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RELAÇÕES DE CONSUMO aula de hermeneutica 09.02.2010

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RELAÇÕES DE CONSUMO - UNIP – 
 
DIREITO DO CONSUMIDOR 
UNIP – 2009 
 
 
PARA PENSAR A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA: 
 
Contexto histórico da construção da Constituição Brasileira de 1988; 
Direitos Humanos de Terceira Geração - direitos de solidariedade ou 
fraternidade, que englobam o direito a um meio-ambiente equilibrado, a uma 
saudável qualidade de vida, à paz, e outros direitos difusos e coletivos; 
Multiculturalismo – diferenças culturais como ponto de partida e não de 
chegada (B.de Souza Santos e Herrera Flores) 
PRINCÍPIOS NA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA 
 
“Examinando mais uma vez a Constituição Federal de 1.988, verifico que ela se 
distingue de todas as nossas Constituições anteriores na medida em que 
reclama, para que possa ser compreendida (=interpretada), a instalação de um 
“modo de pensar principiológico”. (Eros Roberto Grau) 
PRINCÍPIOS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
Título I da CF/88 – DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS; 
 
Art. 1º – Fundamentos da República Federativa do Brasil: soberania, cidadania, 
dignidade da pessoa humana, valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e 
pluralismo político. 
Parágrafo único – Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
 
PRINCÍPIOS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
Art. 3º – Objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: construir 
uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; 
erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e 
regionais; promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, 
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
 
PRINCÍPIOS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
Art.4º – Princípios da República Federativa do Brasil nas suas relações 
internacionais: independência nacional; prevalência dos direitos humanos; 
autodeterminação dos povos; não-intervenção; igualdade entre os Estados; 
defesa da paz; solução pacífica dos conflitos; repúdio ao terrorismo e ao 
racismo; cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; e 
concessão de asilo político. 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS E APLICAÇÃO AO DIREITO PRIVADO 
Prof.ª Dra. Maria Celina Bodin de Moraes ensina que “ (...) se a normativa 
constitucional está no ápice de um ordenamento jurídico, os princípios nela 
presentes se tornam, em conseqüência, as normas diretivas, ou normas-guia, 
para a reconstrução do sistema do direito privado.” 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS E APLICAÇÃO AO DIREITO PRIVADO 
E completa: “(princípios) ...são valores, extraídos da cultura, isto é, da 
consciência social, do ideal ético, da noção de justiça presentes na sociedade, 
são, portanto, os valores através dos quais aquela comunidade se organizou e 
se organiza.” 
 
O CONSUMERISMO NO BRASIL. 
A produção industrializada de massa, no Brasil, é um fenômeno da segunda 
metade do século XX; 
De fato, o período pós-Segunda Grande Guerra Mundial, e mais 
especificamente a década de 70, são marcos importantes da industrialização e 
urbanização no Brasil; 
 
O CONSUMERISMO NO BRASIL. 
Em 1.971, o projeto de lei n.º 70-A, criava o Conselho de Defesa do 
Consumidor. O projeto não passou da Comissão de Constituição e Justiça; 
Em 1.974, surgiu o Conselho de Defesa do Consumidor (CODECON), no Rio 
de Janeiro, fruto de iniciativa popular; 
 
CONSUMERISMO NO BRASIL 
Em 1.976 foram criadas duas associações de defesa do consumidor, em 
Curitiba e Porto Alegre, também por iniciativa popular; 
Ainda em 1.976, o Estado de São Paulo, através do Decreto 7890, cria os 
primeiros passos de um sistema de defesa do consumidor estadual; 
 
CONSUMERISMO NO BRASIL. 
Em 1.978, também em São Paulo, é criado o Grupo Executivo de Proteção ao 
Consumidor, o PROCON, através da lei 1.903; 
 
Somente em 1.985, o Governo Federal criou o Conselho Nacional de Defesa 
do Consumidor (CNDC). O órgão tinha a função de elaborar uma política 
nacional de defesa do consumidor. 
 
