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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS – UNISINOS UNIDADE ACADÊMICA DE GRADUAÇÃO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL ALESSANDRA DOS SANTOS ALVAREZ KÉTLIN GABRIELE CORNELY DA SILVA VITÓRIA LICKS PINTO GA1 - ANÁLISE CONDICIONANTES ARQUITETURA E URBANISMO CLAUDIA RODRIGUES SÃO LEOPOLDO 2018/01 1. INTRODUÇÃO O trabalho seguinte traz como objetivo a análise do projeto arquitetônico localizado na Rua Aurélio Bitencourt, número 99, no município de Porto Alegre. Através do estudo das normas e leis da cidade, pelo seu Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (PDDUA), avaliamos os condicionantes do projeto, sendo eles físicos, legais e sociais. Ao final desta análise, foi possível dar o parecer sobre a adequação do projeto às diretrizes da cidade. Todos os materiais para a averiguação do empreendimento proposto, como plantas dos pavimentos, cortes e fachadas, assim como os arquivos dos mesmos foram disponibilizados pela professora à todos os grupos. 2. IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO PROJETO O projeto analisado é uma edificação residencial com 9 pavimentos, 510,396 m² de área total do terreno, localizado na Rua Aurélio Bitencourt, número 99, na cidade de Porto Alegre/RS. Anexo 1 – Elevações Leste e Sul Fonte: Dados fornecidos pela professora. Anexo 2 – Elevações Oeste e Norte Fonte: Dados fornecidos pela professora. Anexo 3 - Planta de Localização Fonte: Dados fornecidos pela professora. Anexo 4 - Planta de Situação Fonte: Dados fornecidos pela professora. Anexo 5 – Localização do Terreno Fonte: Secretaria Municipal de Urbanismo de Porto Alegre 3. IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO ENTORNO A área onde se encontra o empreendimento é uma área de ocupação intensiva, de zona predominantemente residencial, mista e produtiva. O solo total é uma somatória do solo criado e solo privado. Neste caso, a densidade bruta (solo total) é de 385 hab./há e 110 econ./ha, conforme a tabela do PDDUA de Porto Alegre, fornecida pela prefeitura e ilustrada a seguir: Anexo 6 Fonte: Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (PDDUA) de Porto Alegre (Anexo 4). 4. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO TERRENO E SEU ENTORNO IMEDIATO 4.1 Ambiente Natural e Ambiente Construído do Entorno O projeto analisado se encontra em um local de fácil acesso e ótima localização no município de Porto Alegre, pois está situado a três quadras de uma das principais avenidas da cidade, a Av. Goethe, via de acesso a várias ruas importantes e movimentadas. Em seu entorno, há uma grande área de comércio, educação e lazer. Menos de quatro quadras da edificação, há três campus de faculdade, Ulbra, IPA e IMED, assim como instituições menores, como escolas de educação infantil e institutos de línguas. Há também uma grande quantidade de restaurantes e bares na região e locais para atividades de lazer, como o Parque Moinhos de Vento (Parcão) e o Clube Caixeiros Viajantes. No entorno imediato ao edifício, encontramos uma área exclusivamente residencial, com edificações em ambos os lados vizinhos. O edifício ao sul de nosso projeto é mais alto, portanto ele cobre por completo a visão dos cômodos ao sul da edificação. O outro edifício, ao norte, é quase tão alto quanto o edifício analisado, obscurecendo parcialmente a vista dos moradores, porém o modo como este prédio foi construído não o deixa atrapalhar a visibilidade total do nosso projeto. A leste e oeste há edificações menores, que não atrapalham a visão dos pavimentos com apartamentos. Não há também nenhuma vegetação significativa que impossibilite a visão da maior parte dos apartamentos, somente algumas palmeiras que prejudicam a visão do dormitório de casal do pavimento tipo 01. 