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1 
 
OS DESAFIOS DA PEDAGOGIA HOSPITALAR: o projeto hoje em foco. 
 
Fernanda Paula do Nascimento de Sousa1 
 
Resumo: Este artigo discorre sobre a pedagogia hospitalar especificamente em Goiás, onde 
se mostra ser de fundamental relevância a aprendizagem de crianças e adolescentes em 
contextos hospitalares, focando na questão de que aprendizagem também pode acontecer 
em classe hospitalar, porquanto é voltada essa atenção ao pedagogo que desenvolve 
atividades pedagógicas dentro dos hospitais a fim de contribuir na aprendizagem e 
desenvolvimento dos discentes que precisam se ausentar da escola por um período maior 
devido a condição de internamento. Enfim, o presente artigo mostra que é possível trabalhar 
os conteúdos escolares dentro dos centros hospitalares, através de atividades pedagógicas, 
respeitando assim o estado de saúde dos discentes e contribuindo, inclusive, para sua 
rápida recuperação. 
Palavras-chave: Educação, classe hospitalar, aprendizagem, desempenho acadêmico. 
 
Introdução 
No cenário atual a pedagogia vem mostrando diversas ramificações que como 
conseqüência trazem a necessidade de estudos específicos. A pedagogia hospitalar 
se revela como um ramo da pedagogia que desperta esclarecimentos sobre essa 
possibilidade de continuidade de estudos fora da escola. Tal possibilidade se 
assenta na necessidade de incluir os alunos que precisam ausentar-se da escola por 
um longo espaço de tempo, possibilitando-lhes acesso aos conteúdos e 
continuidade no processo de desenvolvimento da aprendizagem. 
 Com base nos vários estudos sobre a pedagogia hospitalar, percebe-se que 
ela se apresenta como um novo campo de desenvolvimento educacional que ainda 
é visto como um tema novo e pouco conhecido sociedade. Esse trabalho discute 
como acontece aprendizagem de crianças e adolescentes no ambiente hospitalar, 
apontando a possibilidade de um trabalho que poderia ser feito pela equipe 
multiprofissional, destacando os desafios que a pedagogia hospitalar enfrenta. 
 O artigo tem como principal objetivo analisar o processo de aprendizagem dos 
educando em contextos hospitalares, destacando os muitos desafios que o 
pedagogo enfrenta ao se deparar com um educando que é paciente ao mesmo 
tempo, o que requer uma nova práxis pedagógica. 
 
1
 Acadêmica do VIII período do Curso de Pedagogia da Faculdade Alfredo Nasser 
2 
 
 Sendo esta uma pesquisa bibliográfica baseada em alguns autores 
especialistas na temática, como Matos, Mugiatti (2008), Vasconcelos(2001), 
Mantoan (2006) , entre outros, acabou proporcionando um maior esclarecimento de 
como acontece esse processo de continuação de desenvolvimento dos conteúdos, 
as maiores necessidades pedagógicas desses educandos, como também os 
principais desafios com que esse ramo da pedagogia se depara para a realização de 
um bom trabalho que garanta o sucesso do aluno em situação de convalescência. 
 
Novos Contextos Educacionais 
A educação, com o passar do tempo, vem cada vez mais ganhando 
importância na sociedade, revelando um papel fundamental e inovador para atribuir 
características ao desenvolvimento das pessoas. 
 Segundo Toscano(1984) à educação que compete a tarefa superior de criar 
as condições capazes de destruir os velhos paradigmas de aprendizagem e de 
contextos escolares exclusivos na sociedade. As relações educacionais com suas 
manifestações estabelecem e até mesmo regulamentam elos entre cultura, 
hierarquias, formas de conhecimento abrangendo todo o universo de aprendizado 
que o homem possa ter domínio. 
 A realidade educacional vem cada vez mais, em certos aspectos, oferecendo 
menos situações de improvisações. Com o passar dos anos as exigências estão 
sendo postas cada vez mais e com maior freqüência, sendo assim, o próprio 
mercado requer dos profissionais da educação uma competência pedagógica, como 
também, requer bons fundamentos educacionais para atribuir sentido a 
responsabilidade de seu próprio ato pedagógico. 
Libâneo (2004) acrescenta que a educação tem o papel de formar cidadãos 
que sejam participantes, como também desenvolver o pensamento crítico, autônomo 
e criativo. É de suma importância atribuir êxitos a questão de desenvolvimento, e até 
mesmo avaliar esse papel educacional capaz de inovar e restabelecer a estrutura 
desses contextos educacionais que cada vez mais vem ganhando espaço na 
sociedade. Sendo assim, quando esses contextos ganham espaços significativos, a 
exigência aumenta. O sistema educacional de acordo com suas evoluções passa a 
3 
 
