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Regulação Econômica e Jurídica

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Regulação 
Governamental
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Marcelo Bernardino Araújo
Revisão Textual:
Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin
 Objetivos e formas da regulação
5
• Objetivos da regulação
• Formas da regulação
 · Estudar os objetivos e as formas de regulação, por meio das políticas fiscal, 
monetária e regulatória
Nesta Unidade, os temas trabalhados serão os objetivos e as formas de regulação.
O texto está dividido em:
1. Objetivos da Regulação;
2. Formas de Regulação;
 1.1 Política Fiscal;
 1.2 Política Monetária;
 1.3 Política Regulatória;
 1.4 Ações Regulatórias.
Esse conteúdo é essencial para sua formação e atuação como futuro gestor público.
Bons estudos!
 Objetivos e formas da regulação
6
Unidade: Objetivos e formas da regulação
Contextualização
Desde antes de nascermos, ainda fetos, já temos alguns direitos. Direitos que derivam 
de normas, de leis. E, em cada etapa da vida civil, existe uma série de atividades que são 
normatizadas, como, por exemplo, para providenciar documentos como o Registro Geral 
(RG), Cadastro de Pessoa Física (CPF), Título de Eleitor, Carteira de Trabalho de Previdência 
Social (CTPS), entre outros. 
Tanto as Pessoas Físicas quanto as Pessoas Jurídicas, sejam de Direito Público (sem fins 
lucrativos), sejam de Direito Privado (com ou sem fins lucrativos), devem obedecer às leis. Em 
outras palavras, tudo é regulamentado. 
Mas regulamentação e regulação são expressões com significados diferentes, embora 
geralmente utilizadas como sinônimas. Então, o que significa cada uma? 
Di Pietro (2003) apresenta dois conceitos de regulação, a econômica e a outra sob o 
aspecto jurídico. 
Regulação Econômica é o conjunto de regras de conduta e de controle da atividade privada 
do Estado, com a finalidade de estabelecer o funcionamento equilibrado do mercado. 
Já a Regulação do âmbito jurídico é o conjunto de regras de conduta e de controle da 
atividade econômica pública e privada e das atividades sociais não exclusivas do Estado, com 
a finalidade de proteger o interesse público. 
A Regulamentação ocorre por atos, que não podem ser delegados, dos Poderes Executivo 
e Legislativo, como, por exemplo, a criação de Decretos e as Leis, respectivamente. 
Você entendeu a diferença? 
Enquanto a Regulação é atribuída por um Órgão regulador para certas atividades econômicas, 
a Regulamentação é atribuída por meio de Decretos e Leis. 
 
Referências 
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Limites da função reguladora das agências diante do princípio 
da legalidade. Direito regulatório: temas polêmicos, v. 2, p. 19-50, 2003.
7
Objetivos da regulação
O Estado Regulador é um meio termo entre o Estado Liberal, que é caracterizado pela 
abstenção de intervenção na Economia, na qual prevalece o livre mercado; e o Estado 
Intervencionista, que é caracterizado pela intervenção total na Economia, no qual tudo deve 
ser provido pelo Estado.
Então, como funciona a Regulação?
Iniciamos este capítulo citando o Art. 174 da Constituição Federal, para você compreender 
alguns pontos essenciais da regulação: 
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade 
econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de 
fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante 
para o setor público e indicativo para o setor privado.
§ 1º A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento 
do desenvolvimento nacional equilibrado, o qual incorporará e 
compatibilizará os planos nacionais e regionais de desenvolvimento. 
§ 2º A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas 
de associativismo. 
§ 3º O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira 
em cooperativas, levando em conta a proteção do meio ambiente 
e a promoção econômico-social dos garimpeiros. 
§ 4º As cooperativas a que se refere o parágrafo anterior terão 
prioridade na autorização ou concessão para pesquisa e lavra dos 
recursos e jazidas de minerais garimpáveis, nas áreas onde estejam 
atuando, e naquelas fixadas de acordo com o art. 21, XXV, na 
forma da lei. 
