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CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO Aula 1: Do surgimento do Direito ao direito penitenciário ........................................................... 2 Introdução ............................................................................................................................. 2 Conteúdo ................................................................................................................................ 3 A evolução da execução penal pelo mundo ................................................................ 3 Instituições penitenciárias ............................................................................................... 5 O surgimento da escrita x organizações jurídicas ...................................................... 5 Modelo de Direito de Roma ............................................................................................. 6 Modelo de Direito Egípcio ................................................................................................ 7 Código de Eshnunna ......................................................................................................... 8 Cultura hebraica e o Direito ............................................................................................ 8 Cultura grega e o Direito .................................................................................................. 9 Common Law ..................................................................................................................... 9 Penas privativas de liberdade ........................................................................................ 10 Revolução Francesa e o Direito Penitenciário ........................................................... 11 Direito Penitenciário e direitos humanos ................................................................... 12 A evolução da execução penal no Brasil .................................................................... 13 Organização jurídica portuguesa ................................................................................. 14 Código Penal Brasileiro................................................................................................... 16 Aprenda Mais ....................................................................................................................... 17 Referências........................................................................................................................... 17 Exercícios de fixação ......................................................................................................... 17 Chaves de resposta ..................................................................................................................... 23 CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO Introdução Seja bem-vindo à disciplina Crise no Sistema Penitenciário! A primeira aula tem como objetivo apresentar a evolução histórica da execução penal no mundo e no Brasil para melhor entendimento da atual crise no sistema penitenciário brasileiro, pois será demonstrado que esse problema persiste desde os tempos remotos da civilização. Na oportunidade, será verificado que, na Antiguidade, o Direito era exercido através do Código de Hamurabi ou a lei de talião, que ditava: “olho por olho, dente por dente”, que tinha base religiosa e moral vingativa. Será, também, destacado a importância da Revolução Francesa que trouxe a conscientização da proteção dos direitos da pessoa humana do preso, como se verifica na Declaração dos Direitos do Homem. Quanto ao Brasil, será demonstrado que o direito vigente no Brasil colonial foi representado pela transferência da legislação portuguesa contida nas compilações de leis e de costumes dos portugueses. Objetivo: 1. Mostrar que as manifestações mais antigas do direito estão profundamente associadas às sanções rituais e que na Antiguidade o Direito não era escrito, e sim, consuetudinário, tinha o costume como regra de convívio social; CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 2. Demonstrar que o direito vigente no Brasil colonial foi representado pela transferência da legislação portuguesa contida nas compilações de leis e de costumes dos portugueses; demonstrar também que pela Constituição de 1824, o Poder Moderador era o elemento básico da organização política nacional, podendo interferir nos outros poderes e, por fim, verificar que no Brasil, somente a partir do 2º Código Penal, em 1890, aboliu-se a pena de morte e foi surgir o regime penitenciário. Conteúdo A evolução da execução penal pelo mundo Você sabia que o direito surgiu em uma época em que as comunidades humanas não possuíam a técnica da escrita? Sim, é verdade, e você perceberá isso nesta aula. As expressões direitos primitivos, direitos arcaicos ou direitos dos povos sem escrita são usadas para designar genericamente os sistemas jurídicos das sociedades humanas situadas na pré-história do direito. O costume é a fonte mais importante e mais antiga do direito, manifestação que se comprova por ser a expressão direta, cotidiana e habitual dos membros de um dado grupo social. A religião, nesta época, aparece como fenômeno determinante, na medida em que o receio e a ameaça permanente dos poderes sobrenaturais é que garante o rígido cumprimento dos costumes. Naturalmente, a base de todo o