adquirir cobranças, daí que o autor menciona a necessidade de uma boa formação 
desses cidadãos. 
 
Deve-se formar cidadãos participantes em todas as instancias da vida social 
contemporânea, o que implica articular os objetivos da escola, transmissão 
e assimilação ativa dos conteúdos, desenvolvimento do pensamento 
autônomo, atitudes às exigências postas pela sociedade comunicacional 
globalizada, maior competência reflexiva e uma interação crítica. (Libâneo 
2004 p.9). 
 
 Ainda de acordo com Toscano (1984), nas sociedades modernas, a 
consciência cada vez mais clara que se tem da importância da educação como fator 
de desenvolvimento, acompanha, com uma certa intimidade, a complexidade de 
formas de relações sociais. No entanto, entende-se também a necessidade de se 
tornar mais urgente nos dias atuais, a integração entre recursos materiais e 
humanos como forma de ligação entre ambos para efetivar o processo educacional. 
A educação é um dos alicerces fundamentais que dá base ao corpo social, e oferece 
o suporte adequado e necessário que a sociedade contemporânea exige. Cabe a 
educação, enquanto instituição básica, criar condições, sejam elas mínimas que 
possam permitir o pleno desenvolvimento dos fatores sociais para implicar no 
desenvolvimento integral da realidade. 
 Com a atual globalização surgem novos papeis educacionais onde o 
educador deve ser consciente de seu trabalho e mostrar com cautela os problemas 
relacionados a realidade de seus alunos, propondo amplos conhecimentos ligados e 
essas exigências. Toscano (1984), ressalta o dever máximo do educador que vem a 
ser o de levantar, com ajuda de instrumentos propícios, os problemas que encobrem 
a verdade dos fatos e a partir desses problemas trabalhar para o desenvolvimento. 
 O aumento da procura por escolas e demais entidades em que também 
se aprendem diversos conteúdos, tem tido um grande crescimento e em um ritmo 
acelerado. As pessoas vêm compreendendo com mais freqüência e clareza que a 
educação ainda é o veículo mais eficiente de deparar com tamanho 
4 
 
desenvolvimento e pressões que por um motivo ou outro não deixam de inculcar no 
ser humano a necessidade de desenvolver-se. 
Há hoje um reconhecimento de que a educação acontece em muitos lugares, 
como bem assevera Libâneo (p.26, 2004) quando diz que atualmente, além de se 
desenvolver na família, a educação acontece em muitos lugares como: meios de 
comunicações, empresas, clubes, academias, sindicatos, na rua, hospitais, etc. O 
próprio meio se transforma em agência educativa através de iniciativas e 
participações daqueles que se julgam aprendizes. Cabe ressaltar é que 
independentes do local de aprender, as pessoas buscam usufruir de inúmeras 
práticas e oportunidades oferecidas, que são captadas e seguidas de resultados de 
desenvolvimento exigidos a cada dia. No entanto, a educação tem sido proclamada 
como uma das áreas chave para enfrentar os novos desafios gerados pela 
globalização e pelo avanço tecnológico na era da informação. 
 Nesse sentido, a educação também se proclama em situação de 
superação, pois promoveo acesso dos excluídos a uma sociedade mais justa e 
igualitária. Gonh (p.32, 2008) atribui a esses fatores o nome de educação não-
formal, onde aborda processos educativos que ocorrem fora das escolas, em 
processos organizativos da sociedade, que perpassam as ações coletivas, 
abrangendo movimentos sociais e processos educacionais. 
As transformações sociais tecnológicas, o uso de novas linguagens na 
presente sociedade vem mudando a cultura e os comportamentos e, 
conseqüentemente, coloca novos desafios e necessidades à área da educação. 
Ainda afirma que “A mídia se transformou num quadro de poder na sociedade: abriu 
novas frentes e expandiu-se, tornou-se mais complexa, alteraram os conceitos de 
tempo como também de espaço. (GOHN, 2008, p.9). 
A globalização é cada vez mais posta como novo sistema de poder, e está 
obvio com o passar dos anos que não se trata apenas como uma forma de divisão 
do trabalho ou ampliação do mundo produtivo. Os seus efeitos na Era da Informação 
vêm se expandindo rapidamente e conseqüentemente novos contextos educacionais 
são oferecidos como fator de desenvolvimento. No entanto, a educação ganha 
também importância na era da globalização, pois o alto índice de competitividade 
5 
 
