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Prova Final Sociologia 1 1) Como Durkheim explica o Suicídio a partir das dimensões de intefração e regulação social? Em sua obra "O Suicídio", Durkheim determina suicidio como "toda morte que resulta de um ato positivo ou negativo realizado pela própria vítima". Ao realizar a coleta de dados para sua pesquisa, ele percebe que a taxa de suicídio por um período determinado de tempo é invariável,o que aponta que se trata portanto de um fato social, uma vez que a sociedade tem uma disposição definida de suicídio. A partir do convívio coletivo, emerge uma tendência, que é exterior ao indivíduo, que coage os indivíduos a agirem de certa forma, levando-os a atentarem contra a própria vida. O modo em que a sociedade está estruturada vai influencias na taxa de suicídio, determinadas estruturas da sociedade "exigem" um tributo de mortes periodicamente. As pessoas vão manifestar a tendência ao suicídio de forma semelhante, entretanto, as causas de cada uma são diferentes. Dessa forma, Durkheim determina diferentes tipos de suicídio para demonstrar suas diferentes causas. O primeiro deles é o suicídio egoísta, que ocorre em razão de uma individuação excessiva. O indivíduo se vê completamente desligado da sociedade, sendo completamente largado à sua própria consciência individual. Para comprovar sua análise, o sociólogo parte da ideia de coesão e analisando os dados ele conclui que existe uma incidência maior desse tipo de suicídio nos países protestantes, em relação aos católicos. Isso ocorre em razão do maior nível de instrução que esses religiosos possuem, uma vez que possuem grande livre-arbito da interpretação da bíblia, o que os levaria à uma maior inclinação ao suicídio. Entretanto, Durkheim se depara com os judeus, que tem um nível de instrução muito maior do que os protestantes mas tem uma propensão menor ao suicídio. Em seus estudos, contudo, ele percebe que o nível de instrução tem um significado diferente para cada grupo. Nos protestantes, como já foi dito, um maior nível de instrução leva à um questionamento maior dos dogmas, o que acaba por inclinar o grupo a tendência ao suicídio. Já nos judeus, em razão dos anos de perseguição sofridos pelos mesmos gera um sentimento de pertencimento à microssociedade, para eles é necessário a procura pela instrução porque eles precisam de se destacar intelectualmente para criar uma distinção em relação a sociedade abrangente, sendo assim, a instrução nos judeus tem um sentido de integração. Portanto, se conclui que a chave da questão está na coesão. A perda dessa coesão acaba por resultar no suicídio egoísta. O segundo tipo de suicidio elencado por Durkheim é o suicídio altruísta. Ao contrário do suicídio egoísta, ele ocorre justamente por uma individuação insuficiente, de maneira com o que o indivíduo não se vê desligado da sociedade, o que ocorre onde a integração social é demasiada e a sociedade "obriga" o indivíduo a se suicidar, uma vez que sua individualidade é quase nula. Um exemplo desse tipo de suicídio encontrado por Durkheim é no Exército, onde os indivíduos estão dispostos de uma forma diferente de sociedade. Esse tipo de suicídio ocorre no exercito em razão do "espírito militar", que é a ideia de obediência passiva de submissão absoluta de impessoalidade, o indivíduo entra em uma microssociedade tradicional. O militar vai se condicionando a esse espírito, e apesar de proteger o individuo do suicídio egoísta, mas exacerbado ele acaba por influenciar no suicídio altruísta. Já o suicídio anômico é relativo à regulação e ocorre em períodos de crise e renascimento econômico, em razão a perturbação da ordem coletiva, que impele a morte voluntária. Entretanto, essa morte voluntária não ocorre em razão da fome ou da miséria causada pela crise mas por essa falta de referência nesse períodos, causadas por essa ruptura da ordem coletiva. Não se trata de uma questão e ligação indivíduo-sociedade, mas de como a sociedade regula a ação individual. 2) O que são as categorias do conhecimento, sua origem e qual debate polarizado Durkheim recorre ao tratar do assunto? Durkheim inicia seus estudos sobre a religião para responder uma pergunta "qual a origem do conhecimento?. Ele utiliza a religião como ponto de partida, começando com a religião mais primitiva. Entretanto, ao utilizar das regras do método para analisá-la, ele não consegue classificá-la quanto as espécies. Assim, ele conclui que a religião são um fato social sui generis, que apresenta uma base comum. Ela exprime uma necessidade social e vai sempre estar presente nas mais diversas sociedades. As categorias do conhecimento são noções essenciais que determinam nosso pensamento intelectual e elas correspondem as propriedades mais universais das coisas. Elas são como a ossatura do pensamento humano e são necessárias para entender a realidade social. Existem duas concepções diferentes em relação a origem dessas categorias: a dos aprioristas e a dos empiristas. Os Aprioristas acreditam que elas são anteriores a experiência sensível e condicionam essa experiência. Já os empiristas defendem que as categorias são construídas na experiência