direito primitivo está na imposição rígida e automática dos costumes da tribo. Atenção As sanções da Idade Média estavam submetidas ao arbítrio dos governantes, que as impunham em função do "status" social a que pertencia o réu. A amputação dos braços, a forca, a roda e a guilhotina constituem o espetáculo favorito das multidões CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO desse período histórico. Penas em que se promovia o espetáculo e a dor, como, por exemplo, a que o condenado era arrastado, seu ventre aberto, as entranhas arrancadas às pressas para que tivesse tempo de vê-las sendo lançadas ao fogo. Nessa época, passaram a uma execução capital, a um novo tipo de mecanismo punitivo. Na denominada fase da vingança privada, cometido um crime, ocorria a reação da vítima, dos parentes e até do grupo social (tribo) que agiam sem proporção à ofensa, atingindo não só o ofensor como também todo o seu grupo (familiares e amigos). É importante dizer que a função principal do direito é limitar certas inclinações comuns, canalizar e dirigir os instintos humanos e impor uma conduta obrigatória não espontânea. Assim, o Direito se constitui como um sistema de legitimação, ou seja, como um sistema que produz efeitos de obediência em todos aqueles que terão sua liberdade limitada pelas normas. Tal legitimação pode ser obtida a partir de vários conjuntos de crenças, de determinados valores (tradição, carisma, racionalização), da “vontade divina” ou das concepções de “eficiência-eficácia” sociais. Na Antiguidade, não se trata de um direito escrito, porém, de um conjunto disperso de usos, práticas e costumes, reiterados por um longo período de tempo e publicamente aceitos. É a época do direito consuetudinário. As práticas primárias de controle são transmitidas oralmente marcadas por revelações sagradas e divinas. Observe, ainda, que a Antiguidade desconheceu totalmente a privação de liberdade estritamente considerada sanção penal. Mesmo havendo o encarceramento de delinquentes, não se tinha caráter de pena, e sim de preservar os réus até seu julgamento ou execução. Recorria-se à pena de morte, às penas corporais e a infamantes. CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO Nas manifestações mais antigas do direito, as sanções legais estãoprofundamente associadas às sanções rituais. A sanção assume um caráter tanto repressivo quanto restritivo, na medida em que é aplicado um castigo ao responsável pelo dano e uma reparação à pessoa injuriada (vítima). Instituições penitenciárias A primeira instituição penal na Antiguidade foi o Hospício de San Michel, em Roma, a qual era destinada primeiramente a encarcerar "meninos incorrigíveis", denominada Casa de Correção. Registra-se, também, que Platão propunha o estabelecimento de três tipos de prisões: uma na praça do mercado, que servia de custódia; outra na cidade, que servia de correção; e uma terceira destinada ao suplício. A prisão, para Platão, apontava duas ideias: como pena e como custódia. Ademais, os lugares onde se mantinham os acusados até a celebração do julgamento eram diversos, já que não existia ainda uma arquitetura penitenciária própria. Utilizavam-se calabouços, aposentos em ruínas ou insalubres de castelos, torres, conventos abandonados, palácios e outros edifícios. Durante vários séculos, a prisão serviu de contenção nas civilizações mais antigas (Egito, Pérsia, Babilônia, Grécia, entre outros), servindo de lugar de custódia e tortura. O surgimento da escrita x organizações jurídicas Interessante se faz dizer que o surgimento da escrita não corresponde ao surgimento das organizações jurídicas e de suas instituições, pois, antes da escrita, na pré-história do direito, das mais variadas culturas humanas, a maior parte das instituições privadas (o casamento, o poder paterno e/ou materno sobre os filhos, a propriedade, sucessões, doações, contratos diversos) e o próprio domínio do que se conhece por direito público já se encontravam razoavelmente desenvolvidos. CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO Com o surgimento da técnica da escritura, somada à compilação de costumes tradicionais, proporcionaram os primeiros Códigos da Antiguidade, como o de Hamurabi, o de Manu, o de Sólon e a Lei das XII Tábuas. “Com a evolução social, para evitar a dizimação das tribos, surge o talião (de talis = tal), que limita a reação à ofensa a um mal idêntico ao praticado (sangue por sangue, olho por olho, dente por dente). Adotado no Código de Hamurabi (Babilônia), no Êxodo (povo hebraico) e na Lei das XII Tábuas (Roma), foi ele um grande avanço na história do Direito Penal por reduzir a abrangência da ação punitiva.” (MIRABETE, 2001) O Direito era exercido através do Código de Hamurabi ou a lei do talião, tendo base religiosa (Judaísmo ou Mosaísmo) e moral vingativa. Modelo de Direito de Roma Dentre os povos antigos, foi com os romanos que o Direito avançou para uma autonomia diante da religião e da moral. Em Roma, o modelo de Direito que vigorou durante sua fase arcaica foi o chamado Jus Civile ou Direito Quiritário, no qual moral e religião se confundiam com as questões jurídicas. O Direito Romano primitivo (arcaico) mostrava-se extremamente formal e rigoroso. O Jus civile tutelava somente os direitos dos patrícios (aristocracia romana), todos os demais estavam fora da proteção jurídica do Estado Romano. No período da República Romana, pouco se legislou. Dentre as leis