ampliou a demanda por conhecimentos e informação. Cobra-se, portanto a 
qualidade e o tipo de educação a ser oferecida. 
Segundo Gonh (2008) a educação ganha também, além de importância, 
centralidade nos discursos e políticas sociais, como direito a ser preservado.Tais 
direitos são considerados temas de educação informal onde pode ser transmitida 
pela família, convívio com os amigos, nos clube, em teatros, etc. 
 É de suma importância destacar, em meio a tanto crescimento e 
cobranças, uma releitura do papel da educação como promotora de 
desenvolvimento e de novos contextos educacionais. Portanto, a educação deve 
contribuir para a formação de capacidades para atuar e pensar de forma criativa. 
Deve-se levar em consideração também que o público alvo de tantas experiências e 
estudos compõe-se de forma heterogênea. 
 De acordo com Libâneo (2007), educação e comunicação sempre 
andaram juntas, entretanto para enfrentarmos os desafios que os avanços tanto 
cobram é necessária uma ligação entre teoria e prática, onde o trabalho docente 
possa realizar discussões dos problemas existentes. Seria necessário também que 
as unidades de ensino e aprendizagem trabalhassem em parceria, formalizando 
uma equipe profissional centrada em organizar e participar desses novos contextos 
em que são postos a educação, para obtenção de resultados positivos, dando 
continuidade a esses novos papeis articulados. 
Como o mundo presente passa por grandes transformações, inovações, 
mudanças no perfil profissional e, conseqüentemente, com novas exigências, o autor 
ainda ressalta que, para realizar esse trabalho em parceria e dotado das discussões 
características, é necessário voltar-se as requeridas habilidades, atenção, 
comportamento profissional flexível reavaliando os processos de aprendizagem e de 
desenvolvimento. 
 Para tantas exigências, adaptações, competências voltadas ao 
processo de globalização, o pedagogo realiza vários processos de ensino. Não se 
cobra mais na atualidade ensino especificamente centrado em escolas; há vários 
outros setores que exigem o profissional da educação para desenvolver um bom 
trabalho. Como exemplo, será discorrido ao longo das próximas linhas a educação 
6 
 
no ambiente hospitalar, partindo do pressuposto que crianças e adolescentes 
hospitalizados têm a capacidade e o direito de aprender. 
 
A pedagogia hospitalar e o direito a educação 
Atualmente vem sendo discutido com ênfase a questão da educação e 
aprendizagem fora dos muros escolares. Há uma necessidade de formar o cidadão 
que necessita de conhecimento e que por várias situações não pode freqüentar a 
escola em momentos específicos. 
 A pedagogia hospitalar vem com o intuito de oferecer uma continuação do 
conteúdo escolar no ambiente hospitalar, sendo assim, a referida pedagogia vem 
com a finalidade de oferecer suporte adequado de aprendizagem, mesmo ausente 
da escola. 
 