4.2 Características do Terreno A edificação avaliada tem sua fachada principal virada para o norte, com a entrada da mesma voltada para leste, assim recebendo uma boa quantidade de luz natural em uma grande porção do projeto. Também demonstra ter uma boa ventilação, apresentando um afastamento dos outros prédios que possibilita a passagem de ar. O local onde se encontra a edificação demonstra ser uma área verde, com muita vegetação ao longo da rua onde se encontra o empreendimento, seja dentro dos terrenos ou nas calçadas, o que ajuda a ventilação do entorno. O terreno onde encontra-se a edificação do projeto é naturalmente inclinado. O perfil natural do terreno apresenta um desnível máximo de 4,1 m na fachada leste e um desnível de 1,43 m na fachada oeste, com um desnível de 4,3 m entre a cota mais baixa da fachada leste e a mais alta da divisa oeste. Da fachada sul para a norte, da cota mais alta do perfil natural do terreno da divisa sul até a cota mais baixa do perfil natural do terreno da divisa norte, há um desnível de 5,26 m. A fachada norte tem um desnível de 3,09 m de uma ponta a outra, e a fachada sul um desnível de 3,00 m, ponta a ponta. 5. CONDICIONANTES LEGAIS 5.1 Regime Urbanístico Taxa de Ocupação (TO) Porcentagem ocupada pela edificação em relação a área total do lote, considerando apenas sua projeção horizontal, não considerando assim a altura da mesma e nem o número de pavimentos. Considerando a área total do lote como 510,396 m2 e a área total horizontal construída como 199,121 m2: 510,398 → 100% 199,121 → X X = 39% Assim concluímos que a taxa de ocupação é igual a 39%. Índice de Aproveitamento (IA) O Índice de Aproveitamento é um valor tabelado, que pode ser encontrado no site da Secretaria Municipal de Urbanismo de Porto Alegre (http://www2.portoalegre.rs.gov.br/dm/), inserido do PDDUA – Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental. O site também fornece o código do terreno para assim podermos encontrar o valor tabelado respectivo ao nosso terreno, nosso código é 11, assim sendo nosso valor tabelado é 1,6. Anexo 7 Fonte: Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (PDDUA) de Porto Alegre (Anexo 6). Regime Volumétrico Assim como no Índice de Aproveitamento, conseguimos encontrar inserido do Plano Diretor da Munícipio o regime volumétrico para edificações. Como podemos observar no anexo abaixo, o código no terreno nesta categoria é 9, a altura máxima da construção a ser realizada no local é de 42 m, sendo que a construção não pode ter uma distância menor de 12,50 m ou maior de 18 m da divisa do terreno. Sua base pode ser de no mínimo 4 m e no máximo de 9 m. Sendo assim a taxa de ocupação pode chegar a 75%. Anexo 8 Fonte: Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (PDDUA) de Porto Alegre (Anexo 7.1). Usos permitidos Área predominantemente residencial. Área de estacionamento Em um residencial com testada igual ou superior a 12 m, deve-se respeitar um número mínimo de uma vaga, de dimensão 2,5m x 5,0m, por 75m² de área adensável até o máximo de 3 vagas para economia. Anexo 9 Fonte: Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (PDDUA) de Porto Alegre (Anexo 10.1). 5.2 POTENCIAL CONSTRUTIVO DO TERRENO (PC) Indica a área total que pode ser construída dentro do terreno. Para calcular o potencial construtivo somamos a área adensável (AAD) e a área não adensável (ANAD) do terreno. Sendo que a área adensável (AAD) é calculada através da área do terreno multiplicada pelo índice de aproveitamento (ambos citados acima): 510,396 m² x 1,6 = 816,634 m². Já a área não adensável (ANAD) é metade da área adensável do terreno, ou seja, 816,634x 50% = 408,317 m². PC = AAD + ANAD PC = 816,634 m² + 408,317 m² PC = 1.224,951 m² 6. ANÁLISE DA EDIFICAÇÃO PROPOSTA 6.1 Programa de Necessidades A primeira fase de um projeto arquitetônico, a fase de levantamento de dados, consiste na elaboração de um programa de necessidades, relacionando os cômodos necessários ao empreendimento, de acordo com a necessidade e desejo dos clientes. Anexo 10 - Cortes Fonte: Dados fornecidos pela professora. Anexo 11 – Pavimento Tipo 01 Fonte: Dados fornecidos pela professora. Anexo 12 – Pavimento Tipo 02 Fonte: Dados fornecidos pela professora. Na edificação analisada, o pavimento tipo 01 é composto de dois apartamentos, com um hall condominial compartilhado entre eles. Cada apartamento possui uma sala de estar e jantar em conceito aberto com sacada em ambas as extremidades, um hall de circulação que oferece acesso a uma cozinha conjunta com área de serviço e banheiro, além de acesso a dois dormitórios e uma suíte. No pavimento tipo 02, o layout muda, com o decréscimo de um dormitório. Anexo 13 – Térreo Fonte: Dados fornecidos pela professora. Anexo 14 – Subsolo Fonte: Dados fornecidos pela professora. No pavimento térreo, temos um hall condominial, com acesso à uma área condominial administrativa/limpeza com banheiro, e também a uma área de circulação, que oferece saída ao estacionamento. Na parte externa frontal, há uma área coberta com jardim. Em área de subsolo, temos outra área de estacionamento, além de um pequeno hall de circulação e um depósito de lixo. Anexo 15 – Mezanino Fonte: Dados fornecidos pela professora. Anexo 16 – Cobertura Fonte: Dados fornecidos pela professora. No pavimento mezanino, há um hall de circulação que dá acesso a um salão de festas com cozinha e lavabo. Na cobertura, há uma casa de máquinas e duas áreas abertas com um reservatório em cada. 6.2 Organogramas 6.2.1 Pavimento Subsolo 6.2.2 Pavimento Térreo 6.2.3 Mezanino 6.2.4 Pavimento Tipo 1 6.2.5 Pavimento Tipo 2 6.2.6 COBERTURA 6.3 Planilha de áreas Pavimento Área adensável Área não adensável Área isenta Área Total Subsolo 34,987 m² 359,347 m² 394,334 m² Térreo 77,674 m² 226,183 m² 303,857 m² Mezanino 69,245 m² 69,245 m² Pavimento tipo 1 159,456 m² 45,60 m² 205,056 m² Pavimento tipo 2 159,105 m² 45, 594 m² 204,699 m² Cobertura 49,625 m² 49,625 m² Total 318,561 m² 322,725 m² 585,53 m² 1.226,816 m² 7. ANÁLISE CRÍTICA DO PROJETO 7.1. Adequação do Projeto às Diretrizes do Plano Diretor Começamos esta análise pela Taxa de ocupação, calculada acima, de 39%, estando dentro do estabelecido pelo PDDUA de no máximo 75%. O Área total da edificação (1.226,816 m²) ultrapassa em aproximadamente 2 m² o Potencial Construtivo Calculado (1.224,951 m²). Ambas área adensável e a área não adensável estão dentro do estipulado: AAD – ANAD Estipulado: 816,634 m² – 408,317 m² Real: 318,561 m² – 322,725 m² A altura encontrada por meio das plantas foi de 21 m, sendo aceita, pois a máxima estabelecida para o terreno seria de 42 m. Os recuos também estão dentro do permitido pela cidade de Porto Alegre. Na parte de área de estacionamento, dividindo a área adensável (318,561 m²) por 75 m², como dito no PPDDUA 1 vaga a cada 75 m² de área adensável, achamos 4. O edifício contém 24 vagas, todas com dimensões muito próximas, porém menores que o indicado de 2,5 m x 5 m. 7.2 Acessibilidade Universal Com o intuito de promover uma maior facilidade e segurança na locomoção de pessoas portadoras de necessidades especiais, certas especificações, contidas na NBR 9050:2004 e no Código de Edificações de Porto Alegre (LC nº 284 de 1992) devem ser seguidas. Como estamos analisando um projeto de edificação residencial multifamiliar, estas normas se aplicam somente a áreas de uso comum, ficando a cargo de cada morador escolher aplicar as mesmas em seus apartamentos. Em áreas de circulação comum, as dimensões aceitáveis como módulo de referência são 0,80 m x 1,20 m, que representam a projeção de uma pessoa em cadeira de rodas. Para haver manobras com uma cadeira de rodas, estas dimensões aumentam proporcionalmente com o ângulo de rotação da cadeira, de 90° (1,20 m x 1,20 m), 180° (1,50 m x 1,20 m) e 360° (diâmetro de 1,50 m). Também deve ser levado em conta o dimensionamento dos corredores, tendo como parâmetro o fluxo de pessoas no local, assegurando assim uma passagem livre de obstáculos. Deste modo, corredores de uso comum devem ter largura mínima de 0,90 m, se até 4 m de extensão. Para corredores