republicanas, merece especial atenção a Lei das XII Tábuas, que iria se constituir em uma das fontes do Jus civile considerada a fonte de todo o direito público e privado. A Lei das XII Tábuas tendeu a resolver algumas questões entre patrícios e plebeus (comerciantes, agricultores, artesãos). A partir dela a solidariedade familiar foi abolida, reconhecendo, porém, a autoridade ilimitada do chefe de CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO família. A igualdade jurídica foi reconhecida pelo menos teoricamente. As guerras privadas foram abolidas. Instituiu-se o processo penal e a terra tornou- se alienável, reconhecendo-se o amplo direito de realizar testamento. Modelo de Direito Egípcio No direito egípcio, à época do antigo império, o governo era exercido pelo Faraó auxiliado por seus funcionários, sendo que todo poder pertencia ao Faraó. No Egito antigo, temos referências ao Maât, um modelo de direito não escrito, não consultável, não se apresentando também como produto de revelação divina. Sua essência seria o equilíbrio, o ideal que deveria “fazer com que as duas partes saíssem do tribunal satisfeitas”. Nesse preceito residiria a verdadeira justiça, podendo ser traduzido por verdade e ordem ou por justiça a ser realizado pelo Faraó. A lei, promulgada pelo Faraó, após o parecer de um Conselho de Legislação, tornou-se a principal fonte do direito, superando os costumes. É de ser revelado que, no Egito antigo, o direito penal não se mostrava severo quando comparado com outros direitos de outras civilizações e períodos da Antiguidade – não se encontrava praticamente qualquer representação da pena de morte. A justiça real ganhou supremacia sobre a justiça sacerdotal. Foi conferida a essa justiça uniformidade de organização e de regulamentação. Estabeleceu-se uma organização judiciária que incluía um ministério público e um direito processual. Todo esse sistema judiciário, encontrava-se sob a autoridade soberana do rei. CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO Código de Eshnunna É preciso também destacar que o Código de Eshnunna, datando de, aproximadamente, final do século XX a.C., contém cerca de 60 artigos que tratam de direito de família, de contrato de depósito, de compra e venda de propriedades, de crimes, de reparação de danos, de propriedade de escravos, entre outros. O furto era punido com pesada multa caso fosse perpetrado por homem livre durante o dia e punido com a morte se realizado à noite. O Código de Eshnunna estabelecia competências para julgamento. Aplicação da pena de morte era de exclusiva do rei, cabendo aos juízes os casos que importassem em competência penas menores. A pena de morte era prevista em diversos casos, tais como: adultério feminino, desvirginamento de jovem solteira prometida em casamento, negligência ou omissão que causasse a morte de outrem. Cultura hebraica e o Direito É preciso também destacar que o Código de Eshnunna, datando de, aproximadamente, final do século XX a.C., contém cerca de 60 artigos que tratam de direito de família, de contrato de depósito, de compra e venda de propriedades, de crimes, de reparação de danos, de propriedade de escravos, entre outros. O furto era punido com pesada multa caso fosse perpetrado por homem livre durante o dia e punido com a morte se realizado à noite. Quanto à cultura hebraica da Antiguidade, o direito é concedido por Deus ao seu povo, estabelecendo-se assim uma aliança entre Deus e o povo que ele escolheu. O direito é imutável somente podendo ser modificado por Deus, tal ideia pode ser reencontrada no direito canônico e no direito muçulmano. Os intérpretes e, mais especificamente, os rabinos somente podem interpretá-lo para adaptá-lo à evolução social, sem, contudo, modificá-lo. O Direito Hebraico (lei mosaica) confunde-se em grande parte com a religião, cujas fontes estão contidas nas escrituras, isto é, na Bíblia, que CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO como “livro sagrado” conteria a “lei” revelada por Deus aos israelitas. Dos três grupos de livros que compõem o Antigo Testamento poderíamos destacar o Pentateuco. Sobre o Direito Hindu, este é o direito da comunidade hinduísta caracterizando-se por ser um direito religioso e tradicional (não se confunde com o direito indiano que é o direito do Estado indiano moderno). O Direito Hindu reafirma a desigualdade social, pois cada homem teria seu lugar na sociedade,já que estaria vinculado a uma casta, definidora de uma posição permanente na hierarquia social. Cultura grega e o Direito Quanto aos gregos, estes não foram grandes juristas, não construíram uma ciência do direito, nem descreveram de maneira sistemática suas instituições de direito. Não se pode falar em um Direito Grego, mas sim em uma multiplicidade de direitos gregos, na medida em que, com exceção do período de Alexandre, o Grande, nunca existiu uma unidade jurídica e política na Grécia Antiga. Dentre alguns reformadores, podemos destacar Drácon, responsável não apenas pelo primeiro código de leis escritas de Atenas, código este marcado pela extrema severidade de sua legislação criminal, mas também pela implantação da obrigatoriedade do recurso aos tribunais para a solução dos conflitos entre os clãs. Sólon foi considerado o primeiro grande reformador social e político não somente em Atenas, mas na própria Grécia, cujas reformas marcaram o futuro desenvolvimento sociopolítico de Atenas no sentido da construção