A pedagogia hospitalar é um processo alternativo de educação continuada 
que ultrapassa o contexto formal da escola, pois levanta parâmetros para o 
atendimento de necessidades especiais transitórias do educando, em 
ambiente hospitalar ou domiciliar (MATOS, MUGIATTI 2008 p.37). 
 
 É importante ressaltar que a pedagogia hospitalar está situada em um 
processo de educação continuada, em que a mesma pode prosseguir fora da 
tradicional sala de aula, atendendo as necessidades especificas de cada situação 
dos alunos em seu processo de desenvolvimento. 
 Há alguns procedimentos de escolaridade que se realizam no ambiente 
hospitalar, no entanto, conta com a hospitalização escolarizada que consiste no 
atendimento personalizado ao escolar doente, respeitando seu momento de doença 
e considerando a situação de escolaridade. Para Matos, Mugiatti (2008) pode ser 
desenvolvida uma proposta para cada aluno, de acordo com a doença e série que o 
mesmo se encontra para que o trabalho e aprendizado do aluno possam acontecer 
com eficácia. 
 Para isso, é necessário que o pedagogo hospitalar seja criativo e que possa 
também ir além dos conteúdos propostos, pois a classe hospitalar é oferecida de 
7 
 
uma forma heterogênea e em tempo diferenciado, atendendo a necessidade do 
aluno em sua especificadade. 
 De acordo com Matos, Mugiatti (2008 p.40) a criança/adolescente se 
“embrutece” com grande facilidade se não receber estímulo algum. Há um grande 
desafio da equipe profissional que conta com os atendentes clínicos como também a 
necessidade da presença de pedagogos em hospitais com a finalidade exclusiva e 
especifica de atender certos aspectos de natureza pedagógica do enfermo, como a 
de promover a continuidade da escolarização em ambiente hospitalar. 
Considera-se, portanto, que o envolvimento da atuante equipe profissional é 
fator essencial para o sucesso desse trabalho. No entanto, essa integração deve, 
com certa prevalência, favorecer e conciliar as situações problematizadoras com 
ênfase também no processo de cura dos educandos. 
Daí as referidas autoras advertem que surge a necessidade de uma nova 
mentalidade na formação desses profissionais, em que possam assegurar um real e 
adequado desempenho do pedagogo com ênfase nesse sentido, podendo oferecer a 
qualidade dos serviços desse novo profissional na equipe de saúde. Portanto, é de 
suma importância reconhecer o importante significado da presença do pedagogo na 
equipe hospitalar. 
 Nesse sentido, a pedagogia hospitalar, além de dar continuidade aos 
conteúdos escolares vem com o intuito de assumir uma posição de vanguarda na 
luta pela vida, pela sua qualidade, na busca de novos e específicos conhecimentos 
favoráveis a questão tratada juntamente com as equipes especializadas, onde os 
maiores beneficiados serão os enfermos/alunos. 
 Segundo Biermann (1980 p.62), o homem não se adapta, mais faz com que o 
meio se adapte as suas necessidades, quebrando aquele velho paradigma de que 
ensino só em sala de aula e hospital apenas para tratamento medico. A pedagogia 
hospitalar mostra que é possível trabalhar a aprendizagem das 
crianças/adolescentes e até mesmo adultos nos centros hospitalares. Portanto, é 
necessário compreender os procedimentos necessários a educação de crianças e 
adolescentes hospitalizados, desenvolvendo uma atenção pedagógica para os 
alunos que se encontram em atendimento hospitalar. 
8 
 
O pedagogo hospitalar e seus desafios funcionais 
O educador, como participante dessa equipe no hospital tema responsabilidade de 
retomar ao educando o seu papel social, sobretudo como agente de mudança no 
controle de ações pedagógicas integradas. Para isso Matos, Mugiatti afirmam que: 
 
“É necessário que o educador possa ter visão de uma formação de 
consciência critica de todos os envolvidos, numa atuação incisiva, na 
reestruturação dos sistemas vigentes para uma nova ordem superior. Para 
tanto, é necessário adaptar, criativamente, essas práticas as novas 
realidades que se apresentam. (2008 p.102). 
 