de até 10 m e extensões superiores, as larguras estabelecidas são de 1,20 m e 1,50 m respectivamente. Portas, inclusive de elevadores, devem respeitar um vão mínimo de 0,80 m de largura e 2,10 m de altura. Em portas de duas ou mais folhas, uma delas, no mínimo, deverá ter o vão livre de 0,80 m. Banheiros de uso comum do condomínio devem respeitar normas para o acesso de qualquer tipo de usuário. O vão da porta deverá ser de no mínimo 0,80 m, com área suficiente para manobra de 180° (1,50 m x 1,20 m), além de barras de apoio posicionadas de ambos os lados, com comprimento mínimo de 0,80 m. A área de aproximação frontal deve estender-se por até 0,25 m sob o lavatório. Em banheiros com boxe de chuveiro, as dimensões mínimas são de 0,90 m x 0,95 m, e deverão ser providos de banco, articulado ou removível, e piso antiderrapante impermeável. Barras de apoio também deverão ser instaladas no boxe de chuveiro, sejam elas verticais, horizontais ou em “L”. Se houver desnível entre o piso do boxe e o restante do banheiro de 1,5 cm máximo, uma rampa deverá ser instalada. Em salões de festa com copa, deve ser garantida a fácil mobilidade e alcance. Pias devem ter extensão mínima de 0,80 m, com área de circulação suficiente para rotação de cadeira de rodas, com ângulo de 360° (diâmetro de 1,50 m). Em ambientes externos de circulação comum, certas normas também estão previstas. Calçadas, passeios e vias exclusivas de pedestres devem incluir uma faixa livre que tenha uma largura de no mínimo 1,20 m, apesar do recomendável ser de 1,50 m, e livre de interferência aérea até 2,10 m. A inclinação dos passeios são igualmente levadas em consideração, sendo prevista uma inclinação transversal de até 3% e longitudinal de no máximo 8, 33%. Rampas, necessárias na acessibilidade de pedestres e portadores de deficiência, tem sua inclinação medida através da fórmula seguinte, devendo estar entre 6,25% e 8,33%, com áreas de descanso nos patamares para cada 50 m de extensão: i= h×100 c Dados: ● I = inclinação (%) ● H = altura do desnível ● C = comprimento da projeção horizontal A largura de uma rampa é estabelecida pelo fluxo de pessoas na mesma. O mínimo de largura estabelecido é de 1,20 m, sendo 1,50 m o valor recomendado. Corrimãos devem incidir em no máximo 10 cm da largura admissível da rampa com a sua projeção, de cada lado. A inclinação transversal dos patamares não podem ultrapassar, interna e externamente, 2% e 3% respectivamente. Desníveis pequenos, ou seja, rebaixamentos de até 5 mm não requerem a implementação de rampas ou degraus. Acima deste valor, até 15 mm, uma rampa de inclinação até 50% deverá ser instalada. Desníveis superiores à 15 mm são considerados degraus. Vagas de veículos para portadores de deficiência sãotabeladas, conforme segue: Anexo 17 Fonte: ABNT NBR 9050. As vagas devem ter 2,50 m de largura e 5,00 m de comprimento, com sinalização horizontal. Quando afastado da faixa de pedestre, um espaço adicional de circulação de no mínimo 1,20 m de largura deverá ser criado, assim como um espaço para a circulação de cadeira de rodas associado à uma rampa de acesso, podendo ser compartilhado entre duas vagas (estacionamento paralelo ou perpendicular). Estabelecidos os parâmetros, e com a devida análise da edificação proposta, podemos perceber acertos e alguns erros no projeto. Logo na entrada do prédio, a rampa que disponibiliza a acessibilidade dos transeuntes ao hall condominial apresenta a largura fora da norma, sendo o valor proposto de pelo menos 1,20 m, porém o valor encontrado no projeto foi de 1,10 m. Há também um erro de inclinação na mesma rampa, que é de 10%, sendo aquém ao valor permitido de 8,33%. Um grave equívoco apresentado pelo projeto é a falta de rampa na entrada do hall condominial para vencer um desnível de 0,62 m, que está provida apenas de escada. A viabilidade da mesma, no entanto, seria de difícil projeção, pois o vão à vencer entre a base da escadaria e a porta de acesso ao