da democracia. Common Law É importante verificar também que a Common Law (Direito Comum), sistema jurídico inglês, que se desenvolveu a partir do século XII d.C. na base das decisões judiciárias das jurisdições reais, constitui-se de forma muito diferente dos direitos romanistas (romanos). Esse Sistema se desenvolveu e se CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO mantém até os dias atuais, impondo-se na maior parte dos países de língua inglesa, destacando-se o Canadá, a Austrália e a Nova Zelândia. As origens da Common Law encontram-se nas “leis bárbaras” redigidas em língua germânica, povos anglo-saxões, tendo os costumes como única fonte de direito. O Common Law é um direito jurisprudencial. O juiz não cria o direito, apenas constata o que existe, julgando em consciência, segundo a razão. A partir do século XIII, houve a crescente hegemonização da lei como fonte principal dos futuros direitos ocidentais, ao mesmo tempo em que se desenvolve a noção de “soberania” relacionada ao fortalecimento do poder de certos reis e senhores que buscam manter a ordem e a paz, baseando-se na força, na violência e na submissão do homem pelo homem a partir do desenvolvimento de uma “polícia” e da justiça. A passagem de um sistema “irracional” para um sistema racional de direito, ou seja, em termos gerais, o arbítrio dá lugar à justiça. Penas privativas de liberdade Durante os séculos XVI e XVII, a pobreza se estende por toda a Europa, contribuindo para o aumento da criminalidade. Surgiram, também, os distúrbios religiosos, as guerras, as expedições militares, as devastações de países, a extensão dos núcleos urbanos, a crise das formas feudais e da economia agrícola entre outros. Ante tanta delinquência, a pena de morte deixou de ser uma solução adequada, pois, verificou-se a diminuição de mão de obra. Por isso, na metade do século XVI iniciou-se um movimento de grande transcendência no desenvolvimento das penas privativas de liberdade, na criação e construção de prisões organizadas para a correção dos apenados. A suposta finalidade das instituições consistia na reforma dos delinquentes por meio do trabalho e da disciplina. Tinham objetivos relacionados com a CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO prevenção geral, já que pretendia desestimular a outros da vadiagem e da ociosidade. A mais antiga arquitetura carcerária (1596) foi o modelo de Amsterdã, a Rasphuis, para homens, que se destinava em princípio a mendigos e jovens malfeitores, a penas leves e longas, com trabalho obrigatório, vigilância contínua. Em 1597 e 1600, criaram-se também, em Amsterdã, a Spinhis, para mulheres, e um setor especial para meninas adolescentes. Em sua doutrina, o Prof. Jason Albegaria assim comenta: Já as raízes do Direito Penitenciário começaram a formar-se no Século XVIII, com os estudos de Becaria e Howard. Durante muito tempo o condenado foi objeto da Execução Penal e só recentemente é que ocorreu o reconhecimento dos direitos da pessoa humana do condenado, ao surgir a relação de Direito Público entre o Estado e o condenado. (ALBEGARIA, 1993) Revolução Francesa e o Direito Penitenciário Com a Revolução Francesa o Direito Penitenciário resultou na proteção dos direitos da pessoa humana do preso, bem como ensejou à formação de novos ramos do direito como o Direito do Trabalho e o Direito do Menor. Conheça a seguir os postulados básicos do Direito Penal Moderno, muitos dos quais adotados pela Declaração dos Direitos do Homem da Revolução Francesa. 1. Os cidadãos, por viverem em sociedade, cedem apenas uma parcela de sua liberdade e direitos. Por essa razão, não se podem aplicar penas que atinjam direitos não cedidos, como acontece nos casos da pena de morte e das sanções cruéis. 2. Só as leis podem fixar as penas, não se permitindo ao juiz interpretá-las ou aplicar sanções arbitrariamente. 3. As leis devem ser conhecidas pelo povo, redigidas com clareza para que possam ser compreendidas e obedecidas por todos os cidadãos. CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO 4. A prisão preventiva somente se justifica diante de prova da existência do crime e de sua autoria. 5. Devem ser admitidas em Juízo todas as provas, inclusive a palavra dos condenados (mortos civis). 6. Não se justificam as penas de confisco, que atingem os herdeiros do condenado, e as infamantes, que recaem sobre toda a família do criminoso. 7. Não se deve permitir o testemunho secreto, a tortura para o interrogatório e os juízos de Deus, que não levam à descoberta da verdade. 8. A pena deve ser utilizada como profilaxia social, não só para intimidar o cidadão, mas também para recuperar o delinquente. Direito Penitenciário e direitos humanos Podemos notar que o Direito Penitenciário resultou da proteção do condenado. Esses direitos se baseiam na exigência Ética de se respeitar a dignidade do homem como pessoa moral. Os dois métodos aplicados no Direito Penitenciário são: método científico e método estatístico. O primeiro é um dos elementos da planificação da política criminal, especialmente quanto ao diagnóstico do fenômeno criminal, a verificação do custo econômico social e a exata aplicação do programa. Já a estatística criminal é estudada pelo método estatístico, o qual destina-se à pesquisa da delinquência como fenômeno de massa. Essas estatísticas dividem-se em três ordens: policiais, judiciais e penitenciárias. CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO Somente no Século XX avultou a visão unitária dos problemas da Execução Penal, com base num processo de unificação orgânica. Todo esse processo de unificação foi dominado por dois princípios do Código Penal de 1930: a individualização da execução e o reconhecimento dos direitos subjetivos do condenado. É importante destacar, também, a devida importância à criação da Comissão Penitenciária Internacional, que se transformou na Comissão Penal e Penitenciária (1929), que deu origem à elaboração das Regras Mínimas da ONU. A partir da Segunda Guerra Mundial surge em vários países a Lei de Execução Penal, como na Polônia, Argentina, França, Espanha, Brasil e outros Estados-Membros da ONU. A evolução da execução penal no Brasil No Antigo Regime Português (tanto na Metrópole como nas Colônias) verifica- se uma permanente disputa de estamentos sociais (grupos sociais) entre um direito oficial, representado pelos juízes letrados e tribunais régios, e o direito local, representado por juízes leigos eleitos. Sobre os primeiros recaíam acusações de corrupção, arrogância,autoritarismo e submissão ao interesse da Coroa; sobre os segundos recaíam as acusações de ignorância e de submissão ao mandonismo local. A partir de agora você saberá como ela foi consolidada, acompanhe: Havia conflito entre o Rei e a Burocracia, destacando-se um sistema de autonomia dos corpos administrativos marcado tanto pelo Patrimonialismo e pelo Corporativismo. O Patrimonialismo entende o cargo como uma distinção ou um dom recebido do senhor ou do rei. O Corporativismo entende que cada cargo estaria voltado para uma função própria e indisponível (sua jurisdição) para o cumprimento de uma missão, estando o servidor responsável perante à corporação, à comunidade, competindo ao rei, como primeiro magistrado, detentor da jurisdição comum, a criação e o provimento dos cargos. CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO Na história colonial brasileira destaca-se o Regimento de Tomé de Sousa (o primeiro Governador-Geral). O “Regimento” se constituía em documento régio de nomeação e muitas vezes de provimento, contendo o detalhamento dos poderes, da competência, da jurisdição e das condições de exercício dos poderes outorgados ao funcionário e/ou ao órgão. As funções de guerra, justiça e fazenda constituíam o arcabouço das normas, mais precisamente dos Regimentos concedidos às autoridades coloniais brasileiras. Para a justiça, os problemas fundamentais relacionavam-se à usurpação de jurisdição (por parte de membros da Igreja, pelos governadores) ou a abusos contra os súditos. Para a fazenda, os principais problemas eram descaminho, o contrabando, a usurpação do tesouro régio. Organização jurídica portuguesa No Brasil, além dos juízes de fora, como instrumento de controle real sobre os poderes locais, havia o corregedor da Comarca ou Correição (estas em número de 21, espalhadas pelas 6 províncias portuguesas), que tinha a responsabilidade de, por exemplo, levar criminosos a julgamento, supervisionar os serviços públicos e a prestação jurisdicional, inspecionar as eleições municipais. Os níveis superiores da organização jurídica portuguesa eram constituídos pelos seguintes Tribunais: o Desembargo do Paço (órgão superior do sistema judicial) e o Conselho de Justiça (que administrava todos os outros tribunais, nomeando juízes, corregedores e desembargadores). Registra-se, ainda, a Casa de Suplicação de Lisboa (tribunal de apelação que recebia as causas criminais passíveis de apelação e originadas fora da província; as causas cíveis além da competência da Casa do Cível; e as apelações das decisões judiciais das colônias), a Casa do Cível (tribunal de apelação que recebia as causas cíveis em Portugal com possibilidade de recurso e as causas criminais de Lisboa); a Mesa de Consciência e Ordens (com competência sobre matérias eclesiásticas, Ordens Militares de cavaleiros, CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO religiosos, a Universidade de Coimbra, benefícios e títulos eclesiásticos e interesses de órfãos e escravos). No nível intermediário da organização judicial portuguesa, encontramos as “Relações”, que eram tribunais ordinários de apelação ou recurso, destacando-se a Relação do Porto, a Relação de Goa, na Índia, a Relação da Bahia e a Relação do Rio de Janeiro. A seguir, conheça mais sobre a consolidação do Direito e da execução penal no Brasil. Os poderes jurisdicionais do regime de Capitanias Hereditárias no Brasil apresentavam-se tripartidos: os juízes municipais (ordinários) na base; a justiça senhorial dos donatários e dos governadores (exercida através dos ouvidores, ora servindo justiça exclusiva, dependendo da matéria ou da pessoa, ora como instância de recurso à decisão municipal); e a justiça do rei como instância com competência para ouvir apelações e agravos pelos seus tribunais próprios e superiores. Sabe-se que o crescimento de importância do Brasil no conjunto do império português acabou determinando a criação de um Tribunal Régio em Salvador (Relação da Bahia) e, no século XVIII, a criação da Relação do Rio de Janeiro. O direito vigente no Brasil colonial foi representado pela transferência da legislação portuguesa contida nas compilações de leis e de costumes dos portugueses. Temos as Ordenações Afonsinas de 1466, as Ordenações Manuelinas de 1521, as Ordenações Filipinas de 1603, a Lei da Boa Razão de 1769, definidora de regras de centralização