 A pedagogia hospitalar aponta recursos necessários para a aprendizagem e 
possível cura do educando. Sendo assim, ela favorece uma associação de resgate 
enfatizada de forma multi/interdisciplinar, ressignificando a humanização e a 
cidadania. Nesse setor de possibilidades educativas é que o hospital é situado como 
área de educação diferenciada, onde encontram-se as crianças e adolescentes que 
se encontram em escolarização afastada da sala de aula, algumas sendo por tempo 
prolongado. Daí muda-se, por haver a necessidade de transferência de local de 
aprendizagem, esse atendimento educacional deve ser fundamentado numa 
perspectiva de abordagem inovadora. 
 Segundo Matos, Mugiatti (2008) é a pedagogia hospitalar que deve respeitar 
as singularidades de cada educando, como também no contexto em que está 
inserida, mesmo que seja provisório. No entanto, esse atendimento classificado 
como pedagogia hospitalar vem sendo adotado por diversas instituições que se 
preocupam em não excluir ninguém devido a sua enfermidade. 
 Mantoan (2006) destaca que assim como deve considerar o que o aluno sabe 
nas escolas, com o aluno especial não é diferente. Na classe hospitalar é necessário 
partir-se do fato de que os educandos sempre sabem alguma coisa, de que todo 
educando pode aprender no tempo e do jeito que lhe é próprio. Segundo a autora é 
fundamental que o professor adquira um índice elevado de expectativas 
relacionadas à capacidade de progredir dos alunos, ajudando também nos 
obstáculos de aprendizagem. 
9 
 
 
O sucesso de aprendizagem está em explorar talentos, atualizar 
possibilidades, desenvolver predisposições naturais de cada aluno. As 
dificuldades e as limitações são reconhecidas, mas não conduzem nem 
restringem o processo de ensino, como comumente se deixa que aconteça. 
(MANTOAN, 2006 p.49). 
 
 O educador deve atender as diferenças dos alunos sem diferenciar o ensino 
para cada um, fazendo apenas adaptações ao processo de ensino. É imprescindível 
adotar uma pedagogia que seja ativa, dialógica e interativa para sucesso de seu 
trabalho, como também do educando, especificamente na classe hospitalar de 
inclusão 
De acordo com a Política de Atenção a Diversidade do Ministério da 
Educação, crianças e adolescentes hospitalizados possuem necessidades 
especiais. Portanto a resolução nº41/95, do Conselho Nacional de Direitos da 
Criança e do Adolescente, garantiu para esta parcela da população, o direito de 
desfrutar, de alguma forma, de recreação, programas de educação para a saúde e 
acompanhamento do currículo escolar, durante sua permanência hospitalar. 
Para o funcionamento adequado desta resolução seria benéfico seguir em 
uma das diretrizes que vem a ser o acompanhamento do currículo escolar. Ou seja, 
quando a criança ou adolescente hospitalizado já freqüentava uma escola antes de 
sua internação, a classe hospitalar deve procurar contato com a escola para que as 
atividades possam dar continuidade. É de suma importância relembrar, de acordo 
com Barros (1980), que mesmo que a criança ou adolescente não esteja 
freqüentando a escola regulamente, é promovida a aprendizagem de competências 
próprias para seus estágios de desenvolvimento intelectual. 
Na classe hospitalar, o que poderia ser chamado de turma trata-se de um 
grupo aberto e de estrutura dinâmica, onde se quebra aquele velho paradigma de 
tradicionalismo, e é necessário trabalhar com esses alunos de forma lúdica, 
desprendendo de rotinas realizando tarefas diferenciadas. 
 A classe hospitalar se transforma em espaços de desenvolvimento de 
programas de educação em saúde, todavia, o atendimento prestado também é fator 
10 
 
