse. 
STJ: o vínculo socioafetivo prevalece sobre a verdade biológica e a maternidade socioafetiva deve ser reconhecida, mesmo no caso em que a mãe tenha registrado a filha de outra pessoa como sua. 
Enunciado 519: "o reconhecimento judicial do vínculo de parentesco em virtude de socioafetividade deve ocorrer a partir da relação entre pai(s) e filhos(s), com base na posse do estado de filho, para que produza efeitos pessoais e patrimoniais."
ESPÉCIES DE PARENTESCO
Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consangüinidade ou outra origem.
"Não pode haver diferença entre parentesco natural e civil, especialmente quanto à igualdade de direitos e proibição de discriminação. Devem todos ser chamados apenas de parentes." 
NATURAL
Matrimonial ou extra matrimonial 
O parentesco consanguíneo pode ser na: Linha Reta (linha é a vinculação da pessoa ao seu ancestral comum): Ascendente ou descendente ou na Linha Colateral, transversal ou oblíqua.
LINHA RETA: artigo 1.591. São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras na relação de ascendentes e descendentes.
Pais e filhos: 1º grau; avós e netos: 2º grau; bisavós e bisnetos: 3º grau. 
Não há limite de graus na linha reta. 
LINHA COLATERAL: artigo 1.592. São parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra.
Irmãos: 2º grau; primos: 4º grau.
De acordo com a doutrina os irmãos podem ser unilaterais ou bilaterais (germanos): 
UNILATERAIS se forem irmãos apenas pela linha paterna ou materna. "Linha materna: uterinos; linha paterna: consanguíneos." 
BILATERAIS (GERMANOS): filhos dos mesmos pais. 
Os colaterais podem ser iguais ou desiguais: 
IGUAIS: quando entre os colaterais e o respectivo ascendente comum há o mesmo número de graus. (ex.: irmãos)
DESIGUAIS: quando entre os colaterais e o respectivo ascendente comum não há o mesmo número de graus. (ex.: tio e sobrinho)
obs.: "A linha colateral também pode ser dúplice ou duplicada, como no caso de dois irmãos que se casam com duas irmãs. Neste caso, os filhos que nascerem dos dois casais serão parentes colaterais em linha duplicada." 
ATENÇÃO: a linha colateral, obrigatoriamente, começa no segundo grau. 
O LIMITE DE PARENTESCO NA LINHA COLATERAL É ATÉ QUARTO GRAU, assim, não há relações de parentesco entre pessoas que teoricamente teriam relação de 5º, 6º grau. No código de 16 considerava-se todos os graus. 
Na linha reta não há limite. 
AFINIDADE: é um vínculo de ordem jurídica e decorre somente da lei. 
É o liame jurídico estabelecido entre um consorte, companheiro e os parentes consangüíneos do outro nos limites estabelecidos na lei. Hipóteses de afinidade/casamento.
"Afinidade é o vínculo que se estabelece entre um dos cônjuges ou companheiro e os parentes do outro (sogro, genro, cunhado etc.). A relação tem seus limites traçados na lei e não ultrapassa esse plano, pois que não são entre si parentes os afins de afins. Tal vínculo resulta exclusivamente do casamento e da união estável." 
"Se um dos cônjuges ou companheiros tem parentes em linha reta (pais, filhos), estes se tornam parentes por afinidade em linha reta do outro cônjuge ou companheiro." 
É uma relação vinculatória de um dos cônjuges ou conviventes que, com o casamento ou união estável, passam a frequentar a relação parental do outro. 
Genro, nora e sogros: 1º grau, linha reta, por afinidade. 
Filho de outro casamento e padrasto/madrasta: 1º grau, linha reta, por afinidade. 
Cunhados: colaterais, 2º grau, por afinidade. 
A e B são casados- Filho de outro casamento de A com filho de outro casamento de B: não são parentes. 
ATENÇÃO: afinidade não gera afinidade. 
Observação: Não há limites de graus na linha reta no parentesco por afinidade. 
Qual o limite de graus na linha colateral em relação à afinidade? 2º grau. 
CIVIL– art.1.593 NCCB
Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consangüinidade ou outra origem.