e de uniformização para a interpretação e aplicação das leis no caso de omissão, imprecisão ou lacuna, e, as leis extravagantes como resultado da insuficiência das ordenações. Deste modo, a construção da ordem jurídica brasileira se produziu sob a égide de um liberalismo matizado pelas práticas patrimoniais e corporativas de uma CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO parte considerável de suas elites e pela presença “hegemônica” do trabalho escravo no cenário socioeconômico. O debate jurídico-político ao longo do Império seria marcado pelos temas: Poder Moderador e Centralismo, soberania popular e representação política. Pela Constituição de 1824, o Poder Moderador, delegado privativamente ao Imperador (que exercia a chefia do Poder Executivo, não estando sujeito a qualquer responsabilidade), era o elemento básico da organização política nacional, podendo interferir nos outros poderes ao mesmo tempo em que limitou-se o universo de eleitores, através do voto censitário (só quem tinha renda votava). Dentre as principais instituições da ordem jurídica imperial podemos destacar: o Poder Moderador, o Conselho de Estado (que funcionava como garantia de aplicação e de interpretação uniformes da lei) e a Religião de Estado. Código Penal Brasileiro No Brasil, com o advento do 1º Código Penal houve a individualização das penas, mas somente a partir do 2º Código Penal, em 1890, com o surgimento da República, aboliu-se a pena de morte e foi surgir o regime penitenciário de caráter correcional com fins de ressocializar e reeducar o detento. A Lei de Execução Penal foi instituída em 11 de julho de 1984, através da Lei nº 7.210, sendo reconhecida a autonomia do Direito Penitenciário pela Constituição Brasileira de 1988, no Artigo 24, I. Para finalizar nossa aula, é importante destacar que no Brasil o delinquente, qualquer que fosse o grau de sua decadência, não perde a dignidade, atributo essencial do ser humano, que constitui o supremo valor que deve inspirar o Direito. CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO Aprenda Mais Material complementar Para saber mais sobre poder punitivo, acesse o site http://hdl.handle.net/1884/35145 e leia o artigo de Washington Pereira da Silva dos Reis. Referências ALBERGARIA, João. Manual de direito penitenciário. Rio de Janeiro: Aide, 1993. BEMFICA, Francisco Vani. Da Lei penal e sua aplicação, da execução da pena. Rio de Janeiro: Forense, 1996. CHIMENTI, Ricardo Cunha. Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2005. FONSECA, Ney Moreira. O Poder Judiciário municipal e a aplicação social da pena. Rio de Janeiro: Forense, 1998. LOPES, Maurício Antônio Ribeiro. Código Penal. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2001. MIRABETE, Júlio Fabbrini. Manual de direito penal. 17. ed. São Paulo: Atlas, 2001. v. I. RIZZOTTO, Nunes. O princípio constitucional da dignidade humana. Rio de Janeiro: Saraiva, 2006. TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Manual de processo penal. São Paulo: Saraiva, 2003. Exercícios de fixação Questão 1 Analise as assertivas abaixo: CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO I – Na Antiguidade, o direito se baseava nos costumes, eraa época do direito consuetudinário. II – Com o surgimento da técnica da escritura, somada à compilação de costumes tradicionais, proporcionam os primeiros códigos da Antiguidade como o de Hamurabi e a Lei das XII Tábuas. III – No Direito romano, o modelo de direito que vigorou durante sua fase arcaica foi o chamado Jus Civile ou Direito Quiritário, no qual moral e religião se confundiam com as questões jurídicas. IV – Os gregos foram grandes juristas. Construíram uma ciência do direito. V – O Common Law é um direito jurisprudencial, tendo os costumes como única fonte de direito. a) F-F-V-V-F b) V-F-V-F-F c) V-V-V-F-V d) F-V-V-F-F e) V-V-F-V-V Questão 2 Após analisar cada uma das questões abaixo, verificar se elas são verdadeiras ou falsas: I – Dentre os povos antigos, foi com os romanos que o Direito avançou por uma autonomia diante da religião e da moral. II – O Direito Romano (arcaico) mostrava-se extremamente formal e rigoroso. O jus civile tutelava somente os direitos dos patrícios (aristocracia romana). III – O Código de Hamurabi é o mais importante documento jurídico da Antiguidade. CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO IV – Na cultura hebraica da Antiguidade, o direito é concedido por Deus ao povo. Contudo, os intérpretes e, mais especificamente, os rabinos podem modificá-los adaptando à evolução social. V – Cada homem tem seu lugar na sociedade, que é vinculado a uma casta, definidora de uma posição permanente na hierarquia social. Tal característica é representada pelo Direito Hindu. a) V-F-F-V-V b) V-V-V-F-V c) F-V-V-F-V d) V-V-F-V-F e) F-F-F-V-F Questão 3 Analise as assertivas abaixo: I – “Só as leis podem fixar as penas, não se permitindo ao juiz interpretá-las ou aplicar sanção arbitrariamente”. Este postulado foi adotado pela Declaração do Homem da Revolução Francesa. II – O Direito Penitenciário resultou da proteção do condenado. Esse direito se baseia na exigência da Ética de se respeitar a dignidade do homem como pessoa moral. III – Após a Primeira Guerra Mundial, surgem em vários países a Lei de Execução Penal. IV – Na Antiguidade, não se pode falar em um direito grego, mas sim em uma multiplicidade de direitos gregos. V- Na metade do século XVI, iniciou-se um