que contribui para o enfrentamento do estresse da hospitalização como também 
mantém o equilíbrio de desenvolvimento psíquico das crianças e adolescentes. 
 A educação hospitalar, entendida como também educação especial é 
mencionada na Lei de Diretrizes e Base da Educação (LDB), que ressalta o 
entendimento de que ela seja uma modalidade de educação que deve situar-se 
preferencialmente na rede regular de ensino, também determina sua existência e 
quando necessário, de serviços de apoio especializado. A LDB dispõe que o ensino 
deve assegurar uma adequada organização do trabalho pedagógico para atender as 
necessidades especificas; ressalta ainda a preparação de professores para o 
atendimento especializado, capacitados para integrar esses educandos que por um 
motivo ou outro necessitam de apoio a sua aprendizagem. 
 O Estatuto da Criança e do Adolescente – o ECA, também dá suporte a essas 
crianças e adolescentes especiais onde os mesmos tem direito a proteção a vida e á 
saúde em condições dignas de existência, como também atendimento educacional 
especializado, não especificando que somente em escolas pode ser trabalhado os 
conteúdos curriculares beneficentes aos alunos. A LDB, o ECA, a Constituição 
atribuem significados pertinentes garantindo educação para todos independente de 
campo escolar ou não. 
Como diz Libâneo, a educação acontece em qualquer lugar, no entanto, 
essas crianças e adolescentes especiais são amparadas por lei e tem o direito de 
receber educação, desenvolver a aprendizagem mesmo em seu tempo de 
internação, pois para que se alcance o pleno desenvolvimento humano e preparo 
para a cidadania, entende-se que essa educação não pode se realizar somente em 
ambientes segregados. 
 
Desafios da Pedagogia Hospitalar e o Projeto Hoje 
 A pedagogia hospitalar tem uma grande importância no ramo da pedagogia. 
Ela mesma vem com o intuito de proporcionar a continuidade do desenvolvimento de 
crianças e adolescentes que se encontram fora da escola por motivo de saúde. Com 
o passar do tempo esse ramo da pedagogia vem cada vez mais ganhando espaço, 
uma vez que se torna necessário e direito daqueles que necessitam. 
11 
 
Essa educação especial hospitalar tem o objetivo de assegurar a manutenção dos 
vínculos escolares e devolver a criança e adolescente para sua escola de origem 
com a certeza de que ela poderá reintregar-se ao currículo, aos colegas e a vida 
sem prejuízo devido ao afastamento temporário. E ainda mais, atender as 
necessidades provenientes da atenção integral ao seu crescimento de 
desenvolvimento, obedecendo aos fundamentos políticos da educação onde possa 
entender o principio democrático da igualdade, liberdade e da valorização humana.. 
 A pedagogia hospitalar entendida como continuidade de desenvolvimento da 
aprendizagem em contexto hospitalar tem seus êxitos e vem com grandes avanços 
e desenvolvimento, mas deixa a desejar em alguns aspectos. Os educadores 
precisam entender e atender com qualidade, reconhecendo e atendendo as 
necessidades especiais educativas que fazem parte dos direitos sociais de 
cidadania, da meta de inclusão escolar e da formação psíquica, social e cognitiva 
dos educando. 
 Para melhoria da pedagogia hospitalar é necessária e urgente a expansão da 
educação em classes hospitalares no estado de Goiás, fundamentado no valor de 
cidadania, ética, direito a educação e saúde, esses direitos são entendidos como 
educação especial e do atendimento hospitalar que é definido por Semancas e 
Lorente (1990p. 126) da seguinte forma: 
 
Educação hospitalar que se faz ramo da pedagogia, cujo objeto de estudo, 
investigação e dedicação é a situação do estudante hospitalizado, a fim de 
que continue progredindo na aprendizagem cultural, formativa e, muito 
especialmente, quanto ao modo de enfrentar a sua enfermidade, com vistas 
ao autocuidado e a prevenção de outras possíveis alterações na sua saúde. 
 