CONSUMERISMO NO BRASIL. 
A criação do CNDC é um marco importante no consumerismo brasileiro, 
porque a partir desse momento, a sociedade civil organizada (OAB, Ministério 
Público, Confederação da Indústria e do Comércio, entre outros), iniciaram as 
discussões com vistas a criação de uma política de defesa do consumidor; 
 
CONSUMERISMO NO BRASIL. 
Por meio do CNDC surgiram as propostas apresentadas à Constituinte, que 
resultaram na elaboração do Anteprojeto do Código de Defesa do Consumidor; 
A partir da entrada em vigor do Código de Defesa do Consumidor, várias 
organizações e institutos começaram a atuar no Brasil, e hoje podemos afirmar 
que esse segmento é um dos mais organizados e ativos na sociedade civil 
brasileira. 
 
CONSUMERISMO NO MUNDO. 
Nos Estados Unidos da América do Norte, as primeiras organizações de defesa 
do consumidor datam de 1.899 e 1.906; 
Na Europa, o consumerismo é um fenômeno que se inicia a partir de 1.910. 
A formação de grandes blocos econômicos permitirá que o DIREITO DO 
CONSUMIDOR seja um dos ramos do direito que mais vai evoluir e se 
modificar nos próximos anos. 
 
DIREITO DO CONSUMIDOR 
Lei 8.078/90 – Código de Defesa do Consumidor. 
Artigo 5º da Constituição Federal: Direitos e Garantias Fundamentais. 
Capítulo I – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos; 
XXXII – O Estado promoverá,na forma da lei, a defesa do consumidor. 
 
DIREITO DO CONSUMIDOR 
Artigo 170 da Constituição Federal; 
Da Ordem Econômica e Financeira; 
Capítulo I – Dos Princípios Gerais da Atividade Econômica; 
Princípios; 
Inciso V – defesa do consumidor. 
 
DIREITO DO CONSUMIDOR 
Artigo 48 das Disposições Finais e Transitórias:“ O Congresso Nacional, dentro 
de cento e vinte dias da promulgação da Constituição Federal, elaborará 
código de defesa do consumidor.” 
 
CDC foi promulgado em 11 de setembro de 1.990 e entrou em vigor em 11 de 
março de 1.991. 
 
SISTEMA DO CDC: É UM SISTEMA AUTÔNOMO DENTRO DO QUADRO 
CONSTITUCIONAL 
 
O CDC é um sistema próprio, que tem autonomia em relação às demais 
normas; 
Ele prevalece sobre todas as demais normas que tratem de relações de 
consumo e proteção ao consumidor; 
Estas normas só terão prevalência se houver lacuna na legislação 
consumerista. 
 
CÓDIGO OU LEI? 
 
A Constituição Federal determinou que o Congresso Nacional promulgasse um 
Código de Defesa do Consumidor; 
O sistema legislativo adotado foi o de lei ordinária, por isso a designação Lei 
8.078/90; 
Não há previsão de processo legislativo para Código no artigo 59 da 
Constituição Federal brasileira. 
 
PRINCÍPIOS DO CDC 
“ Princípios são as linhas mestras, os grandes nortes, as diretrizes magnas do 
sistema jurídico. Apontam os rumos a serem seguidos por toda a sociedade e 
obrigatoriamente perseguidos pelos órgãos do governo (poderes constituídos).” 
Geraldo Ataliba. 
 
PRINCÍPIOS DO CDC 
 
Quando emanam da Constituição Federal, são denominados PRINCÍPIOS 
CONSTITUCIONAIS; 
Quando se referem ao Código de Defesa do Consumidor ou qualquer outro 
Código, são PRINCÍPIOS LEGAIS, de natureza infraconstitucional. 
 