hall é menor que 2 m, e o vão necessário à construção de tal rampa é maior que 8 m, como mostramos no cálculo seguinte: 8,33= 0,68×100 c = 8,16m As rampas de acesso ao estacionamento deverão ter inclinação máxima de 20%. Observando atentamente o projeto, podemos ver que esta inclinação é respeitada em ambos os acessos, da rampa vinda do subsolo e da rampa que segue até o estacionamento térreo. As vagas de estacionamento não possuem nenhuma vaga reservada a deficientes físicos, sendo que acima de 10 vagas uma delas deveria ser reservada à portadores de deficiência. Analisando as dimensões apresentadas pelas vagas demarcadas no projeto, nenhuma delas teria as dimensões necessárias para serem usadas por deficientes, que requerem vagas de tamanho 2,50 m x 5,00 m. Ainda no pavimento térreo, encontra-se um banheiro completo com chuveiro. A porta de acesso ao mesmo não tem o vão adequado, de 0,80 m, e sim um vão menor, de 0,60 m. Um cadeirante fica impossibilitado de entrar no recinto, pois uma cadeira de rodas mediana não passará pelo espaço. Neste mesmo banheiro, não há espaço para manobra da cadeira de rodas, nem o banheiro é adaptado com barras de apoio em torno do vaso sanitário e dentro do boxe do chuveiro. No pavimento subsolo, o depósito de lixo não é acessível à cadeira de rodas, pois o vão da porta é de apenas 0,60 m, devendo ser de pelo menos 0,80 m. Novamente, não há nenhum vaga de estacionamento reservada à deficientes, apenas vagas comuns. Apesar disto, todas as vagas de estacionamento respeitam as dimensões mínimas de largura e comprimento, de 2,30 m e 4,60 m respectivamente. Nos pavimentos tipo 01 e 02, há espaço suficiente para manobra de 360° de cadeira de rodas. As escadas também estão de acordo com as normas e com a Fórmula de Blondel. O corrimão da escada apresenta uma largura de 5 cm, maior do que a exigida, entre 3 e 4 cm. A distância do corrimão até a parede está correta, de 5 cm. O mezanino apresenta um hall de circulação com área suficiente para manobra da cadeira de rodas. O salão de festas tem espaço suficiente para a mobilidade dos usuários do local. A cozinha e o banheiro, no entanto, apresentam problemas de projeto. O vão de entrada da copa é insuficiente, menor que 0,80 m. Uma pessoa de porte normal passaria facilmente, mas alguém em uma cadeira de rodas ou duas pessoas passando ao mesmo tempo ficariam impossibilitados de transitar por entre o salão e a cozinha. Além disso, não há vão entre a pia e a parede ou entre a pia e o fogão. No banheiro, o vão de entrada do recinto é muito pequeno, de 0,60 m, devendo ser de 0,80 m, no mínimo. Também não há espaço para rotação de uma cadeira de rodas, em nenhuma direção. 7.3. Condicionamento Ambiental A adaptação de um projeto arquitetônico deve ser feita partindo do princípio do maior aproveitamento da incidência solar da localidade e de como trabalhar com as características da região, trazendo ao projeto e aos futuros proprietários do empreendimento uma maior comodidade. O projeto analisado pelo grupo está situado na cidade de Porto Alegre. Durante os 365 dias do ano, o município apresenta quatro estações bem definidas (outono, inverno, verão e primavera), porém os verões e invernos são mais acentuados. Levando em consideração a importância de certos ambientes sobre outros, podemos adequar a disposição dos cômodos para o melhor aproveitamento solar. Salas de estar e jantar e os quartos são os ambientes com maior circulação e tempo de estadia em um imóvel, portanto tem prioridade de conforto. As orientações Norte e Leste devem ser reservadas para os ambientes citados, pois através desta disposição eles receberão o sol da manhã, de temperatura mais amena, e evitarão o sol da tarde (pela posição Oeste), de temperatura mais elevada. Para estes cômodos principais também deve ser evitada a posição Sul, onde não recebem incidência solar suficiente, especialmente durante o período do inverno, quase sempre de temperaturas imensamente