 Percebe-se que a Constituição reforça duas funções do Estado brasileiro, que são a 
normatização (Poder Legislativo) e a regulação (Poder Executivo) da atividade econômica. 
Mas por que é necessário regular a Economia? 
Com a crise americana, em 1929, o liberalismo foi colocado em xeque. A autorregularão da 
Economia sem a intervenção do Estado é a melhor forma de uma nação prosperar? Ou uma 
intervenção total da Economia seria a melhor maneira? 
 A História mostra também, por exemplo, a Revolução Russa em 1917: o proletariado 
não aguentou o liberalismo extremo das desigualdades sociais entre as classes com o poder 
econômico e os menos favorecidos, que derrubaram a autocracia e levaram ao poder o partido 
Bolchevique, criando a União Soviética (1922 a 1991).
O sistema que durou aproximadamente seis décadas – sistema socialista russo – deu lugar 
ao sistema capitalista. Mas o que ocorreu para essa alteração? 
Novamente foi o povo e sempre será o povo que manterá um sistema ou um governante no 
poder. A Constituição brasileira diz, no parágrafo único do artigo 1º: “Todo o poder emana do povo, 
que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. 
8
Unidade: Objetivos e formas da regulação
Figura 1 – Rede de Poder.
Mecanismos de
governança
Estrutura de oportunidades
Interesses
Recursos de poder
Atores
Políticas Públicas
Realização de
Políticas Públicas
Interação estratégica
Modo de Regulação
Formação da
instituição política
Resultados
Formas de inclusão/
exclusão
(normas de adequação)
Ambiente institucional
Fonte: Adaptado de Paulillo (2001).
Vê-se que na figura acima há um ciclo na rede de poder que vai desde os mecanismos de 
governança, passando pelas políticas públicas e pelo modo de regulação, gerando resultados.
Mas o que é uma rede de poder? 
É um sistema integrado pelos numerosos “centros de poder” e suas relações, típicos de uma 
sociedade humana complexa. 
Conforme a extensão e a força dos movimentos sociais, que atenuam a dominação, uma 
determinada rede de poder pode ser classificada em três tipos fundamentais:
1. Arbitrária: quando a concentração da rede de poder torna os movimentos sociais 
praticamente inexistentes;
2. Tradicional: quando os movimentos sociais se exercem, generalizadamente, por meio 
de instituições tolerantes, consagradas pela tradição ou pelas leis, mas que mantêm 
sensíveis discriminações econômicas e/ou culturais, graças à violência, legítima ou não;
3. Conciliatória: quando os movimentos sociais são tão fortes e difusos que resultam em 
instituições que substituem o medo e a violência do círculo vicioso dos conflitos pelo 
poder consensual.
Importante!
Intervenção é a ação que o Estado empreende no e sobre um campo 
reservado à liberdade de iniciativa do setor privado – enfatizando 
que tal reserva não é peculiar do regime liberal, mas da essência do 
sistema capitalista (GRAU, 1981).
No intervencionismo, o Estado passa a intervir com o objetivo de promoção de um bem 
maior para a sociedade, ou seja, de promover o bem comum. Essa intervenção se dá, entre 
outras formas, por intermédio da regulação. 
Mas como a atividade regulatória ocorre no Brasil? A função reguladora está expressamente 
prevista na Constituição como prerrogativa do Estado destinada a corrigir as chamadas “falhas 
do mercado” ou, ainda, “imperfeições de mercado”. 
Entretanto, Marques Neto (2005) diz que a função reguladora não deve ser vista apenas 
para corrigir as falhas de mercado, mas, em sentido amplo, buscando introduzir objetivos de 
ordem geral, devendo o Estado atuar na manutenção do funcionamento do Mercado, pois isso 
9
não seria alcançado exclusivamentepela iniciativa privada. 