 Infelizmente, entre as modalidades de atendimento educacional 
especializado, as classe hospitalares são pouco conhecidas no meio acadêmico, 
escolar e pediátrico, porquanto as necessidades educativas especiais ainda não são 
as mais atendidas. A hospitalização em qualquer idade gera diversas necessidades 
especiais relacionadas a proteção emocional, como também ao tempo de brincar, 
trabalhar e ao atendimento pedagógico educacional. Portanto, essa educação 
especial ainda é vista de modo pejorativo por parte de pedagogos e a equipe de 
12 
 
saúde o que implica na perda ou ausência de determinadas capacidades dos 
alunos. É de suma importância destacar que o contato da criança com o professor 
no ambiente hospitalar assegura a reinserção escolar do educando após a alta, 
como também traz o sucesso da aprendizagem na escola regular. 
 De acordo com Matos, Mugiatti (p.147 2008) as crianças e adolescentes 
hospitalizados têm seu desenvolvimento ameaçado, sofrendo riscos de reprovação, 
defasagem idade e serie e evasão escolar. Por isso é caracterizado como educando 
temporário da educação especial. Ao longo do período de internação hospitalar, as 
seqüelas das doenças tornam as crianças e adolescentes alunos permanentes da 
educação especial, no entanto, esses alunos precisam de orientação e apoio 
diferenciado para que a inclusão aconteça. 
Os profissionais precisam alertar-se de que é de fundamental importância 
atender as necessidades pedagógicas do desenvolvimento infantil e juvenil, 
prevenindo o fracasso escolar nos centros hospitalares. Apresenta-se, portanto uma 
falha nesse seguimento uma vez que esses profissionais envolvidos ainda não 
propõem modelos de parcerias entre ações pedagógicas e estado clinico do 
paciente. Muitas das vezes é transmitida uma pedagogia conteudista, onde não 
mostra diferença de educação intelectual com emocional. 
 No estado de Goiás a Pedagogia Hospitalar é desenvolvida pelo Projeto Hoje 
– Atendimento Educacional Hospitalar, e visa oportunizar a criança, jovens e adultos 
em estado especial de saúde iniciar ou dar continuidade a sua escolaridade, 
estimulando o desejo de aprender, contribuindo também ao não fracasso escolar. 
 O Projeto Hoje foi implantado em agosto de 1999. A primeira classe hospitalar 
teve origem no Hospital Araújo Jorge e no Albergue Filinha Nogueira. O projeto é 
uma ação de sucesso há dez anos. Foi coordenada Lucélia Alves Cunha e Soraya 
Carlos Dias. E a partir de 2001, a professora Zilma Rodrigues Neto assumiu a 
coordenação geral. O Conselho Estadual de Educação aprovou o projeto hoje como 
ação da Coordenação de Ensino Especial, Resolução nº. 161 de13 de novembro do 
mesmo ano. Em junho de 2002 foi realizado o primeiro encontro goiano sobre 
Atendimento Educacional Hospitalar. Neste período o projeto era composto por dez 
classes hospitalares, em 2003 houve um crescimento para dezessete e nos dias de 
hoje dezoito classes hospitalares. 
13 
 