Inconstitucionalidade do parentesco civil limitado
Art. 227. § 6º, CF Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
EXTINÇÃO DO VÍNCULO DE AFINIDADE –Art. 1595 §2º do NCCB
ATENÇÃO: a relação parental não se extingue na linha reta. 
Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade.
§ 1º O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro.
§ 2º Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável.
"Desse modo, rompido o vínculo matrimonial permanecem o sogro ou sogra, genro ou nora ligados pelas relações de afinidade. Significa dizer que, falecendo a esposa ou companheira, por exemplo, o marido ou companheiro continua ligado à sogra pelo vínculo da afinidade. Se se casar novamente, terá duas sogras." 
"Na linha colateral, contudo, a morte ou o divórcio de um dos cônjuges ou companheiros faz desaparecer a afinidade." 
"Se a dissolução da sociedade conjugal se der pela separação judicial, que não rompe o vínculo, subsiste a afinidade entre o cônjuge separado e os parentes do consorte. Como divórcio e consequente rompimento do vínculo, não mais persiste a afinidade." 
obs.: casamento do cônjuge separado judicialmente com a cunhada só poderá realizar-se, pois, após a conversão da separação em divórcio. 
"Nos casos de nulidade ou de anulabilidade, somente persistirá a afinidade se reconhecida a putatividade do casamento." (casamento celebrado indevidamente de boa-fé) 
CONTAGEM DE GRAUS (GRAU é o número de gerações que separamos parentes)
A fórmula para a contagem do grau consiste em contar, degrau por degrau, subindo até encontrar o ascendente comum e depois descendo até aquele com quem se busca o grau de parentesco. São parentes colaterais de 2º grau os irmãos; de 3º grau, tios e sobrinhos; e 4º grau, os primos. 
Art. 1.594. Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações, e, na colateral, também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e descendo até encontrar o outro parente.
"O vínculo de parentesco estabelece-se por linhas: reta e colateral, e a contagem faz-se por graus."
Grau: é a distância em gerações, que vai de um a outro parente. Na linha reta, contam-se os graus "pelo número de gerações." Na linha colateral a contagem faz-se também pelo número de gerações, por analogia com o parentesco consanguíneo. 
Linha reta (art.1591 e 1594-1ª parte): parentes em linha reta são as pessoas que descendem umas das outras, tais como bisavô, avô, pai, filho, neto, bisneto. Não há limite. 
Linha colateral (arts.1591 e 1594–2ª parte): são parentes em linha colateral, transversal ou oblíqua as pessoas que provêm de um tronco comum, sem descenderem uma da outra. É o caso de irmãos, tios, sobrinhos e primos. O parentesco estende-se somente até quarto grau. 
"No regime anterior, o parentesco colateral alcançava até o sexto grau. A diminuição para o quarto grau promove a compatibilização da restrição com a linha sucessória no parentesco colateral, que vai até o quarto grau, como dispõe o artigo 1839." 
Não há parentesco em primeiro grau na linha colateral. O parentesco mais próximo na linha colateral é o de segundo grau, existente entre irmãos. 
EFEITOS DO PARENTESCO E AFINIDADE
Alimentos
Quando tratamos de alimentos, os primeiros obrigados a eles são os pais, depois os ascendentes e por fim os descendentes. Não havendo descendentes os obrigados são os colaterais até segundo grau. 
Essa realidade do código (dos parentes coobrigados) envolve apenas o vínculo consanguíneo. 
Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.
Posicionamento referente aos avós
Uma lei especial estabeleceu regulamentação de visitas em relação aos avós, a Lei 12.398/11. Esta teve como motivação dois dispositivos: os artigos 227 e 229 da CF. 
Artigo 227, CF: estabelece o direito à convivência familiar. Destaca-se que os avós eram os primeiros a sofrerem restrições na convivência quando haviam separações litigiosas entre os cônjuges. Assim, a razão da regulamentação de visita é o direito à convivência familiar para os avós. 
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Artigo 229, CF: (reciprocidade de direitos)- "quem recebe hoje, um dia poderá pagar". 
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
Mudanças feitas com base na lei: 
Art.1589, CC.  Parágrafo único. O direito de visita estende-se a qualquer dos avós, a critério do juiz, observados os interesses da criança ou do adolescente.
obs.: LEMBRAR RECLAMAÇÃO 9013 STF

Outros materiais