PRINCÍPIOS DO CDC 
“Os princípios constitucionais são aqueles que guardam os valores 
fundamentais da ordem jurídica. Isso só é possível na medida em que estes 
não objetivam regular situações específicas, mas sim desejam lançar a sua 
força sobre todo o mundo jurídico.” Davi Araújo e Vidal Serrano Nunes Júnior. 
 
PRINCÍPIOS DO CDC 
A Lei 8.078/90, é norma de ordem pública e interesse social, geral e 
principiológica; 
Os princípios da Lei 8.078/90 se irradiam por todo o texto, pelos diversos 
capítulos e seções, e são ferramenta fundamental para a interpretação do texto 
da lei. 
 
PRINCÍPIOS DO CDC 
PROTECIONISMO – art. 1º - PODE SER APLICADO EX-OFFICIO PELO JUIZ; 
VULNERABILIDADE – art. 4º, I; 
HIPOSSUFICIÊNCIA – art. 6º, VIII; 
EQUILÍBRIO E BOA-FÉ OBJETIVA – art. 4º, III 
 
 
PRINCÍPIOS NOCDC – 
DEVER DE INFORMAR – art. 6º, III 
REVISÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS – art. 6º, V; 
CONSERVAÇÃO DO CONTRATO – art. 6º,V; 
EQUIVALÊNCIA – art. 4º, III c/c art.6º, inciso II. 
 
FINALIZANDO OS PRINCÍPIOS: 
DA TRANSPARÊNCIA – art. 4º, caput; 
DA SOLIDARIEDADE – art. 7º, parágrafo único. 
POLÍTICA NACIONAL DE RELAÇÕES DE CONSUMO – Artigo 4º do CDC. 
Estabelece princípios gerais que incluem: 
reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor; 
ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor; 
harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo; 
educação e informação de fornecedores e consumidores. 
 
POLÍTICA NACIONAL DE RELAÇÕES DE CONSUMO 
Incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de 
qualidade e segurança de produtos e serviços; 
Coibição e repressão eficientes de abusos praticados no mercado; 
Racionalização e melhoria dos serviços públicos; 
Estudo constante das modificações do mercado de consumo. 
 
DIREITOS DO CONSUMIDOR 
FUNDAMENTAIS – proteção à vida, à saúde e à segurança, proteção dos 
interesses econômicos, direito à informação e à educação (para o consumo), 
direito à participação e à consulta, e direito a tutela concreta, ou seja, a 
obtenção da satisfação efetiva desses direitos, por via administrativa ou 
judicial. 
 
NO ÂMBITO DOS INTERESSES ECONÔMICOS 
Direito à proteção contra a publicidade enganosa, métodos desleais, práticas e 
cláusulas abusivas no fornecimento de produtos e serviços. Direito a garantia 
de modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações 
desproporcionais, bem como a revisão em razão de fatos supervenientes que 
as tornem excessivamente onerosas. 
 
NO TOCANTE AO DIREITO DE INFORMAÇÃO: 
Direito à adequação e clareza dos dados quanto aos diferentes bens e serviços 
oferecidos, devendo ser especificados corretamente a quantidade, as 
características, o modo de funcionamento, a qualidade e o preço, bem como 
expostos detalhadamente os riscos que possam apresentar para o consumidor. 
 
DIREITO À EDUCAÇÃO E DE DIVULGAÇÃO SOBRE O CONSUMO 
ADEQUADO. 
Esse direito se aplica a PRODUTOS e SERVIÇOS, e se constitui em forma de 
proteger a segurança do consumidor, e garantir a liberdade de escolha e a 
igualdade nas contratações. 
 
TUTELA ADMINISTRATIVA E JUDICIAL. 
Direito ao acesso a órgãos judiciários e administrativos, para prevenção ou 
reparação de danos individuais, coletivos, e difusos; 
 
Garantia de proteção jurídica, administrativa e técnica aos necessitados, bem 
como a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus 
da prova a seu favor, quando verossímil a alegação do consumidor, ou se ele 
for hipossuficiente segunda as regras ordinárias de experiência.

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