 Nos dez anos de Atendimento Educacional Hospitalizado foram atendidos na 
capital e interior aproximadamente 19.958 educando, 45 classes hospitalares e 358 
educadoras. Ao longo da construção da pratica pedagógica hospitalar, o projeto se 
preocupa em refletir sobre esse novo contexto da pedagogia, preocupando com 
atitudes positivas ao trabalho pedagógico no hospital, especificamente nas dezoito 
instituições que conta o Projeto Hoje. No entanto o tal projeto, faz a interface de 
Educação/Saúde. 
 No Projeto Hoje são atribuídos êxitos ao perfil do professor educador através 
do qual conta com o desenvolvimento de habilidades para exercer suas atividades 
integradas, sendo necessário buscar métodos que minimizem as dificuldades 
encontradas em inúmeras situações que perpassam desde experiências dolorosas 
do estado de saúde ao desequilíbrio psicológico. 
Nesse contexto que a pedagogia hospitalar busca subsídios e mudanças, pois 
para a realização dessa tarefa é necessário um novo perfil de educador, pelo qual 
fique bem claro que nem a educação é elemento exclusivo da escola, nem a saúde 
é elemento exclusivo do hospital. O educador deve transformar essas realidades 
resgatando a escolaridade do aluno. 
É necessário que esse pedagogo hospitalar seja possuidor de habilidades e 
competências para mediar a construção do conhecimento, bem como seja rico em 
valores humanos, amorosos, tolerante, receptivo, atencioso, afetivo, comunicativo, 
consciente na sua função de docente no contexto hospitalar, sempre levando em 
consideração que voltar a estudar em momentos de doenças é muito complicado, 
uma vez que é uma barreira a mais daquelas que o professor encontra nas escola 
ao transmitir o conteúdo aos discentes, uma dor impede, impõe diversos elos de 
dificuldades ao se alcançar o conhecimento. Para isso está sendo trabalhada a 
aprendizagem no ambiente hospitalar onde se sabe que é possível alcançar o 
desenvolvimento dessas crianças e adolescentes no hospital. 
O paradigma de que estudar seria somente em escolas está sendo cada vez mais 
rompido e esclarecido que a pedagogia hospitalar mostra na prática que estado de 
saúde não priva o educando de continuar aprendendo, pode-se mencionar que é 
diferente o trabalho dessa equipe no hospital, porém obtém resultados positivos e o 
mais gratificante é saber que o pedagogo pode contribuir no desenvolvimento 
14 
 
intelectual e humano daquele aluno que se encontra fora da escola e em situação 
constrangedora de saúde. 
 
Considerações Finais. 
 O presente artigo buscou apresentar estudos específicos de contextos 
educacionais diferenciados, ressaltando a importância da educação na vida das 
pessoas que compõem o novo cenário socioeconômico e cultural denominado de 
globalização . 
 Com o desenvolvimento acelerado notado nas últimas décadas, a educação 
se depara com novas necessidades em que dela própria educação se exige um 
novo formato,mais adequado as demandas sociais. Cobram-se novos tipos de 
ensino que promovam novas aprendizagem, inclusive com o surgimento das classes 
hospitalares.. Esse ramo da pedagogia que ainda se faz novo na realidade 
educacional mostra o desenvolvimento da aprendizagem fora dos muros escolares. 
 A pedagogia hospitalar aparece como um alicerce para a continuidade do 
processo intelectual daqueles educados que necessitam dar continuidade ao seu 
desenvolvimento educacional, mesmo em situação de internamento ou de 
convalescência. 
 O trabalho de pesquisa demonstrou que é de suma importância o processo 
pedagógico nos centros hospitalares, contribuindo para se ter a visão do quanto a 
pedagogia atribui significados a vida escolar dos discentes como também 
proporciona ajuda pessoal no momento de dificuldade desses educandos. 
 Ao final, são propostas formas de trabalhos pedagógicos dentro das classes 
hospitalares, para que aconteça a inclusão dessas crianças e adolescentes que 
tiveram que ausentar-se da sala de aula, mas, ainda ali pode-se proporcionar uma 
educação de qualidade pela mediação do professor, salientando e respeitando 
sempre o momento delicado de saúde especificadamente de cada aluno. 
É preciso explorar e expandir esse assunto tão importante para aqueles 
alunos que necessitam, o que por conseqüência pode mudar sua vida estudantil e 
pessoal. 
15Abstract 
Abstract: This article discusses the importance of acquiring an education even absent from 
school. For such is the teaching hospital specifically discoursed in Goias, where it shows the 
fundamental relevance of learning for children and adolescents in hospital settings, focusing 
on the issue that learning can also happen in class hospital, but that attention is directed to 
the teacher who uses activities within the teaching hospitals for help in learning and 
development of learners who need to leave the school. This paper shows that it is possible to 
work within the educational content of the hospitals, through educational activities, thereby 
respecting the health status of students . 
 
Keywords: education, hospital class, learning / development. 
 
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