Destacam-se como as principais causas das falhas de mercado e tornam-se, portanto, 
justificativas para a atuação regulatória do Estado: 
1. Poder de mercado: derivado do monopólio (quando uma única empresa concentra toda 
a fatia de mercado) ou do oligopólio (quando poucas empresas concentram toda a fatia 
de mercado);
2. Informação assimétrica: derivada de uma informação privilegiada por uma das 
partes em uma relação comercial (privilegia uma das partes e, consequentemente, 
prejudica a outra);
3. Externalidades: derivam do consumo e/ou da produção de um determinado bem e 
comprometem os consumidores e/ou os produtores de outros mercados. Esses impactos 
não são considerados no preço de mercado;
4. Bens públicos: são insuficientes para toda a população. Suas características são: não 
disputáveis, quando o custo marginal de oferecer o bem para um usuário a mais for zero 
em qualquer nível de atendimento e, não exclusivos, quando os indivíduos não podem 
ser excluídos do atendimento. 
Para Viscusi, Vernon & Harrington (1998, p.307), “A regulação tem sido definida como 
uma limitação imposta pelo Estado sobre a discrição que pode ser exercida pelos indivíduos 
ou organizações, as quais são sustentadas pela ameaça de sansão”.
A regulação é o uso do poder coercitivo que tem como objetivo limitar as decisões dos 
agentes econômicos. A regulamentação econômica refere-se às limitações impostas pelo 
governo sobre as decisões das firmas com relação a quantidades, preços, entradas e saídas 
do setor.
O filme O Lobo de Wall Street, de Martin Scorsese, mostra a 
necessidade de regulação do mercado de capitais. Ele conta a 
história real do corretor de ações americano Jordan Belfort, que 
construiu fortuna no mercado financeiro, mas acabou condenado a 
22 meses de prisão por fraude e lavagem de dinheiro.
 
Segundo Alves (2008), há duas análises sobre regulação: a normativa e a positiva. 
A primeira diz que o mercado apresenta falhas que devem ser corrigidas pelo governo por 
meio de atividades regulatórias. As principais falhas são imperfeições na concorrência. 
Já a análise positiva, também denominada Teoria Econômica da Regulação, avalia as 
limitações da aplicabilidade das soluções normativas (leis, por exemplo) e, ainda, estuda e 
propõe que as falhas de governo é que dificultam a implementação de políticas que deveriam 
ser estabelecidas. 
10
Unidade: Objetivos e formas da regulação
Figura 2 – Papel do Ente Regulador.
 
Garantir o
Interesse Público
Papel do
Regulador
Implementar as
Políticas de Estado
Completar o Processo
de Regulamentação
Buscar um ambiente
competitivo
Atrair investimentos
para o Setor
Incentivar a e�ciência
e a inovação
Evitar abuso de
poder de mercado
em monopólios
naturais
Estimular e organizar
a entrada de novos
agentes no
mercado
Fonte: Adaptado da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.
A regulação dos serviços públicos não aparece exclusivamente de critérios técnicos que têm 
como objetivo criar o sistema ideal de incentivos. Na realidade, os mecanismos e as entidades 
regulatórias são resultado de negociações políticas complexas, já que são relacionadas às 
características dos setores regulados e pelas entidades políticas correspondentes. 
Em cada nação, essas entidades são moldadas pela história, por valores e outros fatores 
particulares de cada uma. Todos esses fatores criam certos limites dentro dos quais os atores 
desses processos podem atuar (BID, 2007).
Sintetizamos os objetivos da Regulação conforme os motivos que os levam a ser regulados:
Quadro 1 – Relação Motivo x Objetivos x Exemplos da Regulação.