sensível, sendo os indivíduos os operários dessa construção, não existindo nada que antecede a experiência. Durkheim, por sua vez, desconstrói ambas ideias, pois apesar de acreditar que existe algo que antecede a experiência, uma vez que as categorias exprimem estados coletivos de forma que existe algo que é prévio ao conhecimento,para ele a origem de todo o conhecimento está na sociedade. Existe algo que antecede a experiência mas é na experiência que ela existe. A sociedade é algo sui generis, tem suas características próprias que não se encontram da mesma forma no mundo. As categorias do conhecimento são imprescindíveis para um convívio comum, é necessário um certo grau de conformismo moral. Existe uma coisa que antecede a experiência do sujeito que é a experiência da coletividade.É no social que emergem as categorias do conhecimento que vão se impor como condicionantes do pensamento. 3) Compare Comte, Durkheim e Simmel quanto a concepção de sociologia, método e perspectiva sobre ação-estrutura. SOCIOLOGIA August Comte acredita que a sociedade, por não ser um corpo qualquer e por ter características inerentes provenientes de um comportamento coletivo, exige uma nova ciência, que deveria ser uma ciência positiva, ou seja, baseada na observação de fatos possíveis de levar a elaboração de uma teoria geral explicativa, de modo que ele cria a física social, que depois adquire o nome de sociologia, que seria o estágio final do desenvolvimento das ciências positivas. Durkheim, para poder apontar as disciplinas próprias para compreender a sociedade, ele cria a moral. Ele acredita que as consciências individuais subtraem da moral, o reino moral está completamente amalgamado nas consciências coletivas individuais, causando uma dependência forte entre o indivíduo e o coletivo. Ele acredita que o reino moral é a característica que emerge do convívio coletivo, é algo social. Assim, acredita que os fatos sociais são o objeto da sociologia e que eles podem ser explicados com a mesma objetividade das ciências naturais, era necessário tratá-los como "coisas". Eles são o objeto específico da sociologia, são sui generis, ou seja, de uma natureza distinta, sendo uma característica do coletivo expressado pelas manifestações individuais. O fato social é também externo, é a existência de uma maneira de pensar fora das consciências individuais, eles são diferentes das correntes sociais. O fato social é coercitivo, ele orienta os individuosa seguirem uma mesma "direção", um mesmo valor social. Se uma pessoa vai contra um fato social, ela vai sofrer uma resistência, uma intolerância, que pode mesmo levar à uma sanção. Simmel defende uma ciência rigorosamente delimitada, mas que surgiria das interações. Ele denomina todo tipo de interação entre os individuos de "Sociação". Simmel acreditava que a sociologia deveria ser a responsável para entender o problema da sociedade e deveria ter um status responsável por ela. Entretanto, para ele, a sociedade é uma abstração, o que existe é a interação entre os indivíduos MÉTODO Para Comte, os fatos sociais vão ser o conjunto de fenômenos que a sociologia vai explicar. Ele acredita que eles devem ser analisadas como os demais espíritos das outras ciências e a necessidade da explicação desses fatos é de que ela vá prever a ação humana e então regular a ação social desenvolvendo, assim, uma sociedade "melhor". A sociologia deve ser estática e dinâmica. Durkheim elenca uma série de regras de seu método sociológico para a análise desses fatos. A primeira é a já mencionada, de que os fatos sociais devem ser tratados como coisa. A segunda já se diz a respeito da eliminação das pré-noções: uma vez que os fatos sociais já possuem uma representação na sociedade, o sociólogo deve descartar essas ideias do senso comum e acreditar que é o método que vai dar legitimidade. As três ultimas régras do método são: classificar as espécies, buscar as causas das variações e comparar os resultados buscando uma lei geral. Para Simmel, a sociologia seria como uma "geometria social", ela vai se preocupar com a forma que essas interações adquirem. Assim, Simmel vai elencar três tipos diferentes de sociologia: A sociologia formal, a geral e a filosófica. A sociologia formal é a que lida com as formas, abordando o "todo". A sociologia geral é uma subdivisão da primeira, sendo generalista e lida com a questão do indivíduo x sociedade. A última é a sociologia filosófica que visa discutir os pressupostos que toda ciência tem. AÇÃO-ESTRUTURA Comte acredita que estar em sociedade é uma característica inerente do indivíduo, não existe convívio sem a própria sociedade. Já Durkheim acredita que os fatos sociais se constituem da fusão das consciências individuais. Uma vez que eles existem, eles se tornam externos se impondo aos indivíduos como coerção. A ação individual é um reflexo da ação estrutural. Simmel enxerga as formas sociais, mas não as compreende como sui generis e nem como coercitivas. Os indivíduos são os originários da realidade, são a análise as unidades de análise últimos do conhecimento, as formas só existem em razão da interação entre eles.
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