movimento de grande transcendência no desenvolvimento das penas privativas de liberdade, na criação e construção de prisão organizada para a correção do apenado. CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO a) F-F-V-V-F b) F-V-V-V-V c) V-F-F-V-F d) V-V-F-V-V e) F-V-V-F-F Questão 4 A adoção do Código de Hamurabi ou a lei do talião, sem medidas, acolheram qual espécie de pena? a) Retribuitiva b) Prevenção geral c) Prevenção específica d) Prevenção específica negativa e) Prevenção geral positiva Questão 5 Marque a característica que não se enquadra nos chamados “postulados básicos do Direito Penal Moderno”. a) O sistema penal brasileiro permite que as leis sejam revogadas através dos costumes, pois tal regra serve como parâmetro ao legislador. b) As leis devem ser conhecidas pelo povo, redigidas com clareza para que possam ser compreendidas e obedecidas por todos os cidadãos. c) Não se deve permitir o testemunho secreto, a tortura para o interrogatório e os juízos de Deus, que não levam à descoberta da verdade. CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO d) Os cidadãos, por viverem em sociedade, cedem apenas uma parcela de sua liberdade e direitos. Por essa razão, não se podem aplicar penas que atinjam direitos não cedidos, como acontece nos casos da pena de morte e das sanções cruéis. e) A prisão preventiva somente se justifica diante de prova da existência do crime e de sua autoria. Questão 6 Após analisar cada uma das questões abaixo, verifique se elas são verdadeiras ou falsas: I – No Brasil Colônia, as legislações portuguesas ditavam o direito, como as Ordenações Afonsinas (1446), as Ordenações Manuelinas (1521), as Ordenações Filipinas (1603) e a Lei da Boa Razão (1769). II – Pela constituição de 1824, o Poder Moderador retirou do Imperador poderes para interferir na organização política nacional. III – O 2º Código Penal (1890) não teve caráter correcional com fins de ressocializar e reeducar o detento, nem aboliu a pena de morte. IV – Norma é um enunciado em que se prescreve uma conduta. V – “A prisão preventiva somente se justifica diante de prova da existência do crime e de sua autoria”. Tal postulado foi adotado pela Declaração dos Direitos do Homem da Revolução Francesa. a) V-F-F-V-V b) V-V-V-F-V c) F-V-F-V-F d) F-F-F-V-V e) V-V-F-V-V CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO Questão 7 Assinale as alternativas CORRETAS e INCORRETAS. I – O Desembargo do Paço era órgão superior do sistema judicial da organização jurídica portuguesa. II – No Brasil Colônia, os juízes de fora não tinham controle real sobre os poderes locais, somente, o corregedor da Comarca ou Correição. III – No Brasil Colônia, o documento régio de nomeação e muitas vezes de provimento era denominado “Regimento”. IV – O Poder Moderador, o Conselho de Estado e a Religião de Estado são as principais instituições da ordem jurídica imperial. V – Corregedor da Comarca ou Correição tinha a responsabilidade de levar criminosos a julgamento. a) F-V-V-F-F b) V-V-F-V-V c) F-F-V-V-F d) V-F-V-V-V e) V-V-V-F-V Questão 8 No regime Português, tanto na Metrópole como nas Colônias, verifica-se uma permanente disputa, entre juízes letrados e tribunais régios e juízes leigos eleitos, sobre ambos recaem características negativas, que respectivamente são: a) Mandonismo, autoritarismo e submissão b) Corrupção, arrogância, nepotismo e autorização CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO c) Arrogância, submissão e mandonismo local d) Corrupção, arrogância, autoritarismo, ignorância e submissão Questão 9 Na época do império o debate jurídico foi marcado por dois grandes temas, que respectivamente são: a) República e monarquia b) Normas manuelinas e afonsinas c) Poder moderado e centralismo d) Poder moderador e centralismo, soberania popular e representação política Questão 10 O Código Penal de 1890, conhecido como código da República, foi o primeiro código que aboliu a pena de morte e adotou o regime penitenciário de caráter correcional, com o fim de: a) Retribuir o mal provocado. b) Punir e educar o criminoso. c) Prevenir a sociedade dos males provocados pelo criminoso. d) Ressocializar e reeducar o detento. Questão 1 - C Justificativa: I – Na Antiguidade, o direito se baseava nos costumes, era a época do direito consuetudinário. CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA II – Com o surgimento da técnica da escritura, somada à compilação de costumes tradicionais, proporcionam os primeiros códigos da Antiguidade como o de Hamurabi e a Lei das XII Tábuas. JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA III – No Direito romano, o modelo de direito que vigorou durante sua fase arcaica foi o chamado Jus Civile ou Direito Quiritário, no qual moral e religião se confundiam com as questões jurídicas. JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA IV – Os gregos foram grandes juristas. Construíram uma ciência do direito. JUSTIFICATIVA: FALSA (Os gregos não foram grandes juristas, nem construíram uma ciência do direito, nem descreveam de maneira sistemática suas instituições de direito). V – O Common Law é um direito jurisprudencial, tendo os costumes como única fonte de direito. JUSTIFICATIVA:VERDADEIRA Questão 2 - B Justificativa: I – Dentre os povos antigos, foi com os romanos que o Direito avançou por uma autonomia diante da religião e da moral. JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA II – O Direito