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�PAGE � SUMÁRIO 1.31 INTRODUÇÃO � 2.42 A HERMENÊUTICA JURÍDICA � 2.42.1 Definição � 2.42.2 Função � 3.53 A INTERPRETAÇÃO JURÍDICA � 3.53.1 Quais as normas jurídicas sujeitas à interpretação? � 3.53.2 Quem deve fixar as regras de interpretação? � 3.53.3 Métodos de interpretação � 4.74 DISTINÇÃO ENTRE HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO � 5.85 CONSIDERAÇÕES FINAIS � 6.96 REFERÊNCIAS � � � INTRODUÇÃO Este trabalho tem por objetivo mostrar de forma clara e objetiva o que vem a ser Hermenêutica Jurídica, definir o que é Interpretação no meio jurídico, além de explicitar quais são os métodos utilizados para interpretar, quais normas são sujeitas a esses métodos e quem fixa as regras para a interpretação. A HERMENÊUTICA JURÍDICA A hermenêutica contemporânea tem em Nietzsche e em Heidegger seus genuínos fundadores. Eles traçaram (também) os caminhos de seu discorrer e são, de fato, o ponto de referência das diferentes hermenêuticas: desde o caráter ontológico-universal da hermenêutica de Hans-Georg Gadamer até a “hermenêutica niilista” de Gianni Vattimo, passando pela hermenêutica crítica de Paul Ricouer. 2.1 Definição A palavra Hermenêutica é de origem grega hermeneia, que remete à mitologia antiga, evidenciando os caracteres conferidos ao Deus-alado Hermes, responsável pela mediação entre deuses e homens (FREIRE, 2009, p. 73). Nesse sentido, a mencionada palavra sugere o processo de tornar compreensível. No dizer de BARROSO (2009, p. 107), "a hermenêutica é um domínio teórico, especulativo, cujo objeto é a formulação, o estudo e a sistematização dos princípios e regras de interpretação do direito". 2.2 Função Sua função é fixar o sentido e o alcance da norma jurídica. O sentido, porque se deve saber qual o significado, o que a norma quer passar ao operador do direito; o alcance, porquanto se devem saber os destinatários para os quais a norma foi decretada. A INTERPRETAÇÃO JURÍDICA A palavra “interpretação”, por sua vez, provém do termo latino interpretare (inter-penetrare), significando penetrar mais para dentro, fazendo referência à pratica de feiticeiros antigos, que introduziam suas mãos nas entranhas de animais mortos, a fim de prever o futuro e obter respostas para os problemas humanos (FREIRE, 2009, p. 73-74). 3.1 Quais as normas jurídicas sujeitas à interpretação? Em relação a essa questão, hoje, a doutrina é unânime ao afirmar que todas as normas são sujeitas à interpretação, tanto as constitucionais quanto as infraconstitucionais. Nem mesmo as normas não escritas como os costumes e os princípios gerais do Direito escapam de serem interpretadas, de acordo com Renata Malta Vilas-Boas. 3.2 Quem deve fixar as regras de interpretação? Conforme a doutrina majoritária, cabe aos doutrinadores e à jurisprudência fixar os critérios de interpretação, justificando da seguinte forma: Porque, resultantes da ciência jurídica pura, ou da atividade dos juízes e tribunais, esses ditames não permanecem inertes, antes acompanham todas as transformações e vicissitudes da vida social, o que não aconteceria se fossem consolidadas em leis; Porque, se em leis transformassem, as próprias normas interpretativas precisariam ser interpretadas, criando-se, assim, um verdadeiro círculo vicioso. 3.3 Métodos de interpretação Autêntico → ocorre quando o próprio órgão responsável pela edição da norma edita outra, com função meramente interpretativa. Dessa forma, essa nova norma irá surtir efeitos retroativos, ou seja, atingirá fatos passados, uma vez que sua função limitou-se a explicar o sentido da norma anterior. Já, se trouxer alguma alteração, ou modificação, seus efeitos não vão retroagir. Doutrinário → é aquela feita por mestres, juristas e especialistas do Direito. Esse tipo de interpretação normalmente se encontrada em livros, obras científicas e pareceres jurídicos. Jurisprudencial → surge no ato de julgar, tendo como intérpretes os tribunais e juízes. Vale mencionar que esse método deve se fixar em critérios, pré-estabelecidos pela lei, uma vez que o poder judiciário não poderá inovar contra os preceitos da norma. Literal → Como a própria denominação já introduz o que vem a ser, esse método tem por objetivo buscar o sentido real do texto normativo de modo a extrair os sentidos imediatos das palavras empregas pelo legislador; Histórico → Recorre aos meios da historiografia para retomar o meio em que a norma foi editada para buscar o contexto fático da norma. Ou seja, tal método utiliza todos os instrumentos cabíveis na tentativa de encontrar o significado de cada palavra no contexto de criação da norma (occasio legis); Sistemático → Esse método analisa as normas entre si, permite escolher o significado da norma que seja coerente com o conjunto; Teológico → Busca os fins da norma legal. Tratando-se de hermenêutica jurídica, o termo significa a interpretação do Direito (seu objeto), que pode - e deve - passar por uma leitura constitucional e política. A boa interpretação chega a um significado jurídico (método sistemático) para a norma legal, demonstra seu alcance social (método histórico) e sua efetividade (método teleológico). DISTINÇÃO ENTRE HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO Celso Ribeiro Bastos consegue diferenciar a hermenêutica jurídica da interpretação jurídica de forma magistral. Para esse jurista, a hermenêutica jurídica seria o conjunto de tintas disponíveis, sendo assim, o hermeneuta, busca encontrar e produzir as mais variadas nuances de cores de tintas. Por sua vez, o intérprete agiria como um pintor que diante daquelas possibilidades apresentadas pelas tintas iria utilizá-las para apresentar uma obra-prima. Sendo assim, conclui-se que a Hermenêutica é a ciência que dispõe os meios e a interpretação é aquela que utiliza esses meios. CONSIDERAÇÕES FINAIS Por intermédio de todas as informações presentes nos capítulos acima, compreende-se que existem diferenças significativas entre Hermenêutica Jurídica e Interpretação Jurídica. A Hermenêutica Jurídica é a uma ciência auxiliar da ciência jurídica, já que para que a intepretação jurídica aconteça, é necessário que existam as técnicas criadas pela hermenêutica para que então possamos buscar os sentidos das palavras, das normas e dos princípios jurídicos. REFERÊNCIAS BARROSO, Luis Roberto. Interpretação e aplicação da constituição. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. VILAS-BÔAS, Renata Malta. Hermenêutica Jurídica: Uma questão intrigante. Consilium - Revista Eletrônica de Direito, Brasília n.4, v.1 maio/ago. de 2010. FERNANDEZ, Atahualpa. Hermenêutica jurídica, linguagem e a mente do intérprete. Boletim Jurídico, Uberaba/MG, a. 13, n° 952. Disponível em: <https://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp?id=2458> Acesso em: 14 nov. 2017. FREIRE, Ricardo Maurício. Curso de introdução ao estudo do direito. Salvador: JusPodivm, 2009. LIMA, Nícolas Francesco Calheiros de. Hermenêutica e interpretação jurídicas: alguns conceitos e vícios. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/22806/hermeneutica-e-interpretacao-juridicas-alguns-conceitos-e-vicios> Acesso em: 14 nov. 2017. JURISWAY. O que é uma interpretação autêntica, doutrinária e jurisprudencial? Disponível em: <https://www.jurisway.org.br/v2/pergunta.asp?idmodelo=6392> Acesso em: 14 nov. 2017. UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA CURSO DE DIREITO haynoã da silva corrêa Hermenêutica jurídica Cabo Frio 23 de Novembro de 2017 haynoã da silva corrêa Hermenêutica jurídica Trabalho apresentado ao Curso de Direito da UVA - Universidade Veiga de Almeida, para a disciplina de Hermenêutica Jurídica. Professor (a): Disciplina: Hermenêutica JurídicaTurma: Cabo Frio 23 de Novembro de 2017
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