Motivo Objetivos Exemplo
Bens públicos
Compartilhar custos nos quais 
os benefícios da atividade são 
compartilhados
Defesa nacional e serviços 
de segurança; Saúde 
Pública
Comportamento não competitivo 
e preços predatórios
Prevenir o comportamento não 
competitivo
Preço do serviço abaixo do 
custo variável
Continuidade e disponibilidade do 
serviço
Garantir um nível socialmente 
desejado de serviço essencial
Serviços de transporte para 
regiões remotas
Desigual poder de barganha Proteger interesses vulneráveis onde o mercado falha nessa função
Saúde e segurança no 
trabalho
Escassez e racionalidade Alocação de bens escassos de acordo com o Interesse público Crise de oferta do petróleo
Externalidades
Compelir produtores ou consumidores 
a internalizarem os custos produtivos 
totais ao invés de repassá-los a 
terceiros ou à própria sociedade
Poluição de rios por 
fábricas
Informação assimétrica
Informar os consumidores para 
permitir a correta operação do 
mercado e não haver alguém com 
informação privilegiada
Remédios, alimentos e 
bebidas
11
Justiça distributiva e política social
Distribuição em acordo com o 
interesse público, ou ainda, prevenir 
comportamentos ou resultados 
indesejáveis
Proteção dos pobres
Lucros excepcionais
Transferir estes benefícios das 
� rmas para os consumidores ou 
contribuintes
Firmas que descobrem 
extraordinariamente fontes 
de insumos mais baratas
Planejamento Proteger o interesse de futuras gerações Meio ambiente
Poder de mercado
Conter a tendência de elevação de 
preços e diminuição da produção 
ou, ainda, controlar os benefícios 
trazidos pelas economias de escala, 
ou identi� car áreas genuinamente 
monopolistas
Concessões de serviços 
públicos
Racionalização e coordenação
Assegurar uma produção e� ciente na 
qual os custos transacionais previnem 
o mercado de obter ganhos de rede 
ou economias de escala
Produção agrícola sem 
padronização
Fonte: Adaptado de Balbinotto Neto (2006)
Formas da regulação
Do ponto de vista estritamente econômico, conforme Musgrave (1959), o Estado tem três 
funções básicas: a função alocativa, a função distributiva e a função estabilizadora. 
 Função alocativa ou alocação de recursos: é o processo pelo qual a totalidade dos 
recursos disponíveis é dividida para utilização no setor público e no setor privado, e pelo 
qual se estabelece a composição do conjunto dos bens públicos. Para Musgrave, os bens 
públicos podem ser produzidos por empresas e vendidos ao Governo ou, ainda, podem 
ser produzidos sob controle direto do setor público, como é o caso de serviços prestados 
por funcionários ou servidores públicos ou empresas estatais;
 Função distributiva: corresponde a ajustes na distribuição de renda e riqueza para assegurar 
uma adequação àquilo que a sociedade julga como um estado imparcial ou adequado
de distribuição;
 Função estabilizadora: refere-se a atingir determinadas metas como a manutenção 
de um elevado nível de emprego, um razoável grau de estabilidade do nível de preços, 
uma taxa adequada de crescimento econômico e o alcance de estabilidade na balança de 
pagamentos, por exemplo. 
A função estabilizadora consiste na promoção do crescimento econômico sustentado, 
com baixo desemprego e estabilidade de preços. A função redistributiva visa a assegurar a 
distribuição equitativa da renda. Por fim, a alocação de recursos consiste no fornecimento 
eficiente de bens e serviços públicos, compensando as falhas de mercado.
12
Unidade: Objetivos e formas da regulação
O Estado pode intervir na economia por meio de três formas políticas: fiscal, monetária e 
regulatória (MUSGRAVE, 1959). 
1. Política Fiscal: envolve a gestão e a geração de receitas públicas, bem como o 
cumprimento de objetivos e metas governamentais no orçamento público, utilizado para 
a alocação, a distribuição de recursos e a estabilização da Economia. A partir de uma 
política fiscal, é possível aumentar a renda e o PIB e aquecer a Economia, com melhor 
distribuição de renda;
2. Política Monetária: diz respeito ao controle da oferta de moeda, da taxa de jurose da 
oferta de crédito, para efeito de estabilização da Economia, assim como a influência 
na decisão de fabricantes e consumidores. Por exemplo, a partir da política monetária, 
pode-se controlar a inflação e os preços e restringir a demanda, entre outros.