Romano (arcaico) mostrava-se extremamente formal e rigoroso. O jus civile tutelava somente os direitos dos patrícios (aristocracia romana). JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA III – O Código de Hamurabi é o mais importante documento jurídico da Antiguidade. JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA IV – Na cultura hebraica da Antiguidade, o direito é concedido por Deus ao povo. Contudo, os intérpretes e, mais especificamente os rabinos, podem modificá-los adaptando à evolução social. JUSTIFICATIVA: FALSA (Os rabinos só podem interpretá-los sem modificá-lo). CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO V – Cada homem tem seu lugar na sociedade, que é vinculado a uma casta, definidora de uma posição permanente na hierarquia social. Tal característica é representada pelo Direito Hindu. JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA Questão 3 - D Justificativa: I – “Só as leis podem fixar as penas, não se permitindo ao juiz interpretá-las ou aplicar sanção arbitrariamente”. Este postulado foi adotado pela Declaração do Homem da Revolução Francesa. JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA II – O Direito Penitenciário resultou da proteção do condenado. Esse direito se baseia na exigência da Ética de se respeitar a dignidade do homem como pessoa moral. JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA III – Após a Primeira Guerra Mundial, surgem em vários países a Lei de Execução Penal. JUSTIFICATIVA: FALSO (A PARTIR DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL) IV – Na Antiguidade, não se pode falar em um direito grego, mas sim em uma multiplicidade de direitos gregos. JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA V- Na metade do século XVI, iniciou-se um movimento de grande transcendência no desenvolvimento das penas privativas de liberdade, na criação e construção de prisão organizada para a correção do apenado. JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA Questão 4 - A Justificativa: O sistema adotado no Código de Hamurabi ou a lei de talião possuem caráter estritamente retributivo, uma vez que a pena era tratada como um fim em si mesmo. CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO Questão 5 - A Justificativa: O Direito Penal é regido pelo princípio da Legalidade, conforme preceitua o Artigo 1º do Código Penal de 1940. Questão 6 - A Justificativa: I – No Brasil Colônia, as legislações portuguesas ditavam o direito, como as Ordenações Afonsinas (1446), as Ordenações Manuelinas (1521), as Ordenações Filipinas (1603) e a Lei da Boa Razão (1769). JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA II – Pela constituição de 1824, o Poder Moderador retirou do Imperador poderes para interferir na organização política nacional. JUSTIFICATIVA: FALSA (O poder moderador, delegado privativamente ao imperador, era elemento básico da organização política nacional podendo interferir nos outros poderes) III – O 2º Código Penal (1890) não teve caráter correcional com fins de ressocializar e reeducar o detento, nem aboliu a pena de morte. JUSTIFICATIVA: FALSA (Com o advento do primeiro Código Penal no Brasil, houve a individualização das penas, mas somente a partir do 2º Código Penal (1890) é que foi abolida a pena de morte. IV - Norma é um enunciado em que se prescreve uma conduta. JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA V – “A prisão preventiva somente se justifica diante de prova da existência do crime e de sua autoria”. Tal postulado foi adotado pela Declaração dos Direitos do Homem da Revolução Francesa. JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA Questão 7 - D Justificativa: I – O Desembargo do Paço era órgão superior do sistema judicial da organização jurídica portuguesa. JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA II – No Brasil Colônia, os juízes de fora não tinham controle real sobre os poderes locais, somente, o corregedor da Comarca ou Correição. CRISE NO SISTEMA PENITENCIÁRIO JUSTIFICATIVA: FALSA (Além do corregedor da comarca ou correição, os juízes de fora tinham controle real sobre os poderes locais) III – No Brasil Colônia, o documento régio de nomeação e muitas vezes de provimento era denominado “Regimento”. JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA IV – O Poder Moderador, o Conselho de Estado e a Religião de Estado são as principais instituições da ordem jurídica imperial. JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA V – Corregedor da Comarca ou Correição tinha a responsabilidade de levar criminosos a julgamento. JUSTIFICATIVA: VERDADEIRA Questão 8 - D Justificativa: As características do Regime Português colonial, dos códigos afonsinos e manuelinos, são corrupção, arrogância, autoritarismo, ignorância e submissão. Questão 9 - D Justificativa: O debate jurídico-político ao longo do Império seria marcado pelos temas: poder moderador e centralismo, soberania popular e representação política. No Brasil, com o advento do 1º Código Penal houve a individualização das penas, mas somente a partir do 2º Código Penal, em 1890, com o surgimento da República, aboliu-se a pena de morte e surgiu o regime penitenciário de caráter correcional com fins de ressocializar e reeducar o detento. Questão 10 - D Justificativa: Só a partir do Código de 1980, adotou-se o caráter ressocializador e reeducador na imposição da pena.
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