baixas. Após o estudo do projeto proposto, podemos separar a nossa análise em dois momentos, pela presença de dois apartamentos por pavimento. Em ambos os apartamentos de cada pavimento, as salas de estar e jantar (complementadas por sacadas) estão na posição norte, recebendo ao longo do dia uma grande luminosidade e baixa geração de calor nestes ambientes, proporcionando um convívio confortável nos mesmos. Os dormitórios de casal dos apartamentos com terminação 01, lado direito da planta, recebem a incidência solar do Leste. Isso garante uma boa claridade, especialmente pela manhã, sem superaquecer o ambiente durante o dia, um ponto essencial em virtude das altas temperaturas apresentadas no verão e às vezes primavera no município. No entanto, os apartamentos do lado esquerdo da planta, com terminação 02, dispõem da posição Oeste, incidindo diretamente no quarto de casal, levando à uma grande incidência solar durante a tarde, elevando a temperatura do ambiente e o tornando abafado, causando desconforto aos moradores, em especial no verão. Outros cômodos foram corretamente posicionados na posição Sul, por suas funções secundárias, onde receberão menor incidência solar. 8. CONCLUSÕES Por meio da análise do item 7.1. Adequação do Projeto às Diretrizes do Plano Diretor, observamos que existem erros com relação às leis urbanísticas vigentes no município de Porto Alegre, apesar de serem pequenos, o projeto acaba não atendendo a grande parte do solicitado pelo PDDUA neste item. Ressaltamos que o edifício encontra-se em área correta, tendo em vista que possui cunho residencial. Sobre a acessibilidade, como já citado acima, podemos perceber acertos e alguns erros no projeto. Estes erros poderiam ser consertados para assim melhor atender a todos, sendo estes: a rampa que disponibiliza a acessibilidade dos transeuntes ao hall condominial, a falta de rampa na entrada do hall condominial (como já comentado a viabilidade da mesma seria de difícil projeção, assim necessitando achar outra solução para este item), não possuem nenhuma vaga reservada a deficientes físicos, nenhuma das vagas teria as dimensões mínimas estabelecidas para serem usadas por deficientes, no banheiro do térreo a porta de acesso não tem o vão adequado, não há espaço para manobra dacadeira de rodas e faltam barras de apoio em torno do vaso sanitário e dentro do boxe do chuveiro, no subsolo o depósito de lixo não é acessível à cadeira de rodas, o vão de entrada da copa é insuficiente, não há vão entre a pia e a parede ou entre a pia e o fogão, o vão de entrada do banheiro é muito pequeno e também não há espaço para rotação de uma cadeira de rodas, em nenhuma direção. O condicionamento ambiental da edificação é quase inteiramente adequado, exceto pelos apartamentos do lado esquerdo da planta. Concluímos que o prédio não se encontra inteiramente adequando, contudo por meio de algumas adequações simples, vários dos itens citados poderiam ser resolvidos. Vale ressaltar que alguns outros itens levariam mais tempo e melhor análise, mas também poderiam ser adequados. Seria muito difícil um projeto estar 100% dentro de todas as normas exigidas, porém podemos tentar nos aproximar ao máximo. 8. REFERENCIAS/FONTES UTILIZADAS ABNT NBR 9050:2004. Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos, Brasil, 2004. Disponível em: <http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/%5Bfi eld_generico_imagens-filefield-description%5D_24.pdf >. Declaração Municipal da Prefeitura de Porto Alegre, Brasil, 2018. Disponível em: < http://www2.portoalegre.rs.gov.br/dm/>. Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental, Brasil, 1999. Disponível em: < http://www.portoalegre.rs.gov.br/planeja/pddua.htm >. Código de Edificações de Porto Alegre, LC Nº 284, Brasil, 1992. Disponível em: <http://lproweb.procempa.com.br/pmpa/prefpoa/smov/usu_doc/codigo.pdf>. Arquivos fornecidos pela Professora.
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