3. Política Regulatória: envolve o uso de meios legais como Leis, Decretos, Portarias e 
outros normativos, que são emitidos como alternativa para alocar, distribuir os recursos 
e estabilizar a Economia. Com o uso das normas, diversas condutas podem ser abolidas, 
como por exemplo: cartéis, monopólios, práticas abusivas e poluição entre outros.
As políticas fiscal, monetária e regulatória agem direta e/ou indiretamente na Economia. 
Portanto, devem ser analisadas no contexto macro, pois uma política interfere na outra. 
Perceba que você deve buscar conhecimentos interdisciplinares para compreender melhor 
o todo.
Política fiscal
Segundo a Secretaria do Tesouro Nacional, Órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, a 
Política fiscal reflete o conjunto de medidas pelas quais o Governo arrecada receitas e realiza 
despesas públicas de modo a cumprir três funções: 
1. a estabilização macroeconômica;
2. a redistribuição da renda;
3. a alocação de recursos. 
Os resultados da política fiscal podem ser avaliados sob diferentes ângulos, que podem focar 
na mensuração da qualidade do gasto público, bem como identificar os impactos da política 
fiscal no bem estar dos cidadãos. Para tanto podem ser utilizados diversos indicadores para 
análise fiscal, em particular os de fluxos (resultados primário e nominal) e estoques (dívidas 
líquida e bruta). A saber, estes indicadores se relacionam entre si, pois os estoques são formados 
por meio dos fluxos. Assim, por exemplo, o resultado nominal apurado em certo período afeta 
o estoque de dívida bruta (STN).
Mas o que é resultado primário e o que é resultado nominal?
Primeiramente, esclarecemos que “Resultado” em termos contábeis nada mais é do que 
o confronto entre receitas e despesas de um período, também conhecido como regime de 
competência ou princípio contábil da competência.
13
Se estivéssemos analisando ou estudando uma empresa privada, este confronto entre 
receitas e despesas gera um lucro se as receitas forem maiores que as despesas ou gera um 
prejuízo se as despesas forem maiores que as receitas.
Mas como estamos analisando instituições públicas, esse resultado, resultante do confronto 
entre receitas e despesas gera um superávit se as receitas forem maiores que as despesas ou 
gera um déficit se as despesas forem maiores que as receitas.
Segundo a STN, o resultado primário é a diferença entre as receitas primárias e as despesas 
primárias durante um determinado período. Já o resultado fiscal nominal, por sua vez, é o 
resultado primário acrescido do pagamento líquido de juros. 
Assim, fala-se que o Governo obtém superávit fiscal quando as receitas excedem as despesas 
em dado período; por outro lado, há déficit quando as receitas são menores do que as despesas.
No Brasil, a política fiscal ultimamente tem sido posta em xeque em termos de responsabilidade 
fiscal. O uso dos recursos públicos deveria visar à redução gradual da dívida líquida em relação 
ao Produto Interno Bruto, de forma a contribuir com a estabilidade, o crescimento e o 
desenvolvimento econômico do país. 
A política fiscal deve buscar a criação de empregos, o aumento dos investimentos públicos e a 
ampliação da rede de Seguridade Social, com ênfase na redução da pobreza e das desigualdades.
Política monetária
Segundo Barbosa (1996), a política monetária depende do regime cambial adotado pelo 
país. Existem dois tipos de regimes na política monetária: a de câmbio fixo e a de regime de 
câmbio flutuante. 
No primeiro caso, o regime de câmbio fixo, o Banco Central fixa a taxa de câmbio, 
comprando e vendendo a moeda estrangeira a um preço previamente estipulado.
Ele esclarece que no regime de câmbio fixo, o Banco Central do Brasil expande (contrai) 
a base monetária por meio da compra ou venda das reservas internacionais. Neste tipo de 
regime, a política monetária é passiva, pois o Banco Central não pode apostar, de forma 
sistemática, conduzir operações de mercado aberto, para fixar a taxa de juros. Com efeito, 
admita-se, por exemplo, que o Banco Central comercialize títulos públicos, contraindo a base 
monetária e aumentando a taxa de juros.
Já no segundo, o regime de câmbio flutuante, o Banco Central do Brasil deixa que o 
mercado de câmbio estabeleça o preço da moeda estrangeira.
Os instrumentos de política monetária, de modo geral, são as variáveis que o Banco Central 
do Brasil administra diretamente. 
Os três instrumentos tradicionais de política monetária são:
1. a taxa de juros no mercado de reservas bancárias;
2. a taxa de redesconto;
3. as alíquotas das reservas compulsórias sobre os depósitos do sistema bancário. 
14
Unidade: Objetivos e formas da regulação
O Banco Central do Brasil exerce o monopólio sobre a moeda obrigando o sistema bancário 
a manter parte de seus depósitos sob a forma de reservas bancárias depositadas no Banco 
Central. Esta obrigatoriedade de reservas bancárias é compulsória e depende de uma alíquota 
fixada pelo Banco Central do Brasil.
Política regulatória
Conforme Martins (2011), o conceito de políticas públicas não deve ser confundido 
com o de políticas regulatórias. As políticas regulatórias são uma expressão das políticas 
públicas setoriais, a serem desempenhadas pelas agências reguladoras. É de competência do 
ente regulador inserir no setor regulado as pautas de interesse geral contidas nas políticas 
públicas, atuando no sentido de que a área regulada incorpore essas pautas, retomando o 
seu equilíbrio interno.
Nesse sentido, a política regulatória dará ensejo a certo grau de discricionariedade da Agência 
Reguladora para ponderar os interesses regulados e equilibrar os instrumentos disponíveis no 
sentido de intervir no sistema sem inviabilizar suas conjecturas.
Contudo, as políticas públicas nos setores sujeitos à regulação normalmente são 
implementadas pelo intermédio das políticas regulatórias. Trata-se de uma solução conveniente 
em razão da possibilidade de se atingir metas sem grandes gastos por parte do poder público.
A conveniência de se implementar políticas públicas por meio de políticas regulatórias 
está exatamente na possibilidade de o poder público transferir atos executivos e o ônus da 
implantação da política aos entes regulados.
Portanto, diminui a responsabilidade pela execução, bem como os seus gastos, os quais 
podem ser transferidos à coletividade ou subsidiados pelo Estado. Trata-se de um instrumento 
capaz de alcançar metas, na maioria das vezes com caráter social, com pouca onerosidade 
para o poder público (MARTINS, 2011).
Ações regulatórias 
Já para Almeida (1999), existem quatro tipos de ações regulatórias do Estado na Economia, 
que são detalhadas a seguir.
1. A propriedade pública de firmas ou setores inteiros da Economia, como ocorreu na 
maior parte dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento 
Econômico) no pós-guerra, ou no Brasil, do pós-guerra a meados da década de 80;
2. O exercício de atividades regulatórias diretamente por departamentos ou órgãos da 
burocracia executiva, em um contexto em que o regime de propriedade é privado. Nesse 
caso, os órgãos reguladores estavam sob o comando direto dos governos;
3. As várias formas de autorregularão por meio de arranjos corporativistas;
4. A regulação pública com regime de propriedade privada, tipicamente americana, baseada 
em uma forma institucional peculiar: a agência regulatória dotada de graus não triviais
de autonomia.
15
http://www.oecd.org/ 
A missão da Organização para a Cooperação Econômica e 
Desenvolvimento (OCDE) é promover políticas que melhorem 
o bem estareconômico e social de pessoas em todo o mundo. 
Esta entidade atua com governos dos diversos países para 
cooperação em questões econômicas, sociais e ambientais. 
Quadro 2 – Relação de Agências Reguladoras federais por tipo de Regulação.
Agência Tipo de Regulação
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) Econômica 
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) Econômica 
Agência Nacional do Petróleo (ANP) Econômica 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) Social 
Agência Nacional de Águas (ANA) Social (ambiental) 
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) Econômica e social 
Agência Nacional de Transportes Aquáticos (Antaq) Econômica 
Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) Econômica 
Agência Nacional do Cinema (Ancine) Social 
Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Econômica 
 
A função das agências reguladoras é, segundo a ANP: 
1. Proteger adequadamente os direitos dos consumidores;
2. Promover a concorrência no mercado dos serviços públicos, visando a coibir práticas anti-
competitivas e monopolistas e estimular investimentos para assegurar o fornecimento 
em longo prazo;
3. Propiciar uma melhor operação, confiabilidade, igualdade, livre acesso e uso generalizado 
dos serviços;
4. Regular as atividades de transporte e distribuição dos serviços públicos que apresentem 
características de monopólio natural, garantindo o estabelecimento de tarifas justas;
5. Incentivar a eficiência, o uso racional dos serviços, a proteção do meio ambiente e a 
inovação, além de estimular a repartição dos ganhos de produtividade registrados na 
indústria com os consumidores;
6. Estabelecer as bases para os cálculos das tarifas e aprovar as estruturas de tarifas aplicadas 
em cada segmento consumidor;
7. Garantir que seja cobrado, pelos serviços, preço equivalente aos que vigoram 
internacionalmente nos países com dotação similar de recursos e condições;
8. Zelar pela implementação de um modo de organização industrial moderno;
9. Defender e interpretar as regras, arbitrando os eventuais conflitos entre os agentes. 
16
Unidade: Objetivos e formas da regulação
Encerramos este módulo com algumas considerações acerca da regulação. 
As políticas regulatórias, para serem implementadas, necessitam de “poucos” recursos 
financeiros, pois muitas medidas são impostas aos setores regulados, que implantarão essas 
medidas para não serem penalizadas. 
Mas como regular um setor? Esses são os desafios dos gestores públicos em verificar os 
possíveis conflitos de interesses entre participantes do mercado. Mas lembre-se: o que deve 
prevalecer é o interesse público, o bem comum.
17
Material Complementar
Leituras:
Para aprofundar seus conhecimentos, consulte:
ARANHA, Márcio Iório. Liberalismo e Intervencionismo Neoliberalismo, ou 
Liberalismo Construtor e Intervencionismo Social: a precisão de seus conceitos 
mediante a análise da gradação do controle estatal e de sua política de prioridades. 1997.
Disponível em: http://repositorio.unb.br/handle/10482/9631
18
Unidade: Objetivos e formas da regulação
Referências
ALMEIDA, M. H. T. Negociando a reforma: a privatização de empresas públicas no 
Brasil. Dados, v. 42, n. 3, p. 421-51, 1999. 
ALVES DE CAMPOS, Humberto. Falhas de mercado e falhas de governo: uma revisão da 
literatura sobre regulação econômica. Braz. J. Int’l L., v. 5, p.281, 2008. 
ANP. Regulação e Desenvolvimento Regional do Estado do Espírito Santo. Agência 
Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Disponível em <www.anp.gov.
br/?dw=22273> 
BALBINOTTO NETO, Giácomo. Notas de Aula do Curso de Economia da Regulação. 
Especialização em Economia da Regulação. Programa de Pós-Graduação em Economia. 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2006.
BARBOSA, Fernando de Holanda. Política monetária: instrumentos, objetivos e a experiência 
brasileira. O plano real e a política econômica, v. 2, p.79, 1996.
BID. A política das políticas públicas: progresso econômico e social na América Latina: 
relatório 2006. Banco Interamericano de Desenvolvimento e David Rockefeller Center for Latin 
America Studies. Harvard University. Tradução do Banco Interamericano de Desenvolvimento. 
Rio de Janeiro: